Rita Skeeter



[u]Capítulo 3:[/u]



[b]Rita Skeeter[/b]



Harry logo pela manhã se vestiu sem grande demora, desceu alegremente as escadas e caminhos pelo Salão Comunal porque sabia que naquela mesma manhã iria finalmente conversar com seu velho amigo meio-gigante e saber que novidades poderia esperar de Hagrid naquele novo começo em Hogwarts. O Salão Principal estava morno lá embaixo - talvez porque o clima não era dos melhores mas para Harry isso era apenas mais um detalhe um detalhe que não iria atrapalhar suas expectativas em falar com Hagrid - e talvez receber mais notícias boas do que notícias ruins, e Harry já estava imensamente farto delas. Mione e Rony estavam os mesmos, parecia incrível notar isso naquela altura do campeonato, mas mal havia se passado um dia com a volta à Hogwarts e lá estavam discutindo, trocando palavras acaloradas e muitas vezes não medindo a intensa coloração de suas faces. Harry se divertia vendo essas cenas,evitava comentar ou sequer mostrar algum sorrisinho quando algum dos dois o olhava pedindo uma opinião sobre quem mantinha a razão, mas sabia que mesmo com aquelas constantes desavenças de tudo seriam inúteis porque seriam nos maiores desafios e mais perigosos obstáculos em que seria mostrado que o sentimento da amizade permanecia lá firme e forte pronto para se por em ação nas veias quando se fizesse necessário. Obviamente nem Hermione e nem Rony aprenderiam a ceder algum dia, mas a vida até então tratara muito bem de ensinar que assim mesmo eles acabariam deixando de serem tão teimosos. As mesas estavam repletas de travessas com salsichas, ovos fritos e mexidos, e mais uma infinidade de refeições deliciosas pela manhã, mas Harry estava decidido a terminar o quanto antes para poder conversar um pouco com Hagrid antes das primeiras aulas. Hermione havia voltado do Salão Comunal trazendo papéis em que estavam a grade de aulas de cada um deles, Harry tremeu só de ler que as primeiras aulas naquela manhã de segunda-feira seriam com Snape. Rony, como sempre, seguia o mesmo horário do amigo e também pretendia ser auror como indicara nos N.O.M´s do quinto ano.



A pouca animosidade com os horários acabou logo quando uma coruja levemente parda com algumas poucas penas brancas foi vista mergulhando sobre o ar desde as altas janelas do enorme salão até as mesas, e ainda em um ponto ligeiramente alto ela soltou de suas garras um grosso rolo de papéis amarrados por um laço mal feito de uma fita vermelha. O rolo caira diretamente sob onde Hermione estava, e como se a garota já previsse o ocorrido esperou pacientemente para que o rolo caísse da altura da ave até suas mãos, e sem delongas tratou de por alguns sicles sob uma espécime de bolso que havia entre as asas e as garras da coruja, que parecia extremamente fatigada com aquele seu trabalho e não hesitou em sair voando novamente assim que sentira as moedas balançarem no pequeno bolso. Hermione abriu o laço e respectivamente o grosso rolo assim que a coruja já estava a bater as asas para longe dos territórios de Hogwarts, e quando abriu o rolo pode ver elegantemente grifado na parte de cima um título deveras conhecidos de todos: “O Profeta Diário”. Ela se sentia estranhamente curiosa para saber o que a primeira edição do jornal naquele ano letivo estaria dizendo sobre o que houve no final do ano anterior, mesmo que nem Harry e nem Rony parecessem estar tão preocupados com isso enquanto procuravam comer tudo o mais depressa possível e assim irem ver Hagrid.



- Oh meu Deus ! – gritou Hermione rapidamente, fazendo com que até os seus dois amigos voltassem a Terra.



- O que foi Hermione ? – perguntou Rony, com uma clara demonstração de raiva no rosto como se soubesse que não seria coisa boa o que viria pela frente.



Harry também olhou e perguntou mais preocupado ainda, com medo de que algo realmente terrível tivesse sido comentado a respeito dos eventos ocorridos no passado.



- Fudge fez o que Dumbledore disse, Harry ! A manchete principal já anuncia o início da segunda guerra e declara a volta de Voldemort, contando também grande parte dos detalhes que envolveram a nossa ida ao Ministério ano passado.



Harry sentiu um certo tremor ao ouvir Hermione, mas logo voltou ao normal e disse, como se aquilo já não fosse óbvio:



- E então, mas porque a surpresa ?



Hermione contraiu o rosto numa ligeira expressão de raiva e disse:



- Mas não é isso que me preocupa, Harry. É ela...ela está de volta!



Quando Rony finalmente parecia entender todo aquele momento, queria se atrever a perguntar [i]Quem[/i] seria o “ela” ao qual Hermione se referira, mas antes que suas palavras pudessem ser pronunciadas Harry tinha sido mais rápido:



- Ela quem, Hermione ?



Já sabendo que haveriam de lhe perguntar por aquilo, Hermione não disse nada, mas o ato que faria a seguir seria o suficiente para lhes mostrar tudo...ou ao menos quase tudo, a garota virou a frente do jornal para que os garotos pudessem ver quem seria [i]ela[/i], onde constava a manchete logo abaixo da principal:



[b]“Harry Potter: O Garoto-Problema”[/b]

E por mais uma vez, Harry Potter é o responsável pelos maiores problemas do mundo bruxo. Quando todos estávamos vivendo calmamente, crentes de que o perigo que o Você-sabe-quem e a guerra que trouxe consigo outrora acabara, eis que o garoto Potter volta com afirmações histéricas e pouco convincentes de que aquele-que-não-deve-ser-nomeado havia voltado com força e poder restaurados e que uma nova guerra se iniciaria. Por mais que poucos de nós, de nossa sociedade tenham acreditado no pobre órfão, no ano passado aquilo que ele tanto teimava em afirmar de todas as formas (por vezes agressivas, inclusive), finalmente se realizou. O nosso mundo está em pânico, em alarme! Nossos jovens não podem mais trafegar normalmente pelas ruas, as noites têm sido de guarda, e tudo o que está acontecendo e está para acontecer só pode ser culpa de uma pessoa: HARRY POTTER.





Harry olhara a notícia e ao final só pode simplesmente ficar perplexo com o que lera. As palavras simplesmente não conseguiam sair de sua boca, era como se ele tivesse tomado um soco no estômago, não poderia pensar em nada depois do que viu. Rony também parecia não muito disposto em soltar qualquer palavra, até mesmo uma piadinha, aquele momento parecia não ser dos mais convenientes para isso. Hermione notara como os dois ficaram mas também não ficou muito surpresa, sabia que aquela notícia seria mais do que o suficiente para embrulhar o ego deles no mínimo, e contudo fora a primeira a falar:



- Eu sabia, aquela maldita jornalista não poderia ficar calada por muito tempo nem mesmo com um bom feitiço. Rita Skeeter simplesmente não poderia perder a oportunidade de massacrar você, Harry...por mais uma vez.

- Ótimo, pelo menos agora eu já posso esperar tranqüilamente pelas mais odiosas reações contra mim. Se depender de Skeeter toda a ala jornalística já estará pronta para encobrir o garoto-problema mais uma vez. – disse Harry, irônico.



Passando por perto com uma turma numerosa da Sonserina em seu encalço, Pansy Parkinson não pode perder tempo e pegando o jornal das mãos de Mione logo se atrevou a mostrar o jornal para todos que pudessem (e quisessem) ver gritando à todos pulmões o que prometia ser a grande promessa por aquela semana:



- Vejam todos, o ilustríssimo sr. Harry Potter é o culpado pela volta de Voldemort! Agradeçam a ele, pobres pebleus, pois o nobre príncipe de Hogwart´s fez questão de trazer seu Lorde de volta ao poder. Ora, Ora...bem que eu já desconfiava dele! – gritava Pansy, cheia de sarcasmo e dando sorrisinhos diabólicos.



Então ela se virou para a mesa da Grifinória e mais necessariamente para o trio, com um intenso olhar de desafio e desprezo:



- Tsc tsc, já começou o ano de uma PÉSSIMA forma, né Potter ? Veja se toma mais jeito e boa sorte...você vai precisar. Ahahahaha. – e saia da mesa dos grifinorianos direto para a mesa dos sonserinos, gargalhando.



- Punição para você, Parkinson ! Eu sou a monitora-chefe, me espere na sala dos monitores para receber o seu castigo, e caso se atreva a não aparecer então deixarei Dumbledore cuidar disso! – gritou Hermione, ao se levantar da mesa, assim que Pansy havia se afastado deles.



Hermione viu como Harry parecia muito aborrecido com o que acabara acontecendo, mas voltando-se ao lugar e com um olhar confortante lhe disse:



- Você sabe que pode contar conosco, Harry. Nós jamais acreditaríamos no que a louca da Skeeter escreve, principalmente porque sabemos do que ela e aquela pena dela são capazes. – disse Rony, depois de ter pensado que frase seria melhor para ser dita.



- Exatamente, Harry. Somos seus amigos e não iremos te deixar de lado, mesmo que toda uma multidão e até mesmo que toda a comunidade bruxa esteja contra você. – disse Hermione, dando um leve sorriso pelo canto dos lábios, se alguém tivesse a olhado brevemente naquele momento poderia jurar que ela tinha corado repentinamente mas que devido a possíveis olhares alheios forçara a todo custo contra a cor.



Harry se sentiu confortado, ele sabia que não poderia esperar dos Durleys e provavelmente de mais ninguém o que ele tinha de Rony e Hermione: a verdadeira e pura afeição.



-Acho que vocês estão certos, é melhor irmos logo ver Hagrid...



- Harry, eu acho que vocês não vão precisar...



- Por que, Hermione ?



- Porque olhando mais atentamente para o horário de vocês eu pude ver que a primeira aula de vocês é justamente “Trato das Criaturas Mágicas”. Bem, vejo que eu vou ter que saber das novidades atrasada, de qualquer forma, me contem quando nos encontrarmos, agora tenho aula de Transfiguração com a Profª Minerva. Boa sorte. – e com isso Hermione foi se afastando deles e seguindo pelo portão do salão, sorrindo.



Então os garotos puderam terminar o café da manhã sossegados, pressentiam que ao final da aula haveria de restar um tempinho para uma conversa com Hagrid.



O salão já começava a ser esvaziado por grande parte dos alunos de todas as mesas quando Rony e Harry se dirigiam para fora do castelo e perto da Floresta Proibida, aonde era o território das aulas para Trato das Criaturas Mágicas. Como se já não fosse muito incomum a ida para praticamente o início da imensa floresta nos tempos passados, pois naquele ano Dumbledore exigiu uma postura extremamente séria de todos para que pensassem muito mais que duas vezes quando ocorressem de querer adentrar por ela, Harry e Rony notaram que Draco Malfoy estranhamente não estava entre os alunos da Sonserina que também teriam a aula de “Tratos...”. Ambos estranharam um pouco mas preferiram não pensar muito no assunto, não queriam que o sonho que mal se realizara terminasse logo em pesadelo. Hogwart´s parecia possuir um ar muito mais limpo sem Draco Malfoy por perto e eles gostavam disso, obrigado.



A aula tinha começado alguns poucos minutos após a chegada de todos os estudantes na “arena” que Hagrid havia montado sumariamente para a exposição dos animais que eles estudariam naquela aula.



- Bom dia! Bom dia! Então...estamos aqui por mais um ano, por mais uma vez, não é mesmo ? – gritava Hagrid com todo aquele seu jeito de ser, tentando parecer alegre muito embora sua feição não parecesse nada convencível – Neste ano, nós não teremos tantas aulas quanto eu gostaria que tivéssemos pelo simples fato de que...bem...vocês sabem do que está por vir e eu realmente não quero por vocês em perigo, principalmente fronte à essa área da Floresta Proibida. Enfim, na verdade, só teremos mesmo esta aula porque até que a paz se estabeleça definitivamente...receio que as aulas de Trato das Criaturas Mágicas...tenham acabado.



Harry mal podia acreditar em mais aquilo que ouvia, era a segunda vez na manhã que se sentia terrivelmente atacado. O que havia de estar acontencendo naquela escola ? Haveriam mais matérias que seriam suspensas naquele ano ? Harry de nada sabia porém sentia que de uma forma ou outra ele iria saber.



Embora os alunos da Sonserina que estavam presentes estivessem comemorando a notícia, vezes até indiscretas, todos da Grifinória se sentiram abalados pela notícia, sabiam que Hagrid não era o melhor dos professores mas tinha paixão pelo o que ensinava e de uma forma ou outra sempre passava a lição de que era possível e necessário que soubessem tratar os animais mágicos. Mas o que todos mais temiam internamente era que aquele fosse apenas o primeiro de muitos sinais evidentes, que denunciassem o possível fechamento da escola. Aquela aula correu normalmente (como haveria de se esperar de uma aula normal após tamanha notificação) e no que se prosseguiu ela, Hagrid escondeu algumas lágrimas e colocando algum sorriso no rosto mostrou os animais daquela aula:



- Vejamos, nesta aula eu irei apresentar a vocês uma raça de pássaros muito semelhantes aos abutres quando estes são pequenos e mal-nutridos...- com esse comentário, Hagrid pode fazer trazer uma certa animação para todos – esses pássaros se chamam Agoureiros e são tidos pela maior parte da sociedade bruxa como pássaros que trazem má sorte ou até mesmo podem trazer um aviso sobre morte próxima. Nada que não deixe de ser apenas parte de lendas e tolices. O que realmente se tem comprovado sobre esse pássaro é de que ele apenas pode anunciar a aproximação de chuvas.



Enquanto Hagrid explicava sobre os Agoureiros, ele trazia consigo para dentro da arena pequenos agoureiros que havia retirado da Floresta, enquanto mostrava as cores preto-esverdeadas de suas asas.



- Imaginem que diversos bruxos já chegaram a acreditar que este inofensivo bichinho pudesse trazer a morte no seu triste canto. Confesso que é um canto muito bonito e capaz de partir o coração, mas não passa disso. Outro fator muito curioso a respeito desse passarinho é que ele só alça vôo em chuvas pesadas e que no restante do tempo fica em seu ninho feito de lágrimas, escondido, pois afinal ele é muito tímido.



Conforme ele terminava de falar sobre o pássaro, todos pareciam prestar bastante atenção em tudo porque não sabiam quando haveriam de ter uma aula com Hagrid novamente. O meio-gigante ia apresentando em pequenos caixotes os pássaros e deixando-os expostos sob a arena. Quem passasse por perto se aproximava e cautelosamente tentava fazer algum carinho no pequenos animais. Rony e Harry passavam meio de longe e até se aproximaram um pouco do pobre bichinho para fazer carinho, mas o que eles queriam realmente era falar com Hagrid e tentarem descobrir porque daquela repentina despedida. Passaram vagarosamente pelo meio da multidão ao final da aula, e tentando evitarem que o avistassem conversando a sós com Hagrid, chegaram perto sem falar muito alto:



- O que está acontecendo, Hagrid? Por que não teremos mais aulas de “Trato das Criaturas Mágicas” esse ano? – disse Harry.



- Eu não acho que isso seja do interesse de vocês, garotos. – dizia Hagrid tentando se afastar recolhendo as caixas com os agoureiros e as levando para o quintal atrás de sua cabana – Sabem melhor sobre tudo o que já houve e sabem sobre tudo o que ainda pode vir por aí.



- Isto é alguma ordem de Dumbledore, não é ? – perguntou Rony.



- Vejam bem: Dumbledore é um homem muito sábio, mas muito sábio mesmo. Ele sabe o que faz e sempre presa pelo bem de todos em Hogwart´s. Não temos idéia se Voldemort pretende atacar Hogwart´s hoje, amanhã ou talvez ano que vem, meninos. Precisamos estar preparados para o que tiver de vir e Dumbledore tem ordenado regras claras para a proteção e segurança de todos.



- Mas quando a guerra começar, nós saberemos...não saberemos ? – perguntou Harry com uma ponta de esperança em sua pergunta.



- Aí é que está, Harry. Nós nunca saberemos adiantadamente o que o nosso inimigo nos reserva até que soframos do primeiro ataque, e quando vier o primeiro ataque então será automaticamente declarado o ínicio da guerra. Não podemos fazer muita coisa, temos de permanecer em defesa e esperar somente que o pior não aconteça.



Harry se sentiu levemente atordoado por tudo o que Hagrid lhe dissera, talvez os Comensais já tivessem retornado ao seu senhor e com isso não tardaria muito para que Voldemort armasse um plano....se já não tivesse um naquele momento.



As demais aulas que haviam naquele dia transcorreram de forma tranqüila: a profª McGonnagal estava nitidamente mais séria naquele ano preocupadíssima, Flitwick parecia mais velho e menos alegre e calmo. No entanto, Harry não podia deixar de pensar em todos os acontecimentos até então, principalmente no que Rita Skeeter havia dito sobre ele. Como ela podia ser tão injusta a ponto de culpar Harry por tudo? Harry sabia que no fundo não poderia esperar por grandes explicações, era ela simplesmente a Rita Skeeter disposta a inventar as mais altas notícias para que a sua matéria renda. Hermione soubera que Rita era uma animaga ilegal no quarto ano Rita em um besouro no final do quarto ano e conseguira muito bem armazená-la em um pote no final. R ony também já tinha brincado muito com o assunto dizendo que mesmo que Harry salvasse o mundo seria bem capaz de que Skeeter estivesse ali, na cena do crime, pronta com sua caneta para anotar tudo o que julgava ser incorreto nos atos de Harry Potter.



A primeira semana de aula finalmente estava chegando ao fim e a aproximação do primeiro fim-de-semana em Hogwart´s naquele ano já era relaxante para Harry. Não muito relaxante, para se dizer a verdade, porque mal era a primeira semana e ele já havia sido vítima de diversas zombarias. – “Graças ao artigo da Skeeter”, Harry não se cansava de lembrar e ser lembrado disso – Ele simplesmente não podia evitar, embora pelo menos Pansy e mais alguns poucos sonserinos tivessem passado dos limites e sua velha amiga Mione tivesse dado um [i]jeitinho[/i] de puni-los. E era por esse lado que Harry se divertia: não havia nada mais amedrontador para Pansy e companhia como escrever, e ainda escreverem repetidas e exaustivas vezes. Escritas essas que eram feitas justamente com a mesma caneta que Umbridge obrigara Harry a escrever no ano passado, o que deixava Harry ainda mais animado.



Não houve professores que tivessem poupado alunos das lições de casa, mas talvez por terem consciência sobre ser ainda a primeira semana, não deram muitas tarefas. Na sexta-feira a tarde o sol quase não iluminava por si só, muitos poucos raios de luz vindos dele inundavam o castelo e a luz era bastante fraca. Como muitos outros estudantes naqueles dias, Harry não tinha muito o que fazer que não fosse os deveres no Salão Comunal. Os testes para o quadribol começariam próxima semana e a ansiedade de possivelmente poder voar um pouco que fosse já o animava, mas tinha noção de que para que fosse possível qualquer volta ao quadribol suas notas deveriam ser boas, mas quando se tem uma amiga como Hermione Granger ao lado para se ajudar com as tarefas escolares qualquer problema se tornava fácil de se resolver.



Quando o trio estudava exercícios de astronomia, rompeu-se no salão comunal um barulho vindo do quadro da mulher gorda e em seguida um barulho de cochichos femininos e passos pequenos porém estridentes de um salto alto ou bota. Uma mulher não muito velha, aparentemente na meia-idade, loira e de óculos razovelmente grandes e excêntricos vinha em direção da mesa deles.



- Harry Potter, mais uma vez eu o vejo por aqui, junto com os seus dois..apreciáveis..amigos: Ronald Weasley e..Hermione Granger! –começou a se pronunciar a mulher.



- Ora Ora, se não é a jornalista de quinta Rita Skeeter. Veio fazer mais o quê aqui ? Tentar difamar Rony e eu em mais uma de suas entrevistas ridículas ? –disse Hermione, seriamente.



- Não deveria responder pois não é da sua conta, queridinha, mas já que eu estou aqui pessoalmente eu vou lhe dizer: eu vim falar pessoalmente com Harry. – falou Rita, parecendo irritada.



- O que é que você quer falar comigo? Até onde eu saiba a sua matéria já disse o bastante sobre o que tem acontecido comigo, não precisa de mais dados. –disse Harry, irônico.



- Não seja bobo, garoto. Não perca seu tempo com isso porque agora, com a minha última matéria toda a comunidade bruxa estará alerta. Você deveria é agradecer a mim.



- E você acha que eu também deveria agradecer a você por me colocar como culpado de toda a situação, não é mesmo ?



- Ah meu pobre rapaz, eu apenas expus os fatos. Toda a verdade estava naquele relato, sabia que até mesmo a entrevista que eu fiz com você a quase dois anos atrás me foi muito útil? Útil o bastante para explicar a sua tendência em ter querido afirmar que Você-Sabe-Quem voltaria e vouilá...eis que ele reaparece e Harry Potter passa a ter algum crédito com todos. Oh, uma bela e comovente história.



- Você parece estar muito satisfeita com o seu objetivo de me destruir, não é mesmo?



- Não, Harry. Eu nunca quis destruir você, apenas quis me promover. Quis ter o futuro que eu tenho hoje, ou você pensa que foi tudo sempre tão fácil? Ah não, você está enganado jovem Potter, quando eu começei minha carreira como jornalista tinha uma paixão imensa pela minha profissão, pela busca da verdade. Era fascinante a idéia de você querer passar a verdade sempre, para todos. Mas sabe o que aconteceu? A minha única verdade foi que a minha carreira não progrediu com essa linha jornalística politicamente correta, minhas matérias não vendiam, eu fui despejada inclusive do “O Pasquim” que sempre foi uma revista de prestígio tão baixo. Não conseguia sobreviver tendo que aceitar o fato, dia após dia, que eu tinha sido iludida. Nunca mais, desde então, decide fazer as mesmas matérias corretas e verdadeiras e infelizmente ou felizmente é por elas que hoje vivo. Senão provavelmente seria alguém que não teria trilhado o caminho que eu trilhei até hoje. Eu preferi fazer o torto pelas linhas certas, do que o certo pelas linhas tortas. – ao terminar de falar seu discurso, foi então que Rita Skeeter saiu do salão e atravessou o quadro, indo embora.



Era bem verdade que nunca nenhum dos três havia parado para pensar se Rita Skeeter realmente tinha um motivo mais a fundo para ser a jornalista corrompida pelo sucesso como ela era, mas de fato a revelação de que algum dia ela já foi uma simples jornalista tentando dar certo do jeito certo causou um impacto bastante razoável entre eles. Pensar que Skeeter era simplesmente mais uma pessoa iludida e amargurada com o rumo que a sua própria vida levou fez Harry pensar que talvez o jogo não estivesse perdido, que o jogo só acaba quando acaba, e ele se sentiu profundamente melhor, se sentiu alguém capaz de fazer diferenças. No fundo, até mesmo Mione sabia que com tudo o que Skeeter dissera seria difícil não acreditar que ao menos pela última vez ela estava sendo verdadeira e que não seria de todo o mal dizer que alguma boa lição fora tirada dali: a de que não se deve deixar corromper os sonhos.



A quase serenidade do momento foi quebrada quase que instantaneamente com Gina, chegando esbaforida do Salão Principal:



- Oi Gina, o que houve ? O que aconteceu ?



- Vocês precisam me acompanhar, parece que não foi só a Skeeter que causou tumulto aqui hoje. Tem mais alguém aí, mas eu não consegui ver quem era.



Os quatro jovens desceram as escadas e ao chegarem no Salão Principal pouco podiam ver da tal pessoa, apenas que uma pequena multidão se amontoava acima dela. Quando aos poucos muitos foram dando espaço, Harry finalmente pode ver a pessoa: era alta, loura e ainda usava um uniforme de cores verdes e prateadas.



- É...é...Malfoy! – disse Harry, tornando-se frustrado.

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