Aclarações:

Itálico– 'esclarecimentos' de Harry. Pensamentos dele. POV's Harry. Ou ênfase em alguma palavra, ou frase.

Negrito – 'esclarecimentos' de Hermione. Pensamentos dela. POV's Hermione.

Disclaimer: Harry Potter não me pertence, blablabla. Tudo é da J. K. Rowling e da Warner, whatever.

Observações do capítulo:

1. Linguagem obscena.

2. Capítulo não betado - Tenha medo. Tenha muito medo.

Capítulo 19

A magia foi quebrada pelo grito estridente de Parvati. Chocada, percebi que todo salão nos encarava. Mesmo Ron e Lilá.

Harry suspirou. Tudo que precisa ao momento era a atenção de todas as pessoas sobre ele... Por que esse dia não acabava?

-Estou muito cansado, vou dormir – disse por fim. Tratando de ignorar sua audiência, o moreno beijou levemente o rosto de Hermione, antes abaixar os braços, deixando-a ir.

-Harry...

Em mais um batalha entre consciência e meu corpo, me vi impedindo-o de sair do meu lado. Ciente dos alunos nos encarando, de Ron, ainda assim, precisava suprir a dor que a falta de Harry parecia causar. Ele me encarou, seus olhos implorando que eu o deixasse partir daquele circo. Mas... Deus, não estou disposta a deixá-lo se afastar de mim ainda.

-Não está com fome?

Sem mais tomei sua mão na minha e o puxei ao encontro da saída. Me atrevi a olhar para trás alguns passos depois, deparando-me com seu olhar. Sem poder evitar meus lábios se curvaram num sorriso tímido para a forma como Harry me fitava. Seu cansaço parecia ter ido, um brilho travesso tomando o lugar e ele sorria de uma força tão tola...

Eu ri puxando-o com um pouco mais de força e andando mais rapidamente, sendo prontamente seguida por ele. Harry apertou minha mão, o riso dele me fez rir ainda mais quando ele também acelerava o passo. E eu soube que ele estava bem com minha estratégia de fuga.

Parvati sorriu presunçosa. Ela olhou para Ron e sua expressão aumentou em pretensão exponencialmente. – Não é uma pena que ela não dê a mínima para seu showzinho? Sinto muito – acrescentou com falso pesar.

O olhar mortífero de Ron a fez rir divertida, mas a expressão de Lilá a fez fazer beicinho em culpa. – Lil, eu só... - A loira a ignorou e rapidamente foi em direção ao dormitório feminino.

Amuada, Parvati se voltou para Ron, irritadiça. – Seu idiota – antes que pudesse parar a si mesma, a garota estava encima do ruivo. Esmurrando-o com a força que conseguia empregar em seus punhos fechados. – O que é? Circulando, aqui não é um maldito show! A não quer que queiram apanhar também, eu posso providenciar isso. - Os grifinórios desviaram a vista em descrença quando Parvati lhes lançou um olhar feio, passando a dispersar antes que realmente lhes sobrasse algo do rancor da moça.

Ron ficou ali, estático, de boca aberta por vários segundos, observando com o olhar mais atarantado de sua vida. Não é que doesse, a garota tinha mãos pequenas e, francamente, batia como uma menina. Mas, Merlim, de onde aquele ódio vinha?

Mais um instante e Ron finalmente reagiu. Ainda com a expressão incrédula, fechou uma das mãos nos punhos da jovem. – Qual é o seu problema?

Parvati bufou e virou os olhos. – Meio que não tenho certeza. Mas aqui vão os três mais da semana: Você, sua atitude cretina e – ela o encarou, movendo os lábios de um lado a outro em desgosto. – Todo o resto do que aparamente é sua pessoa.

Ron estreitou a vista. - Garota, você-

-Ouch, minhas mãos! Ai! Está doendo, merda. Droga Ronald, seu bruto, me larga! – ela choramingou, quando, com raiva, o rapaz reforçou sem querer o aperto nas mãos da menina. Ele a soltou como se tivesse se queimado e Parvati tornou a esmurrá-la.

-Hey! Pára!

-Você merece isso. Sorte sua que não sou boa em feitiços, que merda! Olha o que fez com minhas mãos – ela gemia em queixume, empurrando-o e colocando um punho praticamente sob seu nariz.

-Sinto muito, tá legal?

-"Sentir muito" não vai sumir com o sofrimento!

Ron virou os olhos. - Por favor, nem apertei tanto assim. Deixa de drama!

-Por que não cuida da sua vida? Eu não peço para que deixe de ser um idiota, peço?

-Todo maldito tempo!

-Porque você absolutamente bate o recorde em ser sem noção, babacão!

-Qual é o seu problema comigo?

Parvati riu com sarcasmo. – Você não vai querer iniciar esse conversa, doçura.

-Vamos tentar isso, só pra variar um pouco – ele insistiu com igual sarcasmo.

-Quer saber? Você é mais estúpido do que eu pensava! Realmente Ronald, não pode brincar com minhas amigas e achar que vai ficar tudo bem.

-Eu não-

Parvati pôs o dedo indicador em riste, calando-o imediatamente. – Não vem com essa. Você pode enganar a Lilá, Deus sabe o quanto a pobre garota é lentinha. Você pode até enganar a Mione, e cara, é sério, não tenho ideia como consegue... porque vamos lá, Hermione é super inteligente e você... – ela o encarou de cima a baixo. – é isso.

-Vamos lá!

-O quê? Sinto muito se tem o costume, agora, de ser elogiado todo tempo...

-Não é verdade!

-... Sempre que olho pra você, sinceramente, não vejo grande coisa – ela encolheu os ombros. E com cinismo acrescentou: - Pra falar a verdade, houve um tempo que sentia pena. Sabe, andando com Harry e Hermione, eles são tão brilhantes e você... bem, não. Mas então conseguiu a garota, fama; e não é tão ruim jogando quadribol. Até nomeado monitor foi, quero dizer, quem seus pais tiveram de subornar? Mesmo Nevillenaquela época teria sido uma melhor escolha.

-Porra Patil!

-De toda forma, continuando... Você pode ludibriar minhas amigas-

-Ao menos sabe o significado de "ludibriar"?

-Vê? Como alguma alma pode achá-lo encantador? – ela indagou, estapeando a nuca do rapaz como em repreensão.

-Mas que inferno?

-Não me interrompa. Será que seus pais não lhe deram modos? Você perguntou e agora vai ouvir. Então... como estava dizendo antes de ser bruscamente interrompida – ela parecia a rainha da Inglaterra, com sua postura superior. – Ronald, meu querido, eu vou cozinhar suas bolas e depois fazê-lo comer se continuar com esse plano besta de partir o coração de minhas melhores amigas.

-Partir o coração? Isso é exagerado, mesmo para você. Além disso, desde quando Hermione é sua amiga?

-Oh, então sabe do que estou falando? Bom. E, pode ser estranho pra você o conceito de amizade, desde que... olha como tratou as duas pessoas quem mais se importam contigo depois de sua família... Mas Hermione é minha amiga desde, admito, não muito tempo.

Ron foi suficientemente inteligente para não usar o sarcasmo sob aquela revelação. - Parvati, por acaso já pensou no meu lado?

-Então você perdeu a garota, depois dela ter surtado com seu pedido de casamento...

Ele fez uma careta e ela resmungou defensivamente:

- O quê? Garotas falam, já deveria estar acostumado!

-Você sabe que a história não é assim! Potter trapaceou e-

-Oh, não somos tão adultos? Usando sobrenomes. Charmoso – ela zombou.

Ron virou os olhos. – Harry – a garota fingiu bater palmas. – Trapaceou e me tirou a coisa mais importante.

-Ah, vamos lá, Ron. Nós sabemos que o garoto não tinha nenhuma maldita pista do que estava fazendo... E, realmente, "coisa"? Muito surpreende que Hermione não tenha terminado antes com você. Se ela o escutasse, Merlim...

-Eu sei, ouviria o maior sermão feminista do universo – ele riu sem vontade. – Sinto falta dela.

-Como diz o ditado: você só está colhendo o que plantou. Não vou sentir pena porque foi um ignorante. Na verdade, acho que é uma lição que já merecia há muito tempo. Agora, só mais um conselho antes que eu volte a meu modo mordaz de ser.

-Em algum momento dessa conversa parou com a ironia? Mal pude perceber – retrucou secamente.

Parvati o ignorou. – A primeira coisa que fará amanhã é terminar com Lilá. E seja gentil. Por alguma razão ela gosta de verdade de você.

-Por que eu faria isso, exatamente?

Parvati tocou suavemente o rosto do rapaz. – Não me provoque, por favor, meu querido. Estarei certa de que não irá apreciar nenhum pouquinho do que farei.

-Eu gosto da Lilá!

Pela primeira vez, ela o fitou com sobriedade. – Talvez. Mas isso não é o bastante. O que pode oferecer não é suficiente. Lilá merece mais do que ser um prêmio de consolação, no máximo, quero dizer. Porque, sabemos que ela é apenas um instrumento para chamar atenção em suas mãos.

-Parvati...

-Por favor, nem comece. Não insulte minha inteligência com uma justificativa. Como pode ver, não sou tão condescendente quanto minhas amigas, ou mesmo Harry. Guarde sua lambia para alguém que esteja disposta a cair. Para o seu bem, afaste-se da Lilá. E, se você por alguma razão sequer pensar em machucar Hermione outra vez – a morena se aproximou, sua mão no ombro do rapaz para ter impulso para se levantar do sofá. - É bom correr, porque Ron, eu juro por Circe, vou caçá-lo. E então vai ter uma vida inteira arrependendo-se por não ter seguido meu conselho.

-É tão cheia de si, quase me surpreende. Mas, sinceramente? Não é como se eu tivesse medo de você, Parvati. Além disso, é uma escolha da Lilá e não sua, nunca sua, se quer ou não ficar comigo. Quanto à Hermione, você é amiga dela? Eu não me importo. Só não se mete onde não foi chamada, tudo bem? Me pergunto por que está tão ofendida, quando, como você mesma disse, ela não deu a mínima.

-Sempre me perguntei se era mera ilusão quando Lilá dizia que você "era um bom garoto", agora eu tenho a resposta – afirmou muito calmamente. - Bem, Ron, o que mais posso dizer? Venha com tudo. Porque, amor, estou me propondo a esmagá-lo como se fosse um inseto irritante. Vou fazê-lo durar e vou fazê-lo tão lentamente que vai implorar por misericórdia e quando esse momento chegar – e vai chegar – muito docemente vou mandá-lo se ferrar. Ah... E só pra você saber, se depois de tantos anos ainda não tenha ficado claro: ela sempre vai escolher o Harry.

Sem mais, Parvati se afastou. Merlim, ela estava com raiva, tanta raiva! Mas a última expressão que Ron viu em seu rosto fora triunfo. Podia gritar e atirar coisas e planejar uma estratégia diabólica quando estivesse a salvo dos olhos do ruivo, em seu dormitório. Aquele rapaz idiota. Oh ele ia pagar por mexer com os bebês dela. E cara, seria como um iceberg de encontro a sua cabeça – principalmente a parte submersa.

Mas primeiro – Parvati respirou fundo procurando pensar friamente – Primeiro, precisava dar uma passadinha no dormitório das meninas do sexto ano.

(Continua)

N/A: Ironicamente, estava sentindo falta do Ron. Estranho (eu que o diga).

Ainda assim, vamos combinar, não foi exatamente seu capítulo... Este capítulo, no mais, foi tenso para mim, cansativo, irritante mesmo. Espero que ao menos, tenha arrancado um ou duas risadas de vocês.

N/A 2: Eu me diverti horrores com as reações ao capítulo anterior. Vamos ver se consigo me superar mais a frente. Ha ha.