Os Marotos (N.O.Ms)
N.O.Ms
O Salão Principal estava repleto de pequenas mesinhas, substituindo as mesas das quatro Casas. E em cada uma dessas mesinhas, um aluno estava sentado prestando o exame de “Níveis Ordinários em Magia”.
-- Mais cinco minutos! – informou-lhes o Professor Flitwick.
Hermione já havia terminado a prova na primeira hora do exame, e notou que Snape terminou pouco depois que ela.
-- Descansem as penas, por favor! – esganiçou-se o Prof. Flitwick –, continuem sentados enquanto recolho os pergaminhos. Accio!
Assim que todos os pergaminhos encontravam-se sobre a mesa Flitwick liberou a saída de todos.
Snape saiu apressado em direção à porta do Saguão de Entrada, ainda absorto no próprio exame. Hermione ficou mais atrás, entre algumas garotas que a separavam de Tiago, Sirius e Lupin, mas conseguia ouvir a conversa deles, sem perder de vista Snape.
-- Você gostou da décima segunda pergunta, Aluado? – perguntou Sirius quando saíram no saguão.
-- Adorei – respondeu Lupin imediatamente, “Cite cinco sinais que identifiquem um lobisomem”. Uma excelente pergunta.
-- Você acha que conseguiu citar todos os sinais? – perguntou Tiago, caçoando com fingida preocupação.
-- Acho que sim – respondeu Lupin sério, quando se reuniram aos alunos aglomerados às portas de entrada para chegar ao jardim ensolarado. – Primeiro: ele está sentado na minha cadeira. Dois: ele está usando minhas roupas. Três: o nome dele é Remo Lupin.
Hermione viu Snape ir se acomodar na sombra de alguns arbustos nas proximidades do lago. Resolveu não o seguir, pois sabia que Snape não gostava de ser interrompido, ainda mais agora que estava estudando para o N.O.Ms de Transfiguração. Então ela estudaria em um dos bancos que ficavam as sombras do Castelo, ali ela tinha uma boa visão de todos que estivessem no lago, e principalmente uma boa visão de Snape.
Severo ficou pouco mais de meia hora estudando à sombra dos arbustos, mas logo decidiu ir para a biblioteca, pois o barulho dos demais alunos o atrapalhava.
-- Estou chateado. Gostaria que fosse lua cheia. Disse Sirius.
-- Você gostaria – disse Lupin sombrio por trás do livro que lia. – Ainda temos Transfiguração, se está chateado poderia me testar. Pegue aqui... —e estendeu o livro.
Mas Sirius deu uma risada abafada.
-- Não preciso olhar para essas bobagens, já sei tudo.
-- Isso vai animar você um pouco, Almofadinhas – comentou Tiago em voz baixa. – Olhem quem é que...
Sirius virou a cabeça. Ficou muito quieto, como um cão que farejou um coelho.
-- Excelente – disse baixinho. – Ranhoso.
Snape estava em pé, guardando seu material na mochila e começou a caminhar em direção ao Castelo.
-- Tudo certo, Ranhoso? –falou Tiago em voz alta.
Snape reagiu tão rápido que parecia estar esperando um ataque: deixou cair a mochila, meteu a mão dentro das vestes e quando sua varinha já estava metade para fora Tiago gritou:
-- Expelliarmus!
A varinha de Snape voou quase quatro metros de altura e caiu com um pequeno baque no gramado às suas costas. Sirius soltou uma gargalhada.
-- Impedimenta! – disse, apontando a varinha para Snape, que foi atirado no chão ao mergulhar para recuperar a varinha caída.
Os estudantes ao redor viraram para assistir. Alguns haviam se levantado e foram se aproximando. Outros pareciam apreensivos, ainda outros, divertidos.
Snape esta no chão, ofegante. Tiago e Sirius avançaram empunhando as varinhas, Tiago, ao mesmo tempo espiando por cima do ombro as garotas à beira do lago. Rabicho se levantou assistindo à cena avidamente, contornando Lupin para ter uma perspectiva melhor.
-- Como foi o exame, Ranhoso? – perguntou Tiago.
-- Eu vi, o nariz dele estava quase se encostando ao pergaminho – disse Sirius maldosamente. – Vai ter manchas enormes de gordura no exame todo, não vão poder ler nem uma palavra.
Várias pessoas que acompanhavam a cena riram; Snape era claramente impopular. Rabicho soltava risadinhas agudas. Snape tentava se erguer, mas a azaração ainda o imobilizava; ele lutava como se estivesse amarrado por cordas invisíveis.
-- Espere... para ver – arquejava, encarando Tiago com uma expressão de mais pura aversão –, espere... para ver!
-- Espere para ver o quê? – retrucou Sirius calmamente. -- Que é que você vai fazer, Ranhoso, limpar seu nariz em nós?
Snape despejou um jorro de palavrões e azarações, mas com a varinha a três metros de distância nada aconteceu.
-- Lave sua boca – disse Tiago friamente. -- Limpar!
Bolhas de sabão cor-de-rosa escorreram da boca de Snape na hora; a espuma cobriu seus lábios, fazendo-o engasgar, sufocar...
-- Deixem-no em Paz!
Tiago e Sirius se viraram. Tiago levou a mão livre imediatamente aos cabelos.
Era uma das garotas à beira do lago.
-- Tudo bem, Evans? –disse Tiago, e o seu tom de voz se tornou agradável, mais grave e maduro.
-- Deixem-no em paz – repetiu Lílian. Ela olhava para Tiago com todos os sinais de intenso desagrado. -- Que foi que ele lhe fez?
-- Bom – explicou Tiago, parecendo pesar a pergunta –, é mais pelo fato de existir, se você me entende...
-- Você se acha engraçado – disse ela com frieza –. Mas você não passa de um cafajeste, tirano e arrogante, Potter. Deixe-o em paz.
-- Deixo se você quiser sair comigo, Evans – respondeu Tiago depressa. -- Anda... sai comigo e eu nunca mais encostarei uma varinha no Ranhoso.
-- Eu não sairia com você nem que tivesse de escolher entre você e a lula - gigante – replicou Lílian.
-- Mau jeito, Pontas – disse Sirius, animado, e se voltou para Snape. -- OI!
Mas tarde demais; Snape tinha apontado a varinha diretamente para Tiago; houve um lampejo e um corte apareceu em sua face, salpicando suas vestes de sangue. Ele girou: um segundo lampejo depois, Snape estava pendurado no ar de cabeça para baixo, as vestes pelo avesso revelando pernas muito magras e brancas e cuecas encardidas.
Muita gente na pequena aglomeração aplaudiu: Sirius, Tiago e Rabicho davam gargalhadas.
Lílian, cuja expressão se alterara por um instante como se fosse sorrir, disse:
-- Ponha ele no chão!
-- Perfeitamente – e Tiago acenou com a varinha para o alto; Snape caiu embolado no chão. Desvencilhou-se das vestes e se levantou depressa, com a varinha na mão, mas Sirius disse: “Petrificus Totalus”, e Snape emborcou outra vez, duro como uma tábua.
-- O DEIXEM EM PAZ! – berrou Lílian. Puxou a própria varinha. Tiago e Sirius a olharam preocupados.
-- Ah, Evans, não me obrigue a azarar você. —pediu Tiago sério.
-- Então desfaça o feitiço nele!
Tiago suspirou profundamente, então se virou para Snape e murmurou um contra-feitiço.
-- Pronto – disse, enquanto Snape procurava se levantar. -- Você tem sorte de que Evans esteja aqui, Ranhoso...
-- Não preciso da ajuda de uma Sangue-Ruim imunda como ela!
Lílian pestanejou.
-- Ótimo – respondeu calmamente. -- No futuro, não me incomodarei e eu lavaria as cuecas se fosse você, Ranhoso.
-- Peça desculpa a Evans! – berrou Tiago para Snape, apontando-lhe a varinha ameaçadoramente.
-- Não quero que você o obrigue a se desculpar – gritou Lílian voltando-se contra Tiago. -- Você é tão ruim quanto ele.
E, virando as costas, ela se afastou depressa.
-- Evans! – gritou Tiago. -- Ei, Evans!
Mas Lílian não olhou para trás.
-- Qual é o problema dela? – perguntou Tiago, tentando, mas não conseguindo fazer parecer que fosse apenas uma pergunta sem real importância para ele.
-- Lendo nas entrelinhas, eu diria que ela acha você metido, cara. – disse Sirius.
-- Certo – respondeu Tiago, parecendo furioso.
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N.A. Aqui utilizei a parte da briga "real" que Harry assiste da penseira, entre seu pai (Potter) e Snape.
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