Código Vermelho




- Shiu, você vai acordar ele! – Tartamudeou a voz conhecida de Hermione Granger.

- Mas é você que está falando! – Exclamou Rony impaciente.

- Ei, crianças! Aqui não é lugar para se discutir! Saiam daqui se não irão obedecer às regras. – Tachou Madame Pomfrey impaciente depositando a bandeja com poções sobre a mesa de cabaceira.

- Quando ele irá acordar? – Indagou Mione preocupada. – Está assim faz três dias!

- Espere... Olha ali! – Falou Rony apontando para o rosto do adormecido.

Harry contraiu a cara confuso. Onde estava mesmo? O rosto de Hackbow passou rapidamente por sua mente. “Eu estava com Hackbow a cinqüenta quilogm... mentores... Qual é a palavra certa? Quilômetros de Hogwarts... Eu estava entrando na cabana dele quando...” Repentinamente Harry abriu os olhos focando o teto de pedras da enfermaria. Rony e Hermione estava parados ao lado de sua cama, encarando-o surpresos e também felizes.

- Harry! Você acordou! – Exclamou a amiga preparando para dar-lhe um abraço, porém Pomfrey impediu que continuasse.

- Não! Nada de contatos até ele sair daqui. – Reclamou a mulher rispidamente. – Essa é uma ala hospitalar, lembram-se?

Mione fechou a cara para a mulher, voltando a olhar afetivamente para Harry.

- É, estávamos preocupados contigo! – Disse Rony eufórico, depois de alguns segundos ele fechou o semblante também. – Nós sentimos muito, Harry...

Rony lançou um olhar penado para Mione. Madame Pomfrey tocou a testa de Harry com a mão direita, mediu a temperatura e depois mediu a dosagem de Xarope de Unicórnio australiano no copo, misturou com a água do jarro e estendeu para o garoto. O vampiro sentou doloridamente e apanhou o copo, focando os pés descobertos confuso. “Eu estava na zona Leste da Floresta Proibida! Como vim parar aqui?”

- Beba isso. – Ordenou Madame Promfrey cruzando os braços impaciente.

Harry levou o copo até a boca e bebeu o xarope horroroso de gute-gute. Quando ele terminou, Pomfrey pegou o copo, juntou a bandeja e se retirou. Antes de adentrar sua saleta, olhara para Rony e Hermione.

- Vocês têm mais meia hora. – E depois saiu.

- Essa mulherzinha nunca esteve tão chata!

- Há quanto tempo estou aqui? E como vim parar aqui? – Perguntou Harry subitamente.

- Você está há três dias na enfermaria adormecido. Dumbledore proibiu os professores de passar qualquer informação...

- Mas nós procuramos por Romulos, ele disse tudo porque sabíamos que não íamos parar. – Argumentou Rony coçando a nuca. – Você foi encontrado num bosque junto com Firenze e quatro Androgares mortos. Romulus disse que você estava com correntes nos pulsos e sujo de sangue! Nós sentimos muito por Firenze...

- Não pode ser! – Interrompeu Harry. – Eu estava na área Leste da Floresta Proibida com Hackbow!

- Hackbow? – Repetiu Mione arregalando os olhos. – Eu ouvi mesmo Hackbow? Você está louco? É impossível que você conheça Sam Hackbow!

Rony e Harry fizeram cara de que não entenderam.

- Quem é Hackbow?

- Um caçador, Rony. Ele foi o primeiro morador da floresta Proibida, ele caçava criaturas para o ministério da magia estuda-las depois. Era um homem muito ambicioso e passivo com qualquer tipo de destruição. – Explicou a garota de cabelos castanhos. – Mas ele morreu em 1923 engolido por um dragão verde da Terra! Por isso é impossível...

- O dragão que tentou me... – Balbuciou Harry. – Mas eu o vi! Ele disse que tinha me encontrado abandonado num bosque longe de Hogwarts e sujo de sangue! Até me levou para sua cabana e me deu peru assado.

Mione soltou uma risada sarcástica.

- Desculpe, mas isso é impossível! À menos que você tenha voltado no tempo algumas décadas, não é possível que você coma peru assado com Hackbow.

- Espera... Antes de começarem a discutir... – Interceptou Rony. – Conte-nos exatamente o que aconteceu, Harry. Você sumiu por três dias antes de ser encontrado! Nos disseram que você foi fazer uma visita ao ministro da magia! Uma grande mentira, não foi?

Harry respirou fundo, coçando a cabeça. Narrara à história, desde quando saíra de seu quarto com Edwiges, até a tal história com Hackbow, com exceção da luta com os Androgares que não lembrara. No final, o trio não teve tempo de fazer conclusões pois Pomfrey retirara-os da enfermaria aos empurrões.

- Ele precisa descansar. – Dizia ela. – Vamos! Xô! Vocês tem aula!

- Mas hoje é sábado! – Defendeu-se Rony.

- Não quero saber! Saiam! Eu mandei vocês saírem!

- Nos vemos depois Harry!

Hermione abriu a porta, deptarando com Gina Wesley. A garota corou imediatamente, engolindo em seco por ser encontrada espionando.

- Gina! – Estranhou Rony. – O que você está fazendo aqui?

- Eu... Eu... – “Pensa rápido Gina ou você será descoberta. Eles não podem saber que eu estava espionando.” – Vim ver Harry, ué. Não posso?

- Er.. Não? – Birrou o Wesley.

- Chega de visitas por hoje... – Sentenciou madame Pomfrey fechando a porta nas costas do trio de amigos.

- Essa mulher está com a macaca hoje. – Resmungou Hermione colocando as mãos nos bolsos.

- Vamos fazer a tarefa de Poções e DCAV, procure o que fazer Gina.

A Wesley saíra sem retrucar. Rony e Mione se encararam, seguindo pelo corredor até à biblioteca. Harry permanecera na enfermaria pensativo, se havia sido descoberto logo depois de ter desmaiado, como fora parar com Hackbow? Quem era realmente este homem? Era muito mais do que um caçador morto, afinal, o vira, conversara e fora salvo por ele. Horas depois, no inicio da noite, a porta da enfermaria abrira trazendo a visita de alguém indesejável para Harry.

- Eu preciso falar com Harry. – Disse a vampira ignorando os protestos de Pomfrey. – Dumbledore me mandou aqui.

Pomfrey fechara os pulsos, saindo da ala bufando irritada. Ângela aproximara-se da cama de Harry sobre os olhares acusadores do mesmo.

- Desculpe, Harry...

- “Desculpe, Harry”? – Repetiu Harry em tom zombeiro. – É isso que você diz? Me deixa três dias numa floresta perigosa, amarrado, sem água, sangue, comida ou ajuda?

- Fazia parte do treinamento que passasse por isso. – Defendeu-se Ângela. – E você conseguiu concluí-lo, não conseguiu?

O vampiro riu.

- Ah, claro! Eu concluí... Mas se não fosse por Firenze eu estaria morto! E no caso, ele morreu em meu lugar! Você é louca, Ângela, louca! – Exclamou Harry Indignado e repleto de ira. – O que você pretendia fazer me colocando lá? Matar?

Graças à vampira o centauro estava morto.

- Eu o vi morrer! Eu lembro de vê-lo perder a vida como Cedrico. Quantas pessoas mais eu vou precisar ver morrer para que as pessoas acreditem em mim? – Urrou Potter. – E mesmo assim eu sempre encontro imprevistos! Jornais, ministros e o que quer que seja falam que eu sou um monstro. Acho que agora eu entendo o que eles querem dizer: “Harry Potter, o garoto que sobreviveu é um monstro que deixou Cedrico, Firenze e os próprios pais morrerem porque não podia defendê-los!” Claro que eu não podia, Ângela! Olhe para mim... Eu sou só um bruxo com uma cicatriz! Ou era... Porque graças a você eu sou um monstro com dentes sanguinários.

- Acalme-se... – Pediu a vampira calmamente.

- Haha.... – Harry rira mais uma vez irônico. – Eu estou cansado de ter as pessoas dizendo o que eu devo fazer! Até agora eu não vi ninguém se sacrificar por ninguém nesse “jogo da vida” entre vampiros e bruxos. Essa guerra é uma piada! E você é a idiota que cai nessa como todos!

Ângela avançou contra Harry e pôs a mão em seu pescoço, apertando brutalmente. Os olhos dela cintilaram raivosos.

- Cuide com as suas palavras, Harry. Eu fiz o que era certo... E não é que você está mudando?

Instantaneamente os olhos de Harry brilharam em um tom esverdeado, assombrando ela. Seus caninos sobrepunham os lábios finos. A mão pálida do bruxo agarrou o pulso fino de Ângela, apertando com uma força desumana. Harry estava cansado de todas as pessoas que diziam saber mais do que ele sobre ele mesmo... Depois daquela noite, ele entendia o próprio potencial. Não queria mais ver ninguém morrendo por sua causa... Se todos lutavam, porque ele não podia? Ângela fora obrigada a soltar o pescoço de Harry.

- Marque minhas palavras... Ninguém mais vai morrer por mim...

E desmaiou. Ângela apertou o pulso machucado pensativa, liberando um sorriso no final.

- Funcionou melhor do que eu esperava.

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Logan, o vampiro russo de cabelos castanhos avermelhados, e Mael, o moreno zangado, trocaram olhares rápidos enquanto passavam pelo centro de Londres. Gabriel, o vampiro oriental de cabelos azuis e olhos mel, mantinha a vigia do topo do prédio. O centro da cidade estava lotado devido ao show de uma banda de rock americana, preocupando o clã de vampiros liderado por Ângela.

- Você acha mesmo que eles estarão aqui? – Perguntou Mael preocupado. – Até agora não vi nenhum...

- Creio que sim, esse lugar está repleto de aurores. – Ponderou Logan analítico. – Você acha que eles iriam perder uma oportunidade como essa? Olhe quantos trouxas! Nunca vi tantos em minha vida.

Mael empurrou um amontoado de crianças que atrapalhava sua passagem. Susan, exibindo-se para um grupo de jovens trouxas, mantinha sua atenção além dos rapazes cheios cegos por hormônios masculinos. O clã de Ângela estava atento e obediente, a líder tinha mandando o grupo fazer uma vigia no show aberto ao público e garantir segurança para a maioria dos trouxas.

- Não entendo... – Desabafou Logan. – Ângela sabe que jamais conseguirá ir contra as vontades de Alberon, então porque nos mete nisso?

- Não se faça de tolo, está nessa porque quer. Sabe que o nosso clã é passivo com bruxos e trouxas.

- Passivos vírgulas... – O russo riu maliciosamente. – Também gostamos de comê-los.

- Com bastante molho tártaro. – Emendou o moreno. – Então, como acha que está o vampiro Harry Potter?

- Não sei, Ângela não nos falou mais nada... Eu vi muito potencial no garoto. Acho que ele tem algo que nós não temos...

- O que?

- Sangue de graça.

- Sangue de graça... – Repetiu Mael sarcástico. – Como se eu fosse trocar minhas caçadas por bolsas de sangue.

Gabriel liberou um assobio audível apenas para o grupo de vampiros vigilantes no exato momento em que a banda adentrava no palco. A gritaria e euforia foram gerais, quebrando momentaneamente a comunicação entre aurores e vampiros. Mal as caixas acústicas começaram a reproduzir as músicas, centenas de olhos vermelhos acenderam-se entre as multidões.

- Logan! – exaltou-se Mael. – Olhe quantos deles! Estão por toda a parte... Eu não esperava essa quantidade absurda de vampiros unidos!

Algumas exclamações de pânico foram abafadas pelas músicas. Susan surgia logo atrás dos dois parceiros.

- É um código vermelho! Código vermelho, Mael! Você tem noção disso?

Mael arregalou os olhos. As luzes emanadas dos holofotes atrasavam o ataque dos vampiros eufóricos.

- Como pode ter tanta certeza?

- Cayus esta aqui a pedido de Ângela também... Ele disse que Alberon ordenou a formação Código vermelho.

- Vamos ter que recuar. – Alegou Logan. – Se Alberon nos ver lutando contra um código vermelho irá pedir por nossas cabeças. Ângela terá de nos desculpar, mas não poderemos fazer nada está noite. Isso ficará só para os Aurores!

- Ainda está para nascer aquele que irá deter o código vermelho...

- Talvez esse alguém já tenha nascido. – Emendou Gabriel juntando-se ao grupo e batendo em retirada.

Os gritos de pânico e medo tornaram-se audíveis quando os primeiros vampiros saltaram sobre os holofotes, destruindo-os com poucos golpes.


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O salão principal estava lotado para o café da manhã. Alunos de todas as casas dividiam as mesas com colegas mais novos e velhos, trocando informações matutinas. Todos os professores, com exceção de Dumbledore, tinham seus lugares na mesa principal. Quando Harry adentrou o salão atrasado foi acompanhado pelos olhares curiosos de praticamente todo o salão, atiçando o burburinho de fofocas imediatamente. Rony e Mione acenaram da outra extremidade da mesa. Harry apressou-se, tomando seu lugar entre Mione e Gina.

-Não ligue, Harry... – Pediu Gina. – Eles não sabem ainda sobre Firenze, então não se preocupe com as perguntas.

- Como você sabe sobre Firenze? – Tartamudeou Rony indignado.

Gina corou e baixou o rosto.

- Harry, pensamos em te buscar na enfermaria, mas, como monitores, fomos obrigados a juntar TODOS os alunos das casas e traze-los para cá. Parece que Dumbledore quer passar um aviso!

Mione deu de ombros, constrangida. O vampiro serviu-se de pão com manteiga e geléia de rins. “Que tipo de aviso Dumbledore que passar? Terá algo em relação à guerra?” Perguntou Harry mentalmente trocando olhares rápidos com Draco Malfoy na mesa da Sonserina. Uma coruja magrela e depenada adentrou voando o salão com dificuldade, circulou pelas mesas e atirou-se no colo de Gina, escondendo-se entre seus braços. A garota, constrangida porque todos os olhares estavam voltados para ela, tentou apanhar o jornal.

- Uma coruja? – Indagou Rony confuso. – Onde estão as outras?

- Acho que você não gostaria de saber... – Argumentou Mione apontando para o alto.

Dezenas, ou melhor, centenas de corujas apertavam-se para adentrar pelas janelas do salão. Haviam de todas as cores, tamanhos, volumes carregando centenas de pacotes. Um “abaixem-se” gritado por um aluno da Corvinal foi obedecido por muitos alunos, que abaixaram-se para defenderem-se da revoada de animais enlouquecidos. Envelopes, pacotes, cartas e penas eram atiradas sobre os alunos como uma chuva. Rony abaixara-se à tempo de evitar que uma caixa destina para Simas acertasse seu rosto. Harry e Gina foram para baixo da mesa, enquanto Hermione gritava apavorada com uma coruja caída em seu prato de torradas. As aves mais frágeis, velhas e desengonçadas eram atiradas sobre os pratos de comidas. O pânico e a loucura do movimento só apaziguou minutos depois na saída das corujas que tinham realizado seus trabalhos. Gina agarrou o braço de Harry, esticando-lhe um envelope preto.

- Olhe, é para você... Estava aqui no chão.

O vampiro segurou a mão dela, juntou a carta e agradeceu com um sorriso.

- Obrigada Gina!

A menina corou voltando rapidamente para seu lugar na mesa. A coruja em seus braços ainda segurava a carta enviada por sua mãe. Harry também sentara, procurando visualmente por Rony e Hermione. A garota de cabelos encaracolados estava recoberta de penas e pedaços de pães, o jornal aberto sobre a mesa e uma palidez mórbida no rosto. Rony resmungava por ter recebido uma titicada no ombro.

- Mione? – Indagou Gina. – Você está bem? Os pássaros já foram!

- Pelo menos só tem penas em você... – Resmungou Rony irritado.

- Não é isso... – Disse Hermione quase sem voz.

Harry apanhara o jornal imediatamente da mão da amiga. O salão silenciou imediatamente quando dezenas de alunos abriam os jornais recebidos. A maioria tinha ganhado um exemplar dos próprios pais que, preocupados em manter os filhos atentos, transmitiam as noticias diariamente.

- Harry... – Gemeu Hermione.

- O que foi? – Perguntou Rony preocupado. – O que tem aí!?

Harry correu os olhos pelo artigo da primeira página, lendo em voz alta para os amigos.

- “Chacina vampírica em Londres”, “Na noite anterior, o que começaria com um simples show aberto ao publico para trouxas tornou-se uma chacina publica para quem quisesse ver. Centenas de vampiros uniram-se para realizar o maior ato brutal de todos os tempos que nem Você-Sabe-Quem fora capaz de realizar. Ao todo foram trezentos e cinqüenta e sete vítimas brutalmente assassinadas, cento e vinte feridos e sessenta e oito raptados. Nem os aurores contratados para vigiarem o show foram suficientes para segurar o desastre que marcaria a data de hoje... (...)

Hermione tremia freneticamente. Rony, em choque, deixara cair às cartas enviadas por sua mãe.

- Isso é... – Gina procurara as palavras, mas não encontrara.

- “Código vermelho, a cor que o ministro não vê”, “Essa manhã, o ministro Rufus Scrimgeour não encontrou explicação para a chacina e preferiu não dar nenhuma palavra. Segundo o porta voz Roberto Luckzfolmer, medidas drásticas seriam tomadas e transmitidas para todos os bruxos. Uma edição especial, conhecida como Código Vermelho da Magia será enviada para todas as residências amanhã pela manhã, portanto estejam atentos para receberem seus exemplares com as devidas informações, esclarecimentos e dicas para a sua segurança.”

- Esse ministro é um imbecil! – Estourou Rony indignado. – Como ele não dá nenhuma explicação? Olha essas mortes... São muitas! Como ele não vê? Não enxerga?

- Rony... – Hermione dera mais um sibilo de lábios.

Ninguém ousava a falar naquele instante. Alvo Dumbledore adentrava ao salão trajando vestes tão negras quanto a própria escuridão. Seus olhos estavam abatidos, suas expressões não eram tão alegres como de costume. Ele erguera a mão para o alto e todo o salão fora revestido por bandeiras escuras e vermelhas, arrancando algumas exclamações dos alunos chocados.

- É hora da verdade. – Disse Gina. – Acho que Dumbledore vai nos falar algo importante...

- Posso dizer o mesmo. – Concordou Harry.

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