Não, você não sabe.



Eu li. Cada palavra fútil e idiota. Cada uma das letras que formavam as frases.
Nunca fui de chorar.
Eu sempre estive mais pra sorrisos diabólicos.
E se você achou que isso fosse me ferir.
Parabéns Black, você conseguiu.
Não canso de lembrar o quão imbecil você é; com a sua mania estúpida de sorrir de canto de lábio, o jeito quase sempre cínico, pós-irritante.
Sempre com uma resposta sedutora na ponta dos lábios. Com suas mãos seguras quando me puxavam para si.
Eu não cedi. Não de primeira.
Nós nos odiávamos, até que nos tornamos desafios particulares.
Ninguém perdia nos nossos jogos, talvez porque fôssemos as peças.
Tudo é uma questão de destino.
Linhas simétricas nunca poderiam se entrelaçar; e ainda assim eu fui sua...
Por alguns segundos.
Há tantas formas de deliberar esse deslize, que se tornou banal explicar.

Ontem você disse:
- Esse não é o momento certo pra nós.


Mas o que você sabe sobre o tempo, Black?
O tempo não é nada. É só uma droga que a vida usa pra nos cegar. “a dor passa, o tempo cura, o tempo voa, blábláblá”. O tempo é sempre aqui. Aqui e agora, compreende? O resto são lembranças ou planos.
Aliás, você é só um cara, um conquistador metido a besta, metido a nada.
Não entendo como isso pôde acontecer.
Não é como se realmente tivéssemos sido amigos ou qualquer coisa mais profunda.
Você segurava minhas mãos, você derrubava esses muros e assim nos destruíamos.
Porque sentir é como morrer, e todas as coisas vivas se deterioram.
Um dia a mais, um dia a menos, é somente um novo pecado pra se alojar em nossas lembranças.
Pra mim tanto faz se você escolheu os seus amigos estúpidos, porque eu também já fiz minhas escolhas.


Bellatriz Lestrange.


 ps: Isso nunca significou nada. Apenas queime.


 

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