CAPÍTULOS 46 E 47
CAPÍTULO 46: CONSIDERAÇÃO
— Ainda me lembro quando conheci vocês. — dizia Hagrid quando passeávamos pela floresta. Sorrimos os três, ou pelo menos eu e Rony, já que Harry andava mais a frente meio afastado. — O maior grupo de desajustados que já vi. — nossos sorrisos se desmancharam, mas logo após deram lugar para risadinhas. — Creio que vocês também se lembrem. E aqui estamos quatro anos depois.
— E ainda somos um grupo de desajustados. — brincou Rony.
— Talvez sim, mas nós temos uns aos outros. E Harry, é claro. — ao ouvir seu nome, desligou-se um pouco de seus devaneios e olhou para trás sorrindo. — Em breve, o mais jovem campeão do Torneio Tribruxo da história. — virou-se de volta meio sério. Ele odeia quando falamos sobre o Torneio, mas Hagrid não sabia disso.
— E ai? O que foi Harry? — perguntei animada ao seu lado, mas ao olhar para o que ele tinha achado, meu pulso esquerdo começou a queimar. Eu sabia que ele iria começar a sangrar. Droga. Mas o que ele achou foi o cadáver do Sr. Crouch. Lembro-me da dor de cabeça que tive da outra vez. Agora ela se repetiu só que com menos intensidade. Só me lembro daquela cena horrível do corpo de Bartolomeu Crouch com uma cara de espanto, provavelmente de saber do assassino e logo após receber um Avada Kedavra.
O salão era grande e abarrotado de gente. Gente essa que estava bem mais nova que a atualidade. Vovô, Olho-Tonto, Sr. Crouch, Rita, etc. Todos formavam um círculo enorme em volta de uma gaiola onde só uma pessoa caberia mais pilhas e pilhas de papéis em volta.
O burburinho era grande, mas parou automaticamente ao ver uma pessoa entrar na tal gaiola por baixo. Estava meio escuro ali e não pude ver o rosto, mas me parecia ser um Comensal da Morte ou algo ligado a isso.
— Igor Karkaroff, você foi trazido de Azkaban por vontade própria. Se seu depoimento apresentar conseqüências, o Conselho pode estar preparado para sua libertação imediata. Até que isso ocorra, você permanecerá sob guarda do Ministério como um Comensal da Morte. Aceita estas condições? — dizia o Sr. Crouch como uma monótona introdução.
— Sim, senhor. — a voz fria e rouca, mas ao mesmo tempo piedosa de Karkaroff ecoou pelo tribunal.
— E o que quer apresentar?
— Eu tenho nomes, senhor. Havia um Rosier. Evan Rosier.
O Sr. Crouch esperava impacientemente seu assistente achar o papel com a ficha do homem que eu não faço a mínima idéia de quem seja. Sou meio desligada nessa área... Ao ver a ficha, Sr. Crouch declarou:
— Rosier está morto.
— Morto? — espanto surgiu na voz do atual diretor de Durmstrang. — Não sabia.
— Se é tudo o que tem a declarar...
— Não, não, não. Também tinha o Roockwood. Ele era um espião.
— Augusto Roockwood, do Departamento de Mistérios? — enquanto todo esse interrogatório acontecia, Rita Skeeter não podia perder a chance de anotar absolutamente tudo o que falavam com aquela cara de besouro dela.
— Sim, ele mesmo. Ele passava informações de dentro do Ministério para Você-Sabe-Quem. — qual é o problema das pessoas em dizerem o nome dele? Nunca devemos ter medo de um simples nome. Fala sério.
— Muito bem, o Conselho deliberará. — o Sr. Crouch disse como se não acreditasse na palavra do prisioneiro.
— Enquanto isso, você retornará para Azkaban.
— Não, espere. Por favor. — agora o pobre coitado estava gritando feito um desesperado. Não fazia idéia de que Azkaban era tão horrível. — Eu tenho mais. Snape. Severo Snape.
— O Conselho está consciente que já testemunhei sobre esse assunto. — Dumbledore levantou-se com toda sua calma fluindo pelo ar, criando uma atmosfera um tanto estranha. — Severo Snape foi de fato um Comensal da Morte. Porém voltou para o nosso lado antes da queda de Lord Voldemort — só de escutar o nome, alguns já se arrepiaram e mexeram-se desconfortavelmente — e se transformou em nosso espião se expondo a um grande perigo.
— É mentira! — Karkaroff gritava revoltado.
— Ele é tão Comensal da Morte quanto eu. — completou o diretor de Hogwarts como se não tivesse ocorrido nenhuma interferência em seu discurso.
— Severo Snape trabalhava para o Lord das Trevas!
— Silêncio! — finalmente o Sr. Crouch resolveu colocar ordem no galinheiro... — A não ser que a testemunha apresente um nome que possa realmente trazer conseqüências, esta sessão está encerrada.
— Oh, não, não, não. — o Sr. Karkaroff falava calmamente com uma cara de estou-tentando-me-lembrar-de-algo-para-me-vingar-de-você. — Sei de mais um.
— O que é?
— Um nome.
— Sim.
— Eu sei que essa pessoa participou da prisão, e por meio da Maldição Cruciatus torturou o auror Frank Longbottom e sua esposa. — os pais do Neville? Desgraçado! Um homem de meia idade com os cabelos emplastados de gel estilo Draco Malfoy nos primeiros anos de escola magro e moreno levantou-se calma e discretamente.
— O nome, diga o nome do infeliz.
— Bartô Crouch Júnior. — todos ficaram boquiabertos e o homem partiu para cima da gaiola com esperanças de agredir Karkaroff, mas ao passar por uma pilha de papéis, os mesmos foram atingidos por um feitiço vindo da varinha do Sr. Moody. Muitos o seguravam enquanto ele se debatia incontrolavelmente.
— Tirem suas mãos imundas de cima de mim, seus homenzinhos patéticos. Olá, papai. — um sorriso malvado e demoníaco de dar medo contornou seus lábios.
— Você não é meu filho. — respondeu ele em estado de choque.
Acordei ofegante. Mas o que era aquilo? Igor Karkaroff era um Comensal da Morte? O filho do Sr. Crouch era um Comensal da Morte? Será que isso tem algo a ver com a morte do Sr. Crouch? Será que o Sr. Crouch foi morto pelo próprio filho? Ok, vou parar de repetir palavras. Mas, ele está em Azkaban, não?
Tentei dormir novamente, mas era impossível. Não conseguiria com essas perguntas rodeando minha cabeça. Levantei-me e notei que estava quase na hora de acordar mesmo. Tomei um banho quente a fim de minhas preocupações, assim como a água fossem embora através do ralo. Funcionou. Foi como se aquele sonho tivesse partido.
Arrumei-me e desci para o café. Dino veio na minha direção enquanto eu entrava no Salão Principal e me abraçou pelos ombros.
— Então artilheira, apostei cinco galeões em você. Arrebenta eles!
— O quê?
— Oras, o jogo de Quadribol hoje.
Dei um sorriso amarelo, escapei dele e fui em direção a Harry decidida. Mal sentei-me na mesa e comecei a falar raivosamente enquanto me servia do meu café-da-manhã:
— Como assim hoje tem jogo e ninguém me avisa?
— Hermione, você não está nem aí para os jogos. Nem aos treinos você vai. — respondeu ele calmamente.
— Mas pelo menos a tabela dos jogos eu tenho o direito de saber! Tenha um pouco de consideração por mim ou...
— Ou o quê, hein? O quê você vai fazer? Sair do time? Nem se você quisesse conseguiria isso. Além do mais, quem deve ter o mínimo de consideração por alguém é você! Não vai aos treinos, tudo que se trata de Quadribol simplesmente ignora ou menospreza e ainda quer que eu te mantenha informada? Tenho mais o que fazer, Hermione. — explodiu ele e voltou a comer irritado.
— Ah é? Então experimente jogar sem mim hoje, pois agora mesmo eu me recuso a jogar e não será você nem Gina que me convencerão do contrário! Eu também tenho mais a fazer fora do glorioso mundo do Quadribol! Que esporte ridículo! Quer saber? Perdi a fome. — levantei-me e saí pisando duro. Sabia que se ficasse mais um pouco lá, me arrebentaria em meio às lágrimas, e isso é a última coisa que eu queria.
Fui até a Estufa e aproveitei meus períodos livres da manhã para compor algumas músicas. Minha carreira não pode se arruinar. Pensando no Baile de Inverno (que já faz tempo) e no Krum (não sei como ele veio à minha mente) construi uma chamada “I wanna dance with somebody who loves me”.
Cheguei à conclusão de que Cho Chang está ocupando o meu lugar no mundo do meu irmão. Todos os segredos que achei que pertenciam só a nós dois, tudo que eu pensei que ficasse sempre o mesmo e agora olho e está tudo diferente; o comportamento dele, suas preocupações, tudo! Eu não a conhecia. Ela foi minha melhor amiga um dia, mas para fazer o que fez, provou não valer nada. “Who’s that girl” fala sobre isso.
N/A: Aguardem o próximo capítulo aqui...
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