CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 7: O (MALDITO) OVO DO DRAGÃO
Eu e Cedrico tivemos momentos ótimos compondo a música. Decidimos colocar o nome de “Jericho”, que é um lugar que inventamos quando éramos crianças (no ano em que entrei para Hogwarts e descobri que ele era meu irmão). Um dia antes da primeira tarefa, nós a gravamos. Mas, conforme as horas iam passando, eu ficava cada vez mais nervosa.
Para minha infelicidade, o dia e a noite passaram rápido. Até demais. Não estava nos meus planos comparecer a primeira tarefa, mas Cedrico acabou me convencendo...
Flashback
— E ai? Comparecerá a minha vitória na primeira tarefa amanhã, né? — perguntou meu irmão ao sairmos do estúdio de gravação.
— Cedrico, eu... — disse após respirar fundo.
— Tudo bem, tudo bem. — ele me interrompeu. — Você não precisa ir, se não quiser. Afinal, não vai perder nada de importante... Só o fato de que se eu me machucar, ninguém vai se importar em me socorrer a não ser a minha maninha querida que não quer mais saber do velhote do seu irmão... — ele parou no momento em que subi na cacunda dele e disse em seu ouvido:
— Tá bom. Você venceu. Eu assisto a essa porcaria. Mas se você se machucar ou algo assim, terá que me dar um presente. — e beijei sua bochecha. Ele não percebeu, mas na hora em que o beijei, conjurei um feitiço bem simples para algo bem difícil: eu sentiria 75% de sua dor por dois dias.
Fim do Flashback
Já estávamos esperando a primeira tarefa começar há 15min e nada. Ron já estava resmungando que o torneio não estava bem organizado e blá, blá, blá. Não me agüentei. Tive que levantar.
— Aonde você vai? — pergunta Rony pegando meu pulso.
— Ao banheiro.
Na verdade, eu não estava indo ao banheiro coisa nenhuma. Fui até a cabana onde os Campeões estavam. Na entrada haviam seguranças que não deixavam ninguém passar, então, tentei por outro caminho. Não sei como, mas, antes de tentar entrar, respirei fundo e senti um cheiro muito conhecido que estava bem próximo ao lugar onde eu me encontrava: o de Harry. Ele tinha um cheiro de café com sabonete para pele seca.
— Pss — chamei aos cochichos através da parede de pano que estava entre nós. Nenhuma resposta. — Pss! — fiz um pouco mais alto e senti algo se encostar na parede de pano. — Harry, é você? — que pergunta idiota. Mas, como ele não sabia que eu sabia que era ele...
— Sim. — respondeu ele com uma voz meio rouca.
— Sente-se bem? — ele balançou a cabeça em sinal de mais ou menos. “Estaria melhor fora desse concurso idiota e com você ao meu lado me explicando pela enésima vez a lição de casa” pensou ele. Eu sei que é errado ficar xeretando os pensamentos dos outros, mas foi involuntário. — Só precisa se concentrar. — disse após alguns segundos de hesitação. — Depois é só...
—... Derrotar o dragão. — completou ele.
Não sei o que me deu, mas senti uma imensa vontade de abraçá-lo com força. Não me segurei. Passei pela parede de pano e o abracei. Ele ficou surpreso, pois não esperava esse tipo de reação vinda de mim. “Flash!”. Foi o que eu ouvi após dois segundos estrangulando Harry no meu abraço mortífero, e não era um pensamento. Afastei-me dele e olhei de onde vinha o barulho: era Rita Skeeter (a jornalista que escrevia para o Profeta Diário – jornal bruxo muito famoso) e seu fotógrafo.
— Amor juvenil... Mas que... Emocionante. — disse ela com uma cara de chocada. — Se o pior de tudo acontecer hoje, vocês dois podem até sair na primeira página. — agora ela estava sorrindo.
— Você não tem nada para fazer aqui. Esta barraca é para Campeões e amigos. — falou Krum, com seu sotaque estranho.
— Nós já acabamos aqui mesmo. — disse pegando seu bloco e sua pena de repetição rápida, a qual anotou tudo o que foi falado dentro daquela barraca. Assim que a pena parou em sua mão, ela passou no pescoço e queixo de Viktor. O fotógrafo tirou mais uma foto e foi embora.
— Muito bem Campeões. Vocês esperaram, ansiaram e agora esse momento chegou. O momento o qual só vocês quatro poderão desfrutar. — disse vovô que veio seguido do Sr. Crouch, os dois formando uma roda. Eu agarrada ao braço de Harry, ao lado de meu avô, ao lado de Harry, Cedrico, que não desviou os olhos de mim desde que entrei naquela barraca, Viktor, que me olhava de um jeito estranho e Fleur que era a única que prestava atenção no que estava sendo falado, eu acho. —... O que está fazendo aqui Srta.?
Finalmente me toquei que eu não deveria estar ali, e sim, ao lado de Rony na arquibancada sendo incomodada por Malfoy, para variar. — Desculpa, éhm, eu já estou indo... — “Cedrico, pelo amor de Deus tome cuidado, por favor.”. Pensei enquanto saia do lugar e o vi afirmar com a cabeça discretamente pela mente de meu avô. “Mia, não se meta em minha mente para ver seu irmão.”. Assustei-me. “Mia?”. “Sim, seu apelido quando jovem era Mia. Você não gostava muito do nome Amélia...”. Não respondi.
Chegando ao meu lugar ao lado de Rony, ele perguntou em um tom preocupado avisando que ele não estava muito feliz:
— Por onde você esteve? O torneio está quase começando e você ia perder!
— Desculpe! Aproveitei para fazer uma visita ao Harry.
— Ah. E ELE está bem? — disse ele mudando a entonação da voz no “ele” e fechando a cara.
— Está. Mas — coloquei meu braço em volta de seus ombros de forma encorajadora —, se vocês fizessem as pazes, ele e você ficariam melhores.
Ele abriu a boca, mas foi interrompido por uma voz muito conhecida e odiada por nós.
— Ai meu Deus. Que visão horrorosa! — retirei meu braço de cima de Rony revirando os olhos e olhei para trás. — Um pobretão como o Cenoura Ambulante com uma sangue-ruim feito a Granger é nojento e vergonhoso de se ver...
— Por que vocês não vão para um motel de uma vez? — disse Pansy, com aquele seu tom de deboche com um sorriso malicioso.
Abri a boca me levantando, mas Rony foi mais ágil e me puxou para baixo me sentando no banco me interrompendo (agora ele e Harry estão começando com esse hábito! Mas que saco! Deixa eu bater em alguém, poxa!):
— Por que vocês não cuidam das suas vidas?
Minha raiva passou na hora em que vi a figura de meu irmão saindo do meio de algumas rocha e todos gritando “Cedrico” e berrando coisas inteligíveis. Não me agüentei. Sai correndo em direção à saída. Não queria que Rony visse a minha dor. Li a mente dele. Somente quando eu já estava fora de vista ele notou que eu não estava mais lá.
Mal sai de lá e já senti uma dor forte em meu braço, como se eu tivesse o posto em uma pedra quente. Minutos depois, meu estômago começou a latejar, como se eu tivesse levado um soco no estômago. E assim passei 20min com dores. No fim, meus braços estavam doendo como se eu tivesse feito uma série de exercícios além de minha capacidade para os bíceps, minhas pernas estavam bambas, minhas costas ardiam sem parar (acho que Cedrico bateu muitas vezes as costas nas pedras) e uma enxaqueca infernal resolveu me atingir. Minha cabeça latejava. Comecei a andar em direção a enfermaria. Comecei a andar não, eu TENTEI andar como pude. Estava tonta demais e cambaleei até um corredor vazio. Lá, comecei a ficar cada vez mais tonta e depois disso não me lembro de mais nada.
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