A Morte do Herói



Capítulo 2 - A Morte do Herói


Kingsley Shacklebolt massageou as têmporas, cansado. As rugas em volta dos olhos ficaram mais fundas. Suspirou, pensando em se aposentar. Sentia-se velho demais para o cargo de Ministro da Magia. Olhou para os dois homens no seu gabinete. Neil Arkell, chefe da Seção de Aurores. Cabelos curtos e negros, olhos afiados, boca sempre em linha reta, inspirava autoridade. O outro era alto, magro, cheio de braços e pernas. Cabelos castanhos caindo sobre os olhos e nuca.  Um jovem e talentoso auror de nome Alex Vaughan, Kingsley já havia ouvido falar dele.


Respirou fundo.


- Muito bem – disse o ministro – Expliquem.


Neil olhou para Alex.


- Conte o que escreveu no relatório – ordenou


Alex ficou quieto um instante


- Eu estava indo a um jantar na casa dos Weasley – começou – Quando cheguei lá, vi o que havia acontecido e enviei uma mensagem ao meu parceiro, Owen.


- Você era amigo da família? -  perguntou Kingsley.


- Sim – falou após um breve silêncio – Conheci Harry Potter logo após passar nos testes e me tornar auror. Ele foi meu guia, meu professor na Seção de Aurores. Me ensinou muita coisa. Nesse tempo, acabei conhecendo também o parceiro dele, Ron Weasley. Acabei por ficar amigo dos dois.


- Certo. Seu parceiro chegou, e depois?


- Checamos a área em volta da casa para ver se achávamos alguém, mas não vimos nada. Então, comunicamos a Seção de Aurores para recolher os corpos e isolar o lugar. Os corpos foram examinados por Penn Andras, um medibruxo especializado em determinar a causa da morte.


Kingsley assentiu e pediu que  continuasse.


Alex inspirou fundo.


- Os testes revelaram que nenhum tipo de magia havia sido usado contra as vítimas – falou – O que os matou foi isso.


Colocou uma pequena esfera de chumbo sobre a mesa. O ministro olhou confuso.


- O que é essa coisa?


- Munição – respondeu Alex – Para armas de fogo. Armas trouxas.


Choque. O ministro sentiu o coração quase parar.


- Você está dizendo...


- Que o assassino de Harry Potter e seus familiares usou armamento trouxa.


Kingsley sentia-se paralisado.


- Meu Deus.


- Por isso, assim que isso foi descoberto, viemos ter diretamente com o senhor – falou Neil.


- Quem mais sabe, além de nós e do médibruxo? – perguntou Shackebolt.


- Meu parceiro, Owen. – respondeu Alex.


- Muito bem – disse o ministro – Isso é assunto ultra-secreto a partir de agora. Se isso vazar para a imprensa, as conseqüências podem ser catastróficas. Vaughan, você conhecia Potter bem e foi o primeiro a chegar na cena do crime. Não podemos envolver mais ninguém, por isso você será responsável pela investigação.


- Certo.


- Arkell, você vem comigo para uma coletiva. Precisamos informar o público sobre a morte de Potter e sua família. Mas primeiro preciso informar os parentes das vítimas.


Arkell assentiu.


- E que Deus nos ajude.


***


Profeta Diário, 26 de março de 2018.


“A Morte do Herói”


No dia 25, em plena páscoa, aurores encontraram na residência da respeitada família bruxa dos Weasley, os corpos de Harry Potter  e sua família. O crime brutal ainda não tem suspeitos. A causa da morte foi mantida em sigilo pelas autoridades.


A comunidade bruxa está chocada, e teme que o atentado seja o prenúncio de uma nova guerra, apesar de que as atividades de bruxos e bruxas das trevas terem diminuído muito nos últimos anos.


Estamos todos de luto pela morte de tantos inocentes, e de Harry Potter, o maior herói de nosso tempo.

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