Lua Cheia /Despertar/
Capítulo X – Lua Cheia /Despertar/
Duas horas após o término do jantar Harry se dirigiu, munido de sua Capa de Invisibilidade e de seu Mapa do Maroto, para as masmorras de Hogwarts. Encontrou Draco esperando-lhe, muito apreensivo. Naturalmente, ele não o viu, pois ele estava embaixo da capa.
-Hei, Malfoy. – Sussurrou Harry.
Draco nesta hora deu um pulo que quase bateu a cabeça no teto da masmorra.
-Potter? Quer me matar do coração? – Disse Malfoy respirando rapidamente.
-Vamos logo, o pessoal já deve estar me esperando. – Disse Harry e ambos foram para o lugar onde ficava a entrada de seu novo QG.
Durante todo o tempo livre do dia, Harry estivera lá, ajeitando coisas, conjurando, limpando, arrumando, tornando o lugar um campo de treinamento digno. Era óbvio que o novo QG era na Câmara Secreta. Quem, em nome de Merlin, poderia abrir aquilo ali além dele e de Tom Riddle? Era, definitivamente, o lugar mais seguro de Hogwarts para se treinar, e ele colocara ali tantos feitiços de abafamento que nem se explodisse uma bomba nuclear ali dentro os demais alunos perceberiam.
Além de um campo de treinamento, o lugar era grande o suficiente para comportar uma pequena biblioteca, que Harry trataria de arranjar, um Ala Hospitalar, para caso de algum ataque ou até ferimento durante os treinos, que por Deus, seriam muito pesados. O melhor de tudo é que os próprios “alunos” iriam fazer as poções, sobre a supervisão de Harry, naturalmente.
Passando por ali, Harry também descobrira que os túneis pelo qual o tão temido basilisco caminhava davam em praticamente todo o Castelo. Isso seria muito importante para sua locomoção, e, para se despistarem dos professores durante as noites. Harry fez uma anotação mental de mapear aqueles tubos, e utilizar um feitiço semelhante ao Mapa do Maroto.
O fato é que agora ele estava em frente à porta do banheiro feminino do segundo andar, e ali dentro esperavam seus futuros companheiros de combate contra Lord Voldemort. Quando adentrou, viu que ali estavam poucas pessoas, bem como ele gostaria. Ele não queria muita gente no seu grupo de elite: só os melhores, aqueles que agüentariam combater cinqüenta inimigos sem levar um ferimento. E ele esperava que estes aí servissem.
Ali estavam Rony, Hermione, Gina, Simas, Neville, Dino Thomas, Cho Chang, Draco e ele. Quando tirou a capa, antecipou a pergunta de todos, dizendo:
-Draco aqui é de extrema confiança. Eu confio nele como confio em qualquer um dos outros aqui, e acreditem: não é pouco. Se eu confio nele tenho meus motivos, e espero que respeitem isso. Alguém aqui é contra a presença dele? – Disse Harry com a imponência de um general.
Inicialmente ninguém disse nada, até que Rony perguntou:
-Por que “ele”? – Seu tom de voz soou com repugnância.
-Seja mais específico com seus pensamentos, Rony. – Respondeu-lhe Harry.
-Tantas pessoas para você escolher para se juntar a nós, e você escolhe justo o Malfoy? – Ele estava indignado.
Mas quem respondeu foi o próprio Draco.
-Weasley, eu sei que a gente não se gosta. Na verdade, eu acho que ninguém aqui gosta de mim no geral. E daí? Eu sempre dei motivos para isso, e não nego. Eu não quero que gostem de mim, nem quero que sejam meus amigos se não quiserem, mas eu quero que vocês me aturem. – Disse ele. – Sim, eu vou treinar com vocês, e vou fazer parte do grupo, custe o que custar. Eu e o Potter aqui fizemos um acordo, e contanto que ele cumpra a parte dele, eu vou cumprir a minha, e juro para vocês que uma vez dentro do grupo, vou até o inferno para salvar alguém daqui. Mas, em contraponto, se alguém aqui me trair, vou até o inferno buscar a pessoa só para matar ela! Entendam, nós não somos amigos, e eu tenho meus motivos para isso. Foi involuntário para mim, nunca tive escolha, mas não quero que sintam pena de mim, pois eu não sinto pena de vocês. Eu vou ajudar o grupo pois é conveniente para mim, conforme meu acordo com o Potter, e é só isso. Se vocês vão ou não gostar de mim, são outros quinhentos. Está certo?
Todos ficaram calados. Até Harry se surpreendeu com o discurso de Draco. Então se pronunciou:
-É exatamente como Draco disse. Eu e ele temos um acordo, e contanto que este acordo seja cumprido, todos ficaremos bem. Se quiserem saber qual o acordo, perguntem para ele, pois é um problema de ordem pessoal dele, que eu vou ajudar. –Disse ele, encerrando o assunto. – Agora, antes de entrarmos e começarmos mesmo com os treinos e tal, quero que cada um jure um voto perpétuo para não dizer nada do que acontecer aqui, a menos que eu deixe, ou no caso de minha morte, que o meu segundo em comando libere. É justo para vocês?
Todos hesitaram. Até que Hermione falou.
-Harry, um voto perpétuo é muito pesado para uma reunião assim.
-Mione, francamente: quem não deve não teme. E isso aqui não é qualquer reuniãozinha besta como era nos antigos tempos, agora, o negócio é sério. Se vocês não tem a intenção de trair o grupo não haverá problema nenhum em aceitar o pedido. – Explicou Harry. – Lembrem-se: indepentente de vocês serem aceitos ou não, o voto vai perdurar. Vocês não poderão falar nada nem que o grupo já esteja extinto. Não me levem a mal, são protocolos de segurança que aprendi a confiar na ARCI. Confio em todos vocês, até que me provem o contrário, mas é sempre bom estar prevenido para o que der e vier. E então, vão ou não vão fazer o voto?
Depois de algum tempo de hesitação, Gina foi a primeira:
-Eu confio em você, amor. – Disse ela.
-Eu estou nessa, Potter. – Disse Malfoy.
E assim todos os outros aceitaram e fizeram o voto. Quando todos terminaram, Harry se dirigiu para a entrada da Câmara e disse, na língua das cobras:
-ABRA! – Sua voz saiu incompreensível para os demais.
-Caramba Harry! – Exclamou Hermione. – Depois de tanto tempo esta sua voz ainda me da arrepio.
-Terão de se acostumar. Podem descer, eu coloquei um feitiço amortecedor embaixo. – E dizendo isso, ele sumiu pelo túnel.
Lá embaixo, tudo parecia diferente, parecia algo proibido e acolhedor. Agora, eles estavam infringindo uma centena de regras da escola, mas todos sem exceção estavam gostando e estavam animados com o que viria. Foram passando por vários lugares, e Harry foi explicando o que seria cada um: a Câmara Secreta era tão grande que eles poderiam jogar Quadribol ali. Finalmente, chegaram a um lugar onde havia uma mesa redonda, com várias cadeiras, e Harry disse para eles que sentassem.
-A mesa redonda representa a igualdade entre todos nós. Eu mando aqui, sou o líder do grupo, respondo por todos vocês, e esta é a única hierarquia. Ninguém aqui é mais do que ninguém, e o respeito deve prevalecer sempre. – Começou Harry seu discurso. – Não quero saber de discussões internas e problemas entre os membros! Agora, antes de começarmos a treinar e tudo, vamos decidir a parte burocrática.
-Como assim? – Perguntou Cho.
-Obviamente, Armada de Dumbledore é um nome ridículo. Dumbledore nunca mereceu ter uma armada, ele é um covarde, e vocês descobrirão isso mais tarde. A partir de agora, nós seremos os Lobos da Noite. Todos concordam? – Perguntou Harry.
-Por que Lobos da Noite? – Perguntou Simas.
-Por causa do maior bem deste grupo de guerrilha: a espada Galanodel, que em élfico significa Sussuro da Lua. Esta espada, eu fui descobrir muito tempo depois do que ela me foi dada, que foi ela quem proporcionou minha “viagem” durante as férias. – Explicou Harry paciente.
-E onde está esta espada, exatamente? – Quis saber Gina.
-Bem aqui comigo. – E assim Harry tirou a parte de cima do uniforme de Hogwarts que usava, ficando com o tórax descoberto. Um assovio foi o que se ouviu das meninas. Os garotos fingiram que não olharam. Três anos de pesado treinamento físico todos os dias deixavam o corpo de qualquer um perfeito. Um pouco ruborizado com o olhar das garotas, mas já acostumado, virou-se de costas e mostrou seu ombro direito, onde ficava a tatuagem de lua crescente com uma espada se cruzando. – É um feitiço bem simples se esconder uma arma branca numa tatuagem, mas esta de Galanodel ficou diferente.
-E a espada, Potter? – Indagou Malfoy.
-Muito bem observado. – Ele virou-se e esticou a mão direita ao lado do corpo, e conjurou silenciosamente Galanodel para sua mão. Todos levaram um susto quando aquela espada se materializou na mão dele. Ela era enorme, e tinha um brilho diferente. – Galanodel é uma espada de duas mãos, fabricadas por elfos e duendes juntos, ela é um artefato mágico de extremo poder. Poderia ser avaliado como nível Ômega para o Ministério, tamanho é o seu poder. Mas eu ainda não consegui controlar todo este poder, apenas parte dele.
-De que tipo de poder estamos falando? – Perguntou Gina.
-Poder místico, poder espiritual, qualquer tipo de poder. Esta espada é indestrutível até onde eu pude testá-la, é efetiva contra praticamente todos os tipos de criaturas, e olha que eu já enfrentei vários tipos. O único tipo de criatura que ela não destrói são Guardiões Espirituais, que serão tema de uma aula mais adiante. – Respondeu Harry.
-Nossa, mas onde você conseguiu algo assim? – Perguntou Dino.
-Eu ganhei de um mestre meu. – Disse Harry vagamente. – Como todos vocês concordaram com o nome, ou pelo menos não o negaram, vamos agora a outra parte importante: a minha qualificação. Vou ser sincero com vocês, nada que eu falarei é mentira, por mais que possa parecer. Durante estas férias, eu fui levado, contra minha vontade, para o futuro. Lá, eu obviamente conheci o futuro da humanidade, e por meio ou outro resolvi que faria alguma coisa para mudar aquilo. Fiquei lá três anos, e treinei tudo que é tipo de coisa: eu sei mais de 50 formas de matar um inimigo usando apenas feitiços não elementais silenciosos. E assim se vai. Eu sei muita coisa, meu poder ultrapassa até mesmo o de Dumbledore (Harry não quis dizer que ultrapassava até o de Merlin). Sou treinado em combate não só com magia, mas também com armas trouxas, e assim vocês serão treinados. Eu vim agora, diferente, com a idéia de mudar o mundo a fazer dele um lugar digno de se falar, sem que tenha que se tratar um mero bandido como “você-sabe-quem”... EU SEI QUEM! TOM RIDDLE, que se auto intitula “LORDE VOLDEMORT”, mas eu digo a vocês, meus amigos e companheiros: ele é apenas um bandido, e eu sei COMO pegar este bandido. Eu sei matá-lo, e vou ensinar a vocês. Não temam o mestiço! Sim, ele é um mestiço, eu conheço toda a história dele, e posso afirmar, ele não passa de um bandido. Bem, alguma pergunta?
-Você ta falando sério? – Perguntou Simas incrédulo.
-Sobre o que especificamente?
-Sobre tudo...
-Por acaso eu pareço estar mentindo? Ou, em outro caso, Simas, todo o poder que eu demonstrei contra Snape você acha que veio de onde? Acha mesmo que durante as férias, da noite para o dia eu amanheci sete centímetros mais alto, conhecendo muitas artes da magia, com um corpo atlético e conhecendo o futuro da humanidade? – perguntou Harry.
-É verdade... – Apenas respondeu ele.
-O que você viu no futuro que fez com que você decidisse mudar a realidade? – Perguntou Draco.
-Boa pergunta. O que me leva ao terceiro item da nossa primeira reunião: o nosso objetivo. O objetivo dos Lobos da Noite será primeiramente assegurar a paz da Inglaterra, e posteriormente a paz mundial, e depois manter esta paz. Naturalmente, usaremos de meios não ortodoxos para realizar isso, mas tudo para um bem maior. – Explicou Harry.
-De que meios estamos falando exatamente, Harry? – Perguntou Cho.
Harry inicialmente não respondeu nada. Conjurou um boneco, estilo de treino de socos, e então sacou uma de suas Desert Eagles e “pregou fogo” no boneco, destruindo-lhe a cabeça.
-Este tipo de meio, Cho. – Disse ele simplesmente.
Todos ficaram assustados. Em pânico, mais precisamente. O que seria aquela porcaria que fazia barulho de um trovão e explodia coisas desta maneira. Só duas pessoas ali além de Harry sabiam o que era aquilo: Hermione e Cho.
-Entendo, Harry. – Disse Cho abaixando a cabeça.
-Armas trouxas? – Perguntou Hermione incrédula.
-Não exatamente isso, Mione. Nós usaremos a morte como nossa principal ferramenta de combate, entende agora? – Explicou Harry.
-Mas, matar? Assim, do nada? – Perguntou Dino tendo um calafrio na espinha.
-Deixem-me mostrar uma única lembrança das várias que tenho do futuro. Se depois de verem isso vocês não quiserem exterminar todos os Comensais e seu líder Riddle, eu desisto de combater e vou viver o resto de minha vida no triângulo das Bermudas. – Disse Harry.
Então Harry tocou a testa com a varinha e dali tirou um fio prateado, e executou um feitiço sobre ele, que faria com que a memória envolvesse todos os presentes.
>>INÍCIO DE MEMÓRIA<<
Todos “apareceram” num lugar muito escuro, e inicialmente ninguém pôde ver nada. Depois de suas pupilas dilatarem, eles puderam ver o que era: Uma ruína, de cidade. Todos os prédios estavam meio inteiros meio destruídos, e seus destroços se espalhavam por todas as ruas, na verdade, o que seriam ruas, pois estavam em sua maioria rachadas ao meio. Parecia que um terremoto de Escala Richter nº10 havia atingido o local. No céu, muitas nuvens completamente negras bloqueavam qualquer tipo de luz solar. Há o que pareciam 800 metros à frente, todas as nuvens descreviam um círculo em torno de um tipo de raio de energia negro que vinha do chão, muito reto. Do raio de energia, trovões, ventos poderosos, emanavam.
Rony foi o primeiro a se manifestar:
-Que raio de lugar é este? – Perguntou ele atônito.
-Cidade de Washington D.C., capital (ou ex-capital) Estados Unidos da América. No tempo em que se passa a memória, sede do governo imperial de Lorde Voldemort. – Respondeu Harry calmamente.
-Mas o que aconteceu aqui? – Perguntou Draco.
-Guerra Nuclear. Tom sempre gostou de coisas importantes, e ele resolveu que queria a capital da maior potência econômica e militar trouxa para ser a sede de seu Governo, logo após o Mundo Bruxo ser revelado. – Explicou Harry. – Naturalmente, os trouxas daqui não iriam entregar seu terreno de mão beijada, principalmente sua capital. Foi aqui que iniciou a guerra do mundo trouxa com os bruxos de Voldemort, e futuramente iria se espalhar para o mundo todo, ou quase todo. A batalha foi sangrenta, mas os bruxos venceram, pois não sabiam as estratégias de combate dos bruxos. E vendo que iriam ser destruídos, os americanos utilizaram sua arma mais potente: a bomba de Antimatéria.
-Antimatéria? – Perguntou Hermione. – Eu achava que a bomba nuclear fosse a mais poderosa.
-No nosso tempo, sim. Mas os americanos estudaram e descobriram a antimatéria, e logo fizeram bombas com isso. Para você ter idéia, a energia nuclear rende de 1 a 1,5% de energia, e a antimatéria rende 100%. Uma gota de antimatéria foi o suficiente para destruir desta forma que vocês vêem a cidade inteira. – Explicou Harry.
-Santa Mãe... – Disse Simas.
-Exatamente. Homens, mulheres, crianças, idosos, todos foram mortos na explosão. E os que não morreram, no final das contas Voldemort os matou pois não gostou nem um pouco de perder tantas tropas. É, ele não estava presente, e na verdade, estima-se que ele nunca tenha participado veemente de uma batalha, com medo de se tornar um mero espectro novamente. – Disse Harry.
-Harry, de quem é essa memória? – Perguntou Hermione. – Digo, se nós podemos ver tudo isso, é porque alguém se lembra, e eu não consigo ver ninguém aqui além de nós.
-Muito bem perguntado. Olhem para trás. – Falou Harry.
Todos se viraram, e perceberam um grupo de cinco pessoas avançando cidade adentro. Todas elas sujas, roupas rasgadas e aparentando imenso cansaço. Uma delas eles reconheceram: Harry Potter. Não o Harry Potter grande, forte, mas sim o Harry que eles conheceram, o pequeno, esmirrado. Mas ele estava carregando Galanodel nas costas, e algum tipo de objeto metálico que Harry explicou ser um fuzil AK-47, que eles aprenderiam a usar com o tempo.
-O que “eles” estão fazendo aqui? – Quis saber Dino.
-Boa pergunta: nós viemos aqui neste dia espionar a fortaleza de Tom. Se vocês não se importarem, vamos seguir estas pessoas. – Disse Harry.
Eles seguiram até uma esquina, na qual eles puderam ver que as cinco pessoas espiavam outras pessoas que estavam no cruzamento. Havia quatro pessoas lá, dois homens altos, com uma roupa bruxa negra, que ao olhar-se melhor tinham um brasão nas vestes, que era a Marca Negra.
-Comensais? – Arriscou Cho.
-De modo algum. Os Comensais foram extintos assim que Tom conquistou a Inglaterra bruxa. Estes aí são do Exército Negro. Cem vezes mais cruéis e desumanos do que um Comensal. Seu treinamento implica em matar primeiro, e perguntar depois. Mas eles adoram torturas e como todo Comensal adoram outros tipos de horror, que vocês verão agora. – Explicou Harry. Ele sentia pena do que eles teriam que ver agora, mas era o único jeito de eles entenderem.
Quando eles repararam nas outras duas pessoas, viram que eram um homem e uma mulher, ambos vestidos como trouxas. Podia-se perceber no seu jeito que eram um casal.
-O que vai acontecer ali? – Perguntou Gina.
-Me dói na alma só de pensar. Não ouso falar sobre isso. Que má sorte a do casal. – Disse Harry com uma voz triste. – Estes dois Soldados Negros estavam numa patrulha, e de alguma forma acabaram encontrando estes dois coitados. Ninguém tem autorização de andar por Washington, e quem é apanhado é punido com a morte. Mas estes dois custarão a morrer.
E assim eles logo perceberam do que Harry estava falando. Um dos dois soldados imobilizou o homem trouxa, enquanto o outro foi em direção da mulher. Ele rasgou-lhe as roupas e estuprou-a ali mesmo, no chão, na frente de seu marido, violentamente, enquanto o outro ria gargalhando, da situação de ambos. Depois de o Comensal terminar o “serviço”, ele voltou-se para o companheiro da mulher e riu na sua cara, cuspiu nele e depois lhe deu um soco. Nisso o outro Comensal liberou o feitiço, e quando o homem ousou se levantar, para lutar, protestar contra aquilo, e foi em direção ao estuprador, duas Maldições da dor voaram em sua direção. Imediatamente ele se contorceu no ar, e quando a Maldição cessou, os dois ficaram rindo, zombando do homem que estavam torturando. Covardes, foi o que pensaram todos os “presentes”.
Quando ele começou a se levantar, um dos soldados atingiu-o com um Sectumsempra, e o homem se cobriu de chagas. E então começou outro show de horror: cada um na sua vez, os dois soldados começaram a utilizar os mais variados feitiços contra o homem indefeso. Bombarda, Alarte Ascendare, Confingro, até que uma hora um deles usou Avada Kedavra, e o homem morreu.
Voltando-se para a mulher, um deles riu e perguntou-lhe sobre o que ela achava sobre o novo estado de seu namorado. Mas a mulher não conseguia dizer nada. O tamanho da vergonha que sentia, da impotência, e da dor, apenas permitiam-lhe chorar em silêncio. Mas os Soldados só estavam começando, e foi quando um deles avançou contra a mulher para recomeçar a tortura sexual contra ela, que a memória acabou.
-Vocês não precisam mais ver isto. – Disse Harry com lágrimas nos olhos. Ele desabou sobre a cadeira, e começou a chorar.
A reação nos outros não foi muito diferente. Gina o abraçou e compartilhou de seu sofrimento. Todos eles sentiam a mesma coisa: pesar, tristeza, indignação e uma outra coisa, dois sentimentos despertado neles recentemente, com a memória que tiveram que assistir: Ódio e Sede de Vingança. Eles queriam fazer alguma coisa, como alguém poderia deixar que aquele tipo de coisa acontecesse, e o pior, como alguém poderia FAZER este tipo de coisa. Eles queriam exterminar Tom e seus servos, não bastava prender eles, pois eles sabiam que prender um criminoso nunca é o suficiente, pois ele nunca irá mudar, só ficará pior, e quando ele sair da prisão, ele irá atrás de quem o prendeu, e assim é um ciclo vicioso.
-Oh Harry... – Disse Hermione.
-Não sintam pena de mim. – Disse ele recompondo-se. – É verdade, vi tudo isso, e revejo todas as noites a cada vez que sonho, e quando acordo dos pesadelos, também. Vi coisas piores, tipos de coisas que um ser humano comum jamais faria. Mas Tom e seus Comensais fizeram. E fazem, se vocês querem saber.
-Harry, o que você pretende fazer? – Perguntou Neville, enchendo-se de ódio por dentro.
Oras, parece que está mesmo surtindo efeito. Também, se não surtisse, não sei mais o que faria. Só de pensar que eu tive que ver isso também, na mesma idade deles...
-Vou ser sincero com vocês, amigos. – Começou Harry. – Do jeito que as coisas estão agora, nós não temos chance NENHUMA de vencer a guerra que iniciará contra Tom Riddle. Ele irá, infelizmente, destruir todos nós, bruxos de bem, e irá destruir todo o mundo, no final das contas. E todas as coisas ruins que vocês podem imaginar, acontecerão. Eu quero impedir isto de acontecer, sabem? Quero dar aos meus descendentes um lugar para eles viverem.
De repente, Neville disse, com muita raiva na voz:
-Treine-me, Harry. Faça com que eu possa evitar este tipo de coisa. Eu QUERO ser um Lobo da Noite, eu QUERO estar na linha de frente contra aquele maldito bastardo do Tom, eu QUERO ser alguém, eu QUERO contribuir para um mundo melhor. – Sua voz estava alterada.
-Eu também, Potter. – Disse Malfoy. – Isso a deixou de ser pessoal, e eu não acredito que estou dizendo isso, mas eu quero ajudar a impedir este tipo de coisa de acontecer. Eu quero ser alguém de quem meus descendentes se orgulhem, coisa que nunca aconteceu com os Malfoy. Quero deixar de ser amaldiçoado por todos, eu quero ser um Lobo da Noite.
E assim um por um foi pedindo para entrar no grupo. Harry se surpreendeu com a unanimidade.
-Muito bem, é para isto que eu estou aqui. – Disse ele imparcial. – Mas lembrem-se, uma vez dentro, será IMPOSSÍVEL sair. Sejam todos bem-vindos ao grupo. Acho melhor todos irmos para nossas camas agora, foi tudo muito forte. Mas, tenho que ensinar algo a vocês para que não corramos riscos ao nos encontrarmos novamente. Se chama projeção holográfica.
-E o que isso faz? – Perguntou Rony interessado.
-É um feitiço que lhe permite criar ilusões para as pessoas. É bem simples: eu quero que vocês utilizem um feitiço desses em suas camas, sempre antes de sair para a nossa reunião, para aparecer uma imagem de vocês dormindo, e assim ninguém desconfie de nada. – Explicou Harry.
E depois de todos aprenderem a fazer o feitiço, eles voltaram para suas camas, utilizando o Mapa do Maroto para traçar as rotas a serem tomadas.
OFF: Capítulo Dez! Uhul! A partir de agora as coisas em Hogwarts e seus arredores irão esquentar. E está definido o grupo inicial dos Lobos da Noite.
E por mais que tenha parecido, o “emocionismo” de Harry não foi fingimento. Ele ainda é um ser humano. Ainda.
Sinto muito, mas o primeiro treino ficará para o próximo capítulo.
OBRIGADO A TODOS OS COMENTS, VALEU MESMO.
GOSTEI QUE VOCÊS ENTENDERAM QUE EXISTE UM MISTÉRIO EM EVA, E SINCERAMENTE, É DOS BONS. MAS NÃO SERÁ TÃO CEDO A SER DESCOBERTO. ALGUNS COMENTÁRIOS DURANTE OS CAPS, ALGUNS PENSAMENTOS, MAS NADA DIRETO.
A PROPÓSITO, ELA TERÁ UM PAPEL MUITO IMPORTANTE NA FIC, E EU ADORO ELA! É A MINHA PRIMEIRA PERSONAGEM ORIGINAL, E AINDA VOU MOLDAR BEM A PERSONALIDADE DELA, MAS ADIANTO UMA COISA: ELA NÃO É "NORMAL" E ELA É GUERREIRA COMO O HARRY.
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