O Lobo e a Cobra, Parte Um
Capítulo VII – O Lobo e a Cobra
-Ora, senão vejamos... Potter está maior do que no último ano. Andou tomando poções tonificadoras de músculos (bomba), Potter? – A voz de Severo Snape ressonou no momento em que Harry atravessou a porta da Sala de Poções.
Harry já esperava por uma recepção assim para com o professor, e então resolveu jogar seu jogo.
-É mesmo professor, acho que sim. Eu pensei que não se importasse, pois trabalhas tanto aqui nas masmorras, não é? Nossa, professor, sua pele, parece que você não pega sol faz semanas. Eu não sabia que o diretor explorava assim seus docentes. – Disse Harry num tom sarcástico, o mesmo no qual o professor lhe dirigia.
Harry viu a cara de espanto de todos, e depois risinhos começaram a se formar pelas costas do professor, e então Snape fez sua cara mais feroz e disse a Harry:
-Detenção, Potter. – Disse Severo.
-É mesmo, professor Snape? Devo perguntar o por quê? – Disse Harry fazendo cara de espantado.
-Oras, como ousas! Está me desafiando, Potter? – Severo parecia indignado.
-De forma alguma, Professor Snape. Só gostaria de saber o motivo de estar em detenção.
-Ah eh? Porque você está me confrontando, Potter. Por causa disso. Você acaba de zombar de mim, e de questionar minha capacidade de julgamento. – Disse Severo muito bravo.
-Creio que não, professor. Eu apenas lhe fiz uma pergunta. Mas se o senhor não se acha capaz de respondê-la, a não ser que admita que me odeie, eu não aceito a detenção. – Disse Harry, desafiador.
-Oras! Quem pensa que és, Potter? – Gritou Snape.
-Sou Harry Tiago Potter, professor, filho de Lílian Evans e de Tiago Potter. Está bom para você, ou queres mais? Sou apenas um aluno que quer ter aula de poções sem que o professor leve seus problemas pessoais para dentro da sala de aula. Seria isso pedir demais? – Harry continuava calmo. Era imprescindível que ficasse calmo como um lago, caso quisesse dobrar o professor.
-Você virá comigo para ver o diretor, Harry Potter. Menos cinqüenta pontos para a Grifinória! – Bufou Snape.
-Eu não professor, vá você. Eu acredito que o Professor Dumbledore tem muitas ocupações para ter de lidar com um problema tão pequeno como este. – Disse Harry.
-Quer perder mais pontos ainda, Potter? – Gritou Snape.
-De forma alguma, professor. Se você acha que seu problema comigo é por causa que eu sou inválido na sua matéria, então não há problema nenhum que nós façamos um desafio: duelaremos hoje a tarde no clube de duelos. Se eu perder, o senhor nunca mais me verá em Hogwarts, a não ser no Salão Principal, e eventualmente em algum corredor ou na biblioteca. MAS, se o senhor perder, nunca mais irá me dirigir uma palavra que não seja sobre a aula de poções durante as aulas de poções, salvo os casos do Salão Principal e afins. É muito para sua varinha, Severo Snape? – O desafio de Harry foi clássico. Ele fez o desafio mais formal de duelo possível, e como havia na escola um clube de duelos, seria humilhante e vergonhoso para Snape se ele não aceitasse.
-Nos vemos no duelo. Só quero acrescentar uma condição no duelo, Potter. Os únicos feitiços que não poderão se usados são as imperdoáveis. Qualquer outro poder ser usado, livre de penalidades devido à nossa prévia concordância. – Com certeza, Snape queria fazê-lo sangrar até o matar.
-Sem dúvidas, Professor Snape. Mas, já que é assim o caso, eu também gostaria de adicionar uma exigência: durante uma semana, tanto o perdedor quanto o vencedor estarão proibidos de recorrer a meios mágicos para se recompor do duelo. – Disse Harry.
-Que assim seja! Aula dispensada. Prepare-se para a morte, Harry Potter. – Disse Snape.
Perfeito. Seu plano estava justamente dando certo, como ele previra. Durante algum tempo ninguém se mexeu, pois ainda não acreditavam no que acabara de acontecer.
>>INÍCIO DE FLASHBACK<<
Naquele mesmo dia, durante a manhã, Harry descobrira que haveriam aulas especiais em Hogwarts, e o Clube de Duelos seria uma delas. Cada duelo valeria pontos para a casa de quem o vencesse, de acordo com o nível de quem se derrotou. Ou seja, vencer um professor renderia mais pontos do que se poderia contar nos dedos sem se perder.
E assim Harry armara seu plano: como estava pensando em reunir a AD, seria imprescindível que ele desse uma amostra do que eles poderiam ganhar caso se juntassem a sua causa, ou seja, muito poder. E qual o jeito melhor do que duelando contra o professor que todos odiavam, e que todos julgavam ser um dos mais “dark side” de todos.
Então Harry foi para a sua aula de Poções com o desafio formado em sua cabeça.
>>FIM DE FLASHBACK<<
-Harry Tiago Potter! Venha já aqui! – Gina estava realmente alterada, lembrava muito a Sra. Weasley quando ralhava com os Gêmeos.
Pelo visto, a notícia do duelo se espalhara por toda a Hogwarts, e ele imaginava uma reação assim de sua namorada.
Resignado, Harry foi até ela. Ela estava completamente vermelha de raiva. Linda era de se admitir. Como ele gostava daquela ruiva!
-Olá, amor. – Disse ele bem casual.
-Não ouse se fazer de rogado, Potter. Eu sei o que você pretende fazer... – Começou ela.
-Você e metade da escola inteira. – Disse ele, cortando-a.
-Você não tem idéia mesmo do que está fazendo? – Perguntou ela, gritando.
-Estou tentando ir ao almoço. – Disse ele.
-Não me provoque, Harry. – Ela estava MUITO brava. – Desafiar Snape? Ele vai te desossar (triturar os ossos)! Como pode pensar em fazer uma estupidez dessas? – Disse ela. Além de brava, estava preocupada, e isso só lhe fez gostar mais dela.
Ela merecia de um susto, e ele daria isso a ela.
-De qualquer forma, Gina, a coisa já ta feita. Ficar gritando comigo não vai me ajudar em nada, nada mesmo. Então porque você não se preocupa em me deixar calmo e numa forma agradável, para que eu possa morrer em paz? – Perguntou ele.
-O QUE? – Ela estava indignada. – Como pode fazer isso comigo? – Agora ela estava chorando.
Aquilo, de fato, e surpreendentemente, partiu o coração de Harry. Ele se sentia uma panaca, para não dizer nada pior. Então, disse para ela, abraçando-a:
-Não se preocupe, amor. Aquela cobra viperina não pode nada contra mim. Se esqueceu que eu treinei como nunca durante três anos? Esqueceu que já estive em mais batalhas do que todos os professores da escola juntos? Ah, eu não te falei este último. Deixemos para outra hora. – Disse ele. – Não tem jeito de eu perder para ele. É tudo muito necessário, eu preciso disso para o que vim fazer.
-Mas mesmo assim me assusta. – Disse ela.
-Eu sei. Mas depois de hoje, acho que eu irei te assustar, amor. Lembre-se de uma coisa: nem mesmo Dumbledore pode contra mim, mas não conte isso para ninguém. Por enquanto, é nosso segredo. – Disse ele.
E assim eles fizeram as pazes.
Durante o almoço, todos olhavam para ele, ora com cara de espanto (Grifinórios, Corvinos e Lufos), ora com cara de “ah, se ferrou” (Sonserinos). Então aconteceu algo que ele imaginaria que acontecesse: Minerva e Dumbledore vieram até ele.
-Não pode duelar com o Professor Snape, Harry. – Disse Dumbledore.
-Posso sim diretor, de acordo com a lei bruxa, eu posso desafiar quem eu quiser para um duelo. Ainda mais se a situação de um Clube nos propicia isso. – Disse Harry casual.
-Mas duelo livre, com a única exceção das Imperdoáveis, Harry? – Perguntou Minerva.
-Professora, a lei bruxa também permite que seja acordado como for de vontade dos duelistas, as condições de duelos. Não há maneira de vocês impedirem o duelo. – Retrucou Harry.
-Mas este duelo pode muito bem resultar em morte, Potter! – Dumbledore estava irritado.
-Não por minha parte. Se o Professor Snape usar magia letal contra mim, então eu me pergunto qual o tipo de professor que se anda contratando para lecionar em Hogwarts. – Disse Harry. Ele adorou a perplexidade e a impotência nos olhos de ambos os professores. – Até porque, é impossível cancelar um duelo deste tipo, do modo como ele foi feito. Eu recitei cada palavra necessária, e ambos eu e Snape acordamos nas regras e nas adições de regras. E, de qualquer forma, eu perdi 50 pontos para a minha Casa, então eu quero recuperar eles.
-Vejo que não vais mudar de opinião. – Disse Dumbledore resignado.
-Que bom que chegamos a uma concordância, Professor Dumbledore. – Disse Harry, sorrindo.
O lugar onde seria realizado o duelo, assim como todos os outros que porventura acontecessem, e assim como todas as explicações e normas sobre duelos, era no meio do campo de Quadribol. Toda a escola estava presente, e isso deixou Harry um pouco nervoso. Era praticamente impossível ele perder uma batalha se ele empunhasse Galanodel, mas ele não queria usá-la. Queria deixar sua existência oculta de todos para usar como um recurso-surpresa, e por isso ela seria definitiva.
Será que Severo Snape era mais forte do que ele previra? Quem sabe um dia pudesse contar com ele para vencer a guerra que viria, mas isso seria pedir demais. Snape o odiava, e ele sabia disso.
Então, quando ele adentrou a área central do campo, onde se daria o início do duelo, e enquanto eram lidas as regras, retiradas de um velho livro da biblioteca, regras essas que Harry achava estúpidas, mas que ele teria de engolir, ele pensou na melhor forma de vencer Snape, e seu plano foi facilmente traçado.
-Agora se curvem. – A voz de Dumbledore quando amplificada era sintética, o que era muito bizarro. – E cumprimentem-se. Que comece o duelo!
[CORTE NO CAPÍTULO]
Snape começou leve, com um Expelliarmus, que Harry defendeu com um Protego. Então, ele partiu para Estupefaça e Impedimenta, só atacando, incessantemente, impedindo Harry se atacar, obrigando-o a ficar na defensiva.
Então Harry desviou de um Impedimenta e usou um pequeno truque: conjurou uma pedra perto de Snape, e utilizou Confingro (Maldição Explosiva) nela, fazendo-a explodir na cara de Snape. Mas Snape era um ótimo duelista, e o fato de ele não usar “armamento pesado” só fazia Harry achar que ele estivesse zombando dele, e ele percebeu isso mais ainda quando viu que Snape havia facilmente defendido seu ataque com um feitiço-escudo.
Ninguém jamais zombava de Harry Potter, nem na ARCI, e ele mostraria o por quê! Reuniu Bastante energia e lançou um Estupefaça, só que mais poderoso. Era uma de suas adoradas variações de feitiços, sendo esta criada por ele mesmo. Este feitiço podia derrubar até Hagrid, o meio-gigante. A cor do feitiço também era diferente, era um raio de luz vermelho bastante escuro, intenso e amedrontador.
Snape arregalou os olhos ao perceber a quantidade de energia que provinha no feitiço, e então utilizou um feitiço-escudo ampliado, para conter o ataque. Mas falhou. A energia era variável e instável, o que fez com que o feitiço de Harry absorvesse a energia do feitiço-escudo de Snape, e assim o feitiço ficou ainda mais forte, e acertou Snape em cheio no peito.
O barulho foi um baque surdo com a intensidade do disparo de um canhão, e Snape voou ao chão, ficando aparentemente imóvel. Todo o estádio foi ao delírio, pois pensaram que Harry havia vencido Severo Snape, num duelo justo.
Mas eles estavam enganados. De repente, Snape levantou e surpreendeu Harry utilizando o estilo de feitiço triplo, uma coisa que ele aprendera como sendo avançada na ARCI. O mesmo feitiço vindo de três lugares diferentes, a formar um triângulo com o alvo no centro, cada feitiço vindo de uma ponta do triângulo para se juntarem no meio, quase impossibilitando o alvo de se defender do feitiço. Magia deste tipo é conhecida por Sufixal, ou seja, altera-se ou acrescenta-se determinado efeito num feitiço apenas usando um sufixo junto com seu nome. O maior exemplo é com o feitiço Bombarda: existe a variação sufixal Bombarda Máxima, o que maximiza o efeito do Bombarda em si. E então, naquele duelo, Snape usou uma magia semelhante:
-Impedimenta, Triplica!
E três raios vindos de direções diferentes tiveram Harry como seu alvo principal. Harry sabia que se fosse atingido ficaria na Ala Hospitalar por no mínimo uma semana, e isso não poderia acontecer.
Então, Harry usou sua energia espiritual, a energia proveniente de Galanodel, e usou um dos Movimentos de Galanodel, o verdadeiro Sussuro da Lua: desacelerou o tempo para conseguir dar um salto mortal para trás, fazendo assim com que os raios se chocassem no meio, mas sem ele estar junto. Para todos, Harry apenas havia dado um pulo extremamente veloz para trás, mas ele sabia que Dumbledore saberia a diferença.
O resultado dos feitiços se chocarem no meio ao mesmo tempo sem atingir um alvo a não ser eles mesmo foi uma explosão colorida. Harry foi arremessado longe antes mesmo de tocar o chão após seu pulo, e vários raios de luz colorida ofuscaram a todos.
Lentamente Harry se levantou, e percebeu que até mesmo Snape se surpreendera que ele conseguira escapar de seu feitiço. Mas agora não era tempo para surpresas, e Harry deveria aproveitar Snape ter baixado a guarda para atacar, e foi assim que ele fez.
Então desta vez foi Harry quem teve a iniciativa. Concentrou-se bastante, e enviou um feitiço de nível muito avançado que aprendera com Hefesto:
-Expecto Guardius! (Expelir o Guardião)
E um enorme lobo feito de energia pura, se formou a sua frente, tomando a cor de sua Aura. O lobo era muito grande mesmo, pois apoiado sobre as quatro patas já era maior do que Harry, e ele era todo preto, com a excessão de seus olhos, que eram dourados, intensamente dourados.
Ah, Potter. Não és tão inútil como eu havia pensado. É hora de brincar então. Pensou Snape.
-Expecto Guardius! (Expelir o Guardião)
E então da varinha de Snape surgiu uma cobra, naja, tão grande quanto o lobo de Harry, mas ela toda roxa, com os olhos pretos.
Estava iniciado o duelo que mudaria o rumo de Hogwarts, para melhor, ou para pior.
OFF: Hahá! Quebrei o capítulo no meio, para não ficar tão grande, e principalmente para dar um suspense.
Next Cap, quem sairá vencedor deste embate? O que diabos é um Guardião? Todas as perguntas serão respondidas em “O Lobo e a Cobra, Parte 2”.
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