Uma nova opção de vida
Capitulo I – Uma nova opção de vida.
Ele pôs a varinha quebrada sobre a mesa do diretor, encostou a ponta da Varinha Mestra nela e murmurou – Reparo.
Conforme as partes de sua varinha se juntaram, fagulhas vermelhas saíram de sua varinha. Harry sabia que tinha sido bem sucedido. Ele pegou de azevinho e fênix e sentiu um repentino aquecimento em seus dedos, como se a varinha e a mãos estivessem restaurando sua união.
-Colocarei a Varinha Mestra. – ele disse a Dumbledore, que o assistia com enorme afeição e admiração, - de volta pra onde ela veio. Ela poderá ficar aqui. Se eu morrer por morte natural como Ignotus, este poder será quebrado, não será? O último mestre jamais será derrotado. Então será o fim disso tudo.
Dumbledore assentiu. Eles sorriram entre si.
- Você tem certeza? – disse Rony. Tinha um traço mais fraco em sua voz enquanto olhava a Varinha Mestra.
-Eu acho que Harry está certo! – disse Hermione baixo.
-Essa varinha não causará mais dano! – disse Harry. – E honestamente – ele virou-se para a os quadros pintados, pensando: agora só me resta uma cama de dossel esperando por ele na torre da Grifinória, e desejando que Monstro pudesse levar a ele um sanduíche lá – Eu tive problemas o suficiente por toda minha vida! Adeus professor.
-Eu diria: Até logo Harry! – Corrigiu Dumbledore.
-Até logo. – Disseram os três em coro e se retiraram da sala.
Desceram a escada em espiral num silêncio profundo que só foi quebrado quando já estavam na porta do salão comunal.
-Eu vou descansar, mas antes eu vou lá no salão principal ver como está a minha família. – Disse Rony e nesse momento a dor da perda de Fred, Lupin e Tonks retornou a Harry.
-Cara, eu... eu sinto muito, a culpa foi ... – Disse Harry, mas foi interrompido por Hermione.
-Não foi não Harry, para com isso! – Harry não fez nada além de ficar calado olhando para os amigos até que seu olhar se dirigiu para as mãos entrelaçadas deles e ele se lembrou do episódio ocorrido na sala precisa em meio a dentes de basilisco.
-Bom, eu vou indo. – Disse Rony
-Eu vou com você, depois agente volta Harry, descansa ta!? – O extinto protetor de Hermione falou mais alto, mas em si o desejo de ficar perto de Rony em meio ao cansaço foi maior ainda.
E assim os dois se foram, ainda com as mãos entrelaçadas pelo o que sobrara das escadas.
Na cabeça de Harry se passavam um misto de sensações que envolviam tristeza e saudade, mas acima de tudo a segurança e a felicidade conseguiam se unir a sentimentos tão desprezíveis e consigo traziam a vontade, o desejo de ter aquilo, ou melhor, aquela. Aquela de qual ele foi preciso abrir mão para protegê-la e que jamais saiu de seu coração. Aquela que tirara horas de seu sono para ver seu nome no Mapa do Maroto. Simplesmente era ela que ele mais desejava agora, talvez até mais do que dormir.
Para ela, Gina Weasley, a perda do irmão tomara um pedaço enorme em seu coração, porém a outra parte, até maior do que a tomada pela perda, estava muito bem ocupada. Antes sua ocupação era completa pelo medo de que ele a deixa-se literalmente, que Voldemort conseguisse o que queria e o que ela queria fosse deixado de lado, entretanto agora é tomada pela alegria e pela esperança de vê-lo novamente ao seu lado.
Harry foi em direção ao retrato da mulher gorda com um sorriso nos lábios. Afinal pensar na mulher de sua vida, era a melhor coisa do mundo, saber que agora eles poderiam construir uma vida juntos, apesar de que seria muito cedo para uma coisa dessas, mas a vida dele nunca foi normal, então pensar nisso não lhe faria mal algum.
-Eu não sei a senha. – Disse ao retrato.
-E você ainda acha que, depois de tudo o que você fez eu iria lhe cobrar uma senha para que você entrasse? – Perguntou lhe a mulher gorda, mas Harry não respondeu nada o retrato apenas girou.
Entrar no salão decorado com as cores vermelho e amarelo o trazia de volta para o lugar em que por toda a sua vida foi considerado a sala de estar de sua casa junto com flashes de tudo o que havia acontecido com ele ali. Entre todas as lembranças ele foi direcionado para uma não tão antiga, do momento em que seus lábios se encontraram com ela pela primeira vez. Seus pensamentos foram interrompidos por risadas. Risadas gostosas de se ouvir, risadas de bebê. Acompanhadas a essas, ele pode ouvir, como num fundo musical a risada que não saia de sua cabeça, aquela que junto com as batidas de seu coração formavam a melodia completa e se aproximando melhor viu Gina. Parecia até impossível, há algumas horas ele a tinha visto triste, abraçada a mãe, insegura de si, mas rodeada pelo carinho da Sra. Weasley, que disfarçava sua dor e naquele momento vê-la alegre, feliz segurando um bebê de cabelo cor de chiclete, assim como os de Tonks. ‘Seria Teddy? Meu afilhado?’ – pensou ele e coberto em seus pensamentos, seus olhares se cruzaram, o verde finalmente se misturou ao castanho. Depois de longos segundos Gina quebrou o silêncio.
-Harry, você ta bem? – Perguntou Gina
-Nunca me senti tão bem em toda a minha vida, pra falar a verdade, estou muito melhor agora, mas sabe? Eu ainda não me conformo. – respondeu Harry.
-Com o que você não se conforma? Com o fim do cara-de-cobra? Com a paz no mundo bruxo? Com a vida que você pode ter a partir de agora?
-Eu estou muito aliviado com tudo isso, mas muitos se foram. Tonks, Lupin e – Harry fez uma pausa – Fred, e ver que eles se foram por minha causa...
-Eles não se foram por sua causa Harry – Gina o interrompeu – Eles morreram combatendo o mal, em prol de um único ideal [n/Carol: rimou *-*] e conseguiram o que queriam, nós conseguimos. Eles eram muito bons e sabiam dos riscos que corriam, mas infelizmente os comensais e o próprio Voldemort – Ela disse o nome com desprezo. – Eram muito melhores. – Harry abaixou a cabeça – Mas você conseguiu Harry, acabou com ele, está tudo bem agora. Nenhum deles gostaria dever você se culpando desse jeito. – Ela se aproximou dele, e com a mão que estava desocupada levantou o rosto de Harry, acariciou seu rosto e chegou no ponto mais crucial, a cicatriz. A contornou, carinhosamente e viu um sorriso maroto se formar no rosto dele. O sorriso que ela sonhara todas as noites em que ele esteve fora.
-Não sei se esse seria o momento correto para isso, mas volta pra mim? – Harry perguntou.
-Eu nunca sai de perto de você, para voltar. – Ela virou de costas, ainda com o bebê no colo. – Muito pelo contrário: Você saiu de perto de mim. – Um sorriso de felicidade se formou nos lábios dela, mas já que estava de costas, Harry não viu.
Então ele a abraçou pelas costas e disse no ouvido dela:
-Então, Ginevra Molly Weasley, você me aceita de volta?
-Só com uma condição: - Ela se virou na direção dele, saindo de seu abraço. – Nunca mais, na sua vida inteirinha me chame de Ginevra, Harry James Potter! – Disse a ruiva zangada.
-Devo considerar isso como um sim, Gina?!? – Perguntou Harry, divertido.
-Considere como você bem entender com exceção de NÃO. – Falou Gina.
E eles se beijaram, no momento em que os lábios se tocaram novamente, eles sentiram que não precisavam de mais nada e se beijaram de novo, de novo e de novo, só pararam quando foram interrompidos pelas mãozinhas do bebê.
-Harry! Eu me esqueci de te apresentar! Esse aqui é Teddy Lupin, seu afilhado. – Os olhos de Harry se encheram d’água – Diz oi pro dindinho Teddy! – Gina segurou as mãozinhas de Teddy e as balançou, como se ele estivesse acenando para Harry. – Segura ele Harry.
Harry o pegou, meio desajeitado, mas Gina endireitou Teddy nos braços dele. Quem visse aquela cena, viria pela primeira vez Harry Potter com uma cara de bobo por um bebê. Já que pelas garotas essa cara nunca havia sido novidade.
O retrato se abriu. Por ele entrou uma afobada Sra. Weasley e um muito abatido Sr. Weasley. Logo Harry teve certeza que uma costela sua estava quebrando, tamanha força que a Sra. Weasley a apertava num abraço.
- Mãe, Harry está ficando roxo. Acho que não consegue respirar. – disse Gina. A Sra. Weasley o soltou e desabou chorando no ombro do marido.
- Conseguimos, não Harry? – perguntou o Sr. Weasley tristonho.
Harry não conseguiu responder a essa pergunta. Pois nem ele sabia a resposta. Realmente, tinham conseguido derrotar Voldemort. Mas com ele, muitas pessoas foram. Fred... Lupin... Tonks... O quanto mais, se sacrificaram para dar a filhos, netos, amigos e parentes um futuro feliz... um futuro sem batalhas, sem comensais da morte... sem Voldemort. Ele olhou para Teddy, no colo de Gina. Aquele pequeno garoto que mexia com os cabelos ruivos da moça, cresceria órfã, sem pais, somente com uma avó e um padrinho... Ele daria todo o amor que ele gostaria de ter tido, daria uma família... uma família que ele própio não teve.
Olhou para Gina. Ela bricava com o pequeno Teddy. Sorrindo para ele, que puxava seus cabelos, nem se dando conta de que uma guerra tinha acabado de terminar. Olhava a mulher que amava, a mulher que ele queria que cria-se os seus filhos.
- Harry, querido, posso levar o Teddy daqui? – Perguntou a Sra. Weasley. - Andrômeda me pediu que eu o levasse para lá. Ela estava com eles, sabe. – ela abaixou a voz.
- Andrômeda tem que ficar com ele, deve estar se sentindo muito sozinha. – concluiu Harry.
E assim o Sr. e a Sra. Weasley se retiraram.
- Hey! Esperem! – Chamou Harry e os dois se viraram para ele. - Eu sinto muito, muito mesmo! – Disse Harry com a cabeça baixa.
- Não precisa se lamentar querido. – Disse uma Sra. Weasley se segurando para não chorar.
-Vai tudo ficar bem filho. – Falou o Sr. Weasley. ‘filho’ aquela palavra fez um eco na cabeça de Harry, os Weasley, eles sim eram como uma família para ele, não faria nada para desapontá-los ou para vê-los sofrer. – Agora vá descansar, você merece.
Só agora que o cansaço realmente o abateu. Fazia cerca de dois dias que não encostava sua cabeça em um travesseiro. Pensou na sua cama dossel bem acima dele, a cama que o confortou por seis longos anos. E com seus pensamentos na cama ele viu Molly e Arthur de afastando, quando eles finalmente sumiram, ele pode sentir Gina o abraçando por trás e dando leves beijos em seu pescoço até chegar à orelha dele, onde ela sussurrou bem baixinho:
- Não conta nada para ele sobre agente, pelo menos por enquanto.
Ele se virou para ela e beijou seus lábios e disse com a testa grudada na dela:
- Se isso fizer você feliz eu não conto. – Ele viu um sorriso de satisfação se abrir no rosto dela. – Mas saiba que um dia eles vão ter que saber, afinal é para o seu pai que eu vou pedir sua mão em casamento. Há não ser que tenham mudado a tradição.
Falar em casamento fez com que Gina ficasse sem palavras desde que tinha seus 10 anos de idade, imagina se casar com ele no topo de uma colina, onde assim que o sol estivesse se pondo eles diriam ‘sim’ oficializando a união com um beijo. Recentemente ela não imaginava o casamento da mesma forma, estar com ele era o suficiente, já estaria de bom tamanho. Mas desde o funeral de Dumbledore todas as possibilidades se foram para ela, de um jeito ou de outro um casamento seria impossível. E agora poder se ver com uma nova opção, com uma nova possibilidade de escolher um novo amanhã com Harry Potter parece surreal, entretanto ela tem que começar a se acostumar com a idéia.
___________
n/a²: Comentem! toda crítica, seja positiva ou negativa é sempre bem-vinda. Sugestões também.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!