Jogando Baralho </cen



Cap. 3 – Jogando Baralho - Hey Lily, o que tem entre você e o Jay? – Lilith perguntou, no dia seguinte, quando as meninas acordaram as três horas da tarde. - Agente é só amigo, por quê? – Ela respondeu, se levantando para pegar o celular. - Guria, a gente viu vocês se beijando, fala sério.. - Ai Lilith, fala sério você. – Lily cortou ela irritada. Logo que pegou o celular, notou que havia duas chamadas não atendidas. Uma do Edward, outra do Jay. Sem nem pensar, digitou rapidamente o número de Jay, que logo atendeu. -- Lily? – Ele disse, rindo. - Oi Jay. Ligou? -- Sim, você disse para eu te ligar... - Ah, desculpa, eu ‘tava dormindo. -- Susse gatinha. E ai, quer sair hoje? - Não sei se rola... Tenho que falar com meu pai. -- Ah, ele não precisa saber. - Não é assim que rola lá em casa... -- Ok então. Me liga quando souber? Lily ia responder, mas no instante em que começou a falar, ouviu Jay falando algo como ‘Me dá o celular, devolve’, e então reconheceu a voz de Sirius no telefone. -- Fala ai, Lily. Você vem hoje? - Não sei ainda.. -- Vem sim, vai? Vai ser aqui em casa, a gente vai jogar baralho. - Mas é domingo, amanhã tem aula e duvido que meus pais deixem. -- Foge de casa. Você pode ficar aqui, se quiser. – Ele acrescentou, rindo maliciosamente. – Hey, vou passar devolta pro Jay. Se cuida, gata. Depois de se despidir de Jay, ela voltou a conversar com as amigas. Quando deu cinco horas da tarde, seu motorista passou e levou-a para casa. No exato momento que entrou, se arrependeu de ter feito isso. - Lilian? – A mãe disse, assim que ouviu a porta se fechar. Ela estava sentada no sofá da sala, com seu pai ao lado dela. - É verdade que você está andando com pessoas perigosas? – A mãe prosseguiu. De primeira vez, ela não entendeu o que a mãe queria dizer. Teve de pensar, analizar, e somente quando concluiu que o Edward devia ter ligado e conversado com sua mãe, ela entendeu o que estava se passando. - Não, mãe, não é verdade. – Ela disse, subindo as escadas revoltada. – A verdade é que eu estou saindo com novos amigos, algum problema nisso? - Lilian, não me dê as costas! – A mãe disse, se levantando. O pai se limitou a ficar sentado, sem falar nada. – Você sabe muito bem que esses seus novos amigos são totalmente diferente de você! Onde já se viu, minha filha andando com um bando de fav.. - Bando do que? Bando do que? – Ela falou, se virando ao chegar na porta do quarto. – Melhor andar com um bando de nãoseioque, do que andar com um bando de gente sem cérebro. Ao terminar de falar, Lilian fechou agressivamente a porta do quarto. Deixou a bolsa na cama e logo em seguida ouviu o telefone de sua casa tocar. Se apressou para atendê-lo na sua extensão, mas era tarde demais – seu pai havia atendido antes. Revoltada, ela pegou o telefone e escutou atentamente a conversa. -- Alô? Posso falar com a Lilian? – Ela reconheceu a voz de Jay. - Quem quer falar? – Disse o seu pai, autoritário como sempre. -- É o James, amigo dela... - Ela está ocupada. – Ele retrucou, grossamente. -- Mas você poderia deixar um recado? – Ele falou, irritado também. - Sim: fique longe da minha filha. Ao terminar de falar, o pai de Lily desligou o telefone. Morrendo de raiva por dentro, Lily pulou na cama e pegou o celular dela. Discou furiosamente as teclas, compondo novamente o número de Jay. Tocou uma, duas, e na terceira vez, ele atendeu. - Jay? – Ela falou. -- Lily, eu tentei te ligar.. - Eu sei, meu pai é um lesado mesmo. – Ela disse, ainda irritada. – Então, onde fica a casa do Sirius? -- Você vem? – Ele exclamou, surpreso. - Vou. -- Quer que eu vá te buscar? – Ele disse, rindo. - Não precisa, é só me dar o endereço. -- Fica na frente da pracinha que a gente sempre vai, número 567. - Ah, melhor ainda. – Ela respondeu, um pouco mais feliz. – Pelo menos eu já sei qual ônibus pegar. Os dois riram e desligaram o celular. Lily juntou rapidamente suas coisas e abriu a porta que ia pra sacada do seu quarto. Se certificando que não ia levar um grande tombo ao saltar, ela pegou e passou pela cerca e se segurou na árvore. Nunca tinha imaginado que um dia chegaria a ponto de sair escondida de casa. (pra Giu se imaginar descendo onze andares do prédio dela, escalando de sacada em sacada e morrendo no segundo andar.) Para ser sincera, ela nunca imaginou que ia chegar ao ponto de sair em pleno domingo a noite, pegar um ônibus e ainda se reunir com um bando de... skatistas. - Depois da sua fuga bem sucedida, Lily ajeitou a roupa e saiu silênciosamente de sua casa. Foi andando apressadamente até chegar ao ponto de ônibus. Deu sorte – ele estava acabando de passar. Ela estendeu a mão, avisando que queria subir. Se ela não fosse tão bonita, te garanto que o ônibus não teria esperado. Mas, isso é uma coisa que ela sabia – e procurava ignorar. Entrou no ônibus e sentou no banco mais perto da porta de saída. O trageto passou rápido, já que não havia trânsito nenhuma ali. Em 15 minutos, ela já estava parada em frente a praça. Segurando firmemente sua bolsa, ela desceu do ônibus e atravessou a rua. Procurou a casa que Jay indicara, descobrindo que era a bem da esquina. Não era uma casa perfeita. Era pequena, simples, mas muito bem cuidada. A pintura estava um pouco desgastada, de uma forma que era possível notar se você olhasse com atenção. Se não, seu olhar somente passaria pelo jardim, que era tão bem cuidado que chegava a atrair toda a atenção. Lily se aproximou do portão e tocou a campainha. Ouviu vozes altas dentro da casa, acompanhadas de risadas. Jay se aproximou e abriu o portão para ela, sorrindo. - Você se importa de ser a única menina? – Ele falou, tímido pela primeira vez. - Não tem problema. – Ela respondeu, dando um beijo na bochecha dele. Quando entraram, Jay a guiou para os fundos da casa. Havia um deck, com uma mesa cheia de cadeiras em volta. Uma pia e uma geladeira em um canto, ao lado de uma churasqueira. Do outro lado, uma porta e um banheiro. Na mesa, haviam 11 meninos sentados. Todos estavam rindo, e Lily reconheceu alguns. Jay não a apresentou, ele nunca fazia isso, e ela não se importou. Se aproximou e cumprimentou Sirius, Jensen e os outros que ela já conhecia. Sentou na única cadeira livre – do lado de Jay. - Eu conheço você. – Um falou, apontando para ela. Ela riu sem graça, ficando vermelha. Todos pararam de conversar e olharam para ela. - Você estuda onde? – O mesmo perguntou. - No colégio Aliança. - Eu também estudo lá. E eles também. – Ele continuou, apontando para metade dos meninos ali. - Sério? Não me lembro de vocês lá.. - O Jay também estudou lá. – Mas ele recebeu um severo olhar de Jay, então mudou rapidamente de assunto. – Você é a Lilian, certo? - Sou. – Ela concordou, ainda mais sem graça. - Sabia. Todo mundo conhece você. - Mas por que eu nunca te vi lá? – Ela continuou, sorrindo. - Porque você tá sempre cercada de gente? – Ele falou, rindo. - Vou prestar mais atenção da próxima, então. – Ela retrucou, dando uma piscadinha. - Ok, podemos jogar? – Sirius disse, interrompendo os dois. – Vocês querem jogar sueco com bebida ou com água? - Bebida, né? – Respondeu um menino de cabelo castanho e totalmente perfeito. Reparando bem, todos ali eram perfeitos. - Lily, você sabe jogar? – Sirius falou, depois que voltou com uma jarra cheia de bebida. - Ahmm.. Não. – Ela falou, vermelha. - É bem simples. Eu vou colocar o baralho, e vai tirando as cartas na ordem horária. Daí, dependendo da carta que você tira, você bebe uma dose, ou manda alguém beber, e por ai vai. - Daí, Ás você escolhe alguém para beber uma dose. Dois você escolhe alguém para beber duas doses. Três é alguém pra beber três doses. Dá para dividir as doses entre as pessoas. Quatro é marca de alguma coisa. Tipo, eu escolho algum produto e tem que ir falando na ordem marcas. Quem não souber, perde e bebe uma dose. – Jay falou. - Cinco se chama ‘dedinho’. Você guarda a carta, e quando quiser você coloca o dedo na mesa. Daí, todo mundo tem que colocar o dedo na mesa. O último a colocar, perde. – O garoto de cabelos ruivos perfeitos continuou. - Oito quem tira faz uma pergunta, e as pessoas tem que continuar perguntando. Quem demorar pra perguntar algo, perde. Ou, se estiver distraído e responder, perde também. Daí, bebe uma dose. – Sirius falou, embaralhando o baralho. - Seis você pega e inventa uma regra. Qualquer uma, do estilo ‘não vale apontar’. Nove você pergunta alguma coisa e a pessoa tem que responder a verdade. Dez a pessoa escolhe um desafio e se não cumprir, a pessoa bebe uma dose. J todos os meninos bebem. Rainha todas as meninas bebem. Rei a pessoa que tira bebe. – O menino de cabelo loiro, sentado logo na frente de Lily, disse. - E por fim, a graça do jogo, você não pode beber. Uma vez que o jogo começa, a pessoa não pode ir no banheiro. Só se tirar a carta 7, que dá direito a ir no banheiro uma vez, ou escolher alguém pra ir. – Jay terminou, sorrindo. - Então vamos! – Ela falou, se animando. Sirius colocou o baralho no meio da mesa e distribui 13 copos iguais. Eles combinaram uma dose e começaram. Lily tirou a primeira carta. - Ás. – Ela disse, animada. – Eu escolho... O meu amigo que estuda na mesma escola que eu. O garoto sorriu, e falou cordialmente enquanto pegava a jarra e se servia com uma dose. - Gabriel. Jay foi o próximo a tirar. - Cara, ele sempre tem sorte. – Sirius disse, irritado. Jay havia tirado um sete. – Vamos, vamos. – Ele disse pra si mesmo, enquanto tirava outra carta. Ele bateu na mesa, irritado. Se serviu de uma dose, o que fez Lily concluir que ele havia tirado um Rei. O jogo continuou, os meninos sempre rindo e apontando um para o outro. Passou uma rodada inteira, Lily voltou a tirar uma carta e ainda não havia bebido nada. - Seis é o que mesmo? – Ela perguntou. - Você inventa uma regra, princesinha. – Respondeu um dos meninos. - Então, eu invento a regra que não pode apontar. Todos se olharam, rindo. Era claro que todos ali iam beber doze doses cada rodada, porque sempre que alguém se ferrava, eles apontavam. Jay tirou uma carta, era um 5. O jogo seguiu, Sirius ferrou com os dois meninos que tinham ferrado com ele, e então chegou a vez de Gabriel. - Nossa, só a Lily não bebeu nada aqui. – Ele comentou, tirando uma carta. - Claro, se a gente mecher com ela o Jay vai nos espancar. – Um falou, rindo. - Então, Jay, foi sorte que eu tirei uma Rainha. Não me culpe. – Ele disse, pegando o copo de Lily e servindo uma dose. Ela puxou o copo e virou. Quando pousou na mesa, começou a rir. - Vai ter troco. – Ela falou, ainda sorrindo. O jogo prosseguiu. Então, discretamente Jay colocou o dedo na mesa. Todos repararam e colocaram o dedo na mesa imediatamente, só Lily que não. A garota estava distraída pegando sua carta, quando percebeu. - Sacanagem Jay! – Ela falou, olhando a carta que tinha tirado. Riu consigo mesma, pensando na vingança. – Jay, você me ama? O garoto congelou. Ele ficou sério, sem saber o que falar, até que todos começaram a rir. Lily tacou a carta na mesa, era um oito. Ele havia perdido o jogo das perguntas. Vitoriosa, ela serviu uma dose para ela e outra para Jay. Os dois beberam e o jogo continuou. Sirius tirou mais uma Rainha, Lilian bebeu. Lilian apontou, ela bebeu. O menino de cabelo loiro pediu marcas de feijão, Lily perdeu. E o jogo foi indo, Lily bebendo cada vez mais. Os meninos bebiam também, mas com menos frequencia. - Ahhh, EU NÃO CONSIIIGO. EU PRECISO IR NO BANHEIROO. – Ela falou, desesperada. Já haviam passado de 20 doses que ela havia tomado. - Vai Lily. – Jay falou, sério. – Eu te dou meu sete. - Sério? AHH, EU VOU TE MORDER! – Ela falou, olhando para ele. - Sim, vai lá. – Ele insistiu. - Eu até te abraçaria, mas se eu fizer algo além de ir no banheiro agora, vai dar merda. E AII, EU VOU NO BANHEIROOOOOOOOO! – Ela disse, rindo. No instante em que ela fechou a porta, os meninso começaram a falar. - Jay, ela tá muito bêbada. – Sirius falou sério. - Eu sei. A gente não devia ter jogado com bebida. – Ele disse preocupado. - Eu não sabia que ela tinha baixa tolerância a álcool. Tá fraquinha a bebida, sério. - É. – Ele concordou. Lily saiu do banheiro, veio caminhando tudo torto. Ela ria sozinha, gesticulando, e se sentou do lado de Jay ainda rindo. - VAMOS! – Ela falou, tirando uma carta. – UMA DOSE PARA O Sirius ZINHO LINDÃAO QUE MINHA AMIGA TEM UMA QUEDA DE SEIS ANDAAARES. Sirius somente olhou sorrindo para ela, sem saber o que fazer. Se limitou a rir e pegar uma dose da jarra, já que a cena era engraçada demais para descrever. - VAI Jay LINDOO! – Ela falou, quando Jay tirou uma carta. - É, todos os meninos bebem. – Ele disse, sem graça. - Uhuu, queria ter nascido menino, sabiam? Eu ia poder beber agora, e eu sempre quis poder ser galinha, e não puta. – Ela falou, séria, e logo depois começou a rir. - Vamos parar, gente? – Sirius disse, pegando a jarra e levando para dentor da casa. Os meninos se despediram, e quando foram se despedir de Lily cada um saiu com a auto-estima um pouco mais alta. - Menininho loirinho, sabia que você é um cara MUITO bonito? Tipo assim, eu pegava. – Ela disse, quando se despedia de um dos meninos que ela não conhecia. Para o menino que estudava na escola dela, ela falou: - Você bem que poderia me dar aulas particulares, não? Você faz o tipo cara delicia. Cada um foi uma cantada pior que a outra. Jay teria até ficado magoado, se não estivesse preocupado demais com a situação da amiga. - Hey, Gabriel, - Ele falou. – Fica ai com ela um pouco que eu preciso falar com o Sirius. Ele deixou Lily conversando (ou melhor, cantando) Gabriel e foi falar com o amigo. - Dude, tem como ela dormir aqui? – Ele falou, sem graça. – Ela não pode voltar assim para casa. - Verdade, ela ia cantar o pai dela. – Ele respondeu. – Pode, se você não se importar de dormir no sofá com ela E se você cuidar dela. - Porra, que amigo heim? - Ah, mais duas coisas: Primeiro avisa a mãe dela, não quero o FBI batendo na minha porta. Segundo: SE TIVER VÔMITO NA MINHA SALA AMANHÃ, EU TE FAÇO LAMBER, ENTENDEU? - Tá bom, calma. Valeu, acho. - Ok. Eu vou dormir, amanhã eu tenho aula. - Viado. – Jay respondeu. - Biscate. - Meu, biscate é xingamento para menina. - E o que você é? - Bem melhor que você, princesinha. - Hahaha, sonha pobre. - Antes pobre do que cuidados-de-meninas-bêbadaas – Sirius falou, rindo. - Melhor do que ser a florzinha que vai dormir porque tem aulinha amanhã. - Cara, melhor do que passar a noite em claro cuidando de alguém bêbado. Ah não, você pode se aproveitar dela, e... - Cala a boca meu, ela é minha amiga. Mais respeito, ok? - Desculpa, peguei no ponto fraco. – Ele disse, se retirando. – Ah, e avisa a mãe dela, ok? - Tá. Tchau, e valeu por quebrar esse galho. - Cinquentão por pessoa. - Vai toma no cú. - To indo. – E por fim Sirius entrou no seu quatro. Jay foi até a sala, encontrou Lily deitada dormindo, e Gabriel observando ela. - Valeu, dude. – Ele disse. - Cuida dela, heim? - Pode deixar. - E amanhã eu falo pra algum dos meninos responder seu nome na chamada, assim você não leva falta. - Te devo uma. - Susse, Jay. – E saiu da casa. Jay trancou a porta e se dirigiu até o corredor. Abriu um armário e tirou de dentro um travesseiro e um cobertor. Ajeitou o sofá maior e pegou Lily no colo, colocando ela delicadamente no sofá. No mesmo instante, ela acordou. - Desculpa, eu não queria te acordar.. – Ele começou, mas a garota levantou num salto e saiu correndo para o banheiro. – Lily? – Ele disse, indo atrás. Ouvindo ela puxar a descarga, entendeu que ela havia vomitado. Foi andando até o banheiro e pegou ela pela cintura. Ela estava muito fraca, quase desabando. Sentou Lily no sofá e pegou um copo da água, junto de um pedaço de pão. - Vai, come e bebe. – Ele falou. Ela obedeceu, cansada, e quando terminou deitou a cabeça no travesseiro. Enquanto ela comia, Jay pegou o celular dela e procurou o número de Lilith. Quando achou, discou. -- Lilian, sua vadia, são duas da manhã e você me acordou.. - Lilith, é o Jay. -- Jay? Calma, o que aconteceu? A Lily tá bem? - É, ela tá bem. Mas tipo, ela tá.. bêbada, e eu não posso deixar ela ir para casa. Teria como você, por favor, ligar para mãe dela e falar que ela vai dormir ai? -- Olha Jay, eu faço isso. Mas amanhã, se você não estiver na hora da saída na frente da escola pra me explicar o que aconteceu, eu vou contar a verdade. - Tá bem. Obrigada, Lilith. -- Tchau Jay, e vê se cuida dela. - Ok. Depois de desligar, Jay se levantou. Estava indo para o outro sofá, quando ela disse: - Jay.. - Descanse, Lily. - Deita comigo. – Ela insistiu, se encolhendo contra o sofá para dar espaço para ele. - Não, vou te esmagar. Dorme, vai. - Jay. – Ela continuou. - Diga. - Deita comigo. Ele se aproximou dela, e rapidamente ela pegou na manga do casaco dele. Puxou ele, como um bebê teimoso, e ele acabou deitando no sofá. Ela ficou de lado, já que o sofá era apertado, e deitou a cabeça no peito dele. Abraçou fortemente ele, como uma pequena menina que abraça o ursinho, como se ele fosse protegê-la dos mostros horríveis. E ele era um ursinho, até. E ia protegê-la dos problemas. A única diferença era que ele era o mais novo ursinho dela, mas não era um ursinho comum. Era o ursinho mais raro. O ursinho que só ela tinha. Era o ursinho que tinha um boné verde na cabeça, virado para trás. Segurava em uma mão um skate, e seu outro braço era livre. E era nesse braço que ele segurava ela, protegendo-a dos terrores da primeira ressaca. Afinal, a primeira ressaca é aquela que a gente nunca esqueçe. Lilian acordou no dia seguinte, abrindo os olhos de leve, tentando se lembrar onde estava. Todas as luzes estavam apagadas, as cortinas do local desconhecido fechadas. O escuro era temeroso como breu. Ela tentou se levantar, mas assim que tirou a cabeça do travesseiro, sentiu uma facada em sua cabeça. Uma puta dor de cabeça invadiu seu cérebro, a fazendo gemer de dor. Ouviu alguma coisa se mecher em sua frente, e quando abriu novamente os olhos, reconheceu Jay em pé, olhando preocupado para ela. - Acordou? – Ele disse, sorrindo. - Preferia estar dormindo. – Ela falou, fechando os olhos novamente. – Onde estou? - Na casa do Sirius. Enchaqueca. - EU BEBI? – Ela falou, abrindo os olhos e se assustando. - Digamos que sim... - E o que eu fiz? - Você se vestiu de batgirl e saiu correndo por ai. Depois, subiu na mesa e fez uma strip, todo mundo babou e depois você pegou e.. Dormiu comigo, é. - Jay, sério. - Você cantou os meus amigos.. - INCLUSIVE O Sirius? – Ela interrompeu, horrorizada. - Inclusive. E depois vomitou no banheiro, para a minha sorte. Por último, você dormiu comigo. No sofá, tipo, dormiu sem maliciar, entende? - Entendo. – Ela falou, rindo. - Então, eu peguei um remédio e uma água para você. Acha que consegue beber? - Pode ser. – Ela respondeu, se sentando. Jay se aproximou e entregou para ela o copo cheio de água e o comprimido. Ela tomou, e assim que enguliu, colocou o copo na mesinha que ficava em frente ao sofá. James se levantou e sentou no outro sofá da sala. - Eu cantei você? – Ela perguntou, tímidamente. - Não. – Ele respondeu, disfarçando a angústia na voz. Era claro que ele se sentia o único que ela não tinha atração. - Ai, minha mãe deve ter colocado a CIA atrás de mim, meu deus, ela vai me matar... - Calma, eu liguei pra Lilith e ela disse para sua mãe que você estava mal e ia dormir lá. – Ele falou, ainda olhando para o chão. – E ela pediu pra eu ir na saída da escola de vocês explicar o que aconteceu, junto de você, mas não creio que você esteja em condições... - Obrigada Jay. Eu vou ligar pra ela. – Lily respondeu, pegando o celular e deitando novamente. Discou o número de Lilith, que logo atendeu. -- Lilian, sua vadia. Cade você? O que ele fez com você? - Calma Lilith. Não foi culpa dele, eu que bebi. Eu to com uma puta ressaca e com uma puta dor de cabeça, tá bem? O Jay ainda cuidou de mim, e pah. Mas o que minha mãe disse? -- Ela falou que tudo bem você dormir na minha casa, que eles iam viajar hoje cedo, e que era para você ligar pra ela quando estivesse melhor. - Ela não perguntou nem o que eu tinha? – Lily falou, sentindo um aperto na garganta. -- Desculpa Lily, mas.. - Não, tudo bem. Obrigada Lilith, te devo uma. Te amo. -- Nada, melhoras. Me liga mais tarde? - Ligo. Tchau. Lilian desligou o celular e colocou a mão na cabeça, pensando. Queria arranjar algo para fazer que mantesse seu cérebro ocupado, e ela sabia o que ia fazer. Pegou o celular e discou o número de Bob, seu motorista. - Bob? – Ela disse, assim que ele atendeu. -- Olá Lilian. Quer que eu vá te buscar na escola mais cedo? – Ele respondeu, cordial como sempre. - Não, eu não fui para a escola. Eu estou na casa de um amigo. -- Lilian, o que você aprontou dessa vez? – Ele perguntou, meio sério, meio rindo. - Eu conto mais tarde para você. Tem como você fazer um favor enorme pra mim? – Ela perguntou, manhosa. -- Claro. - Você podia pegar a Anny, levar ela até o supermercado e falar para ela comprar todas as coisas que uma casa de um adolescente da minha idade precisa? Menino, que mora sozinho. E comprar também coisas para fazer um super almoço para vocês dois, mais 2 pessoas que comem um monte e eu, que sobre pra janta? -- Posso Lily. - E daí, tráz tudo, inclusive a Anny, para a casa que fica na frente da pracinha de skate que a gente sempre passa para ir pra escola, número 567. E o dinheiro, fala para a Anny pegar a chave e entrar no meu quarto. Tem trezentos reais na terceira gaveta da minha escrivaninha. Pode pegar. -- Está certo. - Te devo uma, Bob. -- Na verdade, você me deve umas quinhentas, mas.. - Um dia eu compenso elas, ok? -- Está certo. – Ele respondeu rindo, e desligou. Lily desligou o celular e colocou em cima da mesa. Percebeu que Jay estava tacado no outro sofá, olhando sem piscar para ela. - O que você vai fazer? – Ele perguntou. - Eu vou agradecer o Sirius por abrigar uma bêbada chata por uma noite. Tadinho, ele mora sozinho e deve morrer de fome, então vou trazer minha cozinheira para fazer um super almoço para a gente. - Hummm.. - Eu acho que eu te devo desculpa, não? – Ela falou, mordendo o lábio inferior. - Não, quem deve sou eu. - Não concordo. Fui eu que cantei todos os seus amigos, que fiquei bêbada na frente de todos eles, o que deve ter pegado mal pra você, e ainda te fiz cuidar de mim. - Mas fui eu quem deixei você beber, eu não sabia que você era tão fraquinha.. - Eu nunca tinha bebido de verdade, ok? E sou eu que tinha que ter força pra falar que eu não sou igual a vocês. – Ela retrucou, puxando a coberta. - Mas eu.. – Ele começou, mas a garota o interrompeu. - Chega, ok? Eu errei, e ponto. - Ok. - E agora, eu tenho que pensar num jeito de te agradecer. – Ela falou, pensativa. - Não precisa, sério. - Claro que precisa. Deixa eu pensar. Ao falar isso, ela fechou os olhos e levou a mão na teste. Começou a massageá-la, na tentativa de diminuir a forte dor que sentia. Suspirou devagar, tentando organizar os pensamentos, quando sentiu alguém se sentar ao lado dela. Sentiu uma mão em cima da sua, massageando junto sua testa. Abriu devagar os olhos e sorriu ao ver Jay olhando preocupado pra ela. Ele se aproximou devagar e tirou levemente a mão dela da testa. Juntou seus dedos com os dela e se inclinou, fazendo a respiração dela tremer. Quando ela sentiu o lábio dele pressionando contra o dela, levantou sua mão livre e levou a nuca dele. Ele aprofundou o beijo, colocando a mão na cintura dela e apertando com força a mão dela. Por um segundo, Lily sentiu toda a dor de cabeça, toda a preocupação sair da cabeça dela. Era como se ela nunca tivesse estado preocupada com nada, não que ela depois que soltasse ele nunca mais ficasse preocupada. Cedo demais, Jay ouviu um carro freiando em frente a casa. Soltou delicadamente Lily e procurou o olhar dela, que somente desviou. - É o Bob, vamos. – Ela disse, sendo confirmada com o soar da campainha. Lily escapuliu habilidosamente (talvez pelos anos aprendendo a fugir de Edward) dos braços de Jay e em poucos segundos já estava abrindo o portão. Bob cumprimentou ela, depois Jay e começou a levar as compras para dentro da casa. Anny abriu o porta-malas, ajudando Jay a levar o que havia sobrado das compras, e após isso abraçou Lily. - Eu trouxe uma muda de roupa para você, está bem? – Ela falou, sorrindo e entregando uma mala pequena para Lily, que retribuiu o sorriso. - Eu não sei o que faria sem você, sabia? - Só por favor, não deixe essa velha preocupada assim dá próxima, ok? - Velha, bem capaz. Nem fez 30 anos e já fica se chamando de velha. Vem, vamos entrar. As duas entraram na casa, e Anny foi direto para a cozinha. Começou a cozinhar o almoço, enquanto Jay e Bob guardavam as compras e arrumavam a mesa. Lily foi até o banheiro do quarto de Sirius e entrou no banheiro. Riu ao ver um sutia largado num canto, mas isso fez a cabeça dela doer mais ainda. Tomou um banho rápido e se vestiu, colocando por cima o primeiro moletom que achou no quarto do menino. Quando entrou na sala, viu a mesa inteira arrumada. Sorriu novamente, e foi até a cozinha. Anny olhou com carinho para ela, e voltou a conversar baixo com Bob. Jay se aproximou e perguntou: - Onde achou esse moletom? - Eu peguei um do Sirius, por quê? - Porque é meu. – Ele falou, rindo. - Ah, desculpa. Quer que eu tire? – Ela respondeu, rindo sem saber porque. - Só se for pra tirar todo o resto também. – Ele sussurou piscando, sorrindo maliciosamente para ela. - Jay! – Ela exclamou enquanto deu um tapa de leve no braço dele. Anny estava servindo o almoço, junto de Lily, quando eles ouviram a porta da entrada abrir. Sirius parou logo que olhou pra mesa, assustado. - PORRA MEU, O QUE É ISSO? – Ele disse, gritando de tão feliz. O cheiro estava ótimo. - Um presente por abrigar uma bêbada. – Lily respondeu, se aproximando dele e o abraçando. - Que fofa. – Ele disse, fazendo Lily rir. – Cara, isso é como a Escolha de Sofia. - Quê? – Jay perguntou, sem entender. - Ficar abraçado com uma guria gostosa ou comer. É.. impossível decidir. – Ele respondeu, falando sério. - Então, eu te solto e nós vamos comer, que tal? – Lily falou rindo, ao contrário de Jay. Sirius concordou com a cabeça e se sentou na mesa. Fez quatro vezes um prato de pedreiro, tomou praticamente a Coca-Cola inteira, e ainda vez questão de abraçar Anny e falar que ela era um anjo perdido no meio do mundo cruel. - Gente, isso está perfeito, mas eu realmente tenho que ir. – Sirius falou. – Ah, Jay, eu respondi por você daí você nem levou falta, ok? - Valeu cara. – Jay respondeu. - Hey, Bob, Anny, para compensar as coisas que eu devo pra vocês, podem tirar hoje e o resto da semana de folga, ok? – Lily falou. - Tem certeza, Lily? – Bob perguntou. - Pode, eu me viro. - Obrigada, Lily. – Anny respondeu. Depois de lavar a louça e de Sirius ter ido embora falando que ia morrer de tanto que comeu, Anny e Bob foram embora, deixando somente Lily e Jay ali. - Passou a dor de cabeça? – Jay perguntou, sentando no sofá. - Aham. – Ela respondeu, se sentando ao lado dele. – Vai pra casa? - Eu não. Vou gastar um pouco de energia aqui. Ele quase nunca tá em casa, então eu gosto de gastar por ele, é ele quem paga mesmo. Lilian riu, vendo o que passava na TV. Um filme de ação. Desviou a atenção do filme, começou a pensar sobre as coisas. Mais especificamente, sobre os pais. Eles viajavam praticamente semana sim, semana não. Nunca ligavam para ela, somente na hora de meter o dedo na vida dela. E nem se importavam se ela tinha dormido ou não fora de casa. Sem perceber, as lágrimas começaram a cair dos olhos dela. Não eram tão de raiva, como deviam ser. Eram de saber que ela podia ser rica, podia cagar dinheiro, mas ela não tinha sequer uma família que prestasse. Jay olhou para o lado e viu ela chorando, sem entender. Levou a mão para o rosto dela e limpou as lágrimas com delicadesa. A pele dela era tão macia e perfeita, e a mão dele era cheia de cortes, calos e totalmente áspera – era uma mão de skatista. - Hey, calma, eu to aqui. – Ele falou, abraçando ela. Para a surpresa dele, ela retribui o abraço dele, apertando o pescoço dele com força e abafando a cabeça e o choro no pescoço dele. - Meus.. meus, pais.. viaja-aram, e n-nem me avi..saram. – Ela disse, tentando parar de chorar. - Shhh. – Ele respondeu, sem saber o que falar. Ele não tinha esses problemas. Podia não ter muito dinheiro, mas ele conseguia sobreviver. A mãe dele estava sempre com ele, nunca viajava, sempre fazia o almoço e não se importava onde ele estava. Ela sempre sabia que ele estava bem, caso contrário, teria ligado para ela. Seu pai morava em outra cidade, somente falava com ele por telefone. Os pais ainda eram casados e ele tinha certeza que se amavam, mas o único lugar onde o pai conseguira arranjar um emprego para sustentar a família era em uma cidade há 700 quilômetros dali. Aos poucos, Lily foi ficando mais calma, e Jay conseguiu sentir ela desabar sobre seu ombro. Pegou ela delicadamente e deitou no outro sofá. Voltou a sentar e ficou olhando para a televisão, as vezes desviando o olhar para ela. O rosto estava cheio de lágrimas, todo melecado e vermelho. Mas mesmo assim, ela continuava muito bonita. Era meio irônico saber que ela podia chorar e continuar bonita. Mas não era porque ele sempre babou nela – não, todos concordavam e todos sabiam que ela era muito bonita, independente do que estivesse fazendo. A garota abriu os olhos, percebendo que novamente tudo estava escuro. Se levantou devagar, já sem a dor de cabeça, e olhou pela janela. Estava tudo escuro. Olhou para o relógio, que marcava sete horas. Ouviu vozes vindo da cozinha, então andou até ela. Quando entrou, viu que Jay e Sirius estavam conversando e que pararam logo que ela entrou. Lily sorriu para eles, ainda com uma cara chapada de sono, e viu Jay abrir os braços para ela. Sem entender direito porque estava fazendo aquilo, ela pegou e sentou no colo dele. Olhou para Sirius, que olhava preocupado para ela. Ficaram em silêncio, dando tempo para Lily pensar, até que ela se lembrou de uma pergunta que tinha a fazer. - Jay, você tem quantos anos? - Dezenove. Você tem 17, né? - Aham. E o Sirius? – Ela perguntou novamente. - Dezenove também, princesa. Ela sorriu para ele, fechando o olho como se ainda estivesse cansada. - Lily, quer que eu te leve pra casa? – Sirius perguntou. – Eu deixo você e depois o Jay. - Não precisa, eu chamo o Bo.. É, teria como? - Claro que tem. Os três se levantaram e enquanto Lily pegava a mala e as coisas dela, eles foram para o carro. Quando entrou, percebeu que o banco de passageiro estava vazio. Jay estava sentado atrás, esperando por ela. Sem conter o sorriso, ela entrou e o carro partiu. Não demorou muito tempo eles já estavam na casa de Lily. Ela deu um beijo na bochecha de Jay e saiu do carro, se abaixando na janela de motorista e dando outro em Sirius. Quando estava quase entrando em casa, Jay falou: - Você vai ficar bem sozinha? - Acho que sim. – Ela respondeu. - Posso te ligar amanhã. - Acho que sim. – Ela repetiu. Sorrindo, abriu e fechou a porta. Ouviu o motor roncar e partir. Subiu para o quarto, tacando as coisas na cama como sempre e ligando o computador. Pegou o telefone do gancho e digitou rapidamente o número de Lilith. -- Sua vadia, só me liga agora. – Ela falou, carinhosa como sempre. - Também te amo. Só pra avisar que eu já estou em casa. -- Ok, eu estava indo prai já. - Por quê? -- Porque você ainda não me contou o que aconteceu. - êta biscatinha, amanhã na aula eu te conto. -- Ah, tá bem então. - Tchauzinho. Depois de desligar o telefone tacá-lo na cama, ela voltou a atenção para o computador. Abriu o messenger, não se deu o trabalho de ficar online – não estava afim de conversar. Viu o orkut, nenhuma novidade. Desligou rapidamente o computador e se tacou na cama. Não passou nem 10 minutos e ela já dormia profundamente, como se tivesse passado uma semana sem dormir, e não duas horas. (...) Lily ouviu o sinal do intervalo para o almoço tocar. Reuniu seu material (não que ela tivesse usado ele) rapidamente e foi andando até o refeitório. Estava acompanhada pelas meninas de sempre, e pelos meninos também. Alguns ainda perguntavam porque ela não tinha ido para a aula no dia passado, e ela respondia com uma coisa semelhante a ‘não estava bem’, o que não era mentira. Quando entrou no refeitório, em vez de olhar para as mesas onde ela normalmente se sentava, ela olhou além. Estava procurando um tal de skatista que disse que estudava na mesma escola, e estava decidida a encontrar. Olhou para uma mesa bem perto da bancada onde as pessoas se serviam e viu que nela estavam sentados 5 meninos. Todos tinham o mesmo estilo, riam e conversavam alto sem se importar. Murmurou para Lilith que já voltava e se aproximou da mesa. Todos, tanto da turma dela quanto os skatistas, pararam de conversar e olharam para ela. Rindo, ela pegou e reconheceu Gabriel, sentado na ponta da mesa. Quando estava perto o suficiente, ela parou e se apoiou na mesa, e disse: - Eu cantei algum de vocês ontem? - Humm.. Eu e todos os outros. – Gabriel falou, rindo. - Então, eu peço desculpas. - Não tem problema, é uma honra ser cantado por você. – O menino que tinha cabelos ruivos perfeitos estava sentado ao lado de Gabriel e disse rindo também. Ela sorriu, encarando aquilo como um elogio, por mais confusa que estivesse. - Então... Acho que é só, né? – Ela continuou. – Temos que combinar outra fez para sair. - Opa, pode deixar. – Gabriel respondeu. – É só falar que a gente sai. - O único inconveniente é que o Jay não deixa a gente se quer olhar para você, mas tudo bem. – Um outro falou. - Por que ele não deixa? – Ela falou inocentemente. - Propriedade exclusiva dele, boneca. – O mesmo respondeu. - Vou ter uma conversa com ele sobre isso. - Só não diga que fui eu que falei. - Pode deixar. Vou me lembrar de omitir essa parte. Ainda sorrindo, ela virou as costas e voltou para sentar na mesa em que Lilith estava. O resto do intervalo passou se arrastando, já que ela não estava mais intretida na conversa que sua mesa tinha. Ela não parava de lançar olhares para a mesa onde os skatistas estavam, rindo e se divertindo como todas as vezes que ela tinha saído com eles ou com Jay. De repente, parecia que a vida dela tinha se tornado o maior tédio sem eles. O sinal bateu, indicando o final da manhã escolar. Lily saiu, como sempre acompanhada de um grupinho de meninas. Estava conversando animadamente com Lilith, quando ouviu o barulho das rodinhas passaram pela rua. Virou animadamente, conferindo que era Sirius. - Lily! – Ele gritou, se aproximando dela. - Sirius. – Ela respondeu totalmente decepcionada. Não era ele quem ela esperava. Então, uma cena totalmente engraçada aconteceu. Sirius estava caminhando de braços abertos para abraçar Lily quando um pé apareceu do nada e ficou na frente dele. Como foi tudo muito breve, ninguém chegou realmente entender como Jay surgiu e como Sirius caiu. A única coisa que deu tempo de ver foi Sirius caido com tudo no chão e Jay morrendo de rir. - Seu viado. – Sirius falou, levantando. - Bichinha. – Ele respondeu, passando por Sirius e se dirigindo a Lily. – E ai, gata? Ela somente sorriu, permitindo ele abraça-la por trás, como sempre. Igualmente as outras vezes, ele passou o braço pela cintura dela e começou a beijar o pescoço dela, fazendo-a rir enquanto as amigas olhavam estranho para ela. Então, Lily percebeu que uma das meninas saiu de onde estava, foi até o ouvido de outra e sussurou: ‘Você viu como a Lily virou vadia? Todo dia ela sai com meninos, todos abraçam ela, ela vai conversar com eles... E ainda deixa ele agarrar ela na frente de toda a escola.’ Imediatamente ela parou de rir. Olhou para elas, assustada, tentando entender o que tinha acabado de ouvir. Todas as garotas (menos Lilith, que olhou assustada também) viraram e olharam para ela, como se a desafiassem de negar a afirmação. Ela percebeu que Jay parou de beijar seu pescoço e a soltou. Ele também parecia chocado. Sentiu um enjôo subir por ela, mas ele logo foi tomado pelo nervosismo. Será que Sirius também ouvira isso? O que ele pensaria dela? Para a surpresa dele, Sirius começou a rir. Bom, ele não ria. Ele gargalhava. Alto, muito alto. Todos olharam para ele, surpresos, inclusive Jay. - A Lily é uma vadia? Seria a mesma coisa que falar que você é bonita, querida. – Ele disse, na maior cara-de-pau. – E se ela comeu todos os meninos que ela sai? Porra, se ela tivesse com certeza todo mundo seria mais feliz. Mas ela não é igual a você não. Jay começou a rir também e fez um toquinho de mão com Sirius, como se o parabenizasse pela humilhação perfeita. As garotas olharam para Lily, como se exigissem que ela pedisse desculpas, mas antes que a garota pudesse se pronunciar, Lilith disse: - Que foi? Chama ela de vadia e depois não quer que digam umas verdade para você? Se enxergar querida, não é porque é mal comida que você precisa inventar defeitos em quem pode. Sirius riu mais ainda, praticamente chorando de rir da cara da menina, que somente encarava-os. Percebendo que daqui a pouco ia rolar pancadaria de meninas, Sirius pegou e puxou Lilith pela mão, enquanto Jay voltava a abraçar Lily e puxá-la para fora da escola. - Gente, vou indo. Até amanhã, Lily. – Ela falou, timidamente, e começou a andar rápido em direção da sua casa. - Obrigada, meninos, mas nem precisava. – Lily disse, sorrindo para eles. Era tão fácil não pensar no que iria acontecer amanhã quando estava com eles. - Jay, eu vou indo, ok? – Ele disse, ignorando o agradecimento. – Te encontro daqui meia hora pra fazer o trabalho, entendeu? - Ok. – Ele respondeu, passando a mão pela cintura de Lily de lado, puxando ela para andar. – Hey, Lily, quer aproveitar que seus pais não estão aqui e ir fazer trabalho comigo hoje de tarde? - Trabalho? – Ela falou, rindo. - É, é sobre grupos sociais. A gente escolheu skatista, claro, então você poderia nos falar o que acha sobre eles. – Ele disse rindo junto. - Humm.. Pode ser. Mas eu não sei o que acho deles. – Ela concluiu. - Como assim? - Nada. – Ela respondeu, ficando vermelha. Mesmo sem entender o motivo dela estar vermelha, Jay continuou guiando ela pelas ruas, ela estava com sério problemas agora: estava completamente apaixonada por Jay. É, isso é um problema. - n/a: NAAATYY! HUSHAUS. Te amo, muié ;D Você surta hein?! SHAUSHAUH, cap especialZÃO pra você, gatona! Espero que tenha gostado! /masficouenormeneh?! Amo vocês todos! Beijos


Ana Luiza

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