Paris
Paris
Devido à grande influência no Ministério, Harry e Rony conseguiram uma chave de portal imediata para Paris que iria diretamente para o Ministério da mesma.
Estavam em uma sala particular com alguns homens já a postos prontos para ajudá-los a localizar Victor Krum.
-Krum já pode ter ido embora, Harry. –Rony falava aflito enquanto esperava alguma resposta.
-É a nossa única pista, Rony. Vamos esperar e ver o que acontece.
Para a satisfação de Rony, as respostas não tardaram a chegar. Krum encontrava-se hospedado num hotel exclusivo para bruxos, não muito longe de onde estavam.
Acompanhados por dois homens, seguiram imediatamente para o endereço. Chegando à recepção, Harry impediu Rony de conversar com a recepcionista percebendo seu estágio avançado de nervosismo. Rony bufou, mas deixou o amigo tomar as rédeas.
-Fica frio, Rony. Não vai fazer nenhuma besteira. –Harry o alertou, enquanto caminhavam até o quarto.
Rony caminhava a passos duros, sentindo o coração acelerar como se a qualquer momento fosse encontrar Hermione. Na verdade, não sabia o que esperar. Mas a imagem de Krum e Hermione deitados na cama, nus, rondava sua mente de forma torturante. E foi com esse pensamento que Rony abriu a porta raivosamente sem se importar em se anunciar, para desespero de Harry.
Krum estava terminando de se arrumar e estava intrigado com aquela visita. A recepcionista apenas lhe dissera que aurores estavam a sua procura. Que vieram de Londres e que eram Harry e Rony, ele não tinha conhecimento.
Vestido apenas com suas calças jeans, ouviu um barulho na porta e caminhou até ela.
-Mas... –começou a falar, mas calou-se assustado quando se deparou com a cara raivosa de Rony. Deu alguns passos para trás, meio inconsciente e estupefato. Rony caminhava em sua direção com os olhos em brasa. Quando o viu colar a parede, agarrou seu pescoço e apontou a varinha diretamente para sua cabeça.
-Rony! –Harry exclamou assustado. –Larga ele! –Rony não deu ouvido e continuou na mesma posição.
-Onde está Hermione? –perguntou com a voz trêmula de raiva.
-O que... -Krum tentava falar, mas encontrava dificuldade devido o aperto na garganta.
-Nada de perguntas, garotão. –debochou. –Apenas respostas. –falou o prensando mais forte.
-Rony, solte-o agora! –Harry falou com mais intensidade. –Agora, Rony! –gritou. Rony o soltou e virou de costas.
-Isso é invasão de privacidade!! Vou denunciar você ao seu chefe! –Krum falou nervoso com seu sotaque, alisando o pescoço dolorido.
-Porque não faz agora? O chefe está bem aqui ao meu lado! –Rony debochou. Krum ficou em silêncio muito irritado.
-Quietos vocês dois. –Harry se pronunciou. Olhou para Rony o repreendendo e voltou-se para Victor. –Victor, não vou alongar, vou direto ao ponto que nos trouxe aqui.
-Eu já posso imaginar. –falou o búlgaro mais amigável.
-Vimos uma notícia no Profeta onde você e Hermione foram vistos juntos aqui mesmo em Paris.
-Eu não tenho culpa alguma nisso, foi ela quem me procurou! –exclamou na defensiva com seu sotaque carregado. Rony ao ouvir as falas de Victor, derrubou um arranjo ao seu lado, assustando o búlgaro.
-Você sabe que Hermione está desaparecida a mais de um ano? –perguntou Harry.
-Não! –respondeu realmente surpreso. –Passei um longo tempo viajando e não vi nada nos jornais que eu li...-estava atordoado. –Como assim ela sumiu? Não estou entendendo.
-Conte-nos o que ela falou, tudo o que ela conversou com você.
-Bom, foi uma surpresa pra mim. Ela me enviou uma coruja na segunda, dizendo que queria me ver, perguntou onde eu estava e mandei uma resposta. Ela veio para Paris, chegou na terça-feira. Fomos a um bar trouxa, disse que sentia minha falta, que tinha se separado e que agora vivia sozinha.
-Ela disse onde? –perguntou Rony com a voz fraca.
-Não. Só disse que queria distância do passado, exceto eu e...
-E? –perguntou Harry.
-Nós viemos para o hotel e...
-Não precisa terminar. –Rony falou engasgado. Sentou-se na beirada do sofá sentindo suas pernas fraquejar. Era difícil acreditar que Hermione fizera aquilo.
-Ela lhe contou que abandonou a filha um dia depois do nascimento? –Harry perguntou.
-Hermione tem uma filha? –olhou interrogativo para os dois.
-Sim, com o Rony. –Krum olhou para o ruivo com certo pesar, mas era difícil que Hermione fizesse algo daquela dimensão.
-Hermione não faria isso. –Rony riu sarcástico.
-Continue... –incentivou Harry.
-Nós ficamos juntos por três dias...
-E ela parecia de alguma forma...diferente? –Harry o cortou.
-Não, não... Ela foi doce, certinha... a mesma Hermione que conheci. Não poderia ser outra pessoa. Havia detalhes em nossas conversas que só ela sabia, era intimo demais para ser outra pessoa.
Rony engoliu em seco, tentando manter a sanidade. Uma lágrima escapou e ele a enxugou com raiva.
-Depois disso, ela levantou e disse que precisava ir, mas que entraria em contato.
-Não deixou nenhum endereço?
-Não, nada.
-E onde está a carta que ela lhe enviou?
-Ela pegou fogo logo depois que eu li.
-Provavelmente uma forma de esconder seu paradeiro. – falou consigo mesmo e ficou pensativo. -Você reconheceu a letra dela? Era dela mesmo?
-Sim, claro. Era dela.
–Bom, vamos precisar de seu depoimento, Victor. O caso foi arquivado, mas informações nunca são de menos.
-Claro.
-Vou entrar em contato para lhe informar a data.
-Fico a espera.
-Mais uma pergunta, Victor.
-Sim?
-Você lembra como era a varinha de Hermione?
-Não cheguei a ver Hermione empunhando uma varinha nos dias em que ficamos juntos, nem se ela tinha uma. –Harry apenas confirmou e voltou-se para Rony.
-Vamos alugar um quarto e voltamos amanhã. –Rony pareceu despertar e confirmou. Estava atordoado e confuso. Ao olhar para aquela cama, imaginava os dois juntos fazendo o amor, o que lhe provocava raiva e tristeza ao mesmo tempo.
-Nos vemos em breve, Victor. E desculpe pela invasão.
-Tudo bem. Até, Harry!
Mas antes que ambos pudessem deixar o quarto, uma coruja entrou pela janela e pousou no ombro de Rony. Olhou surpreso para Harry e pegou a carta.
“Rony, você precisa retornar, imediatamente!
Gina”
-Rose. –Rony sussurrou.
-O que foi, Rony?
-Aconteceu algo com Rose, Harry. Temos que voltar agora! –falou tenso e com a voz alterada.
-Quem é Rose? –perguntou Krum.
-A filha dele. –Harry respondeu após ler a pequena carta.
-Ela está doente? –perguntou seguindo-os até a porta.
-De certa forma, sim. Temos que ir, Victor. Até mais. –despediu-se já no corredor acompanhado de Rony.
Voltaram rapidamente para o Ministério, mas conseguir a chave de portal foi realmente difícil. Rony estava aflito e só pensava em Rose.
Após uma hora e meia de tentativas, Harry e Rony conseguiram a chave diretamente para a Toca.
Ao chegarem Molly era a única que estava à espera de ambos.
-Mãe, o que aconteceu? Cadê Rose? –Molly olhou sentida para o filho.
-No St.Mungus, meu filho.
Rony não esperou a mãe terminar e desaparatou. Correu pelos corredores desnorteado, quase tropeçando nos próprios pés. Até que encontrou seu pai e Gui na sala de espera.
-O que aconteceu? –perguntou nervoso.
-Rony... –Gui tentou acalmá-lo. Rony virou e viu Adela caminhando em sua direção.
-Adela, me fala, o que foi dessa vez? Você sabe que não deve me esconder nada. –advertiu diante do seu silêncio.
-Rose teve um ataque, Rony. Seu corpo apresentou alguns hematomas, debatia-se inconscientemente, reações que o corpo apresenta quando algo está errado, mas novamente as causas não existem.
-De novo... –falou jogando-se na cadeira. Estava cansado, extremamente cansado. Sentia-se um idoso, e era exatamente essa a aparência que sua feição apresentava.
-Ela está bem agora. Chama por você. Não se assuste com os hematomas e não a abrace muito forte, as porções não fizeram total efeito ainda.
Rony se levantou e seguiu para o quarto. Ao entrar escutou o choro fraquinho da filha e foi até ela.
-Estrela, não chora. –falou tentando disfarçar a dor e o susto de ver os roxos pelo seu corpo.
-Ta dodói. –falava mostrando os machucados.
-Vai sarar logo. Rony vai fazer sarar. –sorriu. Abraçou-a com cuidado e a ninou até que dormisse. Virou-se e viu Adela entrando no quarto.
-Você pode levá-la quando quiser. Aqui está a receita de algumas poções.
-Certo. Obrigada por tudo Adela.
-Não é nada, Rony. –suspirou. –Nós vamos descobrir o que é. Pode acreditar. –Adela estava investindo cada vez mais nas pesquisas, porém, até aquele momento nada fora descoberto.
Rony esperou alguns minutos, pegou Rose no colo e saiu acompanhado do pai e irmão. No caminho viu Luna de longe e apenas acenou, querendo ir o mais rápido possível para casa. Luna mandou um aceno fraco igualmente ao sorriso.
Rony chegou a casa e foi direto para o quarto de Rose. Ela tinha um sono pesado e parecia não acordar tão cedo. Deitou-a na cama, cercou-a com travesseiros e seguiu para seu quarto.
Olhou-se no espelho. Sentia-se péssimo.
-Preciso deitar. –falou olhando para a sua imagem. Jogou uma água no rosto e caminhou até a cama jogando-se em seguida. Olhou para a foto de Hermione e fechou os olhos impedindo as lágrimas de descerem.
Na sala, membros da família ouviam os relatos de Harry. Até os gêmeos, costumeiros com suas brincadeiras, estavam sérios e pensativos.
-Não posso acreditar que Hermione fez algo assim. –argumentou Gina.
-Eu também não. Mas Krum disse que era ela! –falou Harry.
-Ele pode ter se confundido. –falou Fleur.
-Talvez, mas do jeito que ele falou....-Harry deixou no ar.
-Eu tenho medo que Rony faça alguma besteira. Ele sempre foi de agir sem pensar. E isso me assusta. –argumentou Gui.
-Com ele aqui na Toca não tem como passar despercebido. Não vamos deixar que ele cometa nenhuma bobagem. –falou Arthur.
-Eu vou lá em cima ver como ele está. Já tem muito tempo que está dormindo e não comeu nada. –falou Gina se levantando.
-Eu vou ver Rose. –falou Molly.
Gina entrou no quarto e aproximou-se do irmão. Abaixou a coberta e viu suas roupas molhadas, igualmente os cabelos e rosto. Estava trêmulo e falava coisas sem sentido.
-Rony, acorda. –Gina chamava, mas não obtinha resposta. –Droga, Rony! Reage. Não vai ficar doente agora!
-Mione? –falava com a voz trêmula. –É você? Você voltou?
-Não, Rony, sou eu Gina! Sua irmã.
-Rose, você deveria estar deitada. –fechou os olhos.
-Merlin! –Gina falou deixando o quarto. Desceu até a sala, pegou uma pena e um pedaço de pergaminho.
-Para quem é a carta? –perguntou Harry.
-Luna. Rony não está nada bem.
Luna só pode comparecer uma hora depois do recebimento da carta. Enquanto isso, Molly e Gina tentavam de alguma forma ajudar Rony, mas o mesmo não apresentava melhoras.
Quando a Loira chegou, foi diretamente para o quarto. Examinou-o e fez o que era necessário, e no final Rony parecia mais tranqüilo.
-Vou deixar essa poção, devem dar a ele de quatro em quatro horas. Ele vai ficar bem. O corpo dele entrou em estado de choque devido ao esforço. Ele precisa de muito repouso.
-Vou cuidar disso. –falou Molly.
-E aconselho a ele tirar umas férias, se continuar nesse ritmo a coisa pode ficar mais séria.
-Obrigada, Luna.
-Que nada. –sorriu fraco. –Desculpe não ter vindo antes.
-Não se preocupe com isso, querida. –falou Molly, carinhosa.
-Gina, posso usar o banheiro? Preciso jogar uma água no rosto.
-Claro! Vem comigo.
-Você está bem, Luna? –perguntou preocupada com a amiga.
-Estou bem. Só um pouco confusa, sabe? –parecia refletir. –Acho que estou trabalhando muito.
-Está precisando descansar. –falou olhando-a. Seus olhos tinham olheiras fundas, sua pele estava pálida e parecia sem forças até para falar. –Há quanto tempo você não sai, Luna? Precisa se divertir.
-Preciso mesmo. –riu fraco. –Vou dar um jeito nisso.
-Vou preparar algo quando Rony estiver melhor e você vai ter que vir. –sorriu.
Luna se despediu da amiga e se foi.
No dia seguinte, Rony acordou e olhou ao redor. Sentia-se péssimo! Seu corpo inteiro doía, sua cabeça martelava. O que acontecera? Não estava se lembrando de nada. Tentou se levantar, mas percebeu que não era uma boa ideia.
-Bom dia, meu filho. –falou Molly entrando no quarto com uma bandeja. –Como se sente?
-Péssimo. O que aconteceu?
-Você passou a noite com febre e delirando. Entrou em choque. –falou postando a bandeja a sua frente para que comesse.
-Era só o que me faltava! –resmungou.
-Tome isso. –falou lhe dando a poção.
-Rose! –exclamou assustado.
-Calma. Ela está melhor. A dor passou, só ficaram alguns hematomas. –Rony suspirou aliviado.
-Eu tenho que levantar, tenho que trabalhar.
-Não, não tem. Está de licença.
-O que? Como assim licença?
-Isso mesmo, licença durante um mês.
-Eu vou matar o Harry! –falou já sabendo que tinha o dedo do moreno no meio.
-Você querendo ou não, vai ter que ficar quieto durante um mês. E não discuta comigo.
-Tá. –falou emburrado.
-Coma, você está fraco. –Molly suspirou e beijou sua testa. –É para o seu bem. –sorriu. –Quando Rose acordar eu a trago.
Molly se foi e Rony fechou os olhos recostando a cabeça na cabeceira da cama. Estavam fazendo tudo pelo seu bem, e ele sabia que precisava de um descanso. Começou a comer. Estava realmente com fome. E de repente o dia anterior veio a sua mente. Largou a torrada que ia morder e parou sem ação.
“Ela não me queria. Não queria Rose. Ela nunca me amou.” - pensou. A dor o invadiu sem que pedisse licença. Fora tudo um sonho. Sua vida, seu amor... Nada fora real.
-Rony... –falou uma vozinha sonolenta entrando no quarto. Rony sorriu. Aquela ruivinha era sua vida, era a única certeza da realidade.
-Estrela, como chegou até aqui? Não pode ficar subindo e principalmente descendo essa escada sozinha. Pode se machucar. –Rose correu até ele e Rony a colocou na cama.
-“Diculpa”, Rony. –falou o abraçando.
-Tudo bem. –sorriu.
Rony ficou a refletir ao mesmo tempo em que Rose lhe fazia perguntas. Percebera que tudo mudara, tomara um rumo diferente. Se Hermione não os queria, então não ia mais a sua procura. Chegou a conclusão de que ali, naquele exato momento, terminava sua incessante busca por Hermione Granger.
Olhou para o seu dedo e viu a aliança que ainda residia ali. Tirou-a e guardou na gaveta.
-Somos eu e você, Rose. Eu e você . –sussurrou e adormeceu em seguida.
Para desgosto do ruivo, os sintomas voltaram a aparecer tornando o resto do dia péssimo.
-Acho que agora ele dorme. –falou Gina sentando-se ao lado de Harry.
-Consegui fazer Rose dormir. –falou Molly que descia as escadas. –Tadinha, chamava pelo pai chorando que dava dó.
-Ela é agarradona nele. –comentou Fred.
-Isso tudo é inacreditável. Hermione, Rose... Não dá para acreditar! –falou Carlinhos que chegara naquela tarde.
-Não dá para imaginar nem na possibilidade de Hermione ter feito isso tudo! Ainda mais ter ficado com o Krum. –falou Gina.
-Com certeza. E por mais que o Victor tenha dito com absoluta certeza que não era ela, eu não acredito. Só acredito quando ela me falar.
-Mas mesmo assim, Harry, a duvida fica no ar. E se nunca mais virmos Hermione? –questionou Gui. Ninguém respondeu ficando em silêncio. –Eu só acho que depois de tudo, Rony não vai querer mais procurá-la.
-Eu vou continuar. Ele não precisa ficar sabendo. Isso tudo tem que ter uma resposta.
-Isso tudo está acabando com a vida do Rony. –falou seu pai. –Ele não vive mais. Tenho medo por ele. –falou preocupado.
-Se não fosse por Rose, Rony já teria cometido uma loucura. –falou Jorge. –Esses ataques dela estão o levando à loucura, cada dia é mais grave! Não quero nem pensar se...
-Não diga isso, meu filho. –falou Molly num fio de voz. –Não diga.
Todos ficaram em silêncio tentando afastar os pensamentos ruins.
Nos dias seguintes Rony não saia do quarto. Seu quadro de saúde era instável. Ora melhorava em outra estava péssimo. Sempre que possível Rose passava o dia com o pai o que para ele era seu remédio. Sua companhia, seu riso seu olhar eram tudo o que ele precisava para ficar bem e era neles que se concentrava para melhorar.
Duas semanas depois, num sábado de manhã, Rony se levantara bem melhor e resolveu dar um passeio pelo jardim. Enrolou-se numa coberta e desceu as escadas. Quando sentiu o sol eu seu rosto, respirou fundo. Há quando tempo não respirava o ar puro. Caminhava lentamente, sentindo o corpo rígido e ainda cansado, mas o sol era muito bem vindo em sua pele pálida e sem vida. Sentou-se na sombra de uma árvore e ficou a mirar o lago.
-Até que enfim saiu do quarto. –falou Harry se aproximando. Rony o olhou e sorriu.
-Não estava aguentando mais.
-Imagino. Mas não abusa. –sentou-se ao lado do amigo. –Você tem que ficar cem por cento porque tem muito trabalho te esperando. –Os dois riram juntos e conversaram por um longo tempo. Quando o silêncio se fez, Harry pode perceber a luta que o amigo enfrentava.
-Ele já foi fazer o depoimento. Está registrado, mas parece que não ajudou muito, na verdade piorou. O caso foi arquivado e se deu como solucionado. –nesse momento Rony o olhou. –Chegaram à conclusão de que ela foi embora por vontade própria.
Rony continuou em silêncio.
-Não precisa me dar relatório de nada. –falou querendo se convencer disso. –Não interessa mais. Concordo com a resolução.
Harry já sabia que essas seriam suas últimas palavras, mas por uma vez mais iria tentar.
-Rony...
-Harry... –cortou-o. -... sei o que vai dizer. E te digo em resposta: eu tentei. Deixei de lado os bilhetes, todas as evidências, mas a última foi demais pra mim. Não consigo mais continuar. Essa foi a escolha dela, ela quis assim. Já se passaram quase dois anos e nenhum pronunciamento dela, nem mesmo para a filha. Então é o fim! Não posso privá-la na vida de Rose, porque eu a fiz presente. Se um dia ela aparecer e quiser vê-la, posso até aceitar, mas ela que não tente tira-la de mim.
Aquele foi o fim da conversa. Mas ele, Harry Potter, não iria desistir.
A licença de Rony terminara e assim retornou ao trabalho. Foi recebido por uma pequena comemoração dos colegas, inclusive Lilá que fora lhe visitar várias vezes durante o mês ausente.
-Você estava certo, Harry. Trabalho é o que não falta! –Harry soltou uma gargalhada maldosa. –Cara de pau! –revidou brincalhão começando a analisar a papelada em cima da mesa.
-Algumas pessoas gostam do serviço exclusivo do Weasley. –debochou Luka.
-HARRY, HARRY! –gritou uma ruiva apressada entrando na sala afobada.
-O que foi, Gina?- Harry perguntou assustado.
-Harry, recebi...-Gina começou a falar mas quase caiu quando viu Rony.
-Viu um fantasma, Gina? –perguntou o ruivo.
-Não! –falou mais alto que o necessário. Endireitou-se e chamou Harry para um canto mais afastado. –Harry Beth conseguiu interceptar antes que chegasse às mãos de Rita. –Harry pegou o papel e leu.
“Lamento que as coisas tenham se revelado dessa forma. Não queria magoar o Rony. Apesar de tudo eu o amo como amigo, e confundimos as coisas no passado, pelo menos eu confundi. Quanto à menina que dei a luz, acredito que outra mulher poderá ser uma mãe melhor que eu. Quando aos meus antigos amigos, peço perdão, mas eles nunca entenderiam minhas escolhas. Eu quero ser livre.”
Hermione Granger
-Essa é uma carta bem fria. –comentou Harry decepcionado. –Isso é triste, Gina.
-Eu sei. –encostou a cabeça em seu ombro.
-Às vezes eu tenho dúvida. Penso que pode ser ela, mas não quero acreditar nisso... Não quero. A letra é dela, os testes confirmaram isso, e eu conheço a letra de Hermione. Falsificação é assunto grave, mas não é esse o caso aqui. Como pode ser Hermione a escrever uma coisa assim? –questionou e olhou para a esposa que não soube responder.
-Algum problema? –perguntou Rony se aproximando.
Harry se assustou e guardou a carta na gaveta.
-Não, tudo bem. Hmmm... vou resolver umas coisas com Gina e logo estarei de volta.
-Ok. –Viu os dois se afastar e olhou para a gaveta. Sabia que algo acontecera. Abriu a gaveta e pegou um pedaço de papel amassado. Abriu-o e leu. Ao terminar respirou fundo e guardou no mesmo lugar e voltou para sua mesa, indiferente. Mas no fundo, ainda sofria.
“... Mas a verdade sempre vem à tona. Cedo ou tarde.”
E.P.
N/A: Gatitas, mais um capítulo para vocês!
Espero que gostem!
Grande beijo!
Comentários (1)
Queria dar a nota 1000, querida por favor continue, a sua fic é extremamente maravilhosa. Por favoooooooor continua.estou esperando para o próximo capítulo , bjjs amo a sua fic.
2014-10-21