9ºCapítulo-Natal sem você
NATAL SEM VOCÊ
Era noite de natal para desespero de Rony. Sua esperança era de que até aquele final do ano, Hermione seria encontrada e assim, poderia estar com ela ali, ao seu lado. Porém, ainda não se tinha nenhum sinal de Hermione.
Rony estava em seu quarto terminando de aprontar Rose, que se mantinha inquieta e risonha, fazendo-o rir pelo jeito da filha.
-Prontinho, espertinha! –falou erguendo-a. - Seu pai aqui está ficando bom nisso. –falou beijando a bochecha da filha, escutando-a soltar gritinhos.
Antes de descer com a filha, Rony olhou para a foto de Hermione e alisou-a, sentindo aquela dor no peito que já lhe era bastante familiar. Sentia falta de tudo que era relacionado a Hermione.
A casa como sempre estava cheia com todos os membros da família. Crianças corriam para todo o lado, juntamente com os gêmeos que não mudavam seu jeito brincalhão de ser.
Todos ficaram maravilhados ao ver Rose tão linda, causando certo orgulho em Rony.
-Você está se saindo bem, Roniquinho. –Fred elogiou o irmão, a sua maneira, o que fez Rony sorrir.
-Ela está cada vez mais a sua cara, Rony. –comentou Fleur, com a sobrinha nos braços.
-Mas os olhos dela estão escurecendo. Acho que vão ficar como chocolate. Como os da Mione.
Todos que escutaram a fala de Rony sorriram tristemente e não souberam o que dizer.
Rony tentava divertir com os familiares, mas era impossível sentir-se bem sem ela. Deu a mamadeira para Rose e a fez arrotar, olhando todos a sua volta sorrir, se divertir. Viu os irmãos com suas respectivas esposas e seu coração se apertou com a cena. Porque tinha que ser assim?
Olhou para Rose e a viu ressonando tranquilamente. Colou-a com cuidado no carrinho e viu Gina a sua frente.
-Dá uma olhada nela para mim? –pediu à irmã.
Gina afirmou, vendo os olhos do irmão, brilhar. Imediatamente, Rony seguiu para o jardim, e ali, deixou as lágrimas rolarem. Gina fez menção de segui-lo, mas alguém a parou.
-Deixe ele, Gina. Ele precisa de um tempo sozinho. –falou Harry.
Rony caminhava pelo jardim completamente alheio. Precisava respirar, precisava aliviar por um momento aquele aperto no peito. Via-se envolvido a meio de lembranças boas, mas que traziam mais saudades. Parou de frente ao rio fixando o olhar nele e por um momento, pode jurar ter visto a face de Hermione desenhada no mesmo. Mas não era ela, era apenas sua imaginação. Nada mais.
-Estou ficando louco! –Rony falou tentando conter um soluço e sentou-se no chão.
Aguentaria até o fim? Por quanto tempo aguentaria viver com esse buraco em sua vida?
Rony levantou-se de um salto e retornou a Toca.
-Algum problema? –perguntou assim que entrou e constatou que Rose chorava.
-Ela deve estar com saudade do papai! –falou Gina enquanto lhe entregava Rose.
-Vou ver se ela está limpa, já volto. –falou e seguiu para o quarto.
Ao ver que Rose estava limpa, Rony estranhou. Fome ela não tinha, sono também não. Sua feição se fechou em preocupação.
-O que foi, estrela? –perguntou como se uma resposta viria da filha com a face vermelha de tanto chorar. -Pode ser cólica. –falou consigo mesmo quase entrando em desespero por não saber o que fazer.
Deitou-a em sua cama e começou a fazer os exercícios que aprendera. Mexia as perninhas de Rose, massageava-lhe a barriga, e aos poucos o choro foi diminuindo se transformando em choramingo. Tornou a embalá-la nos braços e logo ela silenciou-se para o alivio de Rony.
Molly entrou no quarto e sorriu para o filho.
-Está tudo bem? –perguntou analisando a neta.
-Agora sim. Acho que era cólica. –falou colocando a filha no berço, mas logo Rose recomeçou a chorar. –Parece que ela não quer ficar no berço.
-Quer que eu fique com ela? –ofereceu Molly.
-Não, mamãe. Pode descer. Daqui a pouco eu vou. Não se preocupe.
-Ok. Qualquer coisa me chame.
Molly saiu, deixando o filho com a neta.
Rose, enquanto estava no colo de Rony, não chorava, mas continuava choramingando, porém, quando colocada em uma superfície, seu choro começava intenso, o que estava preocupando Rony.
Lembrando-se das dicas de Adela, Rony pegou uma pomada no armário, tirou a roupinha da filha e começou a massagear-lhe a barriga com a pomada.
-O que você tem, estrela? –falava preocupado.
Rony ficou ali com a filha, não soube quanto tempo, até que Gina entrou no quarto.
-Como ela está? –perguntou a ruiva.
-Agora adormeceu. –falou caminhando com a filha até o berço e a deitou. –Isso é assim mesmo? Quero dizer, demora tanto para melhorar?
-Vária de criança para criança, Rony. Cólicas são normais nessa fase.
-Eu sei. Mas é ruim vê-la chorar e não poder fazer nada. Eu fico desesperado!
-Você foi ótimo! –sorriu-lhe. –Vamos descer para você relaxar um pouco.
-Acho melhor eu ficar aqui, caso ela acorde.
-Se ela acordar o feitiço irá avisar, não se preocupe.
Rony refletiu por um tempo, mas acabou cedendo ao pedido da irmã.
Rony olhava a todos perdido em devaneios. Estava sentado no sofá, com um copo de whisky de fogo na mão, atento a qualquer sinal do feitiço. Porém, sua mente também estava atenta a Hermione. Atenta a imagem inexistente dela com Rose nos braços, atenta a preocupação dela quanto à dor de Rose, atenta ao sorriso dela direcionado a ele.
Olhou para o lado e viu Harry o observando. Sorriu-lhe e tomou um gole de sua bebida.
-Tudo bem? –Harry perguntou. Bom, ele sabia que nada estava bem. Aquela era uma pergunta tola, ele sabia.
-É... –falou soltando um sorriso fraco.
As crianças se alvoroçaram ao aviso de Molly para a hora de abrir os presentes. Todos correram para avó, alegres e felizes a espera do seu. Rony sorriu imaginando o dia em que veria Rose correr no meio deles. Estava perdido na imagem das crianças, quando o feitiço o alertou sobre Rose. Levantou-se de um salto e correu para o quarto.
O restinho da noite de Natal, para Rony, não foi nada fácil. Tentava de todas as maneiras acalmar Rose, mas de nada adiantava. Via os olhos da filha se fechar de sono, mas parecia que a dor não dava trégua. Molly e Gina foram até eles para ajudar, mas quando Rose parecia se acalmar o choro voltava forte, o que causou pânico em Rony.
Seus olhos estavam cansados, seu corpo pedia uma cama. Sem se aguentar de pé, Rony tirou os sapatos e a camisa. Deitou-se na cama com a filha em seu peito. Aos poucos o choro da ruivinha fora diminuindo e logo caiu no sono. Rony sorriu sonolento e também se entregou ao sono.
-Vou dar uma olhada no Rony. –Gina falou com Harry e seguiu para o quarto.
Quando abriu a porta e viu a cena do pai com a filha adormecida em seu peito, Gina sorriu emocionada. Seus olhos lacrimejaram. Rony era um grande pai! Estava orgulhosa do irmão. De repente, sorriu sapeca e correu até a sala, retornando ao quarto com uma máquina na mão e tirou uma foto dos dois.
-Você também estaria orgulhosa dele, Mione. –falou com um sorriso triste e saiu.
Como acostumar com uma situação completamente desesperadora? Seria para sempre?
E.P.
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