2ºCapítulo-Envenenado
Rony e Hermione curtiam ao máximo as últimas semanas de gravidez. Logo a pequena Rose completaria aquela família, que a esperava ansiosamente.
Era domingo à tarde.
Os pais de Hermione tinham acabado de sair, após uma visita muito prazerosa, banhada com as guloseimas preparadas por Tayla, a elfa do casal.
Hermione estava sentada no sofá com as pernas esticadas. A barriga, agora nesta última fase, estava realmente pesada, o que lhe dava certo desconforto.
Rony entrou pela porta, após acompanhar os sogros até o carro. Caminhou até Hermione e ajoelhou-se ao seu lado.
-Cansada? –perguntou alisando sua testa.
-Um pouco. Hoje minhas costas estão doendo.
-Vou fazer uma massagem com a poção que Adela recomendou, e logo melhora.
Hermione sorriu. Rony era sempre tão atencioso e preocupado. Estava sempre atento as suas necessidades, e presente em todos os momentos. Alisou seu rosto e beijou-o nos lábios com carinho.
Rony alisou sua linda barriga sentindo a filha se movimentar.
-Ui! –Hermione falou colocando as mãos sobre a barriga.
Rony arregalou os olhos, alarmado e Hermione tratou logo de acalmá-lo.
-Não é nada. –falou tranqüila. –Como o espaço é pequeno, ela empurra cada vez mais forte. Principalmente quando você toca a barriga ou fala com ela.
-Eu sou o máximo! –falou zombeteiro. Hermione bufou.
-Você se acha demais. –brincou.
-Me acho porque posso! Só eu tenho duas pequenas lindas e especiais!
Hermione se derreteu toda com a fala de Rony. Colou seus lábios ao dele, beijando-o longamente.
-Vamos subir. Esse sofá não é bom para você. –Rony falou após o beijo. Pegou suas mãos e ajudou-a a se levantar. Enlaçou sua cintura com uma das mãos e assim subiram em direção ao quarto.
Enquanto Rony fazia uma massagem relaxante, com uma poção que alivia as dores, Hermione se lembrou de algo.
-Amanhã é a última consulta antes do parto.
-Amanhã? Amanhã? –Rony perguntou alarmado parando os movimentos nas costas de Hermione.
-Sim, Rony. Porque todo esse desespero? –perguntou o olhando.
-Porque amanhã tenho reunião o dia todo. Estamos com novos projetos, essas coisas. A que horas é a consulta?
-Duas e meia.
-Ahhh não! –parou e suspirou. –Eu falo com o Harry, dou um jeito, ele pode me cobrir...
-Rony, não se preocupe. –cortou-o. –Eu poço ir sozinha. Não vai ser nada demais, é só uma consulta de rotina.
-Não, não, não! Mione, você está com quase nove meses, não pode andar por ai sem companhia e muito menos aparatar sozinha.
Hermione não pode deixar de sorrir com sua preocupação.
-Façamos o seguinte: Eu levo você e volto para a reunião. Você deve sair lá para as três horas, eu passo lá e te trago para casa, certo?
-Rony, não precisa! –tentou argumentar.
-Precisa sim! Minha filha e minha mulher são muito mais importantes que qualquer reunião, apesar de que essa eu não posso faltar. –falou fazendo uma careta.
-Se você acha melhor assim... –rendeu-se.
-São recomendações da Adela, por isso temos que seguir tudo direitinho!
-Ok, ok, Senhor Ronald! –falou divertida e soltou um bocejo.
Hermione simplesmente se acostumara com a companhia de Rony em todas as consultas, e o fato de ele não poder estar ao seu lado nessa última, entristeceu-a. Sabia que esse sentimento de tristeza misturado com medo, era reflexo do parto, que estava cada vez mais próximo. Não podia privar Rony de seu trabalho. Seria a mesma coisa que das outras vezes, não tinha porque ficar com esses sentimentos.
-Melhorou a dor? –Rony perguntou depositando um beijo em seu pescoço.
-Melhorou. –falou sonolenta. –Obrigada, Rony. –beijou-o nos lábios delicadamente.
Rony guardou o vidro com a poção e deitou-se puxando Hermione para seu peito.
-Hora de dormir! –exclamou rindo.
Hermione sorriu deixando-se levar pelo sono.
-Te amo, Grandão. –sussurrou antes que caísse no sono profundo.
-Também te amo, Pequena. –beijou sua testa. E assim, dormiram abraçados.
No dia seguinte, Rony já se encontrava na reunião ao lado de Harry e os outros presentes.
-Harry, aguenta as pontas ai! Eu volto num segundo. –cochichou com o amigo, que já estava a par de tudo.
-Pode deixar, vai tranquilo, Rony. Mande um beijo para a Hermione.
-Ok. –Rony saiu apressado, porém, de maneira que ninguém viu sua saída.
Buscou Hermione, que já o esperava pronta e minutos depois já estavam na sala de espera.
-Você vai ficar bem? –Rony perguntou.
-Claro que vou, Rony. Não se preocupe. –sorriu.
-Certo! Eu volto às três.
-Sim, Senhor!
-Engraçadinha! –riu e beijou-a de leve nos lábios. Em seguida, retornou a reunião.
Rony fora tão rápido, que ninguém notou sua ausência. Voltou a sentar-se ao lado de Harry, colocando-se a par do assunto, e voltou sua atenção para a reunião.
Faltando cinco minutos para as três da tarde, Hermione caminhava de volta a mesma sala em que Rony a deixara. Sentou-se em uma cadeira confortável, pensativa e um tanto pálida.
Rony chegou logo depois. Caminhou até ela e levantou seu rosto.
-Mione? –chamou.
Hermione acordou de seu devaneio e sorriu para o ruivo a sua frente.
-Você está bem? –Rony perguntou estranhando sua palidez e seu sorriso um tanto forçado.
-Sim, claro. Só preciso deitar um pouco.
-Tem certeza? Você está pálida. O que aconteceu? –perguntou preocupado.
-Não é nada, Rony. De verdade. Acho que só agora estou atinando que vou ter um bebê... Acho... que estou assustada. –falou num sussurro.
Rony sorriu aliviado por saber que não tinha nada de errado com nenhuma das duas.
-Não precisa ficar com medo. –alisou seu rosto. –Vai dar tudo certo. Vou estar o tempo todo ao seu lado.
Hermione colou sua testa a dele, e suspirou.
-Vem, vou te levar para casa. –Rony a abraçou, e assim, se foi com Hermione.
Deixou-a no quarto descansando e chamou Tayla.
-Tayla, não deixe que ela faça esforço, ok?
-Sim, sim, meu Senhor!
Rony acariciou a cabeça da elfa, sorrindo, o que a levou quase as lágrimas com o carinho do seu senhor.
À noite, quando Rony retornou a casa, depois de um longo e cansativo dia, correu para ver Hermione. Percebeu o quanto ela estava amedrontada com o parto que viria logo. Era mais que natural que se sentisse assim, mas Rony queria reconfortá-la, lhe dar certeza que tudo daria certo, e que ela seria forte o bastante para o parto. No final, não teria melhor resultado, que a filha em seus braços.
Hermione estava no quarto vendo TV, ou pelo menos tentando se concentrar no que se passava na tela. Quando viu Rony entrar pela porta, abriu um largo sorriso.
-Como está a minha princesa, e a minha pequena? –perguntou beijando-a de maneira saudosa nos lábios.
-Bem.
-Você estava chorando, Mione? –perguntou analisando sua face, que tinha os olhos um pouco vermelhos.
-Não. –tentou disfarçar.
-Hermione, eu te conheço.
Ela não conseguiu segurar as lágrimas que estavam lhe sufocando. Agarrou-se a Rony que a abraçou forte.
-Vai dar tudo certo, meu amor. Não precisa ter medo. Eu estou aqui com você. –Rony sentiu seu peito doer por vê-la tão aflita e não poder fazer nada.
Ela por sua vez, não disse nada. Apenas deixou-se ficar nos braços do ruivo.
Depois dessa noite, a tensão tomou conta de Hermione. Tentava ao máximo disfarçar para não preocupar Rony, porém, esse fato não fugia aos olhos do ruivo. Ele fazia de tudo para acalmá-la, escondendo o próprio nervosismo e ansiedade.
Rony se via, às vezes, disperso no trabalho. Tinha medo de que a qualquer momento Hermione tivesse os primeiros sinais do parto e ele não estivesse por perto para ampará-la e mesmo para acompanhar o nascimento da filha.
-Rony, se acalme! Desse jeito você vai ter um treco quando ver sua filha nascer! –Harry falou em mais uma das suas tentativas de acalmá-lo. Entendia bem o lado do amigo. E tentava ao máximo retribuir ao mesmo apoio quando ele lhe deu ao nascimento de James, como pai de primeira viagem. O diferencial é que agora, Rony, estava sentindo na pele o que é ser pai de primeira viagem.
-Falou viu, Potter muito calmo! –falou em resposta, levando Harry as risadas.
Harry, sempre que podia, dava cobertura ao amigo, para que assim pudesse ficar mais tempo com Hermione. Foi assim, também, com Gina. Rony o cobria para que pudesse acompanhá-la no que era necessário. E agora, Harry retribuía os quebra-galhos que Rony lhe dera e continuava dando com o filho recém-nascido, num momento, que ele sabe o quanto é tenso.
Era uma segunda-feira de outono, onde as ruas davam um belo espetáculo de cores, com o cair das folhas das árvores.
Harry e Rony estavam compenetrados no depoimento de um dos prisioneiros pego na tarde do mesmo dia.
-Saco! Esse cara acha que somos idiotas ou o que?! –Rony indagou saindo da sala de interrogatório, ao lado de Harry.
-Logo ele dirá a verdade, Rony. É questão de tempo. E os outros já estão cercados! –Harry argumentou.
-O Sam já mandou alguma notícia?
-Ainda não. Mas pediu para esperar até amanhã. –Harry falou entrando na sala que divide com Rony.
Rony jogou-se na cadeira atrás de sua mesa, esfregando as mãos no rosto. Pensava em Hermione e em Rose. Não falara com a esposa o dia todo.
-Elas estão bem, Rony. –Harry falou imaginando os pensamentos do ruivo. –Gina me mandou uma coruja. Hermione está lá em casa.
-Mas como? Eu já falei para a Hermione não aparatar sozinha!
Harry riu.
-E você acha que ela não sabe disso? –falou rindo. - Sua mãe a acompanhou, não se preocupe.
Rony suspirou aliviado.
-Por hoje não tem mais nada de tão importante, Rony. Porque não vai buscar Hermione? Eu vou daqui a pouco.
-Não. Eu vou com você. Já abusei demais das minhas saídas mais cedo.
-Nada a ver! Você me ajudou muito com James e Alvo.
Rony sorriu para o amigo e serviu-se de um copo de suco.
-Você acha que Rose nasce ainda essa semana? –o moreno perguntou ajeitando alguns papéis em sua mesa.
Harry esperou a resposta do amigo, porém, ela não veio. Estranho o fato, e antes que se virasse, o barulho de vidro sendo quebrado foi ouvido.
-Rony? –chamou se virando para olhá-lo e perdeu a fala. A cena a sua frente era assustadora.
Rony estava sentado na cadeira, todo mole. Seus olhos tinham duas linhas de sangue, que rolavam pelo seu rosto. Seu nariz, assim como seus ouvidos, também escorria sangue.
Harry não sabia o que fazer. Era uma cena muito macabra.
De repente, Rony começou a cuspir sangue de maneira incontrolável. Harry correu até ele, desnorteado.
-RONY! RONY! –falava desesperado.
-Ha... Har... –Rony não conseguia completar a fala.
Harry, sem perder tempo, correu até a porta, abrindo-a com violência.
-AJUDA!!!ALGUÉM!! –gritava a plenos pulmões.
Luka, que também é auror, chegava naquele momento acompanhado de sua namorada, Lavender Brow.
(N/A: foto do Luka: http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom.aspx?uid=14357753822625427650&pid=1244942730900&aid=1241534993$pid=1244942730900)
Ao ouvir os gritos de Harry, Luka correu de encontro ao moreno. Ao ver a cena, sua boca se abriu em pleno choque.
-Meu Deus! –Lilá exclamou em choque. - Eu vou chamar alguém. –falou saindo rapidamente da sala.
-Luka, não posso perder tempo. Vou levar o Rony para o St.Mungus. Escute bem: ninguém, mas NINGUÉM tem permissão para entrar nessa sala! Eu confio em você! –falou tudo bem rápido e com severidade.
-Com certeza, Harry. Pode deixar. Agora vá logo!
Harry não esperou ele terminar a fala, e aparatou com Rony.
-Socorro! Eu preciso de ajuda! –Harry gritou assim que aparatou na área de urgência no St. Mungus.
-Mas o que aconteceu? –perguntou uma medibruxa que chegava junto com três homens e uma maca.
-Eu não sei. –Harry falou ajudando a depositar Rony, que se mexia descontrolado, na maca.
-Her...Her... –Rony tentava falar, porém, não conseguia.
-Não se preocupe, Rony. Fique calmo. –Harry tentou acalmá-lo sentindo seus olhos arderem pelas lágrimas reprimidas ao ver o amigo em tal estado. –Eu vou cuidar da Hermione.
Rony, como se esperava realmente escutar aquelas palavras, deixou-se deitar na maca, e tentou se acalmar, porém, as dores eram fortes e a confusão em sua cabeça era muita. Não conseguia raciocinar, e a única pessoa em quem pensava, era Hermione.
-Deixe comigo, Lewis. –falou uma voz sonhadora logo atrás de Harry.
-Luna! –Harry exclamou aliviado.
Luna, amiga dos dois casais dos tempos de escola, tornara-se medibruxa profissionalizando-se na área de emergência. Tinha o mesmo ar de sonhadora quando mais jovem. Porém, agora era mulher feita, e extremamente apaixonada e dedicada na profissão.
-Rápido todos vocês! Sala três! –Luna falou firme. –Harry, me acompanhe.
Harry afirmou e seguiu os passos da amiga.
-Harry, preciso saber o que aconteceu.
-Eu não sei, Luna. De repente ele estava desse jeito. –falava andando a passos apressados.
-Preparem tudo. –Luna falou se direcionando a sua equipe, ficando na sala com Harry. –Peço que espere aqui, vamos tratar do Rony agora.
-Você acha que é grave, Luna? Eu não entendo... –falava completamente desnorteado sem conseguir ligar os fatos.
-Acalme-se. Vamos descobrir o porquê disso.
-Salve ele.
-Não se preocupe, Harry. –falou entrando no quarto, o qual, Rony estava.
Harry estava desesperado andando de um lado para o outro na sala de espera. Sua cabeça fervia pensando no que poderia ter acontecido. Mas, o mais importante, agora, era avisar alguém.
Refletia na melhor pessoa para fazê-lo no momento. Gina e Hermione estavam fora de cogitação pelo menos por hora. Molly estava com elas e não teria como mandar-lhe o recado sem que as duas percebessem. Então, a única pessoa que veio a mente, foi Arthur.
Imediatamente, Harry mandou-lhe um patrono deixando explicita sua urgência quanto a sua presença.
Minutos depois, Arthur apareceu caminhando afobado até Harry.
Em poucas palavras, confusas, e com a voz trêmula, Harry contou o acontecido a Arthur, deixando-o em estado de puro choque e espanto.
Conversaram por breves minutos sobre o que faze, e por final, Harry decidiu ir até sua casa, enquanto Arthur ficaria a espera de notícias e também de Molly, que seria avisada por Harry.
Antes que saísse, Harry limpou a camisa que estava manchada de sangue, se despediu de Arthur e se foi o mais rápido possível.
Chegando em casa, encontrou as três mulheres reunidas na sala juntamente com seus filhos.
-Harry, o que faz aqui tão cedo? –Gina perguntou o beijando.
-Imprevisto. –falou tenso. Gina o observou sentindo sua tensão.
-O que aconteceu? –perguntou a ruiva.
-Molly, Arthur está lhe esperando no St. Mungus. –Harry falou se dirigindo a sogra.
-Mas porque no St. Mungus? –perguntou Molly preocupada.
-Acho melhor você ir, Molly. Quanto antes melhor. –falou sério.
As três mulheres o olhavam, apreensivas.
Molly confirmou, e se foi, após se despedir de todos.
Harry ficou andando de um lado para o outro pensando em como contar o acontecido as duas mulheres a sua frente. Não podia esconder tal fato, porém, teria que ter muita cautela.
Elas estavam em silêncio, esperando a sua pronuncia.
Gina levou Alvo, que adormecera, para o quarto, juntamente com James, que estava sonolento.
-Harry, pelo amor de Deus! Você está me deixando zonza andando de um lado para o outro! –Gina exclamou quando retornou a sala.
-Harry, o que aconteceu? –Hermione perguntou calma. –Está me deixando preocupada.
Harry se virou para as duas, e jogou-se no sofá suspirando profundamente.
-Aconteceu alguma coisa? Alguém foi levado para o St. Mungus? –Gina perguntou sentando-se ao seu lado.
-Sim.
-Quem? –Hermione perguntou com ar de tensão.
Harry olhou da esposa para Hermione, onde fixou o olhar.
-Rony. –falou com a voz fraca.
“Certos acontecimentos nos pegam de surpresa. Avisos ou coincidências?
E.P.
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N/A: Quero deixar um beijo para todas que estão lendo e comentando...
Espero que gostem desse capitulo....
Besosss e ate o próximo!!!! =]
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