Capítulo 06
Capítulo 06 ou
Fossa
Já passava das duas da tarde e Cassie já tinha passado trezentas vezes no meu quarto para me fazer levantar, mas eu me negava completamente a sair da cama. Não que eu estivesse com sono ou com preguiça. Eu só não queria ter que sair da cama e do quarto e me deparar com o Lupin. Isso mesmo, Lupin! A partir de hoje não o chamo mais de Teddy, agora é Lupin! Você deve estar se perguntando por que, ou talvez não esteja, mas eu vou explicar mesmo assim! Aquele filho de uma cachorra, opa! A mãe dele não tem culpa, apaga! Aquele nojento, desgraçado, manipulador, grosso e mais mil e um xingamentos foi longe demais pra me convencer a não sair com o Peter! Ele brincou com os meus sentimentos, usou deles! Idiota, idiota, IDIOTA!
*Flashback on*
- Ted? – perguntei num sussurro.
Ele aproximou mais nossos corpos, se é que isso é possível, e aproximou o rosto do meu, lentamente, roçando nossos narizes e apenas esse pequeno toque fez toda a minha sanidade evaporar, a partir daquilo eu não tinha mais controle sobre meu próprio corpo, meu cérebro estava desconectado do meu corpo... Meus braços enlaçaram o pescoço dele, e uma das minhas mãos afundou em seu cabelo macio, o segurando firmemente e o puxando mais pra mim. Ele colou sua boca na minha, e eu correspondi ardentemente ao beijo.
Eu já tinha imaginado inúmeras vezes como seria beijar Teddy Lupin, mas nunca cheguei nem perto da realidade. Mas agora eu sabia! Sabia como era deliciosamente perfeito beijá-lo! E isso, em certo ponto, é ruim... Eu vou sempre me lembrar desse beijo, e do quanto foi maravilhoso, duvido que algum outro chegue aos pés desse.
Eu estava completamente perdida.
Perdida no beijo. Perdida com a proximidade de nossos corpos, e se ele não estivesse me segurando eu teria caído. Minhas pernas não agüentariam o meu peso naquele momento. Perdida na intensidade dos meus sentimentos, que se misturavam loucamente dentro de mim.
Mas eu sabia que por mais perfeito que parecesse, não era verdadeiro, não era real. Uma vozinha no fundo, bem lá no fundo da minha consciência gritou me alertando de que aquilo era falso. Que Teddy por mais que estivesse me beijando, não me amava, e que aquilo provavelmente era pra me convencer a não sair com o Peter. Mais um meio de utilizar o que eu sinto para me manipular...
Meu cérebro finalmente ‘religou’, e eu me afastei bruscamente, usando toda a minha força para me libertar. Provavelmente por não estar esperando aquilo, consegui me afastar, me apoiando na parede as minhas costas. As malditas lágrimas começando a escorrer dos meus olhos...
- Vick? – perguntou Teddy confuso, me encarando.
- Sai... – falei o mais firme que consegui. – Sai daqui agora!
- Mas Vick... – falou se aproximando e tentando tocar meu rosto, mas não permiti.
- Seu idiota, estúpido! – falei o encarando furiosa e destroçada. – Como você pôde fazer isso comigo?
- Do que você está falando? – perguntou.
- Seu manipulador! Como... Como eu posso te amar? – perguntei mais pra mim do que pra ele. – Você não consegue aceitar que eu siga em frente? Você tem que me ter ali, sempre ali, a bobinha apaixonada? Seu egoísta! Eu não quero mais isso! Eu quero alguém que me ame de verdade! Que me beije por que me quer, e não porque não me quer com outro!
- Do que você está...
- Como você consegue ser tão falso? Tão nojento, manipulador, insensível... Eu te amo, e você quer usar isso pra me manipular! – falei sentindo meu coração se despedaçar. – Sai do meu quarto! Me deixa em paz! Nada do que você disser ou fizer vai me convencer a não sair com o Peter!
- Vick, eu não estou te manipulando, eu...
- Ah! Não, claro que não! Você só quer que eu faça o que você quer! E tenta de todas as formas me forçar a fazer! – as lagrimas ainda jorravam dos meus olhos, e eu estava fazendo uma força sobre-humana pra não gritar. – Tenta usar o seu poder sobre mim pra me convencer a não fazer o que eu quero! E você quer saber, eu quero e vou sair com ele! Seu estúpido, falso, manipulador, idiota!
Eu não sei exatamente o porquê, nem como tive forças, mas simplesmente me joguei nele, batendo com todas as minhas forças em seu peito. Teddy me encarava atônito, seu cabelo foi desbotando até ficar num tom acinzentado opaco, os olhos antes tão lindos e verdes se tornaram de um castanho sem vida, sem o brilho que eu tanto amava. Era incrível pensar que era a mesma pessoa de antes. Ele segurou meus pulsos me fazendo parar e encará-lo.
- Você realmente acredita no que está dizendo? – perguntou com a voz baixa.
- Sim! Por que é a mais pura verdade! – falei chorando mais, quem dera que fosse a minha imaginação, mas não era! – Você nunca me amou, mas acha legal ter uma bobinha apaixonada sempre ali!
- Isso não é verdade! – falou me encarando. – Você sabe que não é!
- Eu queria que não fosse! – fechei os olhos com força, desejando que acabasse. Que a dor sumisse, que ele sumisse. Eu queria dormir, esquecer o meu amor por ele e o que tinha acontecido... Esquecer tudo! – Sai daqui, e me deixe em paz, Lupin!
- Lupin? – perguntou num tom de voz estranho, abri os olhos e me deparei com ele e sua estranha máscara azeda. – Ok, Weasley! Estou indo...
Ele soltou meus pulsos e meus braços simplesmente caíram ao lado do corpo, minhas mãos se fecharam em punho e as unhas se cravaram na minha pele, mas a dor não era nada se comparado ao que eu sentia por dentro. Teddy saiu e eu ouvi o barulho da porta fechando. Rapidamente a tranquei e desmoronei na cama chorando compulsivamente pelo que me pareceram horas até finalmente o sono chegar e a inconsciência varrer tudo da minha mente e do meu coração, pelo menos por algumas horas eu me esqueci de tudo...
*Flashback off*
- Victoire Weasley se você não sair agora eu vou arrombar essa porta! – berrou Cassie esmurrando minha porta, isso fez minha cabeça doer muito!
- Certo Cassie! – falei levantando e me arrastando ate a porta para abri-la. – Já vou descer... Vou só me trocar...
Ela me olhou, analisou meu rosto com uma expressão assustada. Eu devia estar um lixo. Depois de chorar tanto e não ter dormido quase nada, (acordei às seis da manhã e não consegui mais pregar o olho). Ninguém pode estar esplendoroso depois de uma noite como essa, é impossível.
- Vick, você andou chorando? – perguntou entrando no meu quarto, assim que ela passou, eu tranquei a porta e fui me trocar.
- Parece? – perguntei com a voz controlada e distante.
- Seus olhos estão muito inchados e vermelhos e está com olheiras horrorosas! Seus olhos parecem dois poços de tão fundos que estão! – falou sentando na minha cama. – E porque não está de pijama?
Eu suspirei e olhei minha roupa, era a mesma do dia anterior, não tinha tido força nem para me trocar, e nem tinha me lembrado disso pra ser sincera. Fui até o armário e peguei uma roupa qualquer, naquele momento não estava ligando pro que eu iria vestir.
- Você não vai vestir isso! – Cassie exclamou horrorizada. – Você não vai ficar zanzando por ai de calça de moletom e essa blusa horrorosa, não mesmo!
Olhei para ela sem realmente a enxergar, eu não estava bem. Minha mente estava longe, muito longe, estava nebulosa. Tudo a minha volta parecia não ter cor e brilho, e eu tinha a impressão de que meu coração não batia mais, parecia ter desistido de tentar, já que doía tanto. Cassie foi até meu guarda roupa e pegou uma calça jeans e uma blusa rosa e jogou para mim, que não reclamei nem esbocei nenhuma reação, apenas me vesti.
- O que houve com você? – perguntou parecendo preocupada.
- Nada demais... – ouvi minha voz distante.
- Não parece nada demais... – falou Cassie – Anda, desembucha!
- Prefiro não falar sobre isso! – falei sentindo um bolo se formar na minha garganta. – Eu só quero esquecer...
- Você está distante, não parece você! – falou séria. – Se pra esquecer você vai ficar assim eu vou te atazanar até você me contar e voltar a ser a Vick que eu conheço e amo!
- Não vou ficar assim... É só enquanto me recupero... – sussurrei. O bolo na minha garganta aumentando e as lágrimas começando a aparecer. – Eu só preciso de uma dose alta de glicose e um tempo pra mim...
- Vamos descer então.
Eu a encarei, mortificada, eu não queria vê-lo! Eu ainda não estava recuperada e preparada o suficiente pra isso!
- Se você está preocupada em esbarrar com o Teddy por ai, não se preocupe, ele saiu cedo e ainda não apareceu. – ela disse ao reparar na minha expressão. Ouvir o nome dele foi como levar uma facada, doeu fundo na minha alma.
Eu desci com ela, eu estava lenta, minha mente continuava nebulosa. Eu precisava urgentemente de algum doce! Eu precisava aumentar o nível de açúcar no meu sangue, isso ajudaria... Sempre ajudava.
- Todo mundo já almoçou, sobrou um pouco de lasanha... – falou Cassie.
Mas eu a ignorei e fui direto ao armário onde eu mesma tinha guardado os doces. Peguei uma barra de chocolate das grandes, depois peguei no congelador o pote de sorvete e me servi de uma quantidade generosa. Piquei um pouco de chocolate no sorvete e sentei a mesa, comendo lentamente o sorvete, me concentrando apenas no sabor doce...
- Você não pode almoçar isso! – disse Kim invadindo a cozinha. – Caramba, você tá horrível!
Não me importei com ela, apenas continuei comendo...
- O que houve?
- Ela não quer falar... – disse Cassie recostada no balcão. – Mas tem haver com o Teddy.
Teddy... Outra facada!
- Sempre tem haver com ele... – disse Kim sentando ao meu lado. – Mas dessa vez ela está realmente mal...
- Pois é... Ela nem parece que está aqui!
- Parece um zumbi!
Eu realmente não estava ali. Eu ouvia tudo, mas era como se tudo se perdesse no meu cérebro nebuloso. Naquele momento eu me concentrava apenas no sorvete e no chocolate, mas eu não acho que seria capaz de me concentrar na conversa delas nem se eu quisesse.
Depois de terminar o sorvete lavei o pote onde tinha comido, peguei mais uma barra de chocolate e fui para o quarto. Não queria correr o risco de encontrá-lo. Kim e Cassie tentaram falar comigo, mas eu não processei nada do que disseram, até que elas desistiram e me deixaram sozinha no quarto.
Eu não podia estar numa situação mais deplorável! Largada na cama, comendo chocolate, com uma dor de cabeça tenebrosa e me segurando para não chorar mais. Não valia a pena chorar, eu sabia disso, mas não conseguia evitar a vontade enorme que eu sentia... Uma vez ou outra algumas lágrimas escapavam... Acabei dormindo.
Quando acordei já estava escuro, olhei no relógio para descobrir que já passavam das sete horas. Eu estava me sentindo um pouco melhor, só com muita dor de cabeça. Decidi tomar banho, estava me sentindo pegajosa. O banho foi o mais demorado de toda a minha vida, mas sai dele me sentindo renovada, uma garota completamente nova!
- Melhorou? – perguntou Cassie quando passou por mim no corredor.
- Sim! – respondi com um sorrisinho. – Estou me sentindo renovada!
- Que ótimo! – falou dando pulinho de alegria. Sério, não é exagero. – Você não vai contar o que houve, vai?
- Prefiro não falar sobre isso... – dei de ombros. Ainda incomodava pensar no ocorrido, que dirá falar.
- Se você prefere... – falou sorrindo e me puxando para o andar debaixo. – Vem! Nós pedimos uma pizza!
- Ah... Acho que prefiro ficar no quarto... – falei. Eu não queria de jeito nenhum vê-lo!
- Ele ainda não voltou! – falou séria. – Está sumido o dia inteiro...
- Hum... – por onde será que ele andava? E por que tinha ficado o dia inteiro fora sem dar notícias?
- Acho que ele também não gostou do que quer que tenha acontecido! – falou ainda séria.
- Não quero mesmo falar ou pensar sobre isso! – falei azeda.
- OK, OK... – falou.
A pizza estava ótima e o clima também. Todos estavam alegres e fazendo gracinhas e piadinhas, isso me animou e me fez esquecer o Lupin. Até que ele decidiu aparecer...
DING DONG
- Eu atendo... – falei ainda rindo da última piada do Jason.
Assim que abri a porta me deparei com uma cena que eu realmente nunca esperei presenciar e preferia nunca ter presenciado. O Lupin estava sendo simplesmente carregado, inconsciente, por um Peter muito sério. Ele deu um sorrisinho quando me viu na porta, e o meu sorriso sumiu assim que vi o Te... Lupin naquele estado deplorável. Ele tinha passado o dia todo fora bebendo?
- Victoire... Hum... Eu encontrei o seu amigo sendo expulso de um bar... – falou sério. – Acho que ele tava brigando... Na verdade ele tava muito agressivo, também quis me bater...
- Oh! Peter, obrigada por ter trazido ele! – falei. – Entra, pode colocar ele ali no sofá!
Milhares de sentimentos me invadiram naquele momento. Eu sentia pena pelo estado do Ted... Lupin! Mas também sentia muita raiva dele, raiva pelo que me fez ontem, raiva por ter se embebedado, raiva por ter tentado bater no Peter... E sentia uma enorme gratidão pelo Peter, e claro uma forte atração, que naquele momento estava maior que nunca! Além da tristeza que tinha me assolado o dia inteiro!
- Muito obrigada mesmo Peter! – falei dando um sorriso sincero a ele. Tá vendo, não tem motivos para o Lupin não gostar dele!
- Não tem de que... – falou sorrindo para mim também. – Foi um bom pretexto para vir te ver, de qualquer jeito...
Eu corei e fiquei um pouquinho nervosa...
- Vick? – chamou July aparecendo na porta da cozinha. – O que houve?
- Pelo jeito o Lupin tomou todas hoje... – falei sem conseguir conter o desprezo na minha voz.
- Lupin? – perguntou July um pouco confusa. – Impossível, o Teddy nunca faria isso!
- Mas ele fez! – falei.
Ela voltou para a cozinha para falar com o resto do pessoal com certeza, e provavelmente fazer um café forte para ele. E eu me voltei para ele, que estava desmaiado no sofá.
- Tive que bater nele, pra ele ficar quieto... Foi mal... – falou Peter ao meu lado, eu não consegui não sorrir.
- Por mim tudo bem... – falei me sentindo pelo menos um pouco vingada. - Ele tava merecendo...
- Você já lanchou? – perguntou me observando pelo canto do olho.
- Estávamos terminando de lanchar... – falei dando de ombros. – Que um pedaço de pizza?
- Claro! – falou sorrindo.
- O que estava fazendo no povoado? – perguntei um pouco curiosa.
Nós entramos na cozinha no exato momento em que todos iam para a sala ver o Lupin.
- Estava com uns amigos... – falou dando de ombros.
- Deixou seus amigos para vir trazer o Lupin? – perguntei.
- Preferia que eu o deixasse lá? – perguntou me observando.
- Não... – falei pensativa. - Mussarela ou calabresa?
- Mussarela... – respondeu sentando na cadeira que eu indicava.
Enquanto eu servia para ele um pedaço da pizza Cassie apareceu dizendo que o Lupin estava acordando e pegou o café que tinha ficado pronto para ele.
- Você não vai vir falar com ele? – perguntou Cassie antes de sair da cozinha.
- Agora não... – falei azeda. – Ainda estou furiosa com ele!
- Provavelmente foi pelo que houve ontem que ele está assim... Não sei o que houve, mas você podia desculpá-lo...
- Só porque ele fez a burrice de ficar bêbado? – perguntei arqueando as sobrancelhas. – Não!
Ela saiu sem dizer mais nada e foi levar o café pro bêbado do meu primo, junto com um pedaço de pizza dizendo que ele provavelmente não tinha comido nada.
- Vocês brigaram? – perguntou Peter comendo a pizza.
- É... Mais ou menos isso... – falei dando de ombros.
- Hum... Se quiser falar sobre... – falou me olhando com os olhos brilhantes.
- Não... Não me sinto a vontade... – falei desviando o olhar. – Foi bem... ruim, não quero lembrar...
- Tudo bem! – falou colocando a mão por cima da minha na mesa. – Eu entendo!
O encarei, ele parecia ser realmente incrível! E era tão lindo...
- Só acho que ele seja um idiota por fazer algo que te magoe... – falou acariciando minha mão, me causando um arrepio. – Você parece ser uma garota incrível...
- Obrigada... – falei corando muito. – Você também parece ser... um garoto incrível...
- Valeu...
Ele sorriu pra mim e eu não pude evitar que um sorriso se espalhasse pelo meu rosto.
- Vick! – chamou Kim aparecendo na porta da cozinha. – O Teddy não para de chamar por você!
Eu olhei para ela não acreditando muito nisso, até que chegaram aos meus ouvidos os gritos embriagados dele chamando meu nome. Levantei seguida por Peter e fui até a sala onde o encontrei sentado no sofá, ainda completamente bêbado se recusando a comer e beber, perguntando e chamando por mim. O que deu nele?
- Lupin! – chamei me aproximando.
- Vick! – exclamou tentando levantar, mas caindo no sofá de tão bêbado.
- Come logo essa pizza e toma esse café! – falei séria.
- Vick! Você sabe que eu te amo, não sabe? – perguntou com a voz enrolada. – Você é a minha priminha... Eu te amo... Eu te adoro tanto...
Eu o observei sentindo as feridas serem abertas no meu coração que tinha voltado a bater.
- Eu não queria te magoar... Eu te amo... Nunca te magoaria...
- Mas magoou... – falei num sussurro dolorido. – Lupin... Come, dorme e amanhã a gente conversa... Hoje você não está em condições!
- Não! Vick! Eu te amo! Não me deixa aqui sozinho... – choramingou quando fiz menção de sair.
- Não vai ficar sozinho, vai ficar com os nossos amigos... – falei saindo para o jardim.
Caminhei lentamente sentindo espasmos de dor no meu peito. Eu sentia uma vontade imensa de chorar, mas não ia mais chorar por ele!
- O que ele fez te magoou muito... – falou Peter aparecendo ao meu lado. – Pra você tratá-lo dessa forma...
- O que ele fez é imperdoável! Eu sei, vou acabar perdoando, sempre perdoou, mas com certeza vai demorar pra isso acontecer...
- Perdoar é um ato louvável... – ele disse com um sorriso.
- Mesmo quando é algo imperdoável?
- Principalmente quando é algo imperdoável... – falou parando e se recostando no seu carro.
Eu suspirei e me recostei ao seu lado. Eu sempre perdoava o Lupin, dessa vez não seria diferente, mas eu precisava de um tempo para me recuperar, me curar do que ele causou.
- Então... Acho que eu vou indo... – falou se virando pra mim. – Ele já está entregue...
- Muito obrigada, mais uma vez...
- Você gosta de agradecer as coisas, né? – disse sorrindo.
- Acho que sim... – falei dando de ombros.
- Até quarta! – falou me dando dois beijinhos no rosto.
- Até.
Ele foi embora com o carro, e eu fiquei mais um tempinho ali fora, pensando. Quando finalmente entrei Lupin já não estava mais no sofá, apenas as meninas estavam ali, assistindo televisão, desinteressadas.
- O Lupin melhorou? – perguntei, eu ainda me importava com ele.
- Os meninos conseguiram levar ele lá pra cima, já deve estar dormindo a essa altura... – falou Cassie.
- Por que você saiu? Ele ficou desesperado... – disse July.
- Ele me magoou muito! Vocês viram como eu fiquei o dia inteiro... – falei séria. – O que eu poderia fazer por ele! Só porque estava bêbado eu não vou perdoá-lo... Não agora!
- Podia pelo menos ter ficado aqui... – July.
- Claro... – resmunguei indo para o meu quarto.
Só porque ele está bêbado agora ele é o coitadinho? Qual é! Ele fez burrada... Me magoou e depois foi beber! E quer que eu aja como se nada tivesse acontecido? Eu não tenho sangue de barata, graças a Merlin, eu tenho sentimentos que nesse momento estão muito feridos! Ninguém tem noção do quanto está doendo tudo isso... Teria sido melhor se o meu pai tivesse dito não e eu estivesse em casa agora entediada, pelo menos não estaria sentindo essa dor monstruosa!
Passei no banheiro e escovei os dentes, depois fui para o quarto e troquei de roupa. Finalmente me larguei na cama, o único lugar onde eu esquecia a dor.
Acordei com minha porta sendo aberta e uma luz acesa. Olhei envolta, o relógio marcava meia noite. Quem estava vindo me incomodar a essa hora? Por Merlin eu quero dormir!
n/a: Hi People!! Mil desculpas pela demora... Espero que gostem do capitulo!!
Muito, muito, muuuuuuuuito obrigada pelos comentarios!! Eu amo de paixão eles... Então, continuem comentando!!! Por favor!!! Thanks!!
Beijos amoress!!
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