Capítulo 03
Capítulo 03 ou
...Ciúme e Declaração...
Eu estava sentada de novo ao lado do Teddy, a seção karaokê já tinha terminado para minha infelicidade, pois tinha sido extremamente divertido. Ele estava muito quieto, olhando pela janela do ônibus, perdido nos próprios pensamentos. Estava assim desde que me sentei ao lado dele, há uma meia hora atrás.
Eu sei que eu decidi esquecê-lo pra valer dessa vez, mas o meu corpo ainda reage à presença dele, e eu acho que isso não vai mudar. Porque eu sinto todas essas coisas desde sempre, desde que eu me entendo por gente que meu corpo reage ao dele. É natural e incontrolável. Mas isso não quer dizer que eu não posso achar outra pessoa que mexa comigo da mesma forma ou até mais que ele... Pelo menos é o que eu espero!
- Vick? – chamou Teddy sem me olhar.
- O que?
- Aquela música que você cantou... – eu tinha cantado uma música sozinha que de certa forma era pra ele.
- O que tem ela? – perguntei tentando parecer indiferente.
- Você a cantou por algum motivo em especial? – perguntou finalmente me encarando.
- Como assim? – perguntei me fingindo de desentendida.
- Você sabe... – ele falou me encarando intensamente, aquele olhar me arrepiou e fez meu coração falhar.
- Não, eu não sei... – falei, mas minha voz saiu falha, o que me denunciou. Droga!
- Certo, finja-se de desentendida... – suspirou. – Vou ter que tirar minhas próprias conclusões...
- Fique a vontade... – falei dando de ombros.
- Vick, eu só quero saber... – o ônibus parou e Kim apareceu, o interrompendo.
- Vamos! – falou alegremente, enquanto eu suspirava aliviada. – Nós já chegamos...
Teddy me olhou intensa e seriamente, mas eu o ignorei apenas me levantei, peguei minha mala e fui andando com Kim.
- Obrigada! – sussurrei pra ela.
- De nada, mas pelo que? – perguntou sussurrando também.
- Depois te falo...
Nós saímos do ônibus nos despedindo de todas as nossas novas “amigas”. O sol já estava começando a se inclinar sobre o horizonte, se preparando para sumir. Então nos pomos a andar, para chegar à casa antes do anoitecer. O ruim era ter que carregar aquela maldita mala, ela não estava nada leve, sabe... Mas tudo bem...
- Jack, quanto tempo mais ou menos até a casa? – perguntou Cassie, desanimada.
- Deixa eu ver, nesse passo, mais ou menos umas cinco horas...
- O QUE? – gritamos todos parando.
- Onde fica essa casa? – perguntou Teddy irritado. [/ele irritado é tão lindo]
- Na colina, depois do centro...
- Colina? – choraminguei pensando na subida.
- Quanto tempo até o centro? – perguntou Kim, começando a ficar nervosa.
- Umas quatro horas...
- Ah Meu Deus! – gritou Cassie histérica. – Eu estou faminta e cansada, sabia?
- Qual é? Por que você não avisou que era tão longe? – perguntou Jason carrancudo.
- Eu disse que teríamos que andar! – se defendeu Jack.
- Mas não falou que teríamos que andar tanto! – rebateu Matt irritado.
- Certo, chega! – falou July olhando pra todos. – Se ficarmos aqui parados nunca vamos chegar lá!
- Ela tá certa... – falei. – Melhor irmos andando, talvez alguma boa alma passe e nos dê carona...
Sei, estou sendo muito otimista...
- Quando chegarmos lá a gente pega um taxi até a casa... – falou July. – Vamos!
Nos pomos a andar de novo, arrastando nossas malas. Eu tenho a ligeira impressão que todos nós, sem exceção, estávamos com um desejo imenso de matar o Jack. Cara, só ele pra nos meter nessas roubadas!
- Vick, quer que eu leve? – perguntou Teddy, depois de eu quase cair pela segunda vez.
- Não precisa, estou bem... – falei sem encará-lo.
- Me dá aqui... – falou tirando a mala da minha mão.
Eu o olhei, contrariada e confusa. O que estava acontecendo com ele? Ele nunca tinha sido tão atencioso comigo. Claro, eu vivia fugindo dele, de certa forma. Essa era a primeira vez que ficávamos tão próximos. Mas ele nunca pareceu disposto a ser atencioso comigo...
- Não quero que você se machuque! – falou respondendo a minha cara de dúvida.
Dei de ombros e apressei o passo, me juntando a Kim e July. Se ele queria, eu que não iria impedir, mas não ficaria ao lado dele... Como eu já falei, dessa vez é pra valer! Eu vou esquecê-lo!
- Chega! Eu quero descansar! – falou Cassie, depois de um tempo, parando e sentando no chão.
- Cassie, vamos... Daqui a pouco vai escurecer! – falei cansada.
- Eu estou com fome, cansada e dolorida! Eu quero descansar! – choramingou.
Eu desisti e me juntei a ela, sentando no chão. Eu também estava dolorida, cansada e com fome! Todos estávamos, eu sei...
- Meninas! – falou Teddy quando July e Kim sentaram também. – Nós não podemos parar!
- Estamos cansadas, dá um tempinho... – falei fechando os olhos.
- Mas vai escurecer... Pode ser perigoso! – disse Jason.
- Anda! Vamos! – Teddy me cutucando. Saco! Malditas borboletas no estômago! Maldita pulsação acelerada! Maldita respiração ofegante! Maldito “Efeito Teddy”!
- Me deixa descansar... – falei abrindo os olhos e me deparando com o rosto de Teddy a centímetros do meu. Preciso dizer que meu coração quase saiu pela boca?
- Vamos embora! – falou sério.
- Aahh! Saco! – [/gritei] falei revoltada me levantando, e me afastando dele rapidamente.
Voltamos a andar, ainda faltavam, mais ou menos, duas horas até o centro, se não parássemos mais... Aja disposição pra isso!
- Eu estou cansada! – reclamou Cassie pela milésima vez. – E com muita fome!
- Todos estamos... – falou Matt sem paciência.
- Ah! Pessoal, animação! – falou Jack. – É uma aventura...
Qual é? Eu posso esganá-lo? Hein? Vamos, deixa... Por favor...
- Jack! Cala a boca! – falou Kim.
- Que estresse! – reclamou Jack.
Sabe aqueles momentos em que do nada uma coisa maravilhosa acontece? Quando você chega a duvidar daquilo por que foi muito bom pra ser verdade? Acreditem ou não, uma van acabou de parar pra nos dar carona! \o/ E isso é muita sorte, porque não passava um carro sequer, há horas!
Nem acredito...
- Hei! Querem carona? – perguntou a garota ruiva sentada no banco do carona.
- Claro! – exclamou Cassie ficando animada de repente.
Um garoto moreno de olhos incrivelmente azuis abriu a porta de trás pra nós, sorrindo. Babei, ele é muito lindo!
- Só vai ter que apertar um pouquinho... – falou, e que voz perfeita!
Nós entramos. Tinham mais três meninas na parte de trás, junto com ele. Todas as três muito bonitas. Assim que nos acomodamos, do melhor jeito possível, o motorista, um loirinho gatinho, arrancou com o carro.
- O que aconteceu, pra vocês estarem indo a pé? – perguntou uma das meninas de trás.
- Perdemos o ônibus, e pegamos carona com outro que só veio até a entrada da cidade. – falou Teddy sorrindo [/lindamente].
- Sorte a de vocês que estamos indo pra lá... – falou o moreno sorrindo, um sorriso de covinhas lindas. – Não passa muita gente por aqui...
- É... Nós percebemos... – falei.
Durante todo o caminho nós fomos conversando. O moreno de olhos azuis se chamava Peter, a ruiva da frente era a Camille, o loiro se chamava Robert, e as três meninas eram Jessica, Karen e Charlotte.
- Então vocês vão passar as férias aqui... – falou Karen sorridente. – Nós também, talvez pudéssemos sair juntos...
Que piscadinha foi essa pro Teddy? E que sorrisinho foi esse que ele deu pra ela?
- Seria muito legal... – falou Cassie animada. – Quanto mais gente melhor!
- O que você acha Teddy? – perguntou Karen se aproximando mais dele. Que raiva!
- Seria interessante... – ele respondeu dando uma olhada nela.
Droga, droga, droga! Eu estou com ciúmes dele! Eu não posso ter ciúmes dele! Eu tenho que esquecer ele! Que raiva... Ela tá dando em cima dele descaradamente e ele tá correspondendo!
- Então Vick, seu namorado não pode vir ou o que? – perguntou Peter chamando minha atenção.
- Não, eu não tenho namorado! – falei sorrindo.
Os olhos azuis dele brilharam. Isso mesmo, eles brilharam...
- Como uma menina linda como você ainda está solteira? – perguntou dando um sorriso de lado lindo.
Eu apenas sorri.
Fui conversando com Peter o caminho inteiro, ele era muito engraçado e divertido... Pelo menos isso me distraiu, e parei de prestar atenção na conversa da Karen e do Teddy. Aquilo com certeza me deixaria enjoada...
Eles nos deram carona até próximo da casa em que iríamos ficar; que por coincidência era perto de onde eles também ficariam. O que aumentava a chance de nos encontrarmos de novo.
- Muito obrigada pela carona... – eu falei para Peter, assim que todos saíram do carro.
- Que isso, não foi nada! – falou ele sorrindo.
- Obrigada mesmo assim! – falei sorrindo também.
- Se você quer tanto agradecer, poderia sair comigo um dia desses! – falou ele meio maroto, me surpreendendo. Sair com ele?
- Hum! Não sei... – falei meio na dúvida, eu nem o conhecia direito.
- Te vejo na sexta, Teddy! – gritou Karen acenando animada. Como assim te vejo na sexta?
- Então, você aceita? – perguntou esperançoso. – Prometo que você vai se divertir...
- Vamos Vick! – berrou Teddy.
- Certo, eu aceito! – falei de repente, e ele sorriu de forma encantadora.
- OK! Quarta eu passo aqui às oito horas! – falou Peter com os olhos brilhantes e um sorriso sincero no rosto. – Pode ser?
- Perfeito! Está combinado então! – falei sorrindo e indo me encontrar com os outros que me esperavam mais a frente, antes me virando e dando um tchauzinho pra ele.
- Por que demorou? – perguntou Teddy carrancudo.
- Estava conversando com o Peter... – falei simplesmente.
- O que ele queria? – questionou andando ao meu lado.
- Nada demais... – respondi olhando pelo canto do olho pra ele, ele não tinha exatamente uma expressão, parecia estar usando uma máscara. Nunca o tinha visto desse jeito.
Aquela expressão fez meu coração se encolher no peito.
- O que ele queria? – perguntou num tom baixo e frio.
- Sair comigo! – falei parando e o encarando. – Algum problema com isso?
- Sim! Você nem sabe quem é esse cara! – falou sério e frio. – Pode ser um maluco aproveitador!
- Você também não conhece a Karen, e vai sair com ela! – falei começando a me alterar. Quem ele achava que era pra tentar controlar minha vida? – Eu vou sair com ele, e você não pode fazer nada para me impedir!
- Vick! Eu só estou preocupado com você! – falou me olhando seriamente. – Você é minha prima, e eu quero o seu bem... Além do mais eu sou homem e...
-Como assim ‘além do mais eu sou homem?’ – falei furiosa. – Isso torna você melhor que eu? Ou permite a você sair com outras pessoas?
- Vick! Por favor, não é nada disso... – falou suspirando. – É só que você é indefesa, se ele quiser se aproveitar de você...
- Ele vai descobrir que não se deve tentar se aproveitar de Victoire Weasley! – falei baixo e ameaçadoramente. – Eu sou muito mais do que você imagina!
- Vick... Isso não muda o fato de ele ser mais forte e maior... – falou sustentando a máscara azeda.
- Não precisa se preocupar, eu sei me defender! – falei enraivecida. – Não sou essa donzela indefesa que você acha!
- Vick! Por favor, eu te peço, não sai com ele! – falou com os olhos finalmente demonstrando emoção. Aquilo fez minha raiva diminuir instantaneamente, aquela expressão de preocupação meio que me derreteu.
- Por quê? – perguntei o olhando intensamente. Meu coração agora batia loucamente no peito, esperando a resposta. Eu estava esperançosa com que aquilo talvez fosse ciúme... Eu sei, sou idiota por ter essa esperança.
- Porque ele pode te machucar! – falou me olhando com aqueles olhos tão escuros e profundos. – Não quero que isso aconteça! Seu pai me mataria...
- Ah! Então é por isso? – perguntei sentindo meu coração se partir em mil. – Meu pai...
Uma risada dolorida escapou de meus lábios. Teddy me olhou novamente com aquela estranha máscara.
- Vick, eu...
- O que foi? Meu pai pediu pra você tomar conta de mim? – perguntei no tom mais ácido que eu consegui. – Foi isso, não foi?
A expressão dele foi tudo o que eu precisei... Então era esse o motivo de tanta preocupação e atenção! Como eu pude ser tão retardada a ponto de acreditar que ele pudesse realmente estar começando a gostar de mim?
- Então se considere livre disto! – falei friamente, sentindo as lágrimas se aproximarem. – Não preciso de nenhum protetor!
- Não é isso... – começou a falar azedamente.
- Não? Então o que é? – perguntei sarcástica.
- Eu só não acho que o Peter seja o cara certo pra você... – falou me olhando torto.
- Por que você acha isso? – perguntei friamente.
- Ele não te merece! – disse dando um sorrisinho fraco.
- Como você tem tanta certeza? Nem o conhece... – falei a raiva diminuindo aos poucos, mas a dor ainda estava ali.
- Ele provavelmente só quer se divertir com você... – falou com os olhos brilhando raivosamente.
- E se eu também quiser só me divertir? – a pergunta pareceu assustá-lo. – Seria uma troca justa, não?
- Não, você pode sair magoada! – falou, a máscara reaparecendo aos poucos.
- Fique tranqüilo... Nenhum garoto vai me magoar tanto quanto... – aquela ultima frase escapuliu, me deixando aterrorizada.
- Tanto quanto quem, Vick? – perguntou com uma expressão de preocupação e dor.
Eu abaixei os olhos, não queria mais encará-lo... Meu coração estava em pedaços, e doía imensamente.
- Tanto quanto eu? – perguntou com a voz baixa e... dolorida. Eu o encarei assustada pela dor presente em sua voz. – É, não é?
Sua expressão tinha voltado ao normal, era a expressão do Teddy que eu amava! Meu olhos encheram de lágrimas involuntariamente. Como eu podia amar tanto aquele homem? Isso é surreal, é ilógico! E eu não quero isso!
Ele suspirou me tirando de meus pensamentos, seus olhos estavam cravados nos meus. Era incrível como ele conseguia me prender apenas com um olhar...
- Eu não queria isso... – sussurrou. – Nunca quis te magoar...
- Eu sei... – murmurei. – A culpa é minha, eu assumo! Eu que fui idiota de acreditar e ter esperança! Eu sou a única culpada de todo o meu sofrimento!
- Não... – sussurrou, mas eu o cortei.
- Mas agora eu vou seguir em frente! De verdade... Vou me apaixonar de verdade por outros... Sem esperanças que me prendam a você! Chega...
- Então, o Peter vai ser sua primeira aposta? – perguntou novamente com aquela máscara. – O que você vai usar pra tentar esquecer?
Aquilo doeu fundo...
- Não! Ele vai ser um amigo! – falei confusa. – Mas eu vou estar disposta, se tiver alguma química entre a gente!
Por alguma razão desconhecida ele estava irritado. E aquilo estava doendo em mim! Aquele olhar de irritação, mais afiado que qualquer espada no mundo parecia perfurar meu peito. Era doloroso e enlouquecedor!
- Não quero que você saia com ele! – falou de repente. – Não gosto dele, alguma coisa nele não está certa!
O encarei confusa e machucada. Eu não estava entendendo, o que ele queria com tudo aquilo? Por que todo aquele escândalo? Será que meu pai pediu que ele me impedisse, a qualquer custo, de sair com alguém? Meu pai é ciumento e tudo, mas nunca me proibiu de sair com garotos... Afinal ele sabe que eu o faria de qualquer forma!
- Não saia com ele... – murmurou me abraçando de repente.
Meu coração bateu forte contra o peito, minha respiração acelerou, e eu me senti extremamente confortável naquele abraço. Naquele momento eu tive a certeza de que eu o amaria sempre, independente de tudo. Eu tive a certeza de que nunca um abraço seria mais aconchegante, uma voz mais profunda e um cheiro mais enlouquecedor... Ele seria, pelo resto da minha vida, a pessoa mais importante do mundo! Mas eu também sabia que eu nunca seria mais que uma prima, eu não era e nem seria tão importante pra ele, como ele é pra mim... Mas pela primeira vez eu sabia que o que eu mais queria era ele perto de mim, independente de meu amor não ser correspondido, eu queria o Teddy perto. Eu iria continuar a procura de alguém que eu pudesse amar, mas com a certeza de que eu nunca o amaria como eu amo o Teddy.
- Eu te amo... – eu murmurei retribuindo o abraço. – Sempre te amei e sempre vou te amar...
Senti o seu corpo ficar tenso junto ao meu.
- Eu sei que você não me ama... – falei com um sorriso triste, afundando meu rosto em seu peito e inspirando profundamente seu perfume. – Mas o que eu sinto não vai mudar... Nunca vou amar ninguém como amo você... E eu quero a sua amizade, já que não posso ter o seu amor...
Senti pingos gelados encontrarem minha pele, mas não liguei, eu só queria o calor do corpo dele junto ao meu. Ele acariciou meus cabelos, fazendo arrepios percorrerem meu corpo como descargas elétricas.
- Eu sempre te amei como minha amiga... – falou ele com uma voz rouca.
Aquela frase doeu, mas de alguma forma doeu menos que tudo o mais... Era como se só o fato de estar perto dele, só como amiga já bastasse... E bastava!
- E sempre vou te amar como minha amiga...
Um sorriso triste se formou em meus lábios. Mas de alguma forma eu estava feliz, porque eu tinha Teddy ao meu lado, como amigo, mas tinha. E isso já era o suficiente pra mim...
- Isso basta pra mim! – murmurei o abraçando mais forte.
- Fico feliz com isso... – falou e eu sabia que ele estava sorrindo.
- Mas ainda vou sair com o Peter... – falei com um sorriso.
- Como? – perguntou incrédulo. – Vick, não faça isso...
- Vou sair com ele sim! – falei sorrindo ainda mais. – Você já sabe que nunca vou amar ninguém como amo você, mas ainda sim quero encontrar alguém que eu ame... Não vou ficar sozinha pro resto da vida...
- Mas precisa ser ele? – perguntou estranhamente.
- O que você tem contra ele? – eu estava ficando curiosa com aquela reação dele.
- Eu não sei... Alguma coisa me diz que ele não é boa coisa... – falou convicto. – É como um instinto...
- Bobagem... – falei.
Aquela altura nós dois já estávamos bem molhados, mas eu não ligava, e pelo jeito ele também não.
- Certo, certo... Vamos deixar isso pra amanhã... – falou finalizando o assunto, mas eu sabia que depois iríamos voltar a discuti-lo. – Melhor nós irmos, senão vamos acabar pegando um resfriado...
- Tá bem... – falei me afastando dele meio contrariada, mas ele passou o braço pelo meu ombro e fomos juntos para a casa. Só naquele momento reparei nas malas que ele carregava que já estavam encharcadas também. Agora como ele estava carregando as duas com uma mão é um mistério...
Andamos alguns minutos em silêncio até que finalmente alcançamos a grande casa de campo. Ela era branca, com janelas verdes e um teto de madeira, era um perfeito chalé. Eu logo percebi movimento na casa, deviam estar providenciando comida! Tomara, porque eu estou faminta!
Assim que entramos Kim apareceu com o telefone grudado no ouvido.
- Hambúrguer com fritas? – perguntou pra nós.
- Pra mim pode ser! – falou Teddy largando as malas num canto.
- Eu quero um cheeseburger... – falei sorrindo. – Vou tomar banho!
Peguei minha mala e comecei a subir as escadas.
- Seu quarto é o último do corredor! – gritou Jack da cozinha.
Depois de um longo banho quente finalmente sai do banheiro deixando o vapor escapar para o corredor, me deparei com Kim saindo de um dos quartos, provavelmente o que ela iria usar.
- Demoro hein! – falou ela com um sorrisinho. – Achei que tivesse morrido ai dentro!
- Que exagero... – falei revirando os olhos.
- Mas então, me conta o que aconteceu! – falou me puxando para dentro do quarto.
- Ô curiosidade! – suspirei sorrindo e secando meu cabelo com a toalha. – Não aconteceu nada demais...
- Tá certo, sei! – falou se jogando na cama. – Você está muito feliz pra não ter acontecido nada...
Eu sorri ainda mais e contei pra ela tudo o que tinha acontecido.
- Resumindo: você decidiu ser amiga dele e só! – falou Kim meio incrédula. – Ah! E eu achando que vocês tinham ficado e se acertado...
- Mas nós nos acertamos... – falei encarando o teto. – Não tinha como ser de outra forma, ele não me ama como eu o amo...
- Bem... Melhor que continuar como antes... – suspirou ela.
DING DONG (n/a: efeito de som maravilhoso, era pra ser a campainha)
- Vamos, a comida deve ter chegado! – falei pulando da cama e descendo.
Não sei se foi por causa da fome, mas aquele cheeseburger estava maravilhoso, o melhor que já provei. Nós comemos com uma rapidez impressionante, não se ouvia um pio sequer naquela cozinha, a não ser o barulho que fazíamos ao comer. Saboreei cada mínimo pedaço daquele sanduíche e daquelas batatas e cada mísero gole daquele refrigerante. Ao final estávamos todos satisfeitos e com muito sono... Tinha sido um looongo dia...
- Eu não sei vocês, mas eu vou dormir... – falei depois de jogar as embalagens fora.
- To contigo! – disse Matt me seguindo.
- Cara que dia exaustivo... – murmurou Cassie saindo da cozinha também.
Eu não esperei pra ver quem mais ia dormir, fui direto para o meu quarto, mas especificamente para a minha cama! Mas é claro que antes escovei meus dentes rapidamente...
Dormi quase que instantaneamente, não tive nem tempo de pensar nas coisas que tinham acontecido naquele dia. E foram muitas coisas, desde ônibus gay, carona com o gatinho, e declaração pro Teddy. Realmente foram coisas demais pra um dia só...
Aquela noite eu sonhei com Teddy, o que é normal, mas também sonhei com Peter. Eu estava entre os dois, sendo forçada a escolher um deles, os dois se encaravam com intenso ódio, e pareciam prontos para se matar. Se eu estivesse acordada eu teria escolhido Teddy sem nem pensar duas vezes, mas no meu sonho eu estava em dúvida... E estava desesperada por não ser capaz de escolher...
- Vick! Acorda! – berrou Cassie me fazendo pular da cama.
- Tá maluca garota? – perguntei enfiando a cara no travesseiro.
- Não! Eu sou maluca! – falou toda alegrinha, como ela consegue ficar assim há essa hora? – Agora levanta!
- Não... – resmunguei.
- Vamos, já é meio dia, está na hora de levantar! – falou ela puxando minha coberta.
- Me deixa... – resmunguei agarrando minha coberta.
- Não seja criança, Vick! – reclamou ela. – O Matt está terminado de preparar o café com July, anda!
- Tá! Tá! Tá! – [/gritei] falei sentando na cama e a encarando, mal-humorada. – Só vou trocar de roupa e já desço!
- Se não descer em cinco minutos eu volto com um balde de água! – falou saindo e fechando a porta.
Levantei e troquei de roupa, emburrada, vesti uma bermuda jeans, uma blusa preta e um All Star também preto. Prendi meu cabelo num rabo-de-cavalo alto e desci antes que Cassie realmente aparecesse por aqui com um balde d’água! Como ela mesma disse, ela é maluca!
- Bom dia, dorminhoca! – falou July assim que entrei na cozinha.
- Bom dia... – resmunguei fazendo bico e me largando na mesa.
- Panquecas? – perguntou Matt ignorando meu mal humor.
- Ah! Quero, obrigada! – falei desfazendo o bico imediatamente, ele sabe como me deixar feliz! Panquecas do Matt com calda de amora são perfeitas! *-*
Me deliciei com aquelas panquecas e com um grande copo de suco de laranja. Matt e July são mestres na cozinha, quando se juntam só pode sair coisa boa! Cassie apareceu logo assim que eu comecei a comer acompanhada de uma Kim sonolenta.
- Ela foi ainda mais difícil de acordar que você... – falou Cassie pra mim.
- Qual é... Fui dormir tarde! – resmungou Kim sentando à mesa e se servindo de um copo de suco e algumas torradas.
- Eu também, e daí? – falou Cassie.
- Bom dia! – falou Teddy aparecendo junto com Jason e Jack.
- Onde estavam? – perguntou Kim ainda com cara de sono.
- Fomos buscar algumas coisas no povoado... – falou Teddy sentando ao meu lado, nem preciso dizer que o “Efeito Teddy” teve inicio, preciso?
- É... Não tinha muita coisa aqui, acabou tudo nesse café aí! – disse Jack se servindo de panquecas.
- Que bom que nossos amigos são prendados! – falou Cassie. – Se não estávamos perdidas!
- Pois é... – resmungou Kim.
- Morreríamos de fome! – falei terminando minha panqueca.
- Vocês podiam ter deixado panqueca pra nós! – disse Jason vendo uma única panqueca solitária no prato, que eu fiz questão de pegar! Ah, qual é? Eu amo essa panqueca! - Vick!
- Perdeu colega! – falei caprichando na calda.
- Sua gulosa! – reclamou me olhando torto, ao que eu respondi um sorrisinho sapeca.
DING DONG
- Eu atendo! – berrou Cassie saltando e correndo para a sala. Juro que as vezes tenho medo dela. – Vick! É pra tu, chuchu!
- To indo! – berrei terminado de comer a panqueca.
Quem poderia ser? Eu não conhecia ninguém aqui...
Será que... Não, não!
n/a: Sei que demorei um pouquinho, mas também quase ninguém comentou, isso desanima! Obrigada a quem comentou, sim!
Mas então, espero a sincera opnião de vocês e os palpites: Quem será o visitante???
Quem acertar ganha um doce!
Ou talvez, sei lá, possa escolher algo para acontecer no próximo capítulo!!
Sempre quis fazer uma promoção, mas como eu não tenho muitos comentários eu desanimo, sabe...
Então é isso!!!
Beijoos amoress!!
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