Aos Planos



Cap. 27_


            A mesma dúvida que alimentava Thiago, naquele momento, descia com rapidez sobre os invasores.


            Do lugar onde estavam, eles podiam ver dois vultos enormes e selvagens se atracando e não queriam nem imaginar o tamanho das garras e mandíbulas que estavam produzindo aqueles sons.


             Por uns instantes, ficaram paralisados no mesmo lugar, com Tonks nos braços, imaginando o que deveriam fazer. Não saberiam precisar quando tempo levaram para chegar à conclusão mais óbvia: fugir. Mas, quando o fizeram, Thiago já estava preparado para enfrentá-los com toda artilharia que tinha.


             Os jatos de luz cruzavam o terreno, abrindo clareiras iluminadas ao redor do grupo. Thiago podia ver o medo estampado no rosto de cada um deles, enquanto a luz iluminava a briga feroz que acontecia a apenas alguns metros deles. Remo transformado em lobisomem, os dentes afiados rasgando e dilacerando cada centímetro de Sírius que conseguia atingir. Os ombros peludos ensangüentados, onde Sírius mordia e puxava, tentando mantê-lo longe dos quatro.


             Thiago não conseguia pensar em como eles ainda não estavam correndo o mais rápido que podiam para o lado oposto.


             Quando conseguiu atingir um dos seqüestradores com um feitiço de desarmar, o outro, que lutava para manter Tonks segura, pareceu se desesperar. Não via muitas chances de duelar com Thiago, tendo o parceiro desarmado, uma garota que se debatia com violência em seu colo e duas feras assassinas bem ao lado dele. Sem muita delicadeza, ele empurrou a garota contra as árvores mais próximas, virou-se e começou a correr.


             Tonks tropeçou nas raízes salientes, soltou um lamento audível ao torcer o pé e bateu com força contra um tronco.


             Thiago pegou do chão a varinha de seu oponente, que já exibia uma expressão de complacente derrota, e estava pronto para estuporá-lo, quando ouviu um ganido atrás de si.


             Virou-se a tempo de ver Remo morder com força o pescoço de Sírius, tirando-o do chão e sacudindo-o no ar.


             _Sírius! _ele gritou, negligenciando por um minuto seu próprio duelo. Foi o bastante para que o invasor fugisse, ansioso pela oportunidade de se livrar daquele pesadelo.


             Remo arremessou o grande cachorro negro pelo ar, fazendo-o bater com violência contra o salgueiro lutador, ainda desativado. Thiago não pôde hesitar mais. Rapidamente transformou-se em cervo, e chocou-se contra o lobo, tentando mantê-lo longe de Tonks.


             Quis pedir para que ela fugisse, quis gritar, avisar. Quis saber onde diabos Rabicho tinha se enfiado. Estava contando os segundos para que ele voltasse com ajuda, mas nunca pensara que o castelo podia ser tão longe assim.


            Tonks ergueu-se lentamente, escorando-se à arvore, com os olhos cheios de lágrimas. Seu pé direito parecia partido, e ela não conseguia sequer coloca-lo no chão, quem dirá correr.


             No entanto, mesmo que pudesse, não teria fugido dali. Enquanto as lágrimas abriam espaço por seu rosto e ela via Thiago chocando-se violentamente contra Remo, furando seu corpo e liberando filetes de sangue, ela tinha plena certeza de que não fugiria. Não até que pudesse se certificar de que ele ficaria bem. De que Sírius, desacordado em sua forma humana há alguns metros dali ficaria bem. De que Thiago, já com vários cortes abertos no dorso ficaria bem.


             _Parem... _ela murmurou, com a voz estrangulada pelo choro _Por favor, parem...


             Mas ninguém ouviu seu lamento.


             Sírius recuperava lentamente a consciência. Tonks o viu, ensangüentado, se mexendo levemente no chão, enquanto os caninos de Remo abriam cortes profundos e largos no dorso de Thiago.


             Remo rosnou alto, instigado pelo cheiro de sangue e de humanos que seu olfato mais apurado captava. Thiago não sabia mais o que fazer. Sírius não acordava. Tonks não corria. Pedro não voltava.


            E foi enquanto pensava nisso que Remo pareceu se enfurecer definitivamente com a privação que seu apetite voraz estava sofrendo. Usou toda sua força para erguer Thiago, com os dois braços. Tonks viu o cervo se debater, tentando atingi-lo onde pudesse alcançar com os próprios chifres. Mas o lobisomem meramente tomou impulso e arremessou-o, fazendo Tonks se encolher quando o corpo do animal bateu contra a árvore ao seu lado.


             Sem se levantar novamente.


             _Thiago... _Tonks abaixou-se e passou a mão no rosto que já se tornara humano, tão sereno que parecia apenas adormecido, e não nocauteado _Thiago, acorde.


             Mas ele não reagiu. Tonks poderia ter passado o resto da noite repetindo seu nome, tentando reanima-lo. Mas o que sentiu depois disso a fez congelar.


             Uma respiração quente e rápida, animalesca, a suas costas.


             Virou-se lentamente, tendo plena consciência de que era. Deparou-se com a figura lupina de Remo, a centímetros de seu rosto, as pupilas dilatadas, a boca entreaberta, faminta, deixando a vista uma fileira de dentes afiados.


             _Remo... _ela murmurou, fraca de medo e dor, recuando contra a árvore _Por favor...


             Ele rosnou ferozmente e Tonks sentiu o ar quente batendo mais violentamente em seu rosto. Então, ele agarrou-a pelos dois braços, as garras cortando suas vestes, e tirou-a do chão.


             _Por favor... _ela murmurou, com apreensão e desespero _Sou eu, Remo. Tonks. Por favor, você precisa lembrar.


             Ele farejou o ar, faminto. Ainda encarava os olhos castanhos da menina, o focinho a milímetros de seu rosto.


             Seu cheiro.


             Ele respirou, com mais calma do que já fizera durante qualquer outra transformação.


             Ela mirou seus olhos, com mais confiança. Estava ali. Remo Lupin estava ali, em algum lugar dentro daquela fera. Ela via em seus olhos. Ela era capaz de vê-lo ali.


             E seus olhos, seu cheiro, ainda que humano, o faziam, naquele momento, não atacar.


             Tinha algo em seus olhos...


             Mas ele não chegou a descobrir o que era. Repentinamente, um enorme corpo negro lançou-se sobre ele, cravando as mandíbulas em seu pescoço e arrastando-o para longe.


             _Não! _Tonks berrou, sendo bruscamente largada no chão e vendo Sírius, que recuperara a consciência e já estava transformado novamente, atacando Remo sem piedade. _Não, Sírius! Ele não ia atacar!


             Thiago levantava-se naquele momento. Quando viu o que estava acontecendo, assumiu novamente a forma de cervo e correu para perto de Tonks, mordendo a manga de sua blusa e puxando-a.


             _Não, eu não posso ir! _ela berrou, frustrada. Tentou abrir caminho pela grama até Sírius e Remo, mas seu pé quebrado a derrubou _Sírius, não o machuque!


             Thiago foi novamente até ela e, utilizando a galhada, a colocou em suas costas.


            _Não! Por favor! _ela gritou, enquanto Thiago saía a galope para longe da briga _Eu tenho que ajuda-los!


             Thiago não deu ouvidos, e só parou novamente quando chegou a um lugar distante o bastante para ser seguro.


             Deixou-a na grama, apressado, e virou-se para voltar, mas Tonks puxou-o.


             _Eu sinto muito... _ela chorou _Não o machuquem, por favor, ele não ia me atacar. Eu sinto tanto...


             Thiago não pôde responder. Mas seus olhos, enternecidos, indicavam que ele jamais faria isso por vontade própria.


             Então voltou para a briga, deixando Tonks chorando, ajoelhada na grama.


 ***


             O resultado de tudo isso podia ser visto com bastante clareza na enfermaria, no dia seguinte.


             Tonks, após ter seu pé consertado magicamente por Madame Pomfrey, deveria ficar de repouso, por um dia, comendo chocolate, por ter enfrentado um grande trauma.


           Sírius e Thiago tinham diversos cortes em várias partes do corpo, que, não tendo sido produzidos por magia de bruxo, e sim por um lobisomem, não podiam ser fechados magicamente.


            Thiago não se importava por ter mais uma ou duas cicatrizes, mas Sírius checava o espelho a todo momento, verificando se não corria o risco de que alguma delas estragasse sua perfeição física. Os dois acabaram adormecendo pesadamente, exauridos pela briga, mas pareciam tão cansados e machucados que qualquer um poderia dizer que eles estavam terminalmente doentes.


             Remo não estava melhor do que isso. Com a mudança da lua, e precisando de cuidados médicos, Dumbledore mandou que ele voltasse à escola. Madame Pomfrey não conseguia entender como Thiago e Sírius tinham feito aquilo em um lobisomem, somente com varinhas. Remo tinha várias marcas semelhantes a mordidas e furos, como agulhadas. Mas eles não se preocupavam com aquilo, no momento. Inventariam algo quando acordassem.


             Pedro só choramingava, sentado em uma cadeira ao lado da janela.


             Após conter Remo, Thiago e Sírius, em suas formas humanas novamente, ainda precisaram usar cada grama de energia que tinham para ir buscar Tonks novamente e ir bater na sala da professora McGonagal.


            Tudo isso em um horário que, certamente, eles não tinham permissão para passear pela escola.


            E como se não fosse o bastante, desejando mais do que qualquer coisa cair na cama e desmaiar em um sono sem sonhos, Thiago sabia que não tinha enfrentado a pior de todas as broncas, e que ela chegaria assim que o sol despontasse pela janela.


             E, efetivamente, mal a luz do sol atingira sua cama, Lílian irrompeu pela porta da enfermaria feito um tufão, os olhos inchados, indicando que ela não dormira nada a noite, e despenteada.


             _Oh, graças a Merlin. _ ela suspirou de alívio quando viu Thiago, apesar de seus olhos atentos detectarem rapidamente vários cortes abertos.


             _Hei, Lírio... _ele murmurou fracamente, enquanto ela sentava na beira da cama ao seu lado, e levava as duas mãos ao seu rosto.


             _Se você não estivesse tão machucado, juro, Thiago, eu o estapeava.


             Thiago riu. Mas rir doía, então ele parou, rapidamente. _Ah, meu amor, toda gentileza que eu preciso, quando estou todo estropiado. Muito obrigado.


            _Toda gentileza? _ela estreitou os olhos. _Eu não preguei os olhos essa noite. Você disse que passava no meu quarto a noite, e não apareceu. Não recebi uma mensagem sua, você não estava no seu quarto, nem no salão comunal, não estava em lugar nenhum. Eu estava morta de preocupação. E então McGonagal e vem e diz... _então, ela se interrompeu, para dar vazão a um curto soluço _Diz que você enfrentou o Remo ontem. Na forma de lobisomem. Tem ideia do que eu pensei? Do que eu senti?


             _Oh, Lily, não foi a primeira vez, não vai ser a última. _ele respondeu passando a mão em seu rosto também _Nós temos que proteger uns aos outros.


             _É? Faça isso de novo, que você vai precisar mesmo de alguém para proteger você. De mim.


             Thiago sorriu, puxando seu rosto para perto. _Tão doce. _ele beijou de leve seus lábios _Tão carinhosa.


             _Mas... _Lílian contraiu o rosto, passando as duas mãos por suas bochechas _O que aconteceu? Vocês estavam como animagos, o que deu errado? Porque ele atacou vocês?


            Thiago virou-se no travesseiro, verificando se Tonks estava adormecida e se Madame Pomfrey não estava perto o bastante para ouvir. Então, virou-se novamente para ela. _Tinha duas pessoas na floresta, Lily. Aliados do fulaninho lá, o tal do Voldemort.


            Lílian se afastou, com os olhos arregalados. _O quê?! _Thiago fez “shh”, e ela voltou a abaixar a voz e a se aproximar _Mas como isso é possível? Como eles podem ter entrado?


            _Lílian, _Thiago ergueu as sobrancelhas sugestivamente _talvez eles já estivessem aqui dentro. Talvez eles ainda estejam.


             _Você quer dizer... _ela perguntou assombrada _Escondidos, na floresta?


             _Lily, pelo amor de Merlin, para uma pessoa tão inteligente, às vezes você consegue ser bem difícil. _ela fechou a cara _No castelo, criatura. Alunos. De dentro do castelo.


             Lílian apoiou a cabeça nas mãos, enterrando-as no cabelo ruivo, sem conseguir acreditar que isso estava se tornando real.


             _E tem pior. _Thiago continuou _Eles estavam tentando levar Tonks.


             _Tonks? _Lílian ergueu a cabeça _O que Tonks estava fazendo com vocês?


             _Ela não estava com a gente. _Thiago franziu as sobrancelhas _Acha que eu seríamos idiotas o bastante para levar Tonks para encontrar um lobisomem no meio da noite? _Líly, no lugar de responder, arqueou as sobrancelhas, indicando que ela achava a resposta bem óbvia. Thiago fez uma expressão entediada _Nós não levamos Tonks. Ela recebeu uma carta do Remo pedindo para que ela fosse se encontrar com ele na floresta proibida.


             _Está brincando! Do Remo? _Lílian arregalou os olhos _Remo pediu para que ela fosse encontrar com ele em sua forma Lupina?


             _Lírio, você acordou mais lenta hoje, ou o quê?


             _Talvez o fato de meu namorado quase ter me matado de preocupação, e agora esteja todo estropiado em uma cama, com ânimo o bastante para fazer piadinhas as minhas custas, colabore um pouquinho com minha suposta lentidão. _ela deu um sorriso irônico.


             _É lógico que o Remo não a convidou para um passeio romântico à luz da lua cheia, né? Alguém escreveu essa carta para ela, fingindo ser ele, para poder encontrá-la no meio da noite, fora do castelo. O caso é: quem?


             Lily mordeu o lábio. _Mas quem poderia saber disso? Dessa queda que a Tonks tem pelo Remo e de que ele é um lobisomem? _alguém bateu na porta da enfermaria e Lily baixou a voz _Só vocês mesmos sabem disso.


             _Não. Tonks não era muito discreta, se você se lembra ela estava esses dias mesmo gritando que amava o Remo lá perto do lago _nesse momento, Madame Pomfrey foi abrir a porta e Bella entrou, não de forma tempestuosa como Lily, mas com altivez e postura, caminhando decidida até a cama de Sírius. Thiago acompanhou-a com os olhos estreitos _Existe mais uma pessoa que podia saber de tudo isso.


             _Thiago, não. _Lílian alertou, acompanhando seu olhar e vendo quem ele mirava _Não julgue. As coisas nunca são que parecem. Você não pode estragar a chance deles.


             _Não se preocupe, Lírio. _ele não tirou os olhos de Bella, enquanto ela ia até a cama de Sírius _Não vou fazer nada sem ter certeza.


 ***


             Sírius estava de olhos abertos, mas encarava o teto como se estivesse adormecido.


             Não queria pensar. Porque pensar doía.


             Porque cada vez que ele tentava pensar, tentava entender, a única coisa que vinha em sua cabeça era Bella.


             E isso realmente doía.


             Aquela seria a resposta perfeita para todas as questões. Quem tinha interesse? Quem estava perto enquanto Tonks proclamava que amava Remo e que o acompanharia durante a lua cheia se ele quisesse? Quem poderia saber a respeito de Remo?


             Os Marotos.


             Lily.


             E ela.


             Ele não queria acreditar naquilo.


             _Oi. _nesse momento, ele desviou os olhos para os pés de sua cama. Bella se aproximava devagar, quase tímida. _Você está bem?


             Sírius abriu um fraco sorriso de lado. Bella tinha os olhos vermelhos, como os de Lily, e Sírius não via neles nada, senão preocupação.


             _McGonagal disse que vocês foram atacados por animais selvagens na floresta proibida. _ela falou em voz baixa, aproximando-se e sentando-se em uma cadeira ao lado da cama. _Você está bem? _ela repetiu a pergunta, angustiada, já que não recebera resposta da primeira vez.


             Sírius não respondeu novamente. Afastou-se para o outro lado da cama, abrindo espaço, e fez um aceno para que ela sentasse ali. _Fica aqui um pouquinho, Bells? _ele pediu. _Eu preciso sentir você.


             Os olhos dela encheram-se de água novamente, e ela tentou esconder, deitando-se ao seu lado, por cima do cobertor e apertando sua mão.


            _Não estou bem. _ele continuou _Mas eu vou ficar.


            _Sírius, eu sei que você não quer ouvir, mas...


             _Shhh... _ele cobriu sua boca com a mão. Ela estava certa. Ele não queria ouvir _Não preciso disso agora, Bella. Só de você.


            Ela ficou em silêncio, encarando seu rosto cansado. Ela queria dizer. Queria faze-lo enxergar que aquilo tudo era muito óbvio. Ele precisava acreditar nos sinais. Onde Pedro estava na hora do ataque? Ela não ia engolir essa história de ataque de animais selvagens, ela ouvira Thiago contar a Lily a história original. E Sírius tinha a resposta para essa pergunta? Porque Pedro não estava estropiado, como eles?


 Mas ele estava tão machucado naquele momento. Tão triste e cansado, que não conseguia faze-lo sofrer mais ainda. Então ele fechou os olhos e apertou sua mão com força, e ela soube que teria que deixar para depois.


            E tudo que ele conseguia pensar era que não ia acreditar naquilo. Ele ia se obrigar a achar outra resposta. Porque ele não ia acreditar que Bella seria capaz de traí-lo assim.


 ***


            Pedro caminhava pela escola nervoso e assustado, estalando os dedos das mãos e olhando, ressabiado, por cima dos ombros.


            Não sabia o que fazer. Podia dizer que fora pedir ajuda. Que ficara amedrontado. Que não sabia o que dizer a McGonagal. E era mais do que óbvio que Thiago, Remo e Sírius acreditariam nisso.


             Mas e com... Eles? Como ele iria lidar com Eles? Como ele ia explicar para Rodolfo e Lúcius a aparição de Sírius e Thiago no momento que eles tentavam raptar Tonks? Como ia convencê-los de que aquilo não fora uma armadilha?


             Infelizmente para ele, ainda não tinha encontrado uma resposta quando sentiu uma mão forte puxando sua capa por trás e empurrando-o contra a parede. Fechou os olhos com força e sentiu a ponta de uma varinha rente a sua garganta. Antes mesmo de abrir os olhos já sabia quem era.


             _Olá, Lestrange. Malfoy. _ele chilreou, forçando uma risada falsa e nervosa e torcendo as mãos _Como vão?


             _Rodolfo, você está vendo algum motivo para este rato de bueiro estar rindo? _Lúcius perguntou, com os olhos estreitos.


             _Não, não estou. _ele respondeu, sério, parado logo atrás do loiro.


             _Nós quase morremos, seu maldito, cretino. _ele rosnou, ameaçador _No é que você estava pensando? Que ia nos pegar em flagrante? _ele o bateu novamente contra a parede _Que ia nos matar, com aquela droga daquele monstro? _Que diabos você estava pensando Pettigrew?! _ele berrou, e Pedro fechou os olhos e se encolheu, tremendo feito um camundongo encurralado.


             _Eu... Eu não pensei. Não pensei em nada disso. Não foi minha intenção. _ele despejou, olhando de um para o outro, procurando avidamente indícios de que eles iam acreditar nele _Não foi minha intenção.


             _Não foi sua intenção? _Rodolfo repetiu, dando um passo a frente, encarando Pedro por cima dos ombros largos de Lúcius _Você não precisava fazer nada, Pettigrew. Era só ficar fora do caminho. Só isso. Qual é o seu problema?!


             _Não foi culpa minha! _ele insistiu, desesperado _Sírius e Thiago quiseram sair! Eu não soube o que fazer, não soube o que dizer, eu não podia deixar que eles desconfiassem de mim...


             _E tudo bem nós desconfiarmos de você? _Rodolfo levantou uma sobrancelha.


             _Não, não, não foi o que eu quis dizer. Mas é que... Sírius e Thiago achariam estranho meu comportamento...


             _Mas eles não confiam cegamente em você? _Lúcius fez uma voz estrangulada, como se estivesse imitando algo que Rabicho já dissera antes _Não colocariam as mãos no fogo por você?


             _Mas... Mas... _ele hesitou _Sim, eles confiam... Mas tem todas essas coisas acontecendo... E Belatriz! Belatriz fica colocando idéias na cabeça de Sírius contra mim. Bella desconfia de mim. _ele ergueu os olhos arregalados para os dois _Ela me segue como um camundongo. Ela não tira os olhos de mim, está sempre procurando alguma coisa para me incriminar. Ela tem certeza de que eu sou um espião, ela já disse isso para o Sírius. Se ela soubesse de alguma coisa estranha... Ela... Ela não me deixa mais em paz.


             Então, repentinamente, Lúcius afrouxou o aperto em sua capa.


             _Bella desconfia de você... _ele repetiu pensativo.


             _Sim, sim, desconfia! _ainda que não fosse uma pergunta, Pedro confirmou, estimulado pela abertura que ganhara _Ela tem certeza, só está procurando provas.


             _Bella não tem nada a ver com isso. _Rodolfo rosnou e Lúcius soltou novamente Rabicho, virando-se para o amigo com os olhos brilhantes.


             _Não... Tem sim, Rodolfo. Você não está vendo? _a expressão de Rodolfo tornou-se ainda mais sombria, mas Lúcius continuou, empolgado _O Lord a quer de volta. E... E ela só vai voltar... Se não tiver nada que a segure do outro lado. Você está entendendo? Está me acompanhando?


             Pedro se sentiu momentaneamente esquecido, enquanto Lúcius divagava como se visualizasse algo extremamente divertido, bem diante de seus olhos. Mas ele, obviamente, não ia reclamar.


             _Sírius Black. _Rodolfo resmungou contra a própria vontade _Sírius Black a segura do outro lado.


             _E se Sírius Black não a quiser do outro lado? _Lúcius ergueu a sobrancelha sugestivamente.


             _Ah, Sírius não querer a Bella é meio difícil, viu? _Pedro deixou escapar, distraído _Ele passou o ano todo tentando consegui-la de volta, por que ele... _mas Lúcius fulminou-o com o olhar, e ele calou-se.


             _Nós podemos fazer com que Sírius não a queira mais. E então ela voltará para nós.


             _Ah, é mesmo? _Rodolfo rangeu os dentes _E como é que você pretende fazer isso? Será que não lhe ocorreu que talvez eu já tivesse pensado nisso? Que talvez eu já tivesse passado noites acordado procurando uma maneira de faze-la voltar, sem encontrar nenhuma?


             _Nós temos a maneira de fazê-la voltar, bem aqui ao nosso alcance. Você não está vendo, porque está cego demais de desespero. _Lúcius virou-se novamente para Rabicho _Hoje temos visita à Hogsmeade. Vem aqui, e presta bem atenção no que você vai ter que fazer. Porque eu vou explicar uma vez só, e não quero falhas.


             Pedro engoliu em seco. Se essa era a chance que ele tinha cair novamente nas boas graças dos sonserinos e de se livrar de Belatriz Black, de brinde, então eles podiam apostar que ele ia prestar muita, muita atenção mesmo.





Jack, pela velocidade que eu tenho escrito, eles só vão descobrir no ano q vem, né? rsrsrsrsrs Malsssss.... demorei mtoo dessa vez, mas eu tava mals de tempo msm.... tava trabalhando a semana td, facul a noite e dando aula de fds :S :S um pesadelo....... Maaaas, eu larguei as aulas (ufa), entaum agora melhora..... Yei, Bella naum vai mudar de ideia naum.... ela jura de pés juntos q Pedro é o espião, mas e agora? O q eles vaum aprontar com a coitada? Uou *.* Mto show Grey's Amooo, mas eu gostava mais qnd a Izzie tava.... :S Espero q vc volte Jack, msm com a demora *.* Me fala o q achou tah? Bj!!!

Lari, a Tonks dar uma dentro, a gente ainda tah esperando neh? rsrsrsrsrs Mas deu td certo pros Marotos, mais uma vez :D Qnto ao Rabicho, o sem vergonha ainda consegue driblar td mundo neh? rsrsrsrs Me fala o q achou tah? Bj!!!!

Lilly! Eu tb!!! rsrsrsrsrsrs Tomara q ainda esteja por aki.... rsrsrsrs Tomara q ela tenha aprendido e naum desaprenda mais, neh? Pq coitado do Thiago, cada uma q ele aguenta... rsrsrsrsrs Vou passar sim ^^ Me fala o q achou desse tah? Bj!!!!

Lori, mals, futuras atualizações demoraram horrores neh? rsrsrsrs Mas espero q tenha gostado :D Bj!!!

Vanessa, to viva!! Iey!!! rsrsrsrsrs, foi mal a demora, mas esse fim de ano foi corrido de mais...... Tomara q vc ainda apareça por aki (e q tenha gostado do cap :D ) rsrsrsrs Bj!!!!

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