Entre o bem e o mal



Cap. 18_


             Sírius e Bella escutaram um barulho parecido com bombas vindo das ruas de baixo. Sírius afastou o rosto, surpreso.


             Bella não. Ela sabia o que era. Sabia o que estava acontecendo naquele momento, e sabia que devia estar lá para ajudar.


             _O que foi isso? _ele perguntou, sério. Ainda tinha os braços em volta de sua cintura e a segurava fora do chão.


             _Algum aluno. Com fogos filibusteiros. _ela respondeu, tentando puxar seu rosto novamente. 


            Ele a pôs no chão. _Claro que não. _sua testa se contraiu _Eu solto filibusteiros desde que aprendi a subir na cadeira para alcançar a pia da cozinha. Isso parece estalo de feitiço... _e virou-se para trás.


             E viu os clarões de luz que explodiam através das janelas do Três Vassouras. A princípio pensou que fosse apenas uma simples briga. Até que viu as pessoas na rua correndo para longe do bar, como se tivessem descoberto que a própria morte estava lá dentro.


             Não sabia como tinha chegado a essa conclusão. Não sabia se era apenas instinto, ou se alguma coisa lá embaixo lhe indicava isso. Mas sabia que tinha algo errado. Se fosse uma simples briga, as pessoas tentariam apartar. Não fugir.


             _Remo... _ele murmurou. Então seu rosto se fechou de fúria e ele sacou a varinha.


             _Não, não, não vai. _Bella puxou a manga de sua blusa desesperada. Naquele momento ele teve certeza: eram comensais.


             Virou-se para ela com um olhar congelante. Bella se encolheu contra a parede. Nunca tinha visto Sírius tão furioso.


             _Você sabia? _ele perguntou ameaçador. Bella não respondeu _VOCÊ SABIA?! _ele berrou, de repente. Bella estremeceu, sob seu olhar duro, e então fez que sim com a cabeça.


             Sírius avançou para ela com os olhos estreitos. _Foi para isso que você veio até aqui? _ele sibilou, segurando seus dois braços e sacudindo-a _PARA ME MANTER LONGE DO REMO?! PARA FACILITAR PARA OS COMENSAIS QUANDO ELES TENTASSEM LEVÁ-LO?!


             _Seu grosso, estúpido, me solta! _ela berrou, se debatendo, mas ele não soltou seus braços _Nós não queremos nada com aquele inútil!


             _Um álibi, então. _ele parou de sacudi-la, mas não a soltou _Você veio até aqui para ter um álibi! Para poder falar que estava comigo quando Dumbledore descobrir do ataque!


             _NÃO! _Bella berrou _Seu cretino, como você pode pensar isso de mim?!


             _COMO?! Você me pergunta COMO?! _ele berrou mais alto que ela _Você estava aqui, tentando me distrair, enquanto aqueles seus malditos e sujos amiguinhos atocaiavam meus amigos! 


            _É isso que você pensa de mim?! Acha que só por isso eu vim até aqui?!


             _Que outro motivo, Bella?! _ele berrou e sacudiu-a novamente _Que outro motivo você teria para me procurar hoje?! Você SE APROVEITOU do fato de que eu queria ver você!! Você me USOU! Você é uma OPORTUNISTA!! _então, finalmente ele soltou-a, empurrando-a contra a parede. Bella sentia lágrimas de humilhação subirem aos olhos e Sírius tremia de raiva _Mas eu não tenho tempo para gastar com você. _ele sibilou aproximando seu rosto novamente do dela _Eu preciso ajudar os meus amigos, que você pôs em perigo. _e, virando-se, começou a descer a rua, rapidamente, com a varinha nas mãos.


             Bella ficou incontáveis minutos paralisada, puxando o ar com força, tentando se recuperar do choque sofrido pela mudança brusca de humor de Sírius. Nunca tinha o visto tão furioso. 


            Ainda respirando descompassadamente, ela encostou o corpo à parede e escorregou para o chão. Somente então suas lágrimas vieram à tona. Ela puxou o ar com ainda mais força, tentando compensar seus pulmões pelo fôlego que ela gastava chorando, cada vez mais compulsivamente.


             Que injusto... Que injusto! Ela tinha colocado em risco sua própria missão, tinha abandonado seus amigos, seu namorado, tinha traído a confiança que todos eles depositaram nela. Por ele.


             E ele a tratara como se ela fosse a mais traiçoeira das víboras. Ele a abandonara. Ele a abandonara novamente. Pelos amigos. Sírius tinha um amor fraternal muito exagerado pelos amigos. Ele transferira tudo que não sentia pela própria família para eles. Era isso que gerava esse instinto feroz e protetor pelos Marotos. Para ele, isso era uma amizade: a garantia de estar sempre perto, para o que fosse necessário. A garantia de confiança cega e de fidelidade incondicional.


            Mas e para ela? O que lhe sobrava?


            Isso? Desprezo? Palavras duras? Algumas horinhas de diversão, enquanto os amigos não precisavam dele?


             Parou de chorar subitamente. Seu corpo ainda tremia, mas ela enfiou a mão no bolso, procurando sua varinha. Ergueu-se do chão, sustentando-se sobre um joelho e depois em pé. Passou a mão pelo rosto, limpando os últimos resquícios de lágrimas nas bochechas. Seus olhos estavam finos como fendas e flamejavam. Suas feições eram firmes e tinham traços de uma profunda mágoa.


             Respirou fundo uma última vez, recuperando totalmente o controle. E começou a descer a rua pelo mesmo caminho que Sírius fizera.


 ***           


            Remo puxou Izzie, ainda abaixado, para trás do balcão e eles se abrigaram em um nicho onde, normalmente, Rosmerta guardava engradados de garrafas vazias. Remo estava em puro estado de alerta. Todos seus nervos estavam totalmente repuxados e seus sentidos ligados na capacidade máxima. Ele sabia. Sabia que uma hora isso aconteceria. Interiormente, estivera o ano todo se preparando para isso. Esperando por isso. Mas tinha que ser justo quando estava com uma pessoa inocente? Justo com Izzie?


             Os gritos ecoavam pelo salão e faziam o bar parecer uma verdadeira babel. Remo escutava algumas pessoas reagindo aos comensais. Mas eles eram ALUNOS! Uma minoria era dos sextos e sétimos anos. Como eles poderiam com eles?


             Mesas explodiam, revelando as pessoas que sabiam não serem páreo para eles e que buscavam meios de se proteger. Cadeiras voavam. Remo via os clarões dos feitiços luminosos e coloridos explodindo por cima do balcão.


             _Remo... _Izzie choramingou para ele, com os olhos cheios de água _O que é isso?


             Remo franziu as sobrancelhas para ela. _Você não sabe quem eles são? _ela fez que não.


             _Estou com medo. _ela completou, prestes a cair no choro.


             Remo suspirou contrafeito. Tinha poucos segundos até que algum dos comensais chegasse até onde eles estavam.


            _Olha, Zie. _ele puxou suas duas mãos _São pessoas que estão tentando assumir o poder do mundo bruxo. Eles não gostam de mestiços e acham que trouxas são escórias. Comensais da morte, já ouviu falar deles? _dessa vez ela fez que sim _O caso é o seguinte, acho que eles estão atrás de mim. _Izzie arregalou os olhos, interrogativa _Não dá para explicar agora, Zie, mas você precisa ficar longe de mim, certo? Eles vão vir atrás de mim, então aproveite para fugir.


             Izzie perdeu totalmente a cor. Remo, por alguns segundos achou que ela ia desmaiar. Comensais. E ele dizia que ela precisava ficar longe dele e fugir. Mas como? COMO ela ia fazer isso se não sabia fazer nem um maldito feitiço de desarmar?!


             Percebeu que estava ferrada.


             Seu estômago revirava e seus ouvidos zuniam enquanto ela se dava conta da encrenca em que se metera. Ela tinha uma varinha enfiada no bolso traseiro da calça. Mas o que ia fazer com ela?


             Pensou em contar a verdade. Ergueu o rosto para encarar Remo, a sua frente, erguendo-se levemente para enxergar por cima da borda do balcão.


           _Remo... _ela chamou em voz baixa, com os olhos enchendo de água.


             _Certo, eles estão vindo para cá. _ele cortou-a, antes que ela pudesse dizer qualquer coisa _Quando eu contar três. Um. Dois. _ele ergueu-se _Três. _e pulou por cima do balcão, disparando imediatamente um feitiço paralisante, que atingiu um comensal que avançava em sua direção.


             Izzie levantou-se mais lentamente, com a varinha tremendo na mão direita.


 ***


             _Lily, eu quero que você fique com o professor Slughorn! _Thiago berrou, com a voz entrecortada, fazendo um feitiço estuporador explodir contra um comensal e derrapando por baixo de uma mesa explodida, desviando do feitiço que o próprio comensal lançara como revide _Isso não é seguro para você!


             _Que absurdo! Sou uma monitora chefe! _ele ouviu a ruiva gritar, enquanto pulava por cima da mesa sob a qual ele estava e caía elegantemente do outro lado, esquivando-se de um feitiço que passara por cima de sua cabeça _É minha obrigação proteger essas crianças _ela virou-se para trás, mirando por cima da borda da mesa e paralisou um comensal que avançava em sua direção _enquanto não tem nenhum professor por perto!


             _Nós temos um professor por perto! _Thiago berrou, levantando-se ao lado dela, subindo em uma poltrona e lançando um feitiço contra o comensal com o qual duelava. O feitiço estuporador acertou-o em cheio e ele voou contra uma janela _Slughorn!


             _Um professor não pode com todos esses comensais! _ela berrou e virou-se para ele. Thiago viu seus olhos se arregalarem _Cuidado!! _ela berrou, apontando para suas costas e puxando a frente da sua blusa. Instintivamente, Thiago abaixou-se, enquanto um feitiço cortante passava por onde estaria seu pescoço se Lily não tivesse gritado.


             Imediatamente, a ruiva estuporou-o e o comensal caiu desacordado sobre o tapete. Thiago virou-se perplexo para o corpo no chão e depois para ela novamente, com um olhar assombrado.


             Lily piscou para ele. _Pode me agradecer depois. _e pulou por cima do encosto da poltrona, avançando contra um comensal que abria caminho a força por entre um grupo de segundanistas. 


             Thiago riu. E depois foi atrás dela.


 ***


             Quando Sírius se aproximou da porta do Três Vassouras, desviando da multidão descontrolada que corria na direção oposta a sua e esbarrando ocasionalmente em algumas pessoas, encontrou Alice e Frank parados na frente do bar, com as varinhas em mãos. Os cabelos loiros de Alice escorregavam de um coque feito às pressas e ambos pareciam afogueados, enquanto lançavam feitiços redutores e estuporadores contra a porta lacrada.


             _Ei! _Sírius gritou, chegando perto deles _O que está acontecendo aqui?


             _Tem comensais no povoado! _Frank gritou, sobrepondo-se ao barulho de feitiços e de gritos que vinha de dentro do bar _Algumas pessoas conseguiram sair do Três Vassouras, e elas disseram que Voldemort está aí dentro!


             _Lily está lá! _Alice berrou, baixando a varinha e virando-se para ele. O estômago de Sírius afundou. Sim, Remo, Thiago e Pedro também estavam lá.


             _Não tem nenhum professor no povoado? _Sírius perguntou. Um barulho mais alto do que os demais soou do lado de dentro e duas janelas no segundo andar do bar explodiram, fazendo voar cacos pela calçada. Os três cobriram as cabeças com os braços _Alguém tem que ir até o castelo avisar Dumbledore!


             _Somente o Slughorn. Ele era o responsável por nós hoje! Mas parece que ele está lá dentro também! _Alice respondeu.


            _Já pensamos em ir até lá, mas Alice não quis me deixar sozinho. _Frank retrucou _Olha, Aly, Sírius está aqui agora, por que você não vai atrás de alguém no castelo?


             _Besteira! Os alunos devem ter fugido todos para lá. Eles vão procurar alguém! Eu sou mais útil aqui!


             _Como sabe?! _Frank persistiu _E se eles não procurarem?!


             Alice fechou a cara para ele. Então se virou, pulou a frente de um aluno pequeno e magricela que corria na direção do castelo e agarrou a frente de sua blusa. Sírius viu o aluninho, provavelmente visitante de primeira viagem do povoado, empalidecer e começar a tremer.


             _Você, qual é o seu nome?! _Alice perguntou com uma expressão brava e firme _E de que casa você é?


             _Fe... Felipe. _o aluno gaguejou _Sou da corvinal.


             _Então, escute bem Felipe, o que você vai fazer agora. _ela continuou _Você vai voltar para o castelo, com toda a velocidade que suas perninhas finas permitirem, e procurar imediatamente o profº Flitwick. Diga-lhe que é urgente e que Voldemort está em Hogsmeade e que está atacando alunos! Entendeu? _o aluno fez que sim, prestes a cair no choro _Isso é muito sério, você gravou o nome que eu disse? _ele fez que sim novamente e Alice o soltou _Então, vai! _o garoto tropeçou em seus próprios pés, antes de sair correndo pela estrada do povoado.


             Então Alice virou-se novamente para o namorado. _Resolvido.


             _Muito bom, Alice. _Sírius disse, voltando-se para a porta _Lembre-se de me ensinar isso depois. Precisamos entrar agora!


             _Já tentamos! É impossível! _Frank gritou, sobrepondo-se a um novo feitiço que explodia mesas e cadeiras do lado de dentro _Tentamos diversos feitiços, nenhum funciona!


             Impossível... Sírius não estava disposto a aceitar o adjetivo. Sua mão apertou com força a varinha e seus olhos ficaram estreitos. Seus melhores amigos estavam lá dentro. Thiago Potter estava lá dentro. E Thiago Potter nunca o tinha deixado na mão. Desde que se conheceram, Thiago estava sempre perto para ajudá-lo. Thiago aceitara-o em casa, quando ele chegara à conclusão de que não poderia continuar vivendo com sua mãe.


             E ele ia simplesmente aceitar que era impossível entrar, quando ele estava do lado de dentro do bar, sendo atacado por comensais?


             Ah, sim, claro.


             Deu uma distância considerável da porta e ergueu a varinha. Alice e Frank perceberam o que ele ia fazer. _Vamos atacar ao mesmo tempo... _Frank murmurou para ela. Os dois postaram-se ao lado de Sírius e ergueram as varinhas. Alice vasculhou a memória rapidamente, comparando os feitiços mais fortes que conhecia e procurando um adequado.


             Em milésimos de um segundo, um feitiço reverberou ao seu lado e um clarão vermelho explodiu e bateu contra a porta. Frank acompanhou-o. A porta tremeu nas dobradiças, mas não cedeu. Sírius voltou a atacar, com o mesmo feitiço. Dessa vez Alice acompanhou-o, com precisão. Ao seu lado, Frank pronunciou o mesmo feitiço que ela, quase simultaneamente.


             A porta tremeu mais vigorosamente.


             Na terceira investida, a porta cedeu. Os três se afastaram mais um passo e cobriram a cabeça com os braços quando ela explodiu e fez estilhaços de madeira voarem pela rua.


             _Vamos. _Sírius avançou correndo por cima de pedaços maiores da porta, desnecessariamente. Alice já estava bem atrás dele e Frank já passava pelo batente da porta.


 ***


             Remo escutou o barulho da porta explodindo e sentiu o vento gelado entrando por ela. Foi quase um alívio. Agora as pessoas podiam sair.


             _Izzie, a porta! _ele berrou, virando-se para trás. Izzie ainda estava parada no mesmo lugar, ao lado do bar. Remo imaginava que ela estava em estado de choque.


             Não que ela era uma aluna do primeiro ano, apavorada, que não sabia nem segurar a varinha em posição de combate ainda.


             Izzie tinha o rosto lavado de lágrimas. Tremia de medo, enquanto via todas aquelas pessoas gritando, flashes de luzes explodindo e crianças – seus próprios colegas de escola! – caindo desacordados no chão.


             Imaginava que a visão do inferno era bem perto daquilo.


             Estremeceu como se estivesse despertando lentamente de um pesadelo. Sim. A porta! Remo tinha razão. Precisava ir para a porta. Mas não podia deixá-lo para trás.


             Infelizmente, todas as pessoas próximas à saída estavam tendo a mesma idéia. O tumulto que se seguiu foi caótico. Todos tentaram sair ao mesmo tempo, formando um verdadeiro congestionamento e bloqueando a saída.


             Os comensais notaram e começaram a se dirigir para lá.


             Remo não ia deixar. Não ia deixar que eles frustrassem a única chance que Izzie tinha de sair dali.


             Pelos céus! Ela nem era desse país, ela não tinha nada a ver com Voldemort.


             Virou-se subitamente e puxou-a pelo braço, para bem perto de si.


             _Você precisa chegar até a porta. _ele sibilou em um tom urgente _Rápido!


             Izzie sacudiu a cabeça e começou a caminhar sem muita convicção para a porta. Não queria deixar Remo ali. Não queria. Virou-se para trás, ao alcançar a multidão para ver o que ele estava fazendo. Remo duelava o comensal que avançava mais a frente. Logo atrás dele, estava um homem que fez o sangue de Tonks congelar e os pelos de sua nuca se arrepiarem. Seus olhos cruzaram com os dela e ela ficou, por um momento, paralisada.


             Nunca sentira tanto medo na vida quanto durante aqueles segundos.


             Então, quebrou o contato visual, virando-se para a porta e tentando abrir caminho entre as pessoas. Em suas costas, Voldemort sorria.


 ***


             Remo ainda duelava com o comensal quando viu Voldemort atrás dele. Tinha algo muito próximo de júbilo em seus olhos. Mas ele não ia se deixar levar tão facilmente. Não. Ia.


            _Ela está fugindo. _ele escutou Voldemort sibilar, erguendo uma mão magra e apontando por cima de seu ombro _Peguem a garota loira!


             Remo achou que estava tendo alucinações. Suas sobrancelhas se arquearam, quando ele ouviu as palavras e, confuso, ele virou-se para olhar também.


             A mão magra e pálida apontava diretamente para as costas de Izzie.


             _Mas o quê...? _ele murmurou, sem entender. Mas hesitara um momento a mais do que deveria. Sentiu um corte profundo em seu braço, quando o comensal com que duelava aproveitou-se de sua distração.


             Remo sugou o ar, sentindo a dor dilacerante. _Seu filho da... _ele resmungou, virando-se, pronto para atacar. Mas, no momento seguinte, um feitiço estuporador surgiu por cima de seu ombro e arremessou o comensal por cima de uma mesa, fazendo-o bater contra os barris de rum enfileirados contra uma parede.


             Logo após o feitiço, Sírius passou feito um tiro por ele e lançou-se sobre o comensal. _Seu maldito, desgraçado! _ele rosnou, com uma expressão assassina, chutando a perna do comensal _Nunca mais nem pense em machucar um maroto! _e então se virou novamente para Remo _Cara, não disse que era para me esperar, antes de se meterem em encrencas?


             Remo não soube o que responder. Viu uma nova onda de comensais se aproximando. Viu Voldemort a frente deles, inflando de irritação, ao constatar que Tonks estava cada vez mais perto da porta. Viu Lílian e Thiago varrendo a fila externa de comensais. E viu Alice e Frank abrindo caminho da mesma forma que Sírius fizera para entrar.


             Voldemort ergueu a mão, pronto para atacar Izzie. Mas foi quando ouviu o barulho de seus fiéis e competentes comensais da morte. Eles pareciam estar tendo... Problemas. Problemas para lutar com estudantes?


             Virou-se contrafeito. E foi então que viu aquela pequena garota ruiva, disparando entre seus comensais como se patinasse. Esquivando-se de seus feitiços mais hábeis como se nem fosse sólida.


             Ao seu lado, viu um garoto que devia medir pelo menos dois palmos a menos do que o mais baixinho de seus comensais. E aquelas duas criaturinhas ridículas, pequenas e patéticas estavam DIZIMANDO SEUS COMENSAIS!!


            Mas como é que isso era possível?!


             Com os olhos estreitos, Voldemort não pensou duas vezes no que deveria fazer. Tonks podia parecer uma aluna mais velha, mas era só uma aluna do primeiro ano, morta de medo.


             _Peguem a garota. _ele sibilou para os comensais ao seu lado. Ele tinha que neutralizar aqueles dois. Alguma coisa lhe dizia que ele devia fazê-los parar enquanto podia, definitivamente, porque eles ainda lhe trariam problemas. E Voldemort confiava em seu sexto sentido. Além disso, tinha uma pessoa que estava com eles e que Voldemort queria. Se seus comensais não podiam enfrentar aqueles dois sozinhos, ele teria que ir ele mesmo pegar.


             Slughorn continuava sendo um covarde, aparentemente. Agora ele entendia porque ele estava se escondendo atrás daqueles dois.


             Virou-se e começou a caminhar até eles, tirando quantos alunos fosse necessário do caminho.


 ***


             _Tem alunos menores no fundo do bar! _Alice berrou, subindo em uma mesa para olhar a confusão. 


            _Vamos escoltar o caminho deles até a porta! _Frank respondeu e Alice pulou da mesa.


             _Remo! _Sírius puxou o braço de Remo, de um modo urgente _Onde estão o Thiago e o Pedro?


             _Não vi o Pedro desde que eu saí da mesa. _ele respondeu _Mas eu vi o Thiago, duelando ao lado da Lílian!


             Sírius ergueu o rosto, tentando ver entre as pessoas que ainda resistiam aos comensais. Lily era uma pessoa facilmente notável com seus cabelos pouco discretos.


            _Vamos! _ele exclamou, e começou a fazer o caminho até eles.


            _Preciso achar a Izzie! _Remo berrou para ele _Já alcanço vocês! _e virou-se para a porta.


             _Certo! _Sírius gritou, por cima do ombro, mas mal dera dois passos, quando uma morena bonita, vestida com capa e botas de cano alto cruzou seu caminho.


             _Você luta comigo, Black. _Belatriz murmurou, erguendo a varinha, com uma voz letal, com uma expressão assassina e os olhos flamejando.


             Sírius estreitou os olhos, furioso.


             Rapidamente abriram um círculo, com seus feitiços e com a fúria com que lutavam.


 ***


             Thiago abaixou-se desviando do feitiço de um comensal e Lílian o nocauteou. Quando ele se ergueu, passou por ela, e atacou um comensal que se aproximava deles sorrateiramente.


             Sorriu novamente. Tinha que admitir que lutavam bem juntos.


             Mas logo em seguida, seu sorriso se apagou. Pelo meio do bar, uma figura de capa negra mais austera que os demais se aproximava caminhando com tranqüilidade e lançando para longe todos que ficavam em seu caminho. Os comensais que tentavam atocaiar Lily e Thiago sem sucesso abriram caminho rapidamente, como se tivessem recebido uma ordem para isso.


            Thiago não precisou do cutucão que Lily lhe deu para saber quem era.


             Voldemort.


             Mas não sentiu medo. Para ele, isso não passava de um nome estranho. Mais nada.


             Ergueu a varinha lentamente, em um visível gesto de afronta. Lily imitou-o.


             Viu um sorriso minúsculo de escárnio surgindo no rosto ofídico de Voldemort.


             _Peguem o Slughorn. Eu cuido deles. _ele sibilou em uma voz que parecia um silvo de cobra.


             As sobrancelhas de Lily se franziram. _Não, de jeito nenhum. _ela protestou, dando alguns passos para o lado de Slughorn, que, quando percebera a aproximação de Voldemort esparramara-se em uma cadeira e lá ficara. _Não vão levar o professor Slughorn.


             _Acha que vocês dois sozinhos conseguem enfrentar Lord Voldemort e seus fiéis comensais da morte sozinhos?


             _Eles não estão sozinhos. _uma voz calma, firme e feminina ressoou vindo de trás de Voldemort. Ele virou-se para olhar e Lily e Thiago ergueram os olhos.


             Alice e Frank estavam parados atrás de Voldemort, com as varinhas erguidas e expressões decididas.


 ***


             Remo avistou Izzie ainda perto da porta. Ainda estava a muitos passos de distância dela, quando viu o primeiro comensal alcança-la. Ela estava de costas e ele agarrou-a pelo cabelo loiro, puxando sua cabeça para trás, sem nem um pouco de gentileza.


           Viu as lágrimas peroladas escorrendo por suas bochechas. Viu quando o segundo comensal alcançou-os e ergueu a varinha, encostando-a a garganta da garota e fazendo-a se ajoelhar a sua frente.


            Seu sangue ferveu, enquanto ele disparava por entre os alunos a sua frente. Já estava perto o bastante para ouvir quando o comensal que a segurava falou em um tom debochado:


             _É sua sorte o Lorde a querer viva.


             Mas depois disso, ele não falou mais nada, pois o feitiço que Remo lançou-lhe acertou-o em cheio e o fez voar contra a janela envidraçada do térreo.


            Rapidamente, o segundo comensal puxou Izzie do chão, envolveu seu pescoço com um dos braços e apontou a varinha para sua têmpora.


            _Mais um passo e ela vai para o espaço.


             Izzie voltou a chorar. _Eu não quero morrer. _as lágrimas abriam uma trilha em seu rosto _Não quero.


             Remo se forçou a respirar fundo e a manter a calma, apesar de estar queimando de raiva. 


            _Seu Lorde não ia gostar disso.


             O comensal riu pelo nariz. Um riso desagradável, semelhante à de um sádico, um louco desesperado. _Mas tem tantas outras coisas que eu posso fazer... _ele murmurou, lentamente. Em suas mãos, a ponta de sua varinha acendeu, como se fosse a brasa de um cigarro aceso.


             Remo arregalou os olhos. Izzie fechou-os e apertou-os com força, segurando com uma das mãos o braço forte que a envolvia pelo pescoço e tentando puxa-lo. Seus dentes estavam cerrados e mais e mais lágrimas deslizavam velozes por sua bochecha.


             _Você não... _ele começou a sibilar, com raiva, mas não pôde concluir a frase. O comensal encostou a ponta da varinha na têmpora de Izzie, fazendo a área em que tocara ficar vermelha e fazendo a menina explodir em um grito de dor _Tudo bem, tudo bem! _ele gritou e se afastou dois passos. O comensal afastou a varinha com um sorriso cruel. Izzie reabriu os olhos azuis, inchados e congestionados.


            Remo se sentia desorientado. Não sabia o que fazer. Não podia atacá-lo sem correr o risco de acertá-la. Não podia contar com qualquer outra ajuda, já que uma rápida olhada pelo lugar mostrava que a maioria das pessoas já tinha conseguido sair. Os únicos aliados que ainda tinha no lugar eram Sírius, duelando vivamente com Belatriz, Lílian, Thiago, Alice e Frank, que duelavam do outro lado do salão com o próprio Lord Voldemort e com um pequeno grupo de comensais que ainda estavam em pé depois do ataque devastador de Lílian e Thiago, e o professor Slughorn, que os ajudava, ainda que estivesse parecendo um peso morto tentando se manter em movimento com uma varinha na mão.


             Somente então percebeu que na outra mão de Izzie, estendida ao longo de seu corpo, sua varinha jazia esquecida e apertada com força entre os dedos.


            Franziu a testa confuso. “Mas o que diabos...”? _ele se perguntou mentalmente porque o comensal não se preocupara em desarmá-la. Mas se perguntava, especialmente, porque diabos ela não usava aquela porcaria. Daquela. Varinha.


             Seus olhares se cruzaram por um momento. Remo arqueou as sobrancelhas, tentando faze-la entender que estava com a varinha na mão. Talvez ela estivesse em estado de choque. Talvez não tivesse se dado conta disso. Mas ele não tinha tempo. Tinha que faze-la entender isso.


             Izzie entendeu. Entendeu o que ele queria dizer. Entendeu, sem saber explicar como, que ele queria saber por que ela não usava a varinha que tinha nas mãos.


             A resposta era simples, ela não sabia usar. A única coisa que sabia fazer com uma varinha era levitar penas, trocar cores, inflar almofadas, coisas simples. Mas o que diabos ela ia fazer com isso?


             Percebeu a expressão de desespero mudo de Remo. E de certo desapontamento. Ele queria ajudá-la, mas parecia que ela não queria se ajudar. E ela queria ajuda. Ela precisava de ajuda. Mas essa ajuda estava fora do alcance, no momento. Ela não podia depender de outra pessoa. Somente dela. Somente ela podia se ajudar.


             Então ela se deu conta de como devia parecer patética. Patética diante de Remo Lupin, um aluno promissor, que, quando toda aquela confusão começou, pretendia enfrentar os comensais, que ele achava que queriam pega-lo, sozinho. E ela era uma aluna de dezessete anos, parada com uma varinha na mão, sem reagir.


             Naquele momento ela jurou para si mesma que nunca mais ia fazer papel de idiota. Nunca mais deixaria que os outros a subjugassem. Nunca mais iria ver aquela expressão desapontada no rosto de ninguém que acreditasse nela.


             Então subitamente, ergueu o braço que segurava a varinha, inclinando a cabeça para o lado e descarregando toda a força em sua mão. A ponta da varinha acertou em cheio em um dos olhos do comensal, que urrou de odor e soltou-a, levando as duas mãos até o olho atingindo.


             Izzie não hesitou. Virou-se e, enquanto ele gritava nomes que ela podia muito bem ter passado a vida inteira sem aprender, tomou impulso e chutou-o, com toda a força, no meio das pernas.


             Remo ficou estático, enquanto o comensal urrava mais uma vez e caía de joelhos no chão, incapaz de se manter em pé com tanta dor.


             _Maldito, desgraçado! _Izzie berrou, avançando para ele, descontrolada e ainda com lágrimas escorrendo pelo rosto _Nunca mais pense em pôr suas mãos nojentas em mim!


             Remo virou-se para trás e viu quando Voldemort parou o que estava fazendo e virou-se para ver o que tinha acontecido.


             Viu quando seus olhos chisparam e quando ele fez um gesto para outros comensais irem até eles.


             _Ok, Zie, chega! _ele puxou a garota, que se debruçava e puxava o comensal pela blusa, querendo bater mais.


             _Não! Me deixa! Me deixa acabar com ele! _ela berrou, tentando se desvencilhar dele. Remo agarrou-a pela cintura e tirou-a do chão.


            _Chega, Izzie, a não ser que você queria chutar mais comensais em lugares inapropriados!


             Somente então ela parou de se debater e olhou ao redor. Seus olhos se arregalaram quando viram o grupo de comensais abrindo caminho com as varinhas por entre as mesas derrubadas.


             Quando viu que ela recuperara o controle, Remo a pôs no chão novamente. _Vamos. _ele resmungou e, segurando-a pela mão, disparou pela porta aberta a sua frente.


 ***


             Voldemort estava surpreso. O que em si, já era um fato surpreendente, já que ele raramente era pego de surpresa.


             Ele sempre calculava previamente seus movimentos. Sempre analisava atentamente todos seus planos. Tudo tinha que ser estritamente livre de falhas. Ele tinha que pensar em tudo. 


            No entanto, ele nunca pensara que Dumbledore estava guardando dentro do castelo quatro alunos tão magicamente desenvolvidos como aqueles.


            É claro que um deles, sozinho, simplesmente não seria páreo para ele. Um simples gesto de sua varinha acabaria com quem o enfrentasse. Mas aqueles quatro pirralhos, que sequer estavam formados, juntos, estavam escapando de seus feitiços.


             Tudo bem que eles também não estavam tendo muito sucesso em atingi-lo. Ele conseguia bloquear os feitiços direcionados a ele bem antes de atingirem um raio de um metro ao seu redor. Mas ele simplesmente não conseguia atingi-los. Como isso era possível? Como eles podiam ter reflexos tão bons e serem tão rápidos e tão ágeis?


             Que tipo de alunos Dumbledore estava criando naquela escola?


             Além disso, era fato óbvio que eles não iriam acertá-lo. Mas eles ESTAVAM ACERTANDO COMENSAIS!! Como isso era possível?! Como eles conseguiam escapar dele, de seus comensais, e ainda acertar um deles?


             Então, enquanto todos estavam concentrados demais para prestar atenção no que acontecia em volta, ele escutou o grito de dor de um dos comensais que ele mandara atrás da aluna metamorfomaga. Virou-se rapidamente para ver o que estava acontecendo. Ele continuou duelando, mesmo com a atenção direcionada totalmente à metamorfomaga.


             E a viu batendo em seu fiel comensal, ajoelhado no chão e apertando um olho com uma das mãos.


             Franziu as sobrancelhas.


            Mas o que diabos estava acontecendo? Ele ia ter que cuidar, pessoalmente, de uma droga de uma aluninha de primeiro ano que não sabia nem desarmar?


             Não podia, ele queria Slughorn. Mesmo que ele não conseguisse a aluna metamorfomaga naquele momento, ele podia pega-la depois. Slughorn não. Slughorn tinha algo que ele queria muito, muito guardar. E ele não podia ter certeza de quanto tempo Slughorn ainda continuaria com aquilo.


            Quanto mais ele guardaria seu segredo?


             Isso estava claro para ele. Slughorn era uma prioridade. Não podia se afastar dele e correr o risco de deixar aqueles alunos o ajudarem a fugir.


             Não, ele tinha que cuidar pessoalmente de Slughorn.


             Com um aceno da cabeça, mandou os comensais que o acompanhavam irem atrás dela. E voltou a batalha.


             Lílian, Thiago, Frank e Alice pararam um segundo para recuperar o fôlego. Estavam suados, suas roupas estavam amarrotadas e seus cabelos despenteados. Ofegavam. Estavam cansados. Muito cansados. Não sabiam quanto tempo ainda agüentariam aquilo. E viam os comensais se afastarem e deixarem Voldemort sozinho sem entender porque eles estavam fazendo aquilo.


             Mas, quando Voldemort virou-se novamente para eles, se puseram imediatamente em movimento outra vez. Não podiam ficar parados. Um segundo parado era o suficiente para ser atingido.


             Voldemort estava com uma motivação duplicada. Parecia ter se reabastecido de energia e poderes mágicos. Com um simples olhar, ele fazia objetos voarem pela sala, contra seus oponentes e janelas explodirem sobre eles. Com um aceno da varinha, disparava feitiços complexos que nenhum deles jamais tinha nem sonhado em ver.


              E eles escapavam. Thiago agia como se fossem balaços. Estava habituado a eles. Tinha os reflexos mais apurados que a liga de quadribol já vira. Alice e Frank não tinham essa vantagem. Mas aprenderam rapidamente a trabalhar em equipe. Alice tinha uma pontaria exímia. Não errava um tiro, destruindo todos os projéteis que Voldemort lançava contra seus amigos. Frank a cobria. E Lílian se movia com tanta destreza, abaixando-se e usando destroços para desviar os feitiços, que parecia líquida. Seus feitiços também eram extremamente potentes. Voldemort chegou a sentir um deles roçar em sua capa, enquanto tentava acertar os demais. Seus olhos se estreitaram. Estava começando a encará-los de uma forma diferente. Estava quase chegando a cobiçá-los.


             Seus olhos brilharam. Eram, realmente, verdadeiras peças de um tesouro.


             Mas se concentraria neles outro dia.


             Sem perder a calma, Voldemort virou-se lentamente para a direção de Slughorn. Ele quase nem se mexia. Estava atrás da área de Lílian Evans e parecia se sentir seguro ali. Voldemort achou que era hora de mostrar que não era uma garotinha de cabelos ruivos que ia mantê-lo a salvo de Lord Voldemort.


             Começou a se aproximar perigosamente. Thiago suspendeu a respiração, vendo-o se aproximar cada vez mais de Lily. A garota apertou os olhos e afastou o cabelo do rosto. Ele não tentou atingi-la.


             _Lílian! _Thiago gritou, querendo que ela se afastasse. Ela não estava vendo que ele estava se aproximando? Não via que ele ia alcançá-la?


            Mas a única coisa que ela fez, ao invés de sair de onde estava, foi abrir os braços, como se tentasse esconder algo atrás dela.


            _Lílian, ele é professor!! _Thiago gritou, avançando alguns passos em sua direção. O balcão, do outro lado do salão, despregou-se do chão e voou contra ele e bloqueou seu caminho _Ele sabe se virar sozinho, Lílian, sai daí!!


             Voldemort parou diante dela. _Você não precisa fazer isso, não tenho tempo para gastar com você. _ ele sibilou, parecendo achar muita graça.


             Ela entendeu que ele queria passar. Entendeu que não era ela o objetivo. Entendeu que era Slughorn que ele queria.


             _Só por cima de mim. _ela sibilou e seus olhos se estreitaram mais do que nunca.


             Voldemort examinou-a, interessado.


             Aquela garota nocauteara metade de seus comensais.


             Era ágil, inteligente e corajosa.


             Mas de onde é que ela surgira?


 ***


             Sírius estava alheio a tudo que acontecia ao seu redor. Somente uma coisa prendia sua atenção naquele momento. Ela era morena. Bonita. E sabia usar feitiços silenciosos muito bem, então sua atenção tinha que ir bem além do físico dela.


             Mas ele tinha que admitir, ela ficava muito, muito bonita, duelando daquela forma.


             Bella estava furiosa. Seus olhos estavam estreitos e ela estalava de fúria.


             Sírius não ficava atrás. Ainda estava inconformado com o fato de que ela o usara para ter um álibi durante o ataque dos comensais. Estava inconformado. Achava que ela podia voltar para ele. Achava que ela podia amá-lo mais do que ela amava o poder. Achava que o fato de que ela o amava podia fazê-la esquecer de todas essas besteiras.


             Achava que ela podia escolhê-lo.


             _Nós podíamos, Bella. _ele murmurou, com a voz entrecortada, desviando de um feitiço estuporador que ela lhe lançara _Podíamos ter uma vida juntos. Acho que podíamos ter sido felizes. _e rebateu o feitiço.


             Bella fungou. Estava com o coração entupido de rancor. Como ele podia dizer isso? Como ele podia achar que eles teriam sido felizes, se ele nunca confiaria novamente nela? Se ele nunca tomaria seu partido? Se ele nunca a colocaria na frente de seus amigos? Se ela nunca seria prioridade?


             Achava que ele a amava o bastante para esquecer as escolhas que ela tinha feito. Achava que eles podiam ter superado isso.


            Mas ele estava totalmente tomado pelo preconceito. Ela nunca mais seria sua Bella. Ele nunca mais seria seu Sírius.


             _Felizes? _Bella desviou de seu feitiço. Uma gota de suor começou a escorrer por sua têmpora. Puxa, Sírius estava dando trabalho _Como poderíamos ser felizes, Sírius? Você ia me vigiar, para ter certeza de que eu não estava andando com os comensais novamente? Ou você ia, em algum momento da sua vida, confiar em mim?


             Sírius riu. A risada debochada e sarcástica que todos os alunos de Hogwarts conheciam tão bem. _Acho que você não conseguiria parar de andar com eles, Bella. _e pulou por cima de uma cadeira, evitando um raio paralisador que passou a meio centímetro de seu nariz. _Foi ilusão minha. Eu nunca vou ser sua prioridade, certo? _e lançou um feitiço _Eu nunca vou ser o primeiro em seu coração.


             Bella abaixou-se e um clarão passou por cima de sua cabeça e agitou seus cabelos. Ela se endireitou rapidamente e avançou contra Sírius, que desceu da cadeira.


             _Não, Sírius, você NÃO TEM o DIREITO de ser o primeiro em meu coração! _ela gritou, ela lançou-se sobre ele segurando sua varinha e tentando puxa-la para si. Surpreendido com essa atitude, Sírius não teve tempo de reagir, e viu sua varinha sendo, inutilmente, apontada a força para o teto. Fez a única coisa que lhe pareceu ajuizada e usou a outra mão para fazer a mesma coisa com a varinha de Bella, puxando-a para perto de si, e fazendo-a bater em seu peito. Só então olhou para o seu rosto, a centímetros do seu. Suas sobrancelhas arquearam-se de surpresa, quando viu seus olhos repletos de lágrimas e suas feições contraídas _Porque eu nunca vou ser a primeira no seu... _ela completou fracamente, tentando a todo custo não começar a chorar.


             Sírius estava chocado. Não se lembrava de ter visto Bella chorando dessa forma antes. Chorando assim, sem ter um motivo óbvio para isso, como por exemplo, conseguir alguma coisa. Ficou paralisado, alguns segundos, enquanto vias as lágrimas abrindo caminho por seus cílios negros e desfilando por suas bochechas.


            _Bella... _ele murmurou, com um tom angustiado, sem saber o que fazer, sem entender o que estava acontecendo. Mas quando o silêncio entre eles se quebrou, Bella pareceu voltar à realidade. 


            Sacudiu a cabeça, ainda com uma expressão angustiada e, soltando a varinha, virou-se e começou a caminhar pelo salão, em direção a porta, enquanto Sírius ficava encarando, estarrecido e confuso, suas costas.


             Ela jamais a alcançou. Quando estava no meio do caminho, um vulto austero surgiu no limiar da porta, barrando o vento que vinha de fora.


             Bella estacou imediatamente. Alvo Dumbledore tinha uma expressão que ninguém dentro daquele salão jamais vira. Seus olhos flamejavam e seus lábios eram uma fina linha contraída de raiva.


             Bella deu dois passos para trás, em choque. Olhou em volta, em busca de algo que a orientasse. Qualquer coisa.


             Viu Sírius. Será que ele diria que ela estivera duelando contra ele?


             Ela ia ser expulsa?


             Céus, não podia ser encontrada ali.


             Quando correu os olhos pelo lugar, tentando ver qualquer pessoa que pudesse apoiá-la, se deu conta de que estava sozinha. Severo tinha saído. Rodolfo tinha saído. Lúcius tinha saído.


             Para seu profundo terror, viu quando os comensais, sob o comando ríspido de Voldemort, começaram a aparatar, seguido por ele.


             Virou-se para frente novamente. Dumbledore não olhava para ela, olhava para Voldemort.


             Ela tinha uma chance.


             Fechou os olhos e desaparatou também.


 ***


             Voldemort estava pronto para fazê-la voar pelos ares quando sentiu um rumorejo atrás de si.


             Não ouviu. Ouvir não era o verbo certo, porque ele sequer fizera barulho. Sentir era a palavra mais exata.


             Ele sentia. Sempre sentia quando ele se aproximava. Sentia a aura de poder que ele emanava.


             Virou-se. É, ele estava ali. Mas se ele pensasse bem, até que ele tinha demorado.


             Provavelmente as pessoas ficaram chocadas demais para ir imediatamente até ele.


             Bom, não tinha tempo a perder. Era questão de milésimos de segundo para Dumbledore chegar até ele. Virou-se. Ia pegar Slughorn. Fez um gesto transversal com a varinha, displicentemente, que deveria lançar para o lado a pequena ruiva desagradável.


             E ela o bloqueou.


             Chocado, Voldemort virou-se totalmente para ela. Ela sorria. Um sorriso triunfante. Como?!


             Como ela podia ter bloqueado um feitiço DELE?! Isso era impossível!!


             Sentiu Dumbledore lançar um feitiço atrás de si. Pronto. Fim de tempo. Virou-se, inconformado, a tempo de bloquear o feitiço. Mas sabia que não podia enfrentar o diretor. Não ainda.


             Resignado, preparou-se para aparatar.


             Mas não sem fazer um bom estrago antes. Seus olhos faiscaram mais uma vez na direção da ruiva.


             Com um único gesto da varinha, fez uma enorme cobra negra e vermelha se materializar ao lado da garota. Os olhos da garota se arregalaram, quando a cobra, com gestos rápidos e instintivos avançou contra ela.


             Lílian sentiu uma dor aguda e insuportável no tornozelo. Gritou e tentou abaixar-se, para afastar a cobra do lugar da picada. Ouviu Thiago gritar. Ouviu Alice gritar. E a cobra avançou novamente, acertando seu braço dessa vez.


             Então, sentiu uma dormência se espalhar por seu corpo, a partir dos pontos onde a cobra a atingira.


             E então não sentiu mais nada.



***

Nas: Ufaaaa, q cap difícil de escrever genteeeeee.... Mas saiu grandinho hein. Naum sei se saiu bom, mas q saiu grandinho, saiu
rsrsrsrs

Lari, acho q agora a Tonks começa a tomar a forma da Tonks q conhecemos rsrsrsrsrs... Juízo naum sei se ela toma, pq acho q nem a Tonks adulta tinha mto de juízo neh? rsrsrsrs.... Mas pelo menos corajosa, ela vai virar ^^ Tadinhaaa da Bella, me parte o coração fazer isso com ela rsrsrsrs... Magina, se dah taum bem em um, e acaba chupando o dedo no outro. Sírius bobo rsrsrsrs... (mas se algm quiser me dar um bobo desses de Natal, eu aceito, e não precisa embrulhar ;) rsrsrs) IIIhhhh Slughorn eh daí pra baixo rsrsrsrs.... Não foi mto rápido, mas espero q vc tenha gostado ^^ Me fala o q achou ^^ Bjsssss, teh maissss

Vanessa, malucaaaa??? Maluca pra Tonks eh apelido carinhoso rsrsrsrs...Siiiim, a Bella naum ajudou, mas fizeram isso por ela >.< No fim das contas, ela tinha q enfrentar o Sírius neh? Naum ia se aguentar depois de uma briga dakelas rsrsrsrs... Serah q vai sobrar pra ela? rsrsrsrs Slughorn eh o fiiiim do poço, neh? A gente pensa q chegou no fundo do poço com ele, vem algm e joga terra rsrsrsrs... Aaaaahhh demorei um pokinho, mas me fala se gostou, tah? Bjssss, teh maissss

Jack, maginaaaaaa uma aluna com cara de sétimo ano, parada, com uma varinha na mão, sem fazer nd, no meio de um ataque de comensais ¬¬' Tiiinha q ser a Tonks de novo rsrsrsrs... hauhauhuhauhauhauha Matar o herói pra salvar a mocinha eh ótimo... Me lembrou akela piada q falam, vender o almoço pra comprar a janta :P hhauhauhauha... nd a ver, mas lembrei msm assim... rsrsrsrs.... Aaaaahhh mas adooooro matar o herói pra salvar a mocinha... rsrsrs Matar o herói eh mara rsrsrsrsrs... Naum teve mto TL nesse, mas no prox....hmmmmm vai ser super TL :D rsrsrsrsrs Aaaaahhh Bella jah voltou pro lado dos comensais... :( Quer dizer, naum por vontade própria neh? O Sírius quase despachou ela de volta :( :( Aaaaahhh nem me fale em seminários. To com um seminário estacionado, sabe com akele grupo q naum faz coisa nenhuma e vc fica desesperada tentando carregar td mundo nas costas? Ai q réivaaa, viu? rsrsrsrs... Jackkk!!!!!! Q legal!!!!!! Parabéns pela vitória no futebol!!! Q legal!!! Fico super feliz.... Puxa, olha soh, devia ter jogado damas msm... se eliminasse duas pessoas, vc jah tava no pódio rsrsrsrs.... E eu, q participei de um festival de curtas metragens na facul.... naum ganhei nem premio de consolação, Nem me consolar quiseram de taaaaum ruim q tava rsrsrsrsr... Aaaahhh, demorou um pokinhu,..... Mas ficou grande vai..... Espero q tenha ficado grande, mas bom :P rsrsrsrs Me fala se gostou tah? Bjsssss teh maisssss

Lori, sériooooo? Ai q legal, fico super feliz de saber disso :D :D de verdd.... Neh, Voldemort chegou chegando, e se mandou, se mandando neh? rsrsrsrsrs Magina q ele naum ia deixar a markinh dele no caminho rsrsrsrs... Espero q vc tenha gostado ^^ Me dexa sua opinião tah? Bjssss teh maisssss

Lilly, boooom, naum descobriu ainda.... Como é q pode, neh? Uma aluna do sétimo ano, parada com uma varinha na mão e ele neeeem desconfia rsrsrsrs... Neeeehhh? Mas ele vem com eu t amo, pra depois vir com essas de oportunista! humpt. Sírius mau!! rsrsrsrsrsrs... Serah q ele vai se redimir? serah, serah? rsrsrsrs Espero q tenha gostado desse tbm ^^ Bjssss teh maisssss


Coments, vai, por favor ^^
bjssssss
teh maisssssss

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