Chegando á Hogsmead
Capitulo 61 – Chegando á Hogsmead
- Abram na página 394 – ia dizendo Slughorn, no segundo período de poções, sorri e olhei para Tiago, era exatamente o capitulo que eu o havia mandado ler – Alguém pode me dizer qual a diferença entre animagos e lobisomens? – Slughorn virou-se para Tiago – você talvez.
- Os Animagos escolhem se transformar em animais, já lobisomens não tem muita escolha, toda lua cheia eles se transformam – Tiago deu um sorrisinho.
- Útil. Hoje aprenderemos a preparar poções para lobisomens.
- E para que nós iriamos precisar disso professor? – perguntou Snape, que estava do outro lado da sala – Não imagino que aqui nesta sala tenha algum lobisomem... – ele foi olhando devagar até os olhos pararem em Remo, que não deu muita importância.
- Quanto mais conhecimento melhor Snape, e não se gabe dizendo que você já sabe, sei o quanto você sabe – Slughorn fez uma cara de desdém e Sirius deu um risinho. Olhei para ele e logo depois que o professor se sentou ele olhou para Snape com ódio.
- Eu te acerto – ouvi-o dizer.
- Muito bem, está vendo que sempre é bom ler os capítulos antes das aulas? – falei para Tiago, que por “surpresa” estava atrás de mim.
- Ele não me deu nada por isso. E além do mais, lendo ou não eu meio que já sabia entende? – ele piscou os olhos e eu me virei para ler as instruções da poção.
- O que ele quis dizer com isso? – perguntou-me Maria, que estava do meu lado já pegando o caldeirão.
- Nada, já não sabe que ele é meio doido? – ela deu um risinho e eu senti Tiago cutucar minhas costas, ignorei.
Um minuto depois, de novo.
Coloquei um liquido no caldeirão e mais uma cutucada.
- O que você quer? – me virei impaciente.
- Só quero te lembrar de que a nossa – ele enfatizou bem “nossa” – ida á Hogsmead é este sábado. Não se esqueça.
- Como poderei esquecer se você me lembra a cada minuto – me virei e continuei a ler os ingredientes no livro.
- Tudo bem então, Sirius não isso não é para por... Merda! – Sirius havia feito algo errado e uma fumaça muito preta estava subindo, em poucos segundos ela havia tomado toda a sala.
- Incrível. Como vocês dois – disse Slughorn, eu não podia enxergar ninguém – podem arruinar todas as aulas? Todos para fora!
- Você é um lerdo – Tiago exclamou na minha frente para Sirius, que ria – Ele colocou a culpa em mim também. Remo e Pedro se juntaram logo a mais a frente, assim que saímos da sala tudo estava mais claro.
- Foi tudo premeditado – comentou Sirius – Eu sabia o que estava fazendo – ele sorriu.
- Se soubesse mesmo seu rosto nas iria está completamente preto – disse Remo, passando alguns dedos na testa de Sirius – E não sai, sabia que estava fazendo isso também? – Remo e Tiago deram altas risadas, e quanto eu o vi também achei graça. Muitas partes do rosto de Sirius estavam quase cobertas de preto, ele fez uma cara de pavor.
- Acho melhor ir para a enfermaria, Slughorn iria achar bem feito – disse ele passando a mão cada vez mais forte – Bosta. Bostinha. Bosta. – ele foi exclamando até sumir de vista.
- Merlin! A fumaça está saindo pela fresta da porta – disse Maria, e nos fez olhara em direção.
- Sirius é um maluco – disse Remo rindo – melhor sairmos daqui
- Absolutamente. – disse Tiago – até mais Lily! – e foi junto com Remo e Pedro subindo as escadas para sair das Masmorras.
- Melhor irmos também, não acha? – disse Maria me puxando. – Está sonhando? – ela já estava comigo na escada.
- Não. Só queria entender porque esses meninos arranjam tantos problemas. – eu ri e ela também. Mas eu não sabia se era somente isso que estava na minha mente.
Sábado chegou. O tão, ou não, esperado sábado de alguns. Eu ainda não sabia se isso era uma coisa boa ou não.
- Vou levar esses livros para a biblioteca – eu avisei a Maria assim que notei que ela havia aberto os olhos – E avise a essas nossas colegas de quarto para vê se arruma as coisas delas. – Eu não falava com quase nenhuma das outras três pessoas que habitavam o quarto, elas eram do sexto ano e também não se importavam em falar comigo. Acho que o nome Potter está incluso nisso. – Ouviu? Vou à biblioteca antes que todos fiquem loucos para irem a Hogsmead. – Maria respondeu com um grunhido.
Peguei os dois livros de História da Magia e desci as escadas. Por um momento eu estava começando a concordar com Maria, que História da Magia só fazia me deixar mais maluca e não aperfeiçoaria nada a mais, eu já havia lido tudo mesmo. Comecei a pensar se ainda era possível desistir de alguma matéria.
Cheguei ao salão comunal e as únicas pessoas que havia ali estavam cochilando em cima dos livros. Um ambiente completamente silencioso, a não ser pelo fato dos roncos.
Comecei a descer as escadas, porque o salão da Grifinória tinha que ser no sexto andar? Cansativo demais. Pude ver algumas pessoas já prontas para ir á Hogsmead e aquilo me deixava com o estômago rodando. Eu não estava ansiosa. Mas preocupada. Preocupada com o que Tiago queria tanto conversar, preocupada se seria uma coisa boa – não que eu imaginasse algo – ou ruim. Ao me virar distraída a caminho do corredor principal, esbarrei em alguém.
- Desculpe – disse sem antes olhar para a pessoa – Ah, é você Severo... – olhei para o rosto dele, estava pálido. – O que houve?
- Nada que você realmente se importe. – ele prosseguiu sem ao menos olhar para trás. Não é em vão que reclamam tanto que eu ainda falo com ele.
Continuei andando. E até que fim estava próximo. Ouvi um barulho do meu lado esquerdo, e parei para olhar. Não havia nada ali, dei mais um passo e ouvi algo novamente. Me virei em direção da onde vinha o barulho, que agora tinha parado novamente.
- A quem você quer enganar Tiago? – eu disse, sem saber se poderia ser verdade ou não, se eu estivesse louca ninguém estava lá para ver mesmo.
- Você contou a ela? – reclamou Sirius, que ia aparecendo devagar enquanto Tiago ia puxando a capa.
- Eu tive que contar, e além do mais, um dia ela iria saber de qualquer forma – Tiago puxou a varinha das vestes e apontou para o mapa – Mal Feito, Feito! – e depois o guardou.
- Sobre o mapa também? Você está pretendendo casar com ela? – Sirius ia de um lado a outro segurando a capa – Não que eu duvide que você possa guardar esse segredo, porque você pode, você vai – ele me olhou firme – Mas você não me contou nada! Quando você pretendia me contar? – ele agora olhava para Tiago.
- Breve – Tiago deu risinhos – Não se preocupe com esse surto, ele é assim, dramático.
- Eu entendo. – eu ri também e olhei para Sirius que reclamava baixinho e dobrava a capa.
- Você não acha que está um pouco cedo não? – Tiago me perguntou, e eu me virei para ele.
- Cedo para que? Eu que deveria fazer essa pergunta, o que vocês estavam fazendo por aqui? Se escondendo debaixo da capa, em atitude suspeita? – arrumei os livros nos meus braços e vi Sirius se aproximar.
- Conte logo, pelo menos conte na minha frente. – ele estava com uma cara louca, e isso me fazia sentir graça.
- Cuidando do Snape. – Tiago deu um sorrisinho de lado e pegou a capa de Sirius.
- Vocês não se cansam? O que vocês fizeram com ele dessa vez?
- O Ranhoso estava abrindo a boca demais, ou vai dizer que você não ouviu aquele comentário lá na sala do Slughorn? - respondeu Sirius, agora mais feliz.
- Ele sabe do segredo de Remo, e não é uma coisa que se possa ficar falando por ai, nós só demos... um susto pra ele ficar esperto – Tiago olhou para Sirius que concordou, rindo.
- Vocês são dois doentes – retomei a minha caminhada inicial, a fim de deixar meus livros e voltar para o dormitório.
- Te encontro daqui a pouco no Pátio! – Tiago falou alto e eu nem dei muita atenção, só acenei o braço. A cada minuto que passava eu ficava ainda mais preocupada. O que Tiago queria tanto conversar comigo?
- Andem, andem! – ia exclamando a professora McGonagall – Não tão rápido Sr. Camichael! Queria que você fosse ansioso assim em minha aula. Agora todos aqui na frente, não saiam por ai sozinhos. Andem em grupo, e se por acaso se perderem não inventem de seguir em frente, voltem. Agora, todos para as carruagens.
- Todo ano, as mesmas instruções – comentou Maria – E ai, onde está Tiago? – nós estávamos á caminho das carruagens, enquanto milhões de pessoas do terceiro ano passaram na frente.
- Eu não sei, ele deveria está aqui, mas não vou ficar esperando, tenho que ir na Dedos de Mel comprar umas besteiras – paramos a fim de esperar a próxima carruagem.
- Indo sem mim Lily – falou Tiago atrás de mim, pulei de surpresa – Desculpe por isso.
- Deveria se desculpar por estar atrasado – disse-lhe notando que os outros meninos também estavam ali – Olá Remo, você está com uma aparência ótima!
- Obrigado Lily, isso se deve aquela aula de Poções... – ele parou instintivamente, notando o olhar de Maria. – em que nos ensinou poções para o bem-estar – ele deu um sorrisinho e Pedro riu.
- Verdadeiramente ótima. Você deveria experimentar alguma vez – Sirius comentou para mim.
- O que quer dizer com isso? Que estou com uma aparência não agradável? – pus as mãos na cintura e Sirius coçava a cabeça, enquanto os outros riam.
- Para mim você está ótima. – Tiago disse, em meios á risinhos.
- E mais uma vez, Tiago salva Sirius de ser morto – Pedro comentou, levando um tapinha de Sirius no ombro.
- Ai vem à carruagem – alertou Maria, e assim que ela parou, nós seis entramos. Tiago chutou Pedro para o outro lado para ele sentar perto de mim.
- Eu pensei que vocês iriam querer ficar do tipo a sós... – disse Remo olhando para mim e para Tiago.
- Essa era a intenção, mas vocês não saem do meu pé – respondeu Tiago.
- Para mim está ótimo – eu disse sorrindo.
- Meu lema é assim, está com um, está com todos, em todos os momentos... – refletiu Sirius – está bem, convenhamos que nem todos – ele piscou o olho direito e sorriu. Remo deu uma cotovelada nele e começou a conversar algo com Maria.
- Você quer ir á algum lugar antes de nós irmos conversar? – tive medo dessa pergunta de Tiago.
- Não. Receio que não. Talvez uns doces, é uns doces, não sei quando voltarei á Hogsmead mesmo. – eu disse rápido, um pouco nervosa.
- Tudo bem.
- Sabe Pontas, tem uma menina que fica atrás de mim, ela está na carruagem ai atrás, e está me vendo – Sirius falou, ele e Pedro estavam espiando pela cortina. Sirius acenou para a tal garota – Não sei o que ela quer, ela é da Lufa-Lufa.
- Dizem que os Lufa-Lufa são bons em achar coisas. – comentou Pedro, ainda olhando pela janelinha.
- Em que diabo de livro você leu isso? – Sirius balançou a cabeça negativamente – Catarina Schmidt o nome dela, tenho para mim que é sexto ano.
- Você parece estar gostando que ela esteja atrás de você – comentou Remo, virando a atenção para a conversa de Sirius.
- Eu adoro que as garotas fiquem atrás de mim, em um bom sentido... – ele deu uma risadinha e Tiago riu também – mas acho que ela está do tipo obcecada. Certo dia a peguei com minhas vestes depois do treino, ela não quis dizer nada, mas eu não lembrava de ter deixado a roupa por ai...
- É claro, você é muito organizado – Tiago disse cinicamente.
- O que estou querendo dizer – Sirius se virou para a janelinha – Ela está do tipo Blacknomaníaca.
- Blacknomaníaca? – eu exclamei alto.
- Umas meninas do segundo ano dizem isso, as minhas fãs, existia Pottermaníacas também, mas isso foi antes de você, há quem diga que há até Lupinciantes por ai... – Sirius ia falando e nós riamos da cara dele – Acho que ela está louca. E louca do tipo ruim.
- Para uma pessoa ser Blacknomaníaca tem que esta louca mesmo – comentou Remo. Nós continuávamos a rir.
- Você só diz isso porque também tem fãs. – Sirius comentou com desdém – E esse papo sobre as pessoas da Lufa-Lufa é mentira. – Sirius falou para Pedro.
- Tudo bem então, mas como você explica o fato da tal menina ter achado suas vestes? – Pedro fez cara de inquisidor, e Sirius não respondeu. Maria e eu não parávamos de rir, Tiago dizia que aquilo era normal e Remo se perguntava por que ainda aguentava as conversas produtivas de Sirius e Pedro.
Quando chegamos á Hogsmead o vento estava ainda mais frio. Todos nós descemos e seguimos caminhos diferentes. Maria disse que iria se encontrar com algumas colegas da aula de Adivinhação. Sirius, Pedro e Remo iam direto para Zonko’s para ficarem ainda mais felizes. No fim das contas, parado só restava apenas Tiago e eu.
- Melhor irmos andando antes que esse frio nos congele – ele disse e seguiu um pouco mais a frente. O outono estava forte esse ano.
- E nós vamos para onde? Três Vassouras? – perguntei, ainda um pouco atrás dele.
- Não, lá é muito cheio, pensei no Cabeça de Javali, mas aquele cheiro me deixa louco – ele deu uma parada e esperou eu ficar do lado dele – Vamos para lá, perto da Casa dos Gritos
- Nem um pouco assustador – eu comentei rindo
- Você sabe por que é assustador, mas é um lugar onde tem umas rochas, e ninguém vai lá, porque é assustador – ele sorriu.
- Mas como somos corajosos. – eu disse rindo e enfim estava do lado dele, ele pegou meu braço e botou debaixo do dele, com a desculpa de que estava muito frio.
- O que você quer me dizer? Você não está tentando me matar ou algo do tipo não é? Sequestro também é proibido no mundo dos bruxos.
- Não Lily, é uma coisa boa, pelo menos para mim, e vai ser maravilhosa se você gostar também – ele sorriu e ficou me olhando. Nós chegamos á um local onde só se podia ver a neve. Era tudo muito branco, e as poucas árvores que havia ali estavam quase brancas também. Havia rochas enormes que Tiago tratou logo de limpar. Ao fundo eu podia ver a casa dos Gritos cercada por um arame e troncos. – Sente-se – ele mandou ainda sorrindo e logo me acompanhou, eu podia sentir o frio daquela rocha debaixo de mim. – Talvez você até saiba o que eu vou falar, ou imagine o que possa ser. Eu quero que isso – ele apontou para mim e para si próprio. – dê certo, e quero resolver logo. Não sou de perder muito tempo e acho que já perdi tempo suficiente e estou começando a me arrepender, então... – ele deu uma pausa, continuava sério, mas havia um ponto de graça ali – quando eu começar a falar, por favor, não me interrompa. – ele finalmente sorriu e me olhou. Eu deveria estar muito tensa.
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2011-11-17