Aula extra
Capitulo 60 – Aula extra
Certo, hoje definitivamente irá ser um terror, e eu terei que aparentar ser uma pessoa sensata e calma.
- Que horas são? – perguntei para Maria, nós estávamos na biblioteca, quando percebi que já era noite. Quarta á noite.
- Ansiosa para o seu encontro é? – ela respondeu olhando um livro e depois o pegando
- Só responda – eu disse, fazendo o mesmo.
- 7:40 – ela respondeu e me olhou sorrindo – Ansiosa em!
- Não estou ansiosa, só não quero que ele venha-me dizer que estou atrasada, é melhor nós irmos, Filch vai nos mandar para fora daqui a pouco...
- Vocês estão aqui ainda? – gritou Filch de longe, a voz estava mais rouca do que sempre fora, e a gata estava bem perto de Maria – Dão logo o fora que eu estou trancando tudo hoje! Vão, vão!
Maria e eu pegamos os livros que separamos e fomos andando rapidinho.
- Aquela gata me dá arrepios, é como se houvesse outro bicho dentro dela – comentou Maria enquanto íamos andando pelo corredor – Sempre no lugar certo, na hora certa, pra mim ela é uma animaga que não deu certo...
- É, talvez a mulher do Filch – falei e nós demos risadinhas pensando na idéia. O castelo não estava vazio, ainda se via algumas pessoas nos cantos conversando, e ainda dava para ver uns raios do Sol. – Vou sentir falta, de tudo isso – eu olhei em direção ao pátio central
- Todos nós, mas tem um mundo maior pra gente conquistar, principalmente você e Tiago juntos sabe colocar vários Potter no mundo... – olhei com os olhos semicerrados pra ela.
Nós agora estávamos já perto do salão comunal, depois de tantas escadas para chegar ao sexto andar.
- Dentes de Dragão – falei para o quadro da mulher gorda, e ele se abriu.
- Não acha que está cedo demais não Lily? – Tiago falou do sofá assim que entrei. Surpreendendo-me.
- Digo o mesmo. Mas não vim para nossa reuniãozinha, estava na biblioteca
- Muito bem, pegando mais materiais para me orientar hoje, você é um doce – ele continuou e eu fingi que nem tinha ouvido. Sirius e Remo também estavam na sala, observando um pergaminho. – Mas eu já sabia onde você estava – ele sorriu pra mim.
- Impossível – chamei Maria para subirmos e dei as costas para Tiago
- Nada é impossível para o Mapa do Maroto cara Lilian – Sirius disse, não tirando os olhos do pergaminho, que olhando melhor dava para ver várias dobras
- O mapa do que? – perguntou Maria sem entender nada.
- Agora não Sirius, eu tenho um trato com ela, só depois da aula – ele sorriu pra mim e me deixou ainda mais curiosa.
- Não me deixa em paz – eu sacudi a cabeça e ri – 9 horas Tiago. – me virei para as escadas e comecei a subir
- Se você quiser chegar um pouco mais cedo não seria nada mal... – ele foi gritando.
- 9 horas. – exclamei de lá de cima.
- Então lá vou eu – falei incerta, tinha acabado de tomar banho e Maria já estava deitada na cama. Olhei para o espelho, tinha prendido o meu cabelo uma única parte, e de algum modo ele continuava solto também.
-Você nem precisa se arrumar, ele gosta mesmo de você – disse ela, pegando um livro e abrindo-o no meio.
- Não estou me arrumando – falei decisivamente, mas ela fez que não escutasse – Vou lá então – virei para minha cama, peguei os livros que havia separado e sai.
Estava um silêncio enorme entre o dormitório feminino e o salão comunal. Parecia que não havia ninguém ali. Cheguei ao ultimo degrau e vi Tiago, já com o pijama, sentado no chão, olhando para a lareira. Fiquei alguns segundos a mais analisando a cena.
- Tiago? – perguntei sutilmente chegando mais perto.
- Ah, Oi Lily, estava pensando na vida – ele disse se levantando em um único pulo. Ele ainda estava com um olhar vago. – Por onde vamos começar?
- Veja bem – eu disse jogando os três livros na mesa de centro – Nós podemos começar pelos principais elementos que estamos estudando esse ano, porque o restante não dá pra ver tudo... – Tiago agora estava sentado no sofá, balançando a cabeça – Está tudo bem?
- Está sim, eu só estava pensando em algumas coisas que aconteceram recentemente – ele deu um meio sorriso – Pode continuar.
- Então, vou pedir pra você ler algumas coisas até amanhã, porque não há muito que fazer hoje – eu disse sorrindo e sentei, ele continuava na mesma posição – É algo que você possa contar? Ou queira? – ele me olhou, e eu vi que não era uma coisa muito feliz. – O que houve Tiago? – me levantei e sentei no braço do sofá. Ele permaneceu calado por um tempo, e eu não insisti.
- Aconteceu uma coisa com os meus pais – ele falou devagar, e o olhar voltou para a lareira. – Eles estão no St. Mungus desde inicio da semana.
- Mas eles estão bem? O que teve? – deslizei até ficar no lado dele. Ele não me olhava.
- Eles já são bem velhos Lily, você sabe... e bem não seria a condição que os definiriam nesse momento – ele virou os olhos para mim, e eles estavam mais claros, por conter algumas lágrimas ali, nunca tinha visto Tiago daquela forma, e talvez ele não quisesse que ninguém o visse, tão vulnerável.
- Vai ficar tudo bem, você já foi visitá-los? – eu pus a minha mãe no ombro dele, tentando de alguma forma confortá-lo
- Não, só vou poder ir esse final de semana, mas eu temo que as coisas não vão ficar muito legal, mas pelo menos eles não estão sofrendo – ele passou a mão nos cabelos e ajeitou os óculos.
- Claro que vai tudo certo, eles são fortes! Ou vai dizer que vocês Potter’s aceitam tudo fácil? Que eu saiba pelo menos Tiago Potter não desiste de tentar tão rápido – eu sorri e ele riu também.
- Eu só não desisto quando vejo que não é uma causa perdida. Você, por exemplo, não é uma causa perdida – ele deixou a cabeça cair de lado e ficou me olhando, eu tirei minha não dele que já estava até fazendo carinhos.
- Não importa o que aconteça você continua a mesma pessoa, incrível – me levantei ainda sorrindo e me sentei do outro lado – Vamos manter certa distância pra vê se você para com isso.
- Impossível - ele se ajeitou no sofá e olhou para os livros – Eles são enormes? Você acha mesmo que eu vou ler isso?
- Se você quer que eu comece a ajudar, provavelmente. E olhe, vai ficar tudo bem certo? E se não, eu estarei aqui por você – eu falei olhando bem nos olhos dele.
- Eu sei que sim – ele sorriu, puxou um livro e folheou – Isso é muito fácil, como e perco? Tudo por causa daquele idiota que se machucou
- Quando eu digo que Quadribol só faz complicar a vida das pessoas...
- Não me complicou em nada, nunca me complicou, foi só desta vez, ouça. Só desta vez – ele ia falando bem calmo e sério, e eu ri. – Se eu não tirar uma nota suficiente nesses NIEM’s para ser auror, a culpa é toda sua
- Minha? – parei de escrever tópicos no pergaminho e o olhei.
- Sim, fica rindo da minha incapacidade – ele balançou a cabeça, com uma feição de derrotado.
- Até parece – relaxei e continuei – Isso aqui é as coisas que você tem que prestar atenção quando ler e nas aulas, e o mais importante, olhe pra mim – ele levantou o olhar – Preste atenção nas aulas.
- Eu sempre presto atenção – ele fez cara de desdém e voltou a olhar as páginas marcadas dos livros. – A não ser quando você senta perto de mim, que são praticamente todas as aulas...
- Eu? Você que sempre arranja de sentar atrás, na frente, onde estiver lugar, e quando não tem você obriga as pessoas a saírem – ele me olhou com a expressão “o quê?” – Isso mesmo, você pensa que eu não ouvi você dizendo pro Carmichael? Eu ouvi tudinho, “Saia daí Dean antes que eu dê um jeito nesse seu nariz feio” – ele riu.
- Só foi daquela vez que expulsei alguém – ele continuou a rir e eu ri também – Mas as cadeiras perto de você sempre estão vazias, é como se o universo conspirasse sabe
- Claro, todas as forças de Merlin, muito convincente – eu revirei os olhos e recomecei a anotar.
O tempo foi passando e ele finalmente tinha acabado de ler um capitulo, e continuava a exclamar é era tudo muito fácil.
- Se é fácil então isso aqui – eu balancei os braços sinalizando o espaço de “estudo” – é tudo uma forma de ficar comigo durante a noite – virei a cabeça em um tom de desafio.
- Você é tão esperta, como descobriu? – ele riu e voltou para o livro, passando as folhas mais rápido dessa vez – Isso eu sei, isso também...
- Tão inteligente você
- Obrigado. – ele me olhou sorrindo, eu revirei os olhos mais uma vez e coloquei a mão debaixo do queixo – Quase ia me esquecendo, você tem que me dizer como vira os olhos, eu estava tentando – ele fez alguns gestos loucos com os olhos – mas não consegui perfeitamente
- Não há nada para ser ensinado, é genética – eu falei rindo da cara que ele fez de derrotado – Uma coisa que você não pode fazer.
- Isso era o mistério? Eu vou te mostrar meus segredos mais obscuros e você me diz que isso ai é genética?
- Sim – revirei para fazer uma demonstração e comecei a rir – Segredos mais obscuros?
- Sim – ele se virou e pegou um pano enrolado em um cordão, e o pergaminho de mais cedo, agora bem mais dobrado. – Isso se chama Mapa do Maroto, e deixa eu te contar porque, porque fomos nós que fizemos – ele sorria vitorioso, pegou a varinha e apontou para o tal mapa – Juro solenemente que não farei nada de bom – ele disse devagar e algumas letras começaram a aparecer, de repente formou-se uma frase nítida, ele virou o mapa para mim.
- “Os Srs. Aluado, Rabicho, Almofadinhas e Pontas, fornecedores de recursos para bruxos malfeitores, têm a honra de apresentar: O mapa do Maroto.” E isso faz o que? – eu olhei para ele que sorria
- Continue olhando... – voltei a olhar o mapa. Agora ele estava mostrando cada detalhes dos terrenos do castelo de Hogwarts, e haviam pontinhos mínimos de tinta que se moviam em torno do mapa, cada um com um rótulo em letra minúscula. Me aproximei, e repente, onde seria a sala comunal da Grifinória havia dois pontinhos, um intitulado “Tiago Potter” e outro “Lily Evans”
- Como isso é possível? Isso mostra toda a Horgwarts?
- Sim, e as 7 passagens secretas também, que levam para Hogsmead, mas você só conhece uma e vou deixar por assim – ele sorriu – é assim que eu vejo onde você está quando fico curioso demais – olhei mais uma vez o mapa e havia vários pontinhos na sala de Dumbledore. – e para fechar, - ele pegou mais uma vez a varinha – Malfeito feito! – o mapa se fechou rapidamente, as quatro partes agora parecia apenas um pergaminho normal agora.
- É bom ver que vocês usam essa inteligência para alguma coisa, mesmo que seja completamente ilegal, e essa outra coisa ai é o que mesmo?
- A sim, isso – ele se levantou e abriu um pano, parecia agora uma capa – É minha Capa de Invisibilidade – ele vestiu-a e desapareceu completamente.
- Isso era quase improvável de acontecer, elas são praticamente raras! – eu tentava falar para onde ele sumiu, e de repente ele apareceu atrás de mim, me fazendo dá um pulo – Muito engraçado
- Ela é muito útil, para fugas rápidas – ele ia dizendo rindo – e também ajuda a mim, Sirius e Pedro irmos para o Salgueiro lutador sem que ninguém ache muito estranho.
- Claro, assim não terá mais incidentes como o do Severo – eu ainda estava olhando para capa, aquilo era tudo muito incrível.
- Você ainda o chama mesmo de Severo? Triste – ele guardou a capa junto com o mapa do lado do sofá.
- E você ainda com esse ódio inexplicável
- Inexplicável? Ele é um traste Lily, ele é dá Sonserina, te chama de sangue-ruim sei lá quantas vezes, e ainda acha que não á motivos para o ódio? – ele se sentou e me olhava.
- Ele só é mal entendido, e ele não quis me chamar de sangue-ruim.
-Não quis? Ele não falaria se não quisesse. E ele tem aquele cabelo também, você já olhou bem aquele cabelo seboso? – ele se aproximou de mim – Me dá arrepios!
- Fala o que tem os cabelos lindos, você deveria mesmo era pentear
- Eles são apenas rebeldes, não são oleosos – ele passou a mão no cabelo e eu ri, essa conversa era muito engraçada.
- Se já acabamos de falar de cabelo, acho que por hoje já está bom, já são quase 11 horas, e amanhã eu tenho aula de História da Magia no primeiro período – comecei a fechar todos os livros e guardar minhas coisas.
- É, pra mim já deu, amanhã no mesmo horário para uma revisão? – ele perguntou interessado
- Tanto faz – me levantei segurando todos os livros – Boa Noite Tiago.
- Boa Noite – eu me virei e ele pegou as ultimas coisas que ainda sobravam – E Lily, Obrigado, de verdade – eu virei e sorri.
- Estamos ai – ele sorriu de volta – E obrigada por confiar em mim sabe, me contar tudo aquilo e mostrar seus segredinhos – eu soltei uma risadinha e ele continuou sorrindo – É muito importante isso. – me virei e comecei a subir as escadas.
- Importante? Importante por quê? – o ouvi exclamar lá de baixo. Mas essa pergunta eu não queria responder, não agora.
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