A idiota do ano
Capitulo 37 – A idiota do ano
Quando acordei de manha, percebi o que tinha acontecido. Eu havia terminado com Tiago, e ele nem mesmo teria dado alguma opinião. Talvez eu esteja precipitada em terminar tudo assim, desta maneira. Mas eu me sinto mais livre, sem ter que pensar que ele poderia estar me traindo com alguma menina, sem que ninguém soubesse.
Abri os olhos devagar, e não tinha sinal de ninguém na Ala Hospitalar. A dor no meu braço havia desaparecido e só havia uma faix enrolada no punho. Não tinha nenhum sinal também daquela que eu havia agredido. “Nem pra ter morrido”, pensei. Desejar a morte dos outros não é uma coisa boa, mas quem disse que com Melinda nós temos que medir as conseqüências?
Sentei na cama, e eu me sentia sonolenta, hoje era sábado e teria um passeio no povoado, como eles sempre fazem no mês de Outubro. Estava um dia lindo mesmo que agora, uma fina camada de neve começasse a cair. Virei pro relógio que marcava oito horas. Onde estaria tudo mundo? Não havia nenhum barulho vindo de lá de fora, e eu nunca tinha visto um silencio tão grande em Hogwarts como estava havendo ali.
Me levantei e comecei a levas meus pés comigo, me sentia sonolenta demais. Depois que passei pelas portas, ainda não havia sinal de ninguém, e aquilo me deixava confusa. Comecei a ir em direção ao salão principal, quando avistei duas meninas conversando vindo na minha direção.
- Ele ficou com cinco semana passada, dizem as más línguas que era uma por dia... – disse uma, falando incrédula para a outra.
- Não tenho pena dela, quem mandou ela ficar logo com ele? Bem feito – a outra disse.
Passei por elas olhando, uma delas levantou a cabeça e começou a rir de mim. Do nada, completamente do nada. Ria e apontava, mas o riso dela estava longe, como se eu estivesse em um túnel. Foi então que começou a surgir pessoas do nada, elas riam e apontavam para mim, como se eu fosse algum tipo de aberração. Comecei a andar mais rápido, e alguns diziam “Vá, ele esta logo ali, com outra”, as pessoas começaram a passar mais rápido por mim, pisquei o olho, e quando abrir de novo vi quem finalmente era ele. Tiago estava lá atrás, parado sozinho e sério.
- O que esta havendo aqui Tiago? – perguntei a ele. Ele não me respondeu.
Pisquei o olho mais uma vez. E quando reabri vi o parecia ser o meu pior pesadelo, ele estava sentado agora, sorrindo com algumas garotas, muito... muito bonitas... elas tinham cabelos claros e ondulados, e estavam sorrindo para ele. Todas muito promíscuas. Riam e o alisavam carinhosamente.
- O que... está havendo aqui? – perguntei, gaguejando. Melinda apareceu na minha frente.
- Você perdeu. Eu ganhei. – disse ela sorrindo, e partindo em direção á Tiago, começando a beijá-lo. Senti lagrimas involuntárias saindo do meu rosto.
- Será que ela está bem? – ouvi uma voz atrás de mim dizer. Claro que eu não estava, havia terminado com Tiago, e agora ele estava com outra.
- Melhor cutucar ela, ela ta chorando – disse a outra voz, me cutucar? Como assim?! Ai. Senti um dedo batendo com força no meu braço – Lily, Lily – de repente, eu comecei a abrir meu olhos. No inicio tudo estava embaçado, mas logo foi melhorando, era Alice que me chamava e do seu lado estava Maria – Você está bem?
Como eu poderia dizer a elas que eu estava bem? EU terminei com Tiago. E agora ficava tenho sonhos ruins.
- Eu estou ótima, realmente ótima – disse forçando um sorriso, que parecia que tinha convencido um pouco as duas.
- Que maravilhoso, então vai dá tempo de você ir para o jantar no salão – disse a Madame Pomfrey aparecendo do nada – Se você sentir alguma dor no braço novamente corra para cá, concertar ossos é minha especialidade, mas nem sempre dá certo – disse ela com um sorriso amarelo – Andem, andem – disse ela depressa.
Me levantei e então começamos a andar para a torre da Grifinória, eu iria tomar um bom banho, trocar de roupa e me encontrar com as meninas no salão, então disse á Maria que fosse com Alice.
Entrei no salão comunal e havia varias pessoas ali, conversando e fazendo uma espécie de concentração para que todos fossem juntos para o salão jantar. Passei por umas quintanistas e todas me olharam de cara feia. O que eu fiz que eu não sei?. Andei mais um pouco e parecia mesmo que a sala comunal estava virando algum tipo de concentração, eu ouvia a conversa de uns sobre quadribol. Entao era isso, a Grifinória venceu, e está liderando completamente a disputa das casas, incrível. Mas o que eu tinha haver com isso? Ah, quase me esqueci, eu terminei com o artilheiro do time, aquele bem famoso, com qual o nome eu não quero pronunciar. Eu poderia dizer que me sentia mal, mas na verdade, eu não estava. Subi as escadas e fui direto pro banheiro, precisava refrescar minha mente.
Depois de algum tempo sai do banheiro já vestida, com aquela mesma roupa de todos os dias, mas eu me sentia renovada e não triste e acabada. Tudo o que eu fiz foi pro meu próprio bem, e pro dele também. Eu tinha que parar de pensar NELE por um tempo.
Desci as escadas, e as pessoas agora começavam a sair da sala comunal, todas muito juntas e sorrindo felizes. Não havia sinal DELE por ali, deveria esta em algum lugar se gabando porque ganhou mais um jogo, com vários gols feitos por ele, que ele é a cabeça do time.
Fui em caminho do salão principal para que eu pudesse rever as pessoas que algum tempo eu não via, não que elas fossem realmente importante em minha vida, mas ver Severo e Remo sempre era bom.
Entrei no salão principal que estava lotado já de alunos, e muitos deles me olharam, qual motivo? Não parecia claro?! Quem manda sai por ai dando ataque de ciúmes por causa de Tiago Potter?! Me senti agarrando no meu próprio e me forçando a seguir em frente, eles não eram ninguém para me impedir de seguir em frente. E havia alguns sorrisinhos também, nas mesas, claro, aquelas que o idolatravam deveriam esta muito felizes, já que ele agora estava solteiro.
- Olá Linda! – me gritou Alice vindo atrás de mim – ta se sentindo bem? – disse ela olhando séria pra mim
- Estou... porque? – olhei preocupada pra ela, e parei no meio do salão.
- Você esta tão branca... só não vai desmaiar – ela disse sorrindo
- Não! Sem desmaios, chega de atenção em cima de mim por esses tempos, quero sumir – disse sorrindo
- Só porque agora eu voltei? – disse outra voz vindo na nossa direção, era Remo
- Remo! – gritei feliz e abracei ele, eu e Remo temos uma conexão tão forte, como se nos conhecêssemos a muito tempo. – Nunca mais tinha te visto, alias, nunca mais conversei com você, precisamos conversar – disse sorrindo e olhando pra ele, tinha os cabelos levemente penteados no lugar, seus olhos azuis-claros fixados em mim, junto com um grande sorriso, Remo era lindo.
- Vou dando o fora, que eu quero que comece logo este jantar, depois a gente se vê Lily, tchau Lupin – disse Alice, saindo dando pequenos pulos pelo caminho.
- Quanta coisa acontece quando uma pessoa esta fora não acha? – ele me disse, depois que Alice saiu.
- A sim, várias coisas – disse tentando mostrar algum sorriso
- Sei que não queria falar desses coisas, mas eu acho necessário – ele me disse, balançando a cabeça
- Não hoje Remo, e muito menos aqui, estão todos de olho em mim – disse girando meu dedo.
- Claro que não é hoje, as coisas estão ocorrendo rápido demais, quem sabe depois do natal? Vai ficar por aqui? – nós agora estávamos indo em caminho da mesa.
- Vou, não estou nem um pouco afim de voltar pra casa, vou estudar – disse sorrindo, e voltando a ser aquela mesma pessoa de antes de Tiago Potter.
- Ah, claro, estudos – disse ele rindo e se sentando – eu vou viajar, vou passar o natal com meus pais, eles gostam dessa historia de família unida em ocasiões especiais, e depois eu vou pra casa de Tiago... uhm... vai ter umas coisas lá – disse ele, receoso.
- Uhm, legal. – disse sem nenhuma reação, o que teria na casa de Tiago? Seria demais eu querer saber, sendo a EX?
- Ele sempre faz uma coisa depois do natal... uma tradição sabe, pra nós marotos
- Entendi – nesse momento um alvoroço estava acontecendo na entrada do salão, olhamos para lá.
- Conheço isso, mas vou continuar sentadinho bem aqui – disse Remo, e era claro que ele deveria saber que se tratava de Tiago e Sirius, com todo o time de Quadribol, felizes por terem ganham o jogo.
- Não me importo se você quiser ir, estou bem – sorri
- Não, eu fico, Quadribol não é meu forte, e eu acho... que eles estão vindo pra cá afinal – disse levantando uma sobrancelha, e foi ai que Tiago, Sirius e Pedro, junto com todo aquele pessoa se sentou perto da gente
- Remo! Desaparecendo como sempre em! – disse um moreno alto, quando avistou Remo na mesa, que apenas acenou.
- Amigo Remo – disse Sirius sentando a nossa frente – Como passa? – e sorrindo
- Estou bem – disse Remo, monótono.
- Olá Evans – disse Sirius sorrindo pra mim, e depois voltando-se para um rapaz que sentava do lado dele, que não era Tiago.
- Remo! Está tudo certo para o natal, estive agorinha lendo a carta que meu pai me mandou, dizendo que ele já programou tudo... – disse Tiago quando finalmente se virou pra mesa, antes de notar que eu estava ali do lado de Remo - ... pra festa. Oi. – disse ele olhando pra mim, durante milhões de milésimos.
- Oi – respondi sem olhar muito pra ele, o que ele pretendia dirigindo a palavra a mim?!
- Só vai haver nós quatro certo? – perguntou Remo, com um ar de quer confirmar
- Só nós quatro, e uns primo meus que vão vim do Texas, um povo totalmente desprovido da civilização – disse ele sorrindo e se sentando. – Família distante, alias esse ano vai vim Potter de tudo que é parte do mundo, sabe que eu descobri que eu tenho uns tios que moram no Alaska? A cada dia que eu vivo surgem Potters – disse ele rindo
- Que péssimo pro mundo – disse Sirius, eu estava prestando atenção nas minhas mãos, que pareciam suar.
- Há quanto tempo estamos aqui? Dumbledore demorou este ano – disse Pedro, que estava do lado de Remo.
- Deve esta arrumando a barba – disse Sirius, fazendo Tiago soltar uns risinhos, e sem querer olhar pra mim, e que azar o meu esta olhando no mesmo momento.
Tudo bem que eu não mantive o olhar por muito tempo, mas foi tempo suficiente para perceber o quanto ele sofria, e o quanto eu sofria por ver como ele estava, seus olhos vagavam, e ele parecia não esta ali, como eu também não deveria estar. Voltei a prestar mais atenção nas minhas mãos, que agora pareciam muito mais suadas, e nervosas.
- Vai fazer o que no natal Evans? – me perguntou Sirius, me fazendo tomar um susto.
- Nada de muito interessante – disse desanimada, e depois olhando pro rosto dele, que olhava pra mim, juntamente com Tiago, mas pra esse eu não me atrevi a olhar novamente. – Vou ficar por aqui e estudar – disse dando um sorrisinho.
- Isso é muito desanimador, estudar no natal, mas você é Lilian Evans – disse ele sorrindo e ainda olhando pra mim, junto com aquele amigo dele, que estava sério, e eu jurava que ele tentava encontrar com o meu olhar.
- É, mais fazer o que – sacudi os ombros e ri – Filha de trouxas é assim, não dá pra ir e voltar sempre – voltei a minha atenção para as minhas mãos.
- Você quer ir lá pra minha casa? – É uma alucinação.
- É mesmo, porque você não vai com a gente pra casa de Tiago – começou Sirius rapidamente, mas depois silenciou-se, parecendo notar algo um pouco obvio no ar.
- O que? – eu precisava ouvi aquilo mais uma vez, olhei bem devagar pra ele, para não haver um choque direto.
- Tava perguntando se você não quer ir passar o natal lá com a gente... – houve uma pequena pausa - ...não é porque a gente terminou que a gente não pode se encontrar ou conversar Lilian – ele parecia querer esclarecer outras coisas a mais.
- É. – disse, e percebi que as pessoas não estavam mais olhando, mas o silencio que ali formava não evitava que todos escutassem.
- Você quer ir? Sabe, pra você ano ficar aqui sozinha... afinal, meus pais já sabem que eu ia levar alguém... seria bom que a pessoa fosse, mesmo nas condições atuais – ele deu um sorriso de leve, para a situação não parecer muito tensa.
- Oh – tipo assim, ele iria me apresentar pros pais dele no natal? Isso seria quase uma oficialização, estúpida Evans. – tenho que ver, esta em cima da hora.
- Tem um mês ainda, tem muito tempo, se você quiser ir você consegue – ele me olhou por mais um tempo e depois virou para o prato – Estou com fome – disse incrédulo – Tenta, meus pais gostam dos meus novos amigos – ele sorriu.
Parecia que para ele estaria fácil ser amiga. Afinal, eu que sou a idiota que terminou tudo poucas semanas antes dele fazer uma apresentação para toda a nação Potter. Eu estou completamente me considerando a idiota do ano.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!