É necessário



Capitulo 36 – É necessário


 


- Do que ele está falando Lily? – me perguntou Mari, fingi que não ouvi, fiquei olhando Sirius e Tiago enquanto eles ainda ameaçavam a morte próxima de Snape.


- Você não sabe de nada Snape, não seja tolo – disse Tiago, pegando a vassoura e partindo em direção ao campo, Sirius por outro lado, ainda ficou lá parado.


- Se eu souber Snape, se eu souber que você esta metendo o seu cabelo extremamente seboso aonde não foi chamado, eu te mato – e saiu em direção ao campo também, atrás de Tiago.


- Que estranho – me disse Mari – você sabe do que é que eles estão falando? Não entendi nada...


- Quem entende... quem entende... vamos logo – passei por Snape e ele tinha um sorrisinho no rosto, ele olhou para mim sério, e eu balancei a cabeça negativamente e fui com Maria subindo as escadas.


 


 


- E a Grifinória ganha com 450 contra 250 da Sonserina, mesmo que a Grifinória não tenha apanhado o pomo, Potter e Black conseguiram um ótimo desempenho, eu diria o melhor de toda a temporada desde do ano passado, 15 gols marcados por Black, 20 marcados por Potter, e os outros revezamento dos outros artilheiros, isso sim que é um ótimo jogo! – finalizou o narrador do jogo, não que eu entenda muito sobre Quadribol, mas esse jogo foi o mais bonito de todos que eu já tinha visto aqui em Hogwarts, lançamentos altos, cambalhotas, fora que Tiago e Sirius fazia uma excelente equipe, não só fora dos campos, mas principalmente dentro dele.


- Você deveria ficar mais happy Lily – começou Maria, ela sempre fazia algum comentário estranho após os jogos


- Porque? – nós estávamos paradas na arquibancada esperando o pessoal lento sair, para que nós pudemos descer


- Tiago Potter é o artilheiro do time, e ele é seu namorado – ela esticou as mãos, como se estivesse mostrando algo bem claro


- Ele não é meu namorado – afirmei, alguém aqui viu o momento que ele pediu pra namorar comigo? Porque se viu me manda uma carta esta certo? Preciso reviver este momento.


- Ainda bem que ele não é seu namorado – disse um voz atrás de nós, me virei – Porque assim, tudo fica mais fácil de se conseguir – era Melinda, e agora a fila começava a andar para as escadas das arquibancadas.


- Ah Por favor Melinda – começou Maria – corta essa está bem? Está claro que ele não quer nada com você


- Não foi isso que ele me disse sábado passado – ela sorriu, grandiosamente, eu não podia negar que Melinda era bonita, talvez até mais bonita que eu. – Enquanto nós dois estávamos no armário de vassouras, muito próximos um do outro


- Vadia – disse lentamente, e dei um soco na cara dela, ops... eu sou um pouco violenta demais. Maria deu um pulo pra trás e ficou com uma cara de espanto, e depois começou a rir. Nessa altura, muitas pessoas já tinham visto o meu descontrole e gritavam ‘Briga’, “Quem esta armando essa confusão?”, “Pega ela Evans!”, “Saiam da frente!”... espera ai... Saiam da frente?!


- Saiam, saiam, por favor Jackson saia – alguém falava com Alice que parecia ter surgido no meio na arquibancada da Grifinória – O que esta acontecendo aqui? – Apareceu então a professora McGonagall, e lá vai a cena que ela viu: Eu em pé, suada e vermelha de raiva, ainda com a mão fechada do soco que eu havia dado em Melinda, já essa, sentada no chão, com uma mão no rosto e fazendo cara de dor. Não era necessária alguma explicação, qualquer um que visse aquilo juntaria todos os pedaços rapidamente. Maria agora ria assustada e nervosa.


- Vocês duas. Na minha sala. Agora! – informou a professora, dando as costas e saindo pela multidão, que parecia aumentar, espera ai... eu só dei um soco nela, o que tem de grave nisso?


Comecei a andar por entre as pessoas, com Maria me ajudando, e eu ouvia uns gemidos atrás da gente.


- Pelo soco de esquerda Lily – alguém me disse, olhei para ver quem era, e descobri que era Guga, ele sorriu pra mim, mas a única coisa que eu fiz foi continuar andando, parecia quente demais ali, e eu não estava me sentindo muito bem.


Quando saímos da multidão, ainda com Melinda logo atrás da gente, murmurando algo indecifrável (melhor assim, se não agora eu iria chutar ela).


- O que aconteceu? – veio Alice correndo e perguntando – eu só ouvi o povo dando gritinhos e se juntando para olhar, é verdade que você chutou ela?


- Não ainda – eu disse, como se estivesse prestes a morrer, Alice e Maria riram. – to com uma dor na mão – informei, esticando meu braço, que tinha pequenas gotas de sangue


- Você quase quebrou o crânio da menina Lilian – disse Maria – acho que a força fez com que você torcesse o pulso. Mais um gemido de Melinda, seguido por uma risadinha.


- Cala boca garota, se não eu que vou de bater da próxima vez – disse Alice, que puxava meus cabelos para trás, para amarrá-los, agora que eu percebia que a minha aparência não deveria estar muito agradável, será que Tiago já sabia desse acontecimento?!


- Devem estar inventando milhões de coisas agora – eu disse, quando entramos no castelo – Sabe, o motivo, como foi que tudo isso começou


- A sim, eles estão comentando varias coisas, cada comentário mais absurdo que o outro – disse Alice, como se isso fosse me fazer ficar mais feliz.


- O fumo vai entrar é daqui a pouco – disse Maria, que expressão estranha – McGonagall vai logo cortar vocês duas ao meio – ela riu


Paramos em frente a sala da professora, que estava entreaberta, Maria e Alice me deixou ali parada ainda segurando o punho, quando bati. Melinda estava atrás de mim, e ainda gemia. Irritante ela.


- Primeiro, quero que as duas saibam que não medirei as conseguências – disse ela, assim que nos sentamos – Então, o que aconteceu Senhorita Evans? – ela dirigiu a palavra a mim, vai ver ela concluiu que Melinda era incapaz de dizer alguma palavra.


- A verdade? – perguntei, e depois do olhar que ela me lançou, deveria ser obvio – Eu dei um soco na cara dela – isso também era obvio, acho que ela buscava o motivo... eu teria mesmo que dizer? – Bem... porque... porque ela disse coisas sobre Tiago Potter.


- E Tiago Potter é o que seu para que você saia por ai batendo nas pessoas só porque falam dele?


- Nada. Só... me irritei um pouco professora – eu disse agora apertando mais o pulso.


- Estou decepcionada com você Evans, você era um exemplo de aluna, e agora? Atacando colegas de casa por besteiras de adolescentes. Vocês duas levaram uma observação, que será mandada para os pais, não tenho motivos suficientes para botá-las em uma detenção, é bem claro que os hormônios estão tomando conta de vocês, agora se dirijam para a Ala Hospitalar


- Obrigado professora – agradeci e sair lentamente da sala, minha ficha estaria marcada para sempre, agressão física em uma colega de casa. Minha vida estava acabada.


- Feliz Lilian? – me perguntou Melinda, que parecia normal


- O que é agora você consegue falar? – perguntei irônica, estava bem concreto que ela estava fingindo alguma dor para que McGonagall colocasse a culpa em mim


- Ontem achei um livro muito esquisito em cima da sua cama – ela disse, ignorando completamente a minha pergunta


- Anda mexendo nas minhas coisas também?


- Qual é Lilian, somos amigas... e aquele livro era vermelho, e tinha algum tipo de fechadura impedindo que eu o abrisse


- Que? Você abriu o meu diário? – isso pode soar meio idiota sabe, mas com todos esses dramas que eu estava vivenciando nos últimos dias, eu peguei uma agenda que minha mãe havia me dado, e comecei a escrever tudo o que sentia, como um diário. Era só algo para desabafar, algo que eu podia contar tudo que estava passando na minha mente – Você é idiota ou o que? – minha raiva parecia esta aumentando.


- Calma querida, eu não li, só folheie... tem coisas tão secretas assim escritas? – ela sorriu, olhando pra minha cara, partir novamente pra cara dela, se eu estou bruta? Sim estou, mas é que ela merece. Você concorda comigo não?


- Lily! O que ta... – alguém gritou atrás de mim, e logo depois sentir braços fortes me puxando pra trás, enquanto outra pessoa puxava Melinda.


- Me deixa, eu vou quebrar a cara dela, essa vadia – a pessoa puxava meu braço, e eu sentia uma dor maior na mão e no pulso agora


- Vadia não – gritou Melinda – você que não confia no seu tato, sua insignificante


- CALADAS AS DUAS! – gritou o que segurava Melinda, e havia uma quinta pessoa na cena


- Lily, o que esta havendo? – me perguntou o que me segurava, e agora parecia mais nítido que era Tiago


- Essa idiota, esta mexendo onde não se deve, mais uma vez, eu vou acabar com você – gritei pra ela, e ela sorriu. Vagabunda.


- Calma Lily - Tiago me disse – leva ela pra lá Sirius, Pedro me ajuda aqui – ele pediu, e eu o senti apertando meu braço, bem aonde estava dolorido.


- AI – gritei, e puxei meu braço violentamente, me soltando dele – sai daqui Tiago, ta atrapalhando tudo


- Tudo o que? Você brigando com a Melinda de novo? E porque dessa vez?!


- Porque? Sempre é a mesma coisa Tiago! Ela fica querendo se meter na nossa vida, todo o tempo! Eu não suporto ela – comecei a caminhar em direção a ala hospitalar, parecia que todo meu braço estava ficando roxo. Sentia passos vindo atrás de mim.


- Quando você vai parar com isso Lilian? Não ta vendo que você tem que superar tudo isso? Novamente essa historia, Será que todas nossas brigas vão ser por ciúmes?


- Ciúmes? Quem falou de ciúmes aqui? – eu me virei olhando a cara dele, meu rosto estava fumegando, e eu podia sentir gotas de suor caindo do meu rosto.


- Isso parece ciúmes – disse Pedro. Mandei ele calar a boca, com o olhar e ele deu passos para trás.


- Não há nenhum ciúmes aqui Tiago, porque haveria de ter? – levantei as sobrancelhas pra ele – Nós não temos nada oficial Tiago, porque eu teria ciúmes de você? Você faz o que bem entender da sua vida! – por mais que essas palavras fossem difíceis, por mais que eu negasse a mim mesma tudo isso. Era a pura verdade.


- Então pra você nós não temos nada?! – ele levantou as sobrancelhas, e olhou surpreso pra mim – é assim então que você se sente Lilian? Pensei que já tivéssemos superado isso – ele aumentou um pouco o tom da voz


- Você superou isso, não eu. A culpa não é minha, é inteiramente sua!


- Não diga! E porque? – Pedro se afastava lentamente, e eu tinha a impressão que ele iria chamar alguém.


- Você é Tiago Potter! Eu deveria saber que nós nunca daríamos certo – meu rosto ardia, e eu sentia toda aquela raiva que havia dentro de mim explodindo de uma única vez.


- Pensei que fossemos superar as diferenças Lilian – ele me disse, olhando nos meus olhos, eu tentava desviar, mas era impossível.


- Diferenças?! Há muitas diferenças entre nós Tiago, e isso resumi tudo, exatamente tudo. Principalmente o fato de você não querer me expor para toda a escola pelo o que sou, e sim tentar mostrar que finalmente tinha conseguido ficar com a CDF da Evans! Você tem vergonha de mim, porque eu não sou como você, eu não sou como seus amigos, famosos e populares, e eu não quero viver nesse seu mundo, nunca! – comecei a dá passadas largas para a Ala Hospitalar, por um momento, pensei que ele não estivesse me seguindo, mas depois o senti me puxando pelo braço.


- Eu nunca tive vergonha de você Lilian, não seja imbecil. Tire essas coisas da sua cabeça, eu sempre quis ficar com você, foi você que sempre me desprezava. Eu faço o possível para dá certo, mas nem sempre é possível fazer tudo, você não ajuda Lilian, por mais que eu goste muito de você, a única coisa que você faz é reclamar de tudo, sobre como eu ajo, como a minha vida está – ele ainda segurava o meu braço, e eu começava a sentir dores ali também. Se eu demorasse mais um pouco, era capaz de ter que cortar o braço todo.


- Eu gosto de você Tiago, mas tem gente por ai que diz que é você que não me dá mais bola, e o que eu vejo depois? Você se abraçando com Melinda, logo ela?!


- Você não deveria se importar com os que outros pensam, e eu já te disse que entre eu e Melinda não há ou houve nada. Eu escolhi ficar com você Lily, por mais arriscado que tenha sido – ele me olhava nos olhos, e eu tentava imaginar que tudo poderia ficar bem, mas não iria. Não agora, não daquela forma.


- Você não sabe o que se passa comigo, hoje eu vejo que éramos mais felizes quando éramos amigos e se isso for possível ainda eu prefiro ser sua amiga a namorada...


- A única certeza que eu tenho é que eu gosto de você, porque não tentar voltar ser como era antes? Porque não?


Pensei por alguns segundos.


– Esse pode ser o nosso ultimo beijo – beijei-o carinhosamente, um beijo de despedida. Um beijo que eu talvez nunca voltasse a ter novamente, mas era necessário, eu não estava me sentindo tão bem como eu estava antes quando ficava com ele. Se era para um ficar infeliz, melhor do que dois viverem na mentira. – Desculpe, eu preciso disso – e então eu parti para a Ala Hospitalar, e eu não sentia passos atrás de mim.

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