Capitulo 5 - Acordada, mas não

Capitulo 5 - Acordada, mas não



Acordada, mas não lembrada.


 


 


   Gina estava andando de um lado para o outro em frente à porta da enfermaria, quando viu os dois garotos correndo em sua direção parando, sem fôlego, a sua frente.


   —Gina, é verdade? Ela acordou mesmo? — Perguntou Harry ainda sem fôlego.


   —Ela está bem? — Perguntou Rony antes mesmo sua irmã tivesse tempo de responder a pergunta do amigo.


   —Sim, é verdade ela acordou... Mas não sei como ela está porque madame Ponfrey me expulsou de lá assim que a Mi acordou.


   —Vocês já podem entrar. — Falou Madame Ponfrey abrindo a porta da efermaria fazendo os três darem um pequeno salto de surpresa. — Mas, devo avisar, a              Srtª. Granger está com amnésia. Vocês devem ter cuidado, não tentem força-la a lembrar-se de vocês. Não tentem pressioná-la o estado, tanto mental quanto físico, dela ainda está muito debilitado.


   — Então, ela não vai se lembrar de nada? — Perguntou Rony com os olhos arregalados.


   — Nem de nós? — Completou Harry com o mesmo tom de assombro do amigo.


   — No momento ela não se lembra sequer do próprio nome. — Falou a enfermeira de modo sério.


   — Quanto tempo isso vai durar? — Perguntou Gina, com lagrimas escorrendo silenciosamente pelo rosto.


   —Eu não posso dizer ao certo, entenda a amnésia é um modo do cérebro dela se proteger de tudo que houve com ela. Vai depender muito dela, quanto mais forte ela estiver, mais rápido irá se recuperar. — Explicou a enfermeira calmamente.


   — Tem algo que nós possamos fazer para ajudar? — Perguntou Rony, com um olhar de determinação que os amigos só tinham visto durante a guerra.


   — Somente ficar do lado dela já vai ser o suficiente. — Falou Madame Ponfrey de forma amável.


   — Vamos entrar logo! Essa demora toda está me matando! — falou Gina nervosa, torcendo as mãos.


   — Vamos. — falaram os dois garotos entrando com Gina atrás deles.


   Eles andaram em direção à ultima  cama da enfermaria que estava escondida por cortinas brancas  que ondulavam lentamente enquanto o vento frio de inicio de inverno soprava lentamente por uma janela aberta.


   Quando eles finalmente chegaram aos pés da cama, onde a cortina tinha sido puxada, puderam ver uma garota de aparência frágil com um livro nas mãos enquanto os cabelos cacheados caiam emoldurando-lhe o rosto atribuindo uma aparência quase infantil à garota de dezoito anos.


   — Oi, você se lembra de mim? — Perguntou Gina com uma voz doce e quando Madame Ponfry fez um movimento para impedi-la ela completou. — Eu estava aqui quando você acordou...


   —Olá! — disse Hermione  levantando os olhos do livro pela primeira vez, porem quando seus olhos encontraram os dois garotos parados ao lado de Gina seus olhos se encheram do mais puro terror e lembranças do ataque começaram a ressurgir em sua mente e antes que pudesse notar estava gritando  plenos pulmões. — SAAAAAAAAAAAAAAAAIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII!!! ME DEIXEM EM PAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAZZZZZZZ!!!! POR FAVOR!!!!


   Assim que ela começou a gritar Madame Ponfrey fez um gesto sinalizando que todos deveriam se retirar da enfermaria enquanto se aproximava com um frasco que deveria ser algum tipo de poção tranqüilizante.


   — Acalme-se... Shiiiiii...


   — Tira eles daquiiii!!! Tiraaaaaaa!!!


   — Acalme-se ... eles já saíram!!!


   — Aqui beba! Isso vai ajudar... — Falou ela empurrando habilmente o frasco na boca da menina e ajudando-a a engolir sem se engasgar.


   — O que foi aquilo? — Perguntou Rony quando Madame Ponfrey apareceu na porta após ter conseguido que Hermione dormisse sob o efeito da poção.


   — Eu acredito que seja uma reação devido ao ataque que ela sofreu, uma espécie de trauma... Eu acredito que ela vá reagir assim sempre que estiver perto de um homem...


   — Ela... ela vai... ficar assim... para sempre? — Perguntou Gina a voz falhando enquanto mais lagrimas escorriam pelo seu rosto.


   — Ainda é muito cedo para dizer, mas é pode ser que ela nunca se cure completamente, mas com muito esforço ela consiga se controlar e viver muito bem. Ou pode ser algo apenas passageiro, que vá sumir junto com a amnésia.


   — Bom eu acho melhor agente avisar a mamãe que nós vamos ficar em Hogwarts... — Falou Rony pensando em voz alta.


   — Fazendo o que? A senhorita Granger mal pode suportar a presença de vocês, sem ofensas, alem do mais vocês precisam de um descanso. Eu acredito que entre estudos, treinos de Quadribol e visitas diárias a enfermaria nenhum de vocês tenha dormido muito e nesta faze vocês realmente precisão de um bom descanso e uma boa noite de sono. Não se preocupem a amiga de vocês estará muito melhor quando voltarem. — Falou a enfermeira e esse, com certeza, foi o maior sermão que os amigos já a ouviram fazer que não fosse relacionado ao fato de eles não quererem tomar um remédio.


   — Ok, nós vamos. — Falou Harry meio assustado e meio surpreendido pela enfermeira.


Y~Y


 


   Snape ficara sabendo que Hermione acordara, mas não achou nenhuma boa desculpa para visitar a enfermaria, as únicas poções que Madame Ponfrey solicitara só ficariam prontas no dia seguinte, então ele esperou até que o relógio tocasse a meia noite para sair em sua costumeira ronda pelos corredores, programando para que terminasse em frente à enfermaria para que pudesse ter certeza de que poderia visitá-la sem ser visto, como havia feito a semana inteira.


   A porta da enfermaria se abriu lentamente e está estava escura como sempre, as cortinas brancas pareciam se mexer sozinhas na escuridão dando um ar de abandono ao local, o silencio quase impermeável da noite só era quebrado por gemidos baixos que vinham da única cama ocupada. A cama dela.


   Ele se dirigiu lentamente até ela com seu andar silencioso como sempre, ele respirava pesadamente e suas mãos tremiam de nervoso e quando ele percebeu isso parou de andar e soltou um risada curta por baixo do fôlego.


   “O que é isso não é nem como se ela fosse estar acordada... E mesmo se estivesse o que mudaria?” Ele se perguntou em pensamento, mas ainda sem se mexer. “Ela é só uma grifinoriazinha intrometida! É, mas foi ela que salvou a sua vida não foi?” Disse uma voizinha que parecia irritantemente com a voz do Dumbledor. “É, foi e daí? Daí que ela gosta de você! Não gosta! Ela faria isso por qualquer um! Céus! Eu estou discutindo comigo mesmo!” Ele balançou a cabeça negativamente e continuou seu caminho lentamente até parar aos pés da cama dela notou que ela se debatia na cama e fazia careta tentando empurrar alguém invisível para longe dela.


   Ele se aproximou da cabeça dela e sem saber por que exatamente estava fazendo aquilo levou a mão até a testa dela acariciando levemente o cabelo dela se debruçou sobre ela e sussurrou em seu ouvido.


   — Está tudo bem, você está segura. Ninguém vai te machucar. Eu te prometo. — Ele sussurrou com a voz rouca e depois deu um pequeno beijo na testa da garota enquanto assistia ela relaxar completamente e finalmente cair num sono profundo e tranqüilo.


   Ele ficou ainda muito tempo a observá-la antes de voltar aos seus aposentos e durante todo o tempo ficou se perguntando por que tinha agido daquela maneira com a garota.


 

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