castigo?
; Escritório da Madre Superiora.
Certo, agora estávamos realmente ferradas. Como a Madre descobriu? Como ela soube que pegamos o carro? Oh, shit. Eu e as meninas estávamos sentadas no sofá de couro em uma sala de espera, digamos assim, quando a porta abriu e o James apareceu.
- O que você fez, garoto? – Levantei de uma vez só, lançando meu olhar mais ameaçador a ele.
- Eu juro Lil, não fiz nada. Entra logo, vocês três, pra não piorar as coisas – dava para perceber que ele falou a verdade. Mas ainda assim, não acreditei muito. Ele era o único que sabia, afinal de contas tinha ido com a gente! Entramos e sentamos nas poltronas.
- Ora, ora senhora McKinnon – a Madre olhou a Lene de cima a baixo e fez o mesmo com a Emme. Balançou a cabeça e escreveu alguma coisa em um bloquinho. – Bom, imagino que já saibam porque estão aqui – ela olhou para nós quatro.
- ‘Licença Madre – tive que me meter. – Será que a senhora poderia ser um pouco mais clara? Por que estamos aqui mesmo? – Falei com voz de deboche.
- Porque os quatro fugiram da escola e ainda por cima roubaram um carro – ela respondeu calmamente.
- Bom, quanto a fugir da escola a senhora está certa, mas quando ao roubo... – Balancei a cabeça negativamente. – Se realmente tivéssemos roubado o seu carro, Madre, você acha que ele estaria estacionando ali atrás? Se quiséssemos realmente roubar alguma coisa, tínhamos ido para Londres não voltaríamos – sorri.
- A senhorita então está me dizendo que simplesmente pegaram o carro emprestado?
- Exatamente. Até que a senhora não é tão lenta de raciocínio como pensei... – Sorri maldosa e ela foi ficando meio vermelha.
- Continue com esse comportamento, mocinha, que a senhorita verá onde irá parar.
- Em New York, espero. Já disse que não gosto muito daqui? Até é um pouquinho divertido, mas nada como a nossa cidade não é, Madre?
- Claro, senhorita. E como quer tanto voltar para sua cidade, talvez eu debata isso com seus pais na reunião daqui a duas semanas.
- Seria ótimo, talvez só assim meu pai se convença que meu lugar não é aqui! – Era evidente que ela estava tentando manter a calma e digamos que eu queria que isso parasse. Adoro brigar com alguém, de igual para igual.
- Lily pára – James segurou meu ombro. Calei a boca.
- Vejo que pelo menos alguém nessa sala a senhorita respeita – a Madre sorriu, maldosa demais para uma freira, mas enfim. – Vamos ao castigo de vocês.
- Meu Deus – Emme sussurrou, nervosa.
- Senhorita McKinnon e senhorita Vance, durante duas semanas as duas ajudarão na arrumação da cozinha. Todo dia, depois que o jantar for servido e os pratos recolhidos, vocês irão lavá-los e arrumá-los, enquanto a comida é feita.
- Tudo bem – elas responderam meio desanimadas.
- Senhorita Evans e senhor Potter, os banheiros aguardam os senhores. Todos os dias, depois jantar, durante duas semanas também. Os produtos de limpeza ficam em um armário que a Irmã Charlotte abrirá para vocês. Entendido?
- Entendido – murmuramos.
- Agora, podem ir. E uma última coisa, o castigo começa hoje – aah, Madre Madre, você brincou com a pessoa errada. Lily Evans sempre tem uma carta na manga.
; Refeitório da escola.
- Ah, eu não acredito – murmurei pra Emme quando vi a última pessoa saindo do refeitório. – Lavar a louça? Será que a Madre faz ideia de quantos alunos estudam nessa merda? – Passei a mão pelo cabelo.
- Lene, nós fizemos besteira, admite. Agora vamos logo. Quanto antes começarmos a limpar melhor.
Levantamos de nossa mesa e seguimos para a cozinha. Nunca tinha entrado aqui e me impressionei com o tamanho. Era enorme! Tinha uma pia que ia de ponta a ponta de uma parede e fogões enormes. E tinha tanta, mas tanta louça na pia que quase caí no chão e comecei a chorar.
- Aqui está – uma senhora nos entregou um par de luvas amarelas de borracha. – Podem começar dando um enxágue, passando sabão e enxaguando de novo – então ela saiu de perto da gente.
- Ok, vamos lá.
Subi a manga do meu sobretudo e comecei a limpar tudo. Justamente hoje, tinham feito uma comida estranha, cheia de molho, ou seja, pratos extremamente sujos. Tinha quase uma hora que estávamos lavando pratos, quando uma outra pessoa me cutucou e apontou para um monte de saco preto.
- Coloque o lixo para fora, por favor.
- Ah, eu não acredito! – Exclamei. – Até o lixo tenho que pôr pra fora?
- A Madre deixou bem claro que vocês iriam ajudar em tudo relacionado à limpeza da cozinha. Isso implica lavar a louça, pôr lixo pra fora e até limpar o chão, mas isso não será necessário hoje.
- Tudo bem – murmurei e peguei um saco enorme de lixo e saí arrastando pela porta.
A noite estava tão bonita e eu estava aqui, pondo o lixo para fora. Tinha ficado tão feliz em ter ido a Londres com as meninas e o James. Gostei de ter mudado. Mas não adiantou muita coisa. Tirar lixo não é mudar nem um pouco.
- Vai sujar sua roupa – alguém disse perto de mim e quase gritei, se não fosse pela pessoa ter tapado minha boca. – Sou eu, Lene – só então reconheci a voz do Sirius.
- Pelo amor de Deus! Nunca mais faça isso comigo – disse, colocando o lixo na caçamba.
- Estive olhando você no jantar... As coisas mudaram bastante, hein? – Ele me olhou de cima a baixo.
- É claro, Sirius – sorri. – As pessoas de vez quando tem que mudar.
- Para pior?
- Não mudei para pior – fingi um certo ultraje na minha voz.
- Discordo totalmente. Ficou muito pior agora evitar olhar pra você – aíí, ele me beijou. OH MEU DEUS!
; Banheiro feminino da escola.
- Prontinho – a Irmã Charlotte abriu o armário com material de limpeza para nós. – Já sabem o que devem fazer. Limpar as pias, os vasos, o chão e deem uma limpadinha no espelho também. Tudo que precisam está aí dentro. Eu vou ficar do lado de fora da porta, nem pensem em fugir – ela disse e saiu do banheiro.
- Eu não acredito nisso – Lily murmurou, olhando para o armário aberto. – Ela precisava ter passado um castigo assim? Agora eu vou ter que ficar limpando banheiro de escola!? Tenha dó, né? – Ela reclamou, meio que falando sozinha.
- Vamos, Lil. Pára de enrolar. Eu limpo os vasos, satisfeita?
- Bastante. Só de pensar em botar a mão naquilo... – Ela olhou para o vaso e estremeceu. – Eu limpo o chão.
- Depois limpamos as pias e o espelho.
- Mãos à obra – ela pegou os produtos e começou a limpeza, assim como eu.
Ficamos mais ou menos meia hora em silêncio. Até quando saí de um Box e olhei para a Lily. Ela tinha deixado a vassoura de lado e estava ajoelhada, limpando o chão. O vestido curto estava todo molhado e grudado no corpo e uma alça estava caída. Respirei bem fundo para me controlar.
- O que está olhando, Potter? – Ela parou de limpar e me olhou sorrindo.
- Hãã. Nada – sorri sem graça.
- Você é péssimo em mentiras. Será que vou ter que tomar a atitude pela segunda vez no dia? – Ela mordeu o lábio, me provocando. Meu Deus, isso não vai terminar bem.
- Acho que não tem necessidade disso – eu larguei o que tinha na minha mão e a puxei.
Bom, acho que não preciso dizer que no estante seguindo já estávamos nos amassando – não posso dizer que estávamos nos beijando, era meio intenso e confuso demais – no banheiro da escola. Ela já tinha tirado a minha blusa. Consegui tirar o vestido dela e... UAU! Ela realmente tinha um corpaço.
- Está me deixando sem graça, Potter – ela sorriu, quando eu parei de beijá-la para olhar pro corpo dela.
- Não seja por isso, eu paro de olhar – voltei a beijá-la.
Admito, estava muito excitado. Eu nunca tinha me sentido assim e era estranho e bom ao mesmo tempo – confuso, eu sei. Quando olhava para a Lily, tinha a impressão de algo um pouco mais delicado. E agora, com ela em meus braços, ela não era tão delicada assim. Às vezes, parava de me beijar para morder minha orelha ou algo do tipo e, para me deixar mais excitado ainda, passava a unha nas minhas costas, me arranhando. Isso é um modo beem estranho de se excitar, mas enfim.
As mãos dela foram direto para o fecho da minha calça e eu não a impedi de abrir. Pronto, agora éramos nós dois só de roupas íntimas. A coisa mais constrangedora veio a seguir. Estava puxando ela, quando escorreguei no chão molhado e nós dois caímos no chão. Bom, eu caí no chão e amorteci a queda dela, já que ela acabou ficando em cima de mim.
- Meu Deus, James – ela murmurou. – Machucou?
- Não – eu ri. – Só eu mesmo pra pagar esses micos – disse olhando-a. Passei a mão pelo rosto dela e quando ia beijá-la novamente, ela me empurrou. – O que houve?
- Não é só você que pode deixar pra próxima, Potter – ela sorriu e levantou. – Vamos terminar de limpar isso – ela colocou o vestido molhado e continuou a limpar o chão.
Terminamos de limpar todo o banheiro, guardamos as coisas e saímos. Irmã Charlotte, como dissera, estava sentada do lado de fora da porta. Levantou na mesma hora que nos viu. Nos olhou confusa. A Lily estava com o vestido ensopado e minhas roupas não estavam lá muito secas.
- Vocês estão todos molhados só por lavar o banheiro? – E por quase transar, completei mentalmente.
- Sim, Irmã – assenti.
- Podem ir, já passa das oito e vocês devem ir dormir.
- Boa noite – dissemos juntos e saímos. Fomos caminhando até a porta do dormitório feminino.
- A gente se vê – sorri.
- Boa noite – Lily, como sempre, beijou metade da minha boca e entrou.
; Fundos da cozinha da escola.
- É claro, Sirius – ela sorriu. – As pessoas de vez quando tem que mudar.
- Para pior?
- Não mudei para pior – ela disse com ultraje.
- Discordo totalmente. Ficou muito pior agora evitar olhar pra você – disse e a beijei.
De início ela pareceu um pouco assustada com minha reação, mas pouco tempo depois se deixou levar. Tinha pensado muito a respeito da Lene e tudo mais e decidi que agora faria o que eu quisesse. E eu realmente queria beijá-la. Não sabia se ela aceitaria, mas não custava nada tentar.
Eu a apertava contra meu corpo e ela puxava um pouco meu cabelo, me deixando bem animadinho. Pra uma pessoa que sempre admitiu nunca ter beijado antes, a Lene tinha um ótimo beijo. Ela parou de me beijar e me olhou.
- Você é maluco? – eu não esperava por essa reação.
- É óbvio que não! Por que a pergunta?
- Me beijar? Aqui?
- Algo errado com isso?
- Não, mas...
- Sabia que você iria dar pra trás – virei para sair e ela me segurou.
- Sirius, deixe de ser idiota – ela disse.
- Você é confusa. Uma hora me chama de maluco por beijá-la, depois me chama de idiota por não beijá-la. Decida-se!
- Eu disse que era maluco por meu beijar aqui nesse lugar fedido – ela fez cara de nojo – não por me beijar.
- Então você gostou?
- É claro, Sirius – ela sorriu e eu a beijei de novo.
- Pode ir parando por aí – ela me empurrou. – Tenho um castigo a cumprir e pretendo terminar logo.
- Diz que não pode continuar.
- Vou dar meu jeito – ela piscou e entrou. Sentei num banco que tinha perto dali. Alguns minutos depois ela voltou sorrindo.
- Prontinho. Eu disse que não estava me sentindo bem, que o cheiro do lixo tinha me enjoado – ela fez uma careta. – Onde estávamos mesmo? – Ela sorriu e eu a puxei.
Ela se sentou no meu colo, com as duas pernas passando pela minha cintura e voltamos a nos beijar. Eu já estava a ponto de tirar a blusa dela, mas quando coloquei minha mão para puxar, ela me segurou.
- Nem pense nisso, Black – ela sussurrou, com a boca encostada a minha. Ela tinha gosto de laranja.
- Tudo bem, desculpe.
Meia hora depois, ela disse que tinha que ir embora. Andamos em silêncio até o dormitório feminino. Cada um tentando recobrar seu fôlego – estava totalmente sem ar – e pensando no que havia acontecido. Paramos na porta e ela me olhou.
- Boa noite, Black. A gente se esbarra – ela deu uma piscada e entrou.
Quando fui para o dormitório masculino, vi James sentado num banco do lado de fora. Estava olhando para o chão, meio pensativo. Fui até ele e sentei.
- Hei cara – sorri. – Soube que ficou de castigo – comecei a rir e ele também.
- Isso é que dar ir à onda das garotas. Mas tudo bem valeu a pena.
- Valeu é? O que aconteceu em Londres, hein senhor Potter?
- Hm, algo envolvendo: James Potter, Lily Evans, um provador de loja e um lingerie bem provocante – ele sorriu.
- Vocês transaram?
- É óbvio que não.
- E agora, no castigo?
- Por muito pouco – ele olhou pra baixo, sem graça. – Me sinto um idiota. Quando ia acontecer, eu escorreguei no piso molhado e caí – Ok, não consegui aguentar e comecei a rir. – Ridículo – ele murmurou.
- Ah, desculpa – disse ainda rindo. – Escorregar é sacanagem James!
- Pior é você, que quer se enroscar com a Lene e não faz nada – ele me olhou ameaçador e eu parei de rir.
- Eu estava com ela – sorri e ele me olhou assustado. – Qual é, você não é o único que pode aproveitar os castigos, ‘tá?
- Se é que isso é castigo.
- É – sorri. Definitivamente não foi um simples castigo esse.
; Quarto no dormitório feminino.
- VOCÊS O QUE?! – Perguntei – OK eu gritei – pra Lily.
- Qual é, Emme. Foram só uns beijos. Uns beijos beem quentes – ela sorriu enquanto a Lene entrava no quarto sorrindo.
- Beijos quentes? Também teve um bom castigo Lil? – Ela se jogou na cama, sorridente.
- Pensei que você estivesse se sentindo mal – a olhei confusa.
- Claro, claro. Estou com falta de ar.
- Mas você não estava enjoada?
- Nãão. Isso foi só uma desculpa.
- E a falta de ar é porque... – a Lily quis saber.
- Porque não foi só a senhorita que ficou de agarramento essa noite. James Potter, Lily? Sabia que você iria ceder – ela riu.
- Preciso adivinhar que você ficou se agarrando com o Black? – Lily riu.
- Vocês são doidas, sabia? – Perguntei, olhando para as duas.
- Só curtimos a vida – a Lene riu, olhando para o teto.
- Vocês viram o Remo?
- Não. Ele anda meio estranho, né? Nem apareceu pra jantar... – Lily pareceu pensativa, mas depois sorriu.
- Eu vou dormir – disse um pouco fria e deitei na minha cama. Alguns minutos de silêncio, Lene finalmente falou alguma coisa.
- Você acha que ela ficou chateada? – Ela sussurrou e era impossível não perceber que falavam de mim.
- Ora, por que? Só por que estamos felizes? Acho que isso não faz bem o gênero da Emme.
- Não, não por isso. Talvez por que nós estamos meio que nos acertando e o ela ainda nem viu o Remo direito depois do que aconteceu ontem – era estranho perceber isso, mas tudo tinha acontecido em apenas um fim de semana. Minha mudança, o Remo não me reconhecendo, Lene mudando, fuga pra Londres, castigo... Como um fim de semana pode durar, não?
- Lene, isso não é nossa culpa. Eu já fiz o tinha pra fazer, dei um banho de loja, ensinei um monte de coisas. Você deu a maior força, nós duas demos. Agora é a vez dela. Ela tem que fazer alguma coisa pra se ajudar.
- É, agora é com ela mesmo – mais minutos de silêncio.
- Gostou do castigo, Lene?
- Castigo? Que castigo? – Então elas duas riram e tudo ficou em silêncio. Dormi pensando no Remo.
n/a: a pedido da Anne Malfoy, em homenagem ao 100º comentário, ‘tá aí o capítulo 8 :D gente viram as mudanças no FeB? Eu, particularmente, estou amando. Fiquei meio frustrada por não conseguir colocar uma foto no meu cadastro, mas depois consigo ;) BJS BJS, amo vocês ♥
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