Metropolitan’s party.
: Lily Evans narrando.
: Metropolitan Museum
Caminhei calmamente em direção ao bar. Algumas pessoas vieram falar comigo, mas logo foram embora. Ainda bem. Sentei naqueles bancos altos e desconfortáveis de bar e pedi um Martini. Enquanto observava a festa, um cara veio e se sentou ao meu lado. Ele era até bonito e de tanto que ele olhava, decidi puxar assunto.
- Olá – sorri.
- Oi – ele sorriu também. – Tu é a filha da coroa que tá fazendo essa festança, né? – Ótimo, adoro gírias. Quase revirei os olhos, mas me contive.
- É, é a minha mãe que está promovendo essa festa – dei outro sorriso, dessa vez falso.
- Pô, cara! Aí, me amarrei nessas paradas de festinha de museu. Puts, museu é um pé no saco, mas as festas são até show de bola – se ele continuar falando assim, eu não respondo pelos meus atos.
- É, são sim. Com licença que vou falar com a minha mãe – sorriso falso novamente. Peguei meu Martini e saí de perto do bar.
Caminhei entre as pessoas até chegar ao outro lado do salão. Recostei na parede e devolvi a taça vazia a um garçom que passara. Eu precisava fazer alguma coisa para sair desse lugar.
- Olá – um homem me cumprimentou, segurando duas taças de champanhe.
- Olá – sorri maliciosamente.
- Aceita? – Ele me ofereceu a taça.
- Por que não? – Sorri e peguei.
- Você é filha da Elisabeth? – Bom, pelo menos ele sabia falar e conhecia minha mãe – ou pelo menos o nome dela.
- Sou sim. Lily, prazer – sorri.
- Sou Louis, trabalho na empresa do seu pai em Paris.
- Ah, que bom – ele riu.
Ficamos algum tempo conversando e admito, já estava um pouco bêbada depois da sexta taça de Martini. Já não conversávamos como as outras pessoas. Ele já sussurrava no meu ouvido e aproveitava para beijar meu pescoço, me causando arrepios.
De repente, ele agarrou minha cintura e me prensou contra a parede. Ele beijava meu pescoço e eu reprimia um gemido – não podia gemer em uma festa! – então depois ele me beijou. Não era nem de longe parecido com os beijos daqueles garotos da escola. Era um beijo experiente. Sua mão percorria minhas costas nuas e a outra segurava delicadamente minha nuca.
Se continuássemos assim, daqui a pouco estaríamos em um motel. O que não seria tão ruim, pois teria saído dessa festa e ainda estaria com alguém. Sorri com a idéia e interrompi o beijo.
- O que foi? – Ele sussurrou no meu ouvido. – Ousado demais?
- De menos até– sorri, mordiscando o lóbulo da orelha dele. – Que tal sairmos daqui, hein?
- Não posso, mas queria.– ele riu e se soltou de mim. – A festa é da empresa, tenho que ficar.
- Não precisa – fiz voz de impaciente. – Vamos sair.
- Não, Lily. Tenho que ficar – ele riu e pegou mais duas taças de champanhe de uma bandeja. Entregou-me uma.
- Que saco – murmurei e ele riu mais ainda. Estava óbvio que ele também estava bêbado.
De repente, as luzes do salão se apagaram. Antes que as pessoas pudessem reclamar de alguma coisa, várias luzes coloridas começaram a piscar e uma música meio eletrônica começou. Não estava tão alta, mas o suficiente para me arrastar pra pista. Junto com Louis.
Meu corpo balançava no ritmo da música e Louis tentava me acompanhar desajeitado. Ríamos feito duas crianças. Rezei para que meus pais não estivessem perto. Eles sabem como eu sou, mas os funcionários da empresa são proibidos.
A música eletrônica já tocava a um bom tempo e eu já começava a ficar tonta e alegre demais. Louis ainda dançava e não parecia estar num estado muito diferente do meu. Algumas pessoas já tinham saído da pista e agora estavam, principalmente, no bar.
- Preste atenção – disse no ouvido do Louis e corri em direção ao bar.
Com um pouco de dificuldade, subi no balcão de madeira do bar. Várias pessoas que estavam em volta pararam de conversar para me olhar. Louis estava parado, sorrindo para mim. O DJ me viu e logo colocou uma música do estilo de Gimme More e comecei a abrir o zíper do meu vestido. Um sorriso malicioso tomava conta do meu rosto.
Senti o tecido suave descendo pelo meu corpo e caindo no chão do balcão. Estava só com de lingerie e salto. Comecei a dançar em cima do balcão. A única coisa que faltava ali era aqueles canos de boate de stripp. Sentei no balcão e abri um pouco minhas pernas, sorrindo para Louis. Ele se aproximou e passei minhas pernas por sua cintura e o beijei. Então senti o Louis sendo puxado e quando abri os olhos, vi dois seguranças do meu pai puxando meus braços.
- ME SOLTA! – Gritei, mas não adiantou nada.
Quando percebi, as luzes tinham sido acessas e todos me olhavam. Vi minha mãe num canto olhando com tristeza para mim e meu pai dava uma bronca em Louis. Um segurança jogou um casaco em cima de mim. Eles foram me carregando até a limusine que já me esperava na porta do museu. Assim que deitei no banco, adormeci.
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Acordei de repente, levantando rápido da cama. Parecia que mil bombas nucleares tinham acabado de explodir ao mesmo tempo na minha cabeça. Caí de novo no travesseiro. Gemi. Odeio ficar de ressaca.
- Bom dia, senhorita – ouvi a voz de Colen, nossa empregada.
- Não diga uma palavra – gemi, cobrindo meu rosto com o edredom.
- Não direi. Seu café está aqui, junto com o jornal.
- Não leio jornal – disse com a voz abafada.
- Ah, se eu fosse a senhorita eu leria a coluna social – levantei de uma vez só.
- E por que você diz isso? – Minha voz saiu histérica. Minha cabeça explodia ainda mais.
- Dê uma lida, depois tome um banho e enfrente sua mãe – ela disse e saiu do quarto.
Peguei o New York Times que estava ao lado da bandeja de café e abri direto na coluna social, rasgando boa parte das outras páginas com meu nervosismo. Tinha uma foto enorme minha, só de lingerie e uma outra menor beijando Louis com a legenda: “Peixes mais velhos, senhorita Evans?”. Senti meu rosto pegar foto. Minha mãe deve estar me esperando na sala com uma faca preste a me matar.
Li a coluna toda e só dizia coisas ruins a respeito de mim. Dizia para minha mãe se cuidar se não poderia em breve abrir um bordel ou quem sabe trabalhar em um. Dessa vez eles pegaram muito pesado. Admito que exagerei um pouquinho, mas precisa falar isso? Larguei o jornal em cima da cama e decidi tomar um banho. Nada melhor do que um belo banho quente que relaxar. Saí do chuveiro e entrei no closet.
- O QUE ACONTECEU? – Gritei para o meu closet totalmente vazio.
Abri a porta do meu quarto e corri para sala. Minha mãe estava sentada na poltrona e meu pai em pé, preparando um uísque no bar. Próximo à porta do elevador tinha umas 10 malas de viagem, que reconheci sendo todas minhas.
- Mas o que é isso? – Apontei para as malas.
- Isso são as suas coisas – meu pai respondeu e minha mãe abaixou a cabeça.
- O que está acontecendo? – Cruzei os braços.
- Você passou dos limites, Lily – minha mãe se levantou. – Você acabou com a festa, manchou a imagem da empresa e da nossa família - era incrível como a voz fria da minha mãe conseguia me causar medo.
- Eu disse para você que não queria estar ali.
- Isso não era motivo para você ter feito o que fez. E ainda beijar o Louis!
- Mãe, ele também me beijou.
- Ele foi demitido – meu pai disse indiferente, tomando um gole do uísque.
- ELE FOI O QUE? Ele não tem culpa, estávamos bêbados!
- Não ponha a culpa na bebida por suas atitudes, Lily – ele disse. – Nós todos sabemos muito bem como você é – ele quis dizer “Filha, sabemos que você é uma puta”.
- Ah, e agora estão me mandando para fora de casa? Vou morar aonde?
- Você vai para Inglaterra, Lil – minha mãe disse. – Precisa ficar um tempo longe de NY – quase sorri com o que minha mãe disse. Tinha sido expulsa para Inglaterra. Nada mal.
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