Capítulo 7



Diário;


Fiz um plano pra que mamãe e papai fiquem juntos novamente. Nesse momento os dois estão trancados no armário do corredor, e eu só vou abrir amanha.


Não acho que eles estejam com suas varinhas, mas de qualquer forma foram os elfos que fecharam a porta, então mesmo se estiverem eles não vão conseguir abrir.


Mamãe me falou tudo sobre os elfos e como eles tem uma magia poderosa, é até estranho que sirvam aos bruxos, mas se fazem isso é obvio que gostam dessa vida.


Vou cruzar os dedos pra que eles voltem a ficar juntos e eu não tenha um castigo muito grande.


 


Draco desamarrou Hermione com cuidado, os pulsos dela tinham ficado vermelhos, em seguida tentou abrir a porta, mas estava trancada, tentou um feitiço, mas isso também não surtiu efeito... pelo jeito sua filha era uma pestinha.


 


-Você está com a sua varinha? – ele perguntou pra Hermione, que acenou negativamente – Ótimo, não queremos você tentando explodir a porta...


-Você ainda lembra disso... – Hermione sorriu, ele a havia protegido nesse dia, e acabara se machucando, ela sorriu ternamente – Eu...me desculpe...


-Está um pouco atrasada, não? – ele sorriu e acariciou o rosto dela, viu a respiração da castanha falhar, Hermione ainda era sua, sempre seria.


-Draco, eu... – Hermione respirou fundo, e então se afastou, o que estava prestes a dizer? “sinto muito por ter ido”? Sentia, mas era tarde agora, ela apertou os olhos pra conter as lagrimas e deu um risinho falso – Acho que Jenny é parecida demais com você...


- Ah.. com certeza, ela linda, muito esperta, conquista todos, até os elfos domésticos fazem o que quer. – Draco riu enquanto acariciava o pescoço de Hermione, ela estava ficando nervosa, e não tinha pra onde fugir agora.


- Na verdade...na verdade eu estava pensando – ela deu um pequeno gemido e então se afastou mais - estava pensando na parte manipuladora, porque nós dois sabemos que ela chantageou os elfos.


-Eu admito, essa parte é minha mesmo – ele voltou a se aproximar de Hermione, deixando o rosto bem próximo e colocando a mão em sua cintura – Mas a inteligência veio de você, então é meio culpada por estarmos aqui – ele sorriu.


-Por favor, Draco, não faça isso.


-Porque não? – ele perguntou deitando-a no chão do armário e rendendo-a com seu corpo – Porque não Hermione?


- Não brinque comigo... – ela falou ofegante – Não faça isso só porque eu não consigo dizer não.


Então ele a beijou, levantando-se um pouco colocou um feitiço pra trancar a porta por dentro, assim ninguém o atrapalharia. Precisava tocá-la, ter Hermione por perto era muito tentador, mesmo que as coisas não pudessem voltar a ser como antes, ele a teria pelo menos mais uma vez.


Ele a acariciou vagarosamente, despindo-a. Ela estava mole em seus braços, gemendo. Queria tanto sentir o toque de Draco. Ela não queria mais ninguém, jamais quis. Ela o beijou com fervor, tentando apagar a culpa por ter fugido, tentando apagar a saudade. Ela o amava, ainda o amava. Em oito anos ela não esqueceu dele, não deixou de chorar uma só noite. Draco relembrou o corpo dela, passando pela pele macia mãos e lábios. “Eu te amo”, ele queria dizer, mas havia muito tempo e muita magoa entre os dois. Ele a possuiu com carinho, ela se entregou pra ele, Draco sabia que ela nunca deixara outro tocar-lhe, Hermione permanecera só dele, e não sabia como encarar isso.


Ela estava deitada ao seu lado, sentia vontade de chorar, Draco a estava acariciando, estava mostrando a ela o que teria se não tivesse ido embora. Ela queria voltar no tempo, impedir-se de ir embora, se usasse o vira-tempo... podia impedir a si mesma. Mas não dava mais tempo, além dos riscos de uma viagem dessas, ela merecia isso por não ter confiado em Draco. Hermione entrelaçou sua mão com a de Draco, a pressão suave lembrou-a do tempo de Hogwarts, do começo do namoro. Não faria mal fingir que era assim, que ainda era aquela adolescente boba que achava que tinha vários problemas. Ela não chorou essa noite, seu coração se acalmou o passado não ia interferir mais, pelo menos não até o outro dia.


 


 


 


Diário;


Eu não sei o que deu errado!!!!


O meu plano não era perfeito?? Então porque mamãe e papai não estão nem se falando agora?


Eles pareciam estranhos de manhã quando os elfos abriram a porta. Mamãe foi para o seu quarto e papai pra cozinha, nenhum deles me procurou pra me por de castigo. Tenho que pesar em algo melhor que isso. E eu á tenho uma ideia, vai demorar um pouco pra ficar pronta, mas dessa vez tenho certeza que vai dar tudo certo.


Agora vou procurar o papai, quero passar um tempo com ele.


 


 


Hermione encontrou Draco na cozinha. Tinha que pedir algo a ele, estava de volta, e agora precisava urgentemente de seus amigos, precisava saber, além de tudo, como eles a receberiam. Rony e Harry deviam estar furiosos com ela.


-Claro que pode vê-los – a resposta dele surpreendeu Hermione – Mas esteja de volta para o jantar.


-Tudo bem. – ela sorriu pra ele, precisava pedir desculpas pelo que fez a ele no passado, e talvez, apenas talvez ter uma chance de voltarem a estar juntos – Vai conseguir cuidar de Jenny enquanto isso?


-Vou sim, vai ficar tudo bem. – ele sorriu de volta – Vou querer falar com você quando voltar.


Hermione acenou a cabeça um tanto surpresa antes de sair, talvez Draco quisesse falar sobre o que havia acontecido. Jennifer entrou na cozinha assim que Hermione saiu.


 


 


Gina abriu a porta e trancou o ar, não podia acreditar em seus olhos. Era Hermione Granger que batia em sua porta. Quando Gina a convidou para entrar ambas já estavam chorando.


-Merlin!! – Gina abraçou Hermione o mais forte possível – Não acredito que estou te vendo de novo!!!


-Eu senti tanto sua falta, Gi – Hermione retribuiu o abraço, era tão bom estar de volta – Eu ainda nem acredito nisso!!!


-Como sabia que eu estava aqui, Mione? – Ela passou as mãos pelos cabelos, ainda não tinha certeza que tudo não era uma miragem – Nossa...vamos, desembucha – Gina empurrou Hermione pra que sentasse no sofá – Você tem muito pra explicar e eu tenho ótimas noticias pra você.


-Eu sei!!! – Hermione quase caiu do sfá de tão feliz – acabei de vir da casa dos seus pais! Eles contaram que casou com Harry, e tem um filho! Estou tão feliz por você, Gi!!


-É incrível, não é?! – Gina sorriu – Já viu Rony e Luna?


-Não, ainda não. – Hermione estava tão feliz, fazia tempo que não se sentia assim – Quero ir lá ainda hoje.


-Claro, vamos assim que Harry chegar – Gina apertou a mão da castanha – Eles vão ficar tão contentes.


-Ah, Gina...você tem que conhecer minha filha Jenny!!! Ela é tão parecida com Draco...


-Quero que conheça o Tiago também, ele está dormindo lá em cima...quer dar uma espiada?


Claro que Hermione queria, o filho de Gina era lindo. Era igual a Harry, pequeno de cabelos pretos e rebeldes. Ele tinha acabado de completar quatro anos, e estava tirando a soneca da tarde, mas Hermione sabia que os olhos dele eram idênticos aos de Gina.


-Ele é tão lindo, Gina!


-Eu sei – ela disse rindo – Agora Hermione, nós vamos descer, tenho algo eu quero falar com você antes que Harry chegue.


Ela sabia qual era o assunto, só podia ser uma coisa, e pra ser sincera Hermione queria falar sobre Draco, se não falasse ficaria louca.


-Mi...você já viu o Draco?


-Já...Foi ele que me achou, Gi – Ela não sentiu que iria chorar, por isso as lágrimas foram uma surpresa – Eu sinto tanto...eu fiz tudo errado...Por quê? Eu não entendo por que eu fui embora.


-Mione...- Gina a abraçou – Eu devia ter te impedido, devia ter feito algo, a culpa também é minha.


-Eu ainda o amo.


-Eu sei, ele também te ama, ele te procurou por todos esses anos...- Gina suspirou, ela adorava Draco e Hermione como casal, o tempo nunca mudaria isso - as coisas vão se ajeitar pra vocês aos poucos pra vocês.


-Mas não vai votar a ser como antes. – Hermione suspirou, secando as lágrimas – Eu não sei, o mundo parece estar desmoronando... Estou sentindo tanta coisa ao mesmo tempo...


-Eu imagino... – Gina olhou para Hermione, como se esta fosse uma criança – Tente não ficar apenas lembrando o passado, está bem? Você tem que decidir o que quer agora.


-Eu sei.


 


 


 


 


 


Diário;


Não vai acreditar no que e fiz, eu e papai estávamos andando pela casa, e estávamos conversando, sabe, sobre várias coisas, porque nós não sabemos muito um sobre o outro...Então eu acidentalmente o chamei de papai.


Papai parou de caminhar assim que ouviu o que eu disse, e eu me virei assim que percebi o que tinha feito.


Hermione te contou?” ele disse, eu respondi que não, que descobri sozinha, assim que o vi, porque nós erámos muito parecidos.


Você realmente é esperta como sua mãe”, ele sorriu pra mim, perguntou se podia abraçar a filha, foi a primeira vez que ele me chamou assim, meu coração ficou pequenininho, pequenininho. Aí eu abracei ele bem apertado.


Ele me mostrou boa parte da mansão, e explicando algumas coisas sobre a família, enquanto me levava nos ombros.


Eu pude chama-lo de papai o dia inteirinho, ele tem que ficar com a mamãe, aí nós vamos ficar juntos pra sempre.


Papai também falou sobre isso, ele explicou que mesmo que não fique com a mamãe, continua sendo meu pai. Mas eu também quero que eles fiquem juntos pra que a mamãe fique feliz. Eu sei que eles se gostam.


 


Harry chegou em casa e viu Hermione, ele nunca soube descrever o que sentiu naquele momento, não houve um dia em que ele ou Rony não pensassem nela, tentavam ajudar Malfoy com a investigação e sempre pediam informações. Tinham sentido raiva no começo, depois desespero e preocupação... Até que tudo foi substituído pela resignação de que jamais iria vê-la novamente, embora mantivessem a esperança acesa. Ele a abraçou o mais forte que podia, falando coisas sem nexo, e tudo que ela conseguia entender era “senti sua falta”, enquanto chorava desesperadamente. Harry se perguntou pela primeira vez em muitos anos se Draco poderia amar Hermione mais do que ele e Rony a amavam, pois Draco jamais se resignou, Malfoy sentiu preocupação, desespero e raiva durante todo o tempo. Se as diferenças entre os dois já não tivessem sido enterradas, isso bastaria pra que Harry o aceitasse, Malfoy amava Hermione.


-Harry...- Gina interrompeu, e ela já estava quase chorando novamente – Vamos ver Rony e Luna...


-Claro –Harry sacudiu a cabeça, era tão surreal Hermione estar ali – Mione...sinto que se eu virar pro lado um segundo você vai desaparecer!


-Eu não vou – respondeu enquanto sorria pra ele – Eu nunca mais vou sumir.


 


Os três aparataram na frente da casa de Rony e Luna, foi Luna que atendeu a porta, seus olhos azuis arregalados mais que o normal quando viu Hermione, então se atirou no pescoço da morena.


-Oh, Merlin! Temos muito que conversar!!! – ela deu pequenos gritinhos de alegria enquanto puxava a castanha pela mão. – Rony!!!


Rony desceu as escadas correndo, assim que viu Hermione ele parou, tentando lembrar de como se respirava. Ele andou bem devagar até ela.


-Como você ousa me deixar desse jeito? – ele perguntou sacudindo-a pelos braços. – Como pode fazer isso comigo?! – então ele a abraçou, desesperado.


-Rony, me perdoa, pelo amor de Merlin – ela o abraçou de novo – Eu me odeio pelo que fiz- ela soltou-se dos braços dele por um breve momento – o que fiz com todos vocês.


-Nós te amamos, Mione – ele disse, puxando-a de volta – Perdoamos você e entendemos você, é isso que os amigos fazem, não?


-Senti tanta falta de vocês...


 


 


 


Hermione chegou à casa na hora combinada, depois que jantaram e colocaram Jenny para dormir, Draco e Hermione foram conversar no quarto dele. Draco tinha planejado conversar sobre a noite que passaram juntos, dizer que tinham que ficar juntos novamente. Mas quando ouviu Jenny chama-lo de pai, ao mesmo tempo que sentiu seu coração transbordar de felicidade, sentiu raiva de Hermione por ter lhe privado disso por tanto tempo.


-Hermione, Jenny sabe que é minha filha. – Draco falou calmamente, mas a garota ficou tão pálida que ele pensou que ela fosse desmaiar.


-Vo...Você contou?


-Não, ela disse que descobriu sozinha, assim que me viu.


-Oh, Merlin...ela está brava comigo? – ela passou as mãos no cabelo, não podia perder sua filhinha.


-Não, ela é muito mais madura do que você, aparentemente.


Hermione baixou o rosto reconhecendo a verdade daquilo, sabia que tinha sido muito imatura ao deixá-lo, e que isso o tinha marcado profundamente.

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