Only





It Won't Be Like This For Long





It Won't Be Like This For Long by Doods Duck xD




".father's be good to your daughters
daughters will love you like you do" Daughters - John Mayer







”He didn’t have to wake up
He'd been up all night
Laying there in bed listening
To his new born baby cry
He makes a pot of coffee
He splashes water on his face
His wife gives him a kiss and says
It gonna be OK”


”Ele não teve que acordar
Ficou acordado a noite inteira
Deitado na cama ouvindo
O novo bebê dele chorar
Ele faz um jarro de café
Joga água no seu rosto
Sua esposa dá á ele um beijo e diz
Que tudo ficará bem”


Você acordou com o primeiro grito agudo um tanto assustado. Deu um salto da cama e sentiu a mão suave de sua mulher em seu ombro, acalmando seu pobre coração já aos saltos.

-É só Lílian, meu bem. Eu vou lá – Ela disse e beijou seu rosto, levantando-se da cama para ir fazer seu mais novo bebê dormir. Você então arregalou os olhos e deitou-se de novo, sonolento. Não conseguiu dormir. A pequena Lílian insistia em permanecer acordada, por mais que você ouvisse a sua esposa cantar e acalmar o bebê recém-nascido.

Aquele chorinho doía o seu coração. Nunca gostara de ouvir Petúnia chorar, e também não gostava de ouvir Lílian. Sabia que era normal para os bebês, mas não te parecia justo ver as suas duas princesas, os tesouros de sua vida, tão novas e puras, verterem lágrimas como se estivessem em grande sofrimento. Quando você conseguiu pregar os olhos imediatamente o despertador tocou, e você teve que se levantar para ir trabalhar.

Foi ao banheiro, jogou água no rosto, foi á cozinha e preparou o café de Petúnia. Subiu novamente para o quarto da filha mais velha e acordou-a pacientemente com palavras suaves e carinhos. Então voltou para a cozinha e Martha já estava lá, beijando o rosto de Petúnia enquanto pegava uma grande caneca do café.

-Você não prega o olho mesmo, heim amor? – Ela perguntou com olheiras bastantes visíveis sob os olhos e um sorriso cansado no rosto. Martha nunca te pareceu tão linda. – Não se preocupe, logo isso passa e ela não vai mais acordar de noite – Ela disse e te beijou, indo verificar a pequena mais uma vez. Então você olhou para Petúnia, já grandinha comendo seu cereal, e teve medo. Tudo estava passando rápido demais, e você parecia parado no tempo.

Parado no tempo enquanto suas menininhas cresciam.

”It wont be like this for long
One day soon we'll look back laugh'n
At the week we brought her home
This phase is gonna fly by
So baby just hold on
It wont be like this for long”


”Isso não sera assim por muito tempo
Um dia brevemente iremos olhar para trás rindo
Da semana em que trouxemos ela para casa
Essa fase vai voar rápido
Então amor, agüente firme
Isso não será assim por muito tempo”


-E Lílian? – Você chegou em casa perguntando, afrouxando a gravata enquanto limpava os pés no tapete de ‘boas vindas’. Passara o dia inteiro fora, queria ver suas meninas, mas estava sentindo falta mesmo era do choro fininho da garotinha.

-Está dormindo – Martha declarou e você ficou boquiaberto. Ela riu. – Nossas meninas estão crescendo, Sean. Petúnia leu um livrinho para Lílian e as duas estão lá dormindo juntas. Nem tive coragem de separá-las. Parece que foi ontem que trouxemos um bebê barulhento da maternidade – A mulher disse terminando de lavar a louça do jantar das duas pequenas.

Você deu um leve beijo no rosto de sua mulher e subiu as escadas, pretendendo tomar um banho para ir jantar. Mas alguma força inexplicável te parou na frente do quarto de Lily, e você abriu a porta e entrou silenciosamente. Se aproximou da cama e viu suas duas princesas, seus dois tesouros dormindo juntas na cama, abraçadas. Seus amores. Você sentiu falta da ausência de tranqüilidade de quando elas choravam e faziam barulho durante o jantar, querendo ficar acordadas até tarde sem nunca conseguirem.

Você tomou o seu banho no silêncio, e com o mesmo silêncio jantou. Quando você voltou para o seu quarto, viu que sua esposa adormecera sentada na cama. Ela estava cansada, claro, cuidando de duas pequenas meninas durante o dia todo. Ela era um anjo em sua vida. Você apagou o abajur do lado dela, foi ao banheiro escovar os dentes e se deitou, pensando que estava trabalhando demais. Estava perdendo a vida das pessoas que mais amava. Estava ficando ausente com tanto trabalho.

As memórias felizes que você poderia ter escavam escapando por entre os seus dedos. E você nem sabia disso.

”Four years later bout four thirty
She's crawling in their bed
And when he drops her off at preschool
She's clinging to his leg
The teacher peels her off of him
He says what can I do
She says now don’t you worry
This will only last a week or two”


”Quatro anos depois lá para as quarto e meia
Ela está rastejando na cama deles
E quando ele a deixa na escola
Ela está agarrada em sua perna
A professora desgruda-a dele
Ele pergunta ‘o que eu posso fazer?’
Ela diz ‘agora não se preocupe
Isso vai durar apenas uma semana ou duas”


-Lily meu bem, o que houve? – A voz da sua esposa te acordou e você levantou o rosto apenas para ver a pequena menina ruiva segurando um urso nas mãos, com um dedo na boca, de quatro em sua cama.

-Tive um pesadelo, mamã – Ela disse e a Martha foi até lá, tomando a garotinha carinhosamente nos braços.

-Quer dormir aqui com a mamãe e com o papai? – A pequena fez que sim com a cabeça e sua esposa pôs a pequena ruiva entre vocês, abraçada á ela. Você girou algumas vezes na cama, percebendo que as duas já tinham dormido, e ainda assim não conseguiu dormir. Foi até o quarto de Petúnia, vendo a pequena dormindo silenciosamente, e voltou para o seu. Aquela cena era absolutamente emocionante para você, e você espantou uma lágrima como fez quando acordou com Petúnia abraçada á você de manhã cedo. Deitou-se de novo sem se lembrar que o dia seguinte era o primeiro dia de aula da mais nova ‘membra’ da família.

-Mas mamã, eu não quero ir! – Ela disse enquanto você a prendia na cadeirinha-suporte do carro ao lado de Petúnia. As lágrimas dela fizeram o seu coração apertar, mas a sua esposa estava irredutível.

-Eu sei, meu amor. Mas nem sempre agente faz o que quer, não é? Você vai conhecer um monte de crianças e vai brincar com todas elas. Vai ser divertido! – A mulher foi acalmando a pequena ruiva, e deu um beijo em sua testa, fechando a porta do carro. Petúnia então tomou as rédeas da situação, já que sabia que você não sabia lidar com as lágrimas, e começou a fazer caretas para que Lílian risse.

Vocês chegaram na escolinha com o sinal já prestes á bater. Você deu um beijo estalado em Petúnia, e logo esta estava correndo pelo pátio para encontrar seus amiguinhos. Mas Lílian, turrona, estava de braços cruzados na cadeirinha-suporte do carro, fazendo bico de novo.

-Eu não quero ir! – Ela disse, mas você somente tirou-a dali e pegou-a no colo, desejando que ela não chorasse. Sabia que ela tinha que ir, assim como ela mesma já sabia também. Chegou na sala indicada e colocou-a na porta com a lancheira nas mãos. A professora já estava dando as boas vindas aos pequenos, e quando viu Lílian se dirigiu á ela com um sorriso doce no rosto novo.

-Olá! Qual o seu nome? Eu sou a professora Ling – A japonesa se apresentou, agachando-se cuidadosamente para chegar á altura da pequena ruiva de marias-chiquinhas. Lílian então agarrou-se á sua perna, e você não soube o que fazer. -Lily por favor, solte a perna do papai, sim? – Você pediu gentilmente, mas a sua pequena não parecia querer cooperar.

-Não se preocupe senhor, estamos acostumados com isso – A professora garantiu e tocou a pequena, avaliando o que faria. – Acontece muitas vezes, mas geralmente só dura uma semana ou duas – Ela completou desgrudando os bracinhos da sua perna e afastando-a de você.

-Venha logo, Lílian. Veja, a sala toda está querendo que você venha. Não é pessoal? – A professora pegou-a no colo e mostrou-a para a classe, que começou a fazer ruídos de aprovação. Você então deu um beijo rápido na sua pequena e foi logo embora dali. A professora se incumbiria de distraí-la.

Você entrou no carro e parou, ofegante. Olhou então para o colégio e percebeu. Jogara agora seus dois bebês no mundo, naquela escola onde sofreriam e ririam, onde aprenderiam as coisas técnicas e desaprenderiam na magia. No lugar onde elas deixariam de ser crianças. Suas crianças.

No lugar onde lentamente elas deixariam de ser suas.

”It won’t be like this for long
One day soon we'll drop her off
And she won’t even know your gone
This phase is gonna fly by
If you can just hold on
It won’t be like this for long”


”Isso não vai ser assim por muito tempo
Um dia brevemente você a deixará
E ela nem perceberá que você foi embora
Essa fase vai voar rápido
Se você puder apenas agüentar
Isso não vai ser assim por muito tempo”


-Tchau pai – Petúnia disse beijando o seu rosto, e você sorriu para a sua filha mais velha. Olhou para trás no banco suspirando, prevendo que mais uma vez seria aquele problema de sempre.

-Lílian, vamos logo para o colég... – Sua frase parou no meio ao perceber que ela não estava lá. Você imediatamente ficou alarmado e saiu do carro, procurando-a pela rua, na calçada, vasculhando todos os lugares que pôde com o olhar, até que encontrou-a no pátio. E ela segurava a mão de outra menina, e elas conversavam e sorriam.

-Eu disse que não duraria muito. Elas logo pegam amizade com alguém e começam a ter até vontade de vir para o colégio. Ela nem notará que o senhor foi embora – A professora japonesa disse de braços cruzados ao seu lado, observando também as duas pequenas. Você sentiu-se aliviado e triste ao mesmo tempo com a frase, refletindo sobre ela durante todo o caminho até o trabalho.

E Lílian realmente nem percebera que você fora embora.

”One day soon she'll be a teenager
And at times you'll think she hates him
Then he'll walk her down the isle
And he'll raise her vale
But right now she up and crying
And the truth is that he don’t mind
As he kisses her good night
And she says her prayers

He lays down there beside her
Till her eyes are finally closed
And just watching her it breaks his heart
Cause he already knows”


Um dia brevemente ela será uma adolescente
E em algumas vezes você achará que ela o odeia
Então ele caminha pela ilha dela
E ele consegue escalar o vale
Mas agora ela está lá em cima chorando
E a verdade é que ele não liga
Enquanto dá um beijo de boa-noite
E ela faz suas preces

Ele deita ao lado dela
Até que seus olhos finalmente se fecham
E só assistindo-a isso quebra seu coração
Porque ele já sabe”


-E tem o Sirius também mãe, lembra que eu disse que eu odiava ele? Descobri que ele é bem legal – Lília chegava do colégio para férias contando para a mãe, que a abraçava pelos ombros e sorria.

-E aquele menino, o tal de Potter? Mudou a sua opinião sobre ele? – Martha perguntou e Lílian imediatamente arregalou os olhos, corando. Você largou o seu jornal por alguns instantes, observando a ruiva com a caneca de café parada no ar.

-Ahm... er... ele é... bem legal também, mãe – Ela encarou os sapatos por alguns instantes e você e Martha se entreolharam. – Mãe, agora eu quero subir e... falar com Petúnia – Ela pegou a própria mala e correu lá para cima pelas escadas. A próxima coisa que você ouviu foi o barulho da porta do quarto dela se fechando.

Você lembrou de todas as cartas que a sua menina recebia desse tal de James Potter, e no monte que ela queimou. Mas, engraçado, recentemente ela não vinha mesmo fazendo isso. Você subiu as escadas perguntando-se se o tal garoto finalmente descobrira Lílian de verdade, e se conseguira escalar os vales da personalidade dela, se conseguira alcançá-la.

Não, aquilo era besteira sua. Ela ainda era muito nova para gostar de algum garoto, não era? Você viu-se errado mais uma vez ao perceber que ela não fora para o próprio quarto, mas sim para o quarto de Petúnia, e agora de lá vinham sons de soluços. Sua pequena estava chorando. Aquele som quebrava o seu coração. Você não podia ouvi-lo. Desceu rapidamente e foi trabalhar, tentando pensar em alguma outra coisa além das lágrimas de sua pequena Lílian.

Quando você voltou do trabalho, depois de jantar, foi para o quarto como de costume. Mas você ouviu um barulho estranho no quarto de Lílian, e imediatamente pegou o bastão de baseball de metal que ficava atrás da porta do seu quarto.

-Quem está aí? – Você perguntou autoritariamente, e instintivamente baixo. A porta do quarto de Lílian estava entreaberta, e um feixe de luz saía de lá, iluminando todo o corredor. Você ia entrar, mas uma força magnética, quase mágica, te parou. Então você o viu.

O garoto tinha cabelos bagunçados como o inferno, e usava óculos de aros pretos arredondados. Mas ainda assim era bonito, o infeliz. E sorria para a sua pequena como ninguém fazia. Você reconheceu o olhar dos olhos dele pois você mesmo o fazia quando olhava para Martha. Aquilo era amor. Você sacudiu a cabeça e enraiveceu-se com aquele pensamento, mas ainda assim algo te impedia de se mexer. Então você conseguiu perceber o que.

Lílian estava acordada. E sorria para o rapaz levemente. Ele se ajoelhou ao lado da cama dela e beijou-a na testa com carinho, enquanto ela se aproximava daquele canto da cama observando-o com um olhar bobo. Ele largou algo de madeira ao lado dele e ficou ali sentado acariciando os cabelos dela calmamente até que ela fechasse os olhos. Quando isso aconteceu ele sussurrou algo e beijou uma bochecha de sua menina, pegou a coisa de madeira e foi até a sacada. Você entrou no quarto e foi até a sacada para pegar o garoto, mas ele já tinha sumido.

Você se virou para Lílian e a expressão dela doeu mais do que suas lágrimas. Ela sorria. Sorria enquanto dormia. Dormia sonhando com aquele garoto, aquele que entrara no quarto dela e velara por seu sono á troco de nada. Á troco de amor, na realidade. Amor. O fato da sua menina estar apaixonada de amedrontava mais que tudo, mais que qualquer coisa no mundo. Porque aquilo iria levá-la á uma coisa, e somente uma.

E isso você não podia permitir. Não podia permitir que tirassem Lílian de você. Seu tesouro. Sua princesa.

”It won’t be like this for long
One day soon that little girl is gonna be
All grown up and gone
Yeah this phase is gonna fly by
He's trying to hold on
It won’t be like this for long
It won’t be like this for long”


”Isso não será assim por muito tempo
Um dia brevemente a garotinha será
Totalmente crescida e irá embora
Sim, essa fase irá voar rápido
Ele está tentando agüentar
Isso não será assim por muito tempo
Isso não será assim por muito tempo”


-E eu os declaro marido e mulher. O senhor já pode beijar a noiva – Você ouviu o padre da sua paróquia dizer e viu a sua menina beijar um homem. Aquele que um dia fora á sua casa no meio da noite beijar a testa dela. Mas a sua menina já não era mais uma menina, de qualquer jeito. Era uma mulher feita, linda. E absolutamente feliz nos braços de outro. Braços que não eram os seus.

-Não se preocupe, senhor Evans. Eu cuidarei de Lílian do melhor jeito que eu puder fazer. Ela era a sua princesa, mas será a minha rainha – O garoto disse pegando a sua mão respeitosamente, e você sorriu para ele, mas somente quando Martha pisou no seu pé discretamente.

-Como eles crescem rápido. – Alan Potter se aproximou de você e comentou, a esposa morena logo atrás, sorridente. – Um dia eles estão chorando e engatinhando pela casa, e no outro estão casados e prestes á nos dar netos – O homem continuou e você deu um sorriso leve para ele, indicando que iria encher mais uma vez seu copo.

Não poderia agüentar aquilo, pensou bebendo mais um gole de uísque puro sem gelo. Não agüentaria, seu coração não podia agüentar. Primeiro Petúnia e agora Lílian. Aquilo acabaria com o seu coração.

Você ficou parado no tempo e as suas meninas cresceram, você pensou quando Petúnia e Lílian trouxeram os filhos recém nascidos para você ver. E, sorte a sua, você morreu logo depois disso.
Morreu em casa, pensando no como a vida passava rápido.

Sorte a sua porque você não teria que enterrar a sua filha. Nenhum pai deveria ter de fazer isso. Mas azar seu não poder ter visto o que James Potter, o garoto que durante anos fez Lílian perder o brilho nos olhos irritada, ou que fez ela chorar, o mesmo que fez ela brilhar mais que tudo, e fez sua menina mais feliz que qualquer um poderia fazê-la. Ele te deu felicidade também. Ele te deu um neto. Um neto lindo. ‘Harry’ foi o que ele disse quando colocou a criança em seus braços, sorrindo para você. Seu segundo nome. Harry.

-Ele é... lindo – Você disse embalando a criança, sem saber que ela teria uma cicatriz na testa alguns meses depois. Sem saber que ele perderia os pais abruptamente por conta da maldade humana. Ou desumana, que fosse.

E sem saber que, o garoto que você odiou por tirar a sua Lílian de você, morreu para salvá-la. Mas de algum jeito você pôde imaginar no dia do casamento que ele faria algo assim. Pois ele a amava também, não tanto quanto você, mas amava.

E ah, como você a amava. Amava mais do que o coração poderia agüentar. Você, quando deixou com que Lílian se casasse com James Potter, soube que estava fazendo a coisa certa. Você não teve medo. Não teve medo porque ela estaria em boas mãos. Porque ela seria feliz, feliz como você mesmo foi. Tudo finalmente terminara e você estava parado no tempo.

Parado no tempo enquanto uma de suas menininhas viveria. Parado, sem saber, que uma de suas menininhas morreria.

E, de um modo ou de outro, eles estavam certos. Todos estavam.

Porque tudo aquilo realmente não durou por muito tempo.

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Em homenagem ao meu pai. Pai, eu te amo DEMAISÃO³

Doods Duck xD - 14/03/2009

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