Prisioneira
O sol batia diretamente em seu rosto, por isso Gina acordou.
A claridade a incomodava. Por um instante não sabia onde estava,mas as lembranças dos acontecimentos recentes começaram fluir em sua mente. Estava na mansão Malfoy. Que ironia. Uma Wesley na casa dos Malfoy. O que será “eles” diriam se a vissem assim agora?
- Bom dia – Narcisa entrou no quarto a trazendo de volta a realidade. – Dormiu bem? – Atrás dela um elfo domestico vinha trazendo uma bandeja – Trouxe seu café
- Eh, obrigada – Gina não sabia como agir. Estava desconcertada e confusa. Sabia que os Malfoy não eram do tipo caridoso, que acolhia pobres Wesley em sua casa. Ela sabia que havia alguma coisa por trás disso tudo.
- Como logo, pois o Lúcio virá falar com você – Gina tremeu a menção daquele nome
- Lúcio Malfoy? – Agora tinha certeza que havia alguma coisa errada. Se o próprio Lucio viria falar com ela. A coisa deveria ser realmente importante
- Sim, querida, Lúcio, o meu marido – Gina não conseguia disfarçar o seu espanto
- O que ele quer comigo? – Gina não sabia se queria a resposta para aquela pergunta
- Você saberá no momento apropriado. Agora coma – A mulher abriu as cortinas de seu quarto – Não se preocupe, ele não é tão ruim quanto aparenta ser – Ela concordou com a cabeça, mas tremia por dentro.
Sabia o que ele era. Todos sabiam.Comensal da Morte, era isso que ele era. Lúcio Malfoy era um dos seguidores mais fieis de Voldemort. Ele não era só fiel, mas também era um dos mais terríveis e temíveis. E agora ela estava na casa dele, no covil dele por melhor dizer. E ele queria lhe falar. O que seria? O que ele poderia querer de dela? Ela não tinha nada.
- Você já comeu querida? – A mulher havia entrado de novo no quarto e ela se deu conta de que nem tinha visto-a sair.
- Eu não estou com fome – Gina lutava para se controlar. Não queria demonstrar que tinha medo. Mas também como deixaria de ter? Estava na casa de seus inimigos. È verdade que até agora eles não haviam feito nada de mal, ela estava sendo muito bem tratada. Narcisa a tratava melhor do que sua própria mãe
- Mas você tem que comer, pois esta fraca e se não se alimentar direito pode fazer mal para o bebê – A garota ficou pálida. Não sabia se havia ouvido direito
- Como você sabe que estou grávida? – Ela estava mais que perplexa. Nem ao menos conseguia definiras
- Quando eu te trouxe para cá, eu chamei um curandeiro
- Entendo – Gina virou a cabeça para o outro lado. Não queria falar sobre isso. Não com ela.Apesar de tudo não confiava na mulher.
- O Lúcio já esta vindo – Foi só ela fechar a boca que o homem apareceu. Lúcio Malfoy, o temido Malfoy estava ali, vindo em sua direção
- Você sabe por que esta aqui? – Ela percebeu que ele não gostava de rodeios, ia direito ao ponto
- Não – Ela tentava não tremer.
- Você agora é minha prisioneira
- Por quê? – A pergunta foi automática. E nessa hora ela quis se bater. Porcaria. Pra que tinha aberto a boca?
- Você não é tão ingênua – Gina engoliu em seco – É possivelmente é – Ele a analisava meticulosamente – Vamos te utilizar para atrair o Potter – Gina riu – Você acha isso engraçado Srta. Wesley? – Ele não entendia o porquê daquela reação dela
- Você acha que isso vai funcionar? Acha mesmo que ele vai vim atrás de mim?
- Porque ele não viria? Todos conhecem o complexo de herói dele. – Isso era verdade. O garoto sempre queria ser o herói da história.
- Você está enganado – Ela falou baixinho
- O que disse?
- Eu disse que você está enganado. Ele não virá – O homem não disse nada, só a olhou com desprezo e saiu do quarto.
- Não espere que alguém venha por mim. Ele não virá. Ninguém virá – Gina falou para Narcisa que ainda estava no aposento
- Ele é o pai não é?
- O que? – A expressão assustada da menina respondeu aquela interrogação feita pela mulher.
- O Potter é o pai de seu bebê – Aquela não era uma pergunta
- Sim,ele é – Ela confirmou.
- Você não gostaria de me contar o que aconteceu? – Narcisa sentou-se ao lado dela.
- Porque eu deveria confiar em você?
- E porque não deveria? – Aquela pergunta martelou em sua cabeça por um instante. Realmente porque não deveria? As pessoas que confiava só a decepcionaram e a machucaram. Estava cansada de esconder a verdade. Se ela queria saber. Gina contaria.
- A historia não é muito grande e os detalhes não são importantes – Ela respirou fundo, criando coragem
- Você não precisa me contar, basta responder minhas perguntas- Ela assentiu com a cabeça - Porque você acha que o Potter não virá?
- E porque ele viria? Ele não tem nenhum motivo pra isso
- Você esta grávida de um filho dele, esse seria um bom motivo
- Não, não seria – Ela prendia as lagrimas, falar sobre aquilo doía – Ele não quer o filho. Ele queria que eu tivesse tirado o bebê
- Oh querida – Narcisa estava chocada. Não podia acreditar. Esse não era o Potter que todos conheciam – Eu estou chocada
- Eu sei, eu também fiquei, ele não é realmente quem eu acreditava que fosse
- Eu entendo. È difícil acreditar que o santo Potter faria isso – Gina riu por causa do jeito que ela havia falado.
- O Harry santo? – Ela debochou – Não mesmo.
- Mas então querida, o que você fez? – narcisa estava muito interessada naquilo tudo
- Eu disse a ele que não tiraria o meu filho e ele me disse que não era pra mim contar com ele
- Você fez o certo, um filho é a coisa mais importante que existe – E para Narcisa era mesmo. Ela não sabia o que faria se algo acontecesse ao Draco.
- Sim, eu sei,por isso mesmo que não fiz o que ele queria. Eu amo meu filho
- Oh querida coitadinha de você. Pelo menos você tem sua família – Narcisa realmente estava com pena dela. Sabia que não deveria. Mas estava.
- Família? Que família? – Ela balançava a cabeça de um lado para o outro – Eu não tenho mais família.Minha mãe me colocou para fora quando me recusei a tirar o bebê
- O que? Ela fez o que?- Atônita, a loira não acreditava no que ouvia. Molly Wesley, a doce e maravilhosa Molly, havia colocado a própria filha para fora de casa. Ela segurou o riso. Que maravilha. Aquilo era tudo que ela precisava
- Ela também queria que eu me livrasse dele. Mas eu não iria, eu não posso.Não posso – Ela agora chorava descontroladamente.
- Tudo bem querida, tudo bem – Narcisa abraçou a menina. Ela seria mais útil ao seu plano do que podia ter imaginado – Tudo vai ficar bem, eu vou cuidar de você – Gina chorava no colo da mulher. Sim, aquela sim era uma grande ironia. Nunca poderia ter imaginado que o consolo viria justamente do inimigo.Inimigo? Não. Ela não era sua inimiga. Seus inimigos eram outros e ela acabaria com eles.
Narcisa saiu do quarto. A menina havia chorado até dormir. Agora ela teria que modificar seus planos. Agora mais do que nunca Narcisa teria que ficar com ela. Um dia havia prometido se vingar de Molly Wesley e esse havia chegado. Quando encontrará a menina decidirá que iria fazer-la sofrer, tanto quanto havia sofrido.Mas seus planos mudaram. Havia se afeiçoado à garota, sempre quisera uma filha, mas Lúcio nunca havia permitido. Pois ele já tinha um herdeiro e não precisaria de uma filha. Mas o destino havia se encarregado disso. Iria cuidar da menina como se fosse sua filha, e com isso faria sua tão odiada inimiga sofrer.
Narcisa foi até o escritório.Tinha que falar com Lúcio. Ela bateu na porta e esperou
- Entre – Ela o obedeceu. Ele estava sentado em sua poltrona. Olhava para alguns papeis, desinteressado. Ele achava um tédio ter trabalhar no ministério. Mas seu trabalho tinha um propósito. E esse propósito ajudava o seu Lord.
- Lucio, temos que conversar – Ele nem ao menos levantou a cabeça para olhá-la
- Sobre? – Perguntou ainda entretido com seu trabalho
- Sobre seu plano
- O que tem ele?
- Você ira muda-lo
- E porque eu faria isso?
- Porque eu descobrir uma coisa muito importante
- O que você esta esperando? – Ele a olhava tinha com um brilho sádico em seu olhar
- A garota esta grávida
- E o que isso tem haver ? – Ele perguntou impaciente. Ela estava a jogar com ele.
- O filho é do Potter – A expressão dele se transformou
- Esplendido – Ele ria – Nada melhor poderia ter acontecido. O sucesso desse plano está garantido – Ele ainda ria
- Não, não está – Ela mantia a expressão fechada. Não queria que ele soubesse dos seus planos pessoais. Ele a olhou, estranho.
- O que você sabe e não esta me contando?
- Parece que o menino Potter não quer ser pai – Ela debochou
- Explique-se, não teste a minha paciência, pois ela é curta
- Ele não quer a criança, nem muito menos a garota. Ele não vira – Lúcio soltou um palavrão
- Você não precisa se preocupar, querido – Ela sorria
- O que tem em mente?
- Penso que temo uma aliada – Ele sorriu junto com ela. Sim, eles tinham uma aliada.
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