O Resgate de Kain
CAPITULO SEIS
O RESGATE DE KAIN
“Não!” foi a palavra que veio da boca de Julia, gritada é claro, pelo fato de Kain ter caído de uma bela altura da ponte para as árvores negras da floresta negra de Hogwarts.
- calma Julia! – disse Jack a segurando – vamos pedir ajuda logo quando chegarmos, o trem já está parando!
Os alunos que estavam presenciando a luta, não perceberam que isso era verdade, o trem já estava diminuindo a velocidade.
Numa fração de segundo, todos haviam desaparecido, como se não houvesse acontecido nada, absolutamente nada.
Julia estava completamente histérica, pisava forte pelo corredor, para entrar em sua cabine. Quando chegou lá, lembrou que já estava tudo arrumado, então só pegou a sua varinha.
- Jack, pegue a espada! – disse Julia da forma mais calma que pôde.
- é pra já – disse Jack que correu até a cabine onde ele estava com Kain.
Ele chegou lá e no meio de tanto alvoroço, já que as pessoas estavam se preparando para sair do trem, achou a espada, agora em sua bainha nova que Julia havia feito.
Quando Jack colocou o seu primeiro pé no corredor, ele percebeu que havia pisado em algo, um papel, ele subitamente olhou para baixo, e havia um bilhete. Ele se abaixou para pegar e quando ele tocou, sentiu algo estranho no papel, como se um feitiço havia sido colocado nele. Ele abriu o bilhete e lá estava escrito “ELPIZO”.
- mas que drog... – quando sua frase foi interrompida por Julia que havia pegado seu braço á força, para levá-lo para fora do trem.
Os dois saíram do trem, a noite estava escura, sem estrelas, apenas a lua e mais nada.
O ar frio fez a cabeça de Julia girar, enquanto corria junto com Jack á procura de Hagrid.
- HAGRID! – gritou Julia, o avistando de longe.
O gigante olhou de forma espantada.
- olá Julia – disse Hagrid com um sorriso no rosto.
- não temos tempo, Hagrid – disse Julia apavorada – o Kain...
- o que houve com ele? – perguntou Hagrid de forma séria.
- ele, ele, caiu do trem! – disse Julia, engolindo seco para não ter um ataque de choro ou de raiva – temos que salvá-lo!
- onde ele caiu? – perguntou Hagrid a Jack.
- mais ou menos na metade da ponte que liga Hogsmeade até aqui!
- EVANS! – gritou Hagrid – me ajude aqui!
Logo, uma figura familiar apareceu na frente deles. O mesmo Evans que havia aparecido na Floreios e Borrões.
- você? Aquele cara da Floreios? – perguntou Jack – você devia estar na mesa do corpo docente, não é?
- estou fazendo um bico por aqui – disse Evans – sim, o que houve Hagrid?
- um aluno caiu do trem – disse bem calmo e baixo.
- faz muito tempo? – perguntou aos dois alunos.
- uns quinze minutos no máximo – disse Jack.
- eu vou lá – disse Evans a eles – fiquem aqui!
Logo, alguma coisa segurou Evans, que o impediu de continuar, quando ele olhou para trás era Julia.
- FIQUEM AQUI É O CACETE! – gritou Julia – eu vou com você!
- concordo com ela, professor – disse Jack – se ela for também eu vou!
Evans olhou para os dois, olhou para Hagrid com cara de “fazer o que?”, então ele parou.
- tudo bem, mas haja o que houver, me obedeçam! – disse Evans – ficou claro?
Os dois concordaram com a cabeça. Evans olhou para Hagrid, que esse disse:
- cuidado Evans – disse Hagrid – você sabe muito bem o que há nessa floresta!
- eu sei – disse Evans – deseje-me sorte, pelos velhos tempos!
Hagrid fez um sinal que deu a entender sobre o pedido.
Então eles saíram para a floresta, correndo, em direção a escuridão.
O cheiro frio de lima passava por Kain. Sua cabeça apoiada em concreto, coisa que ele não entendia, já que ele havia caído numa floresta.
- que bela queda você vai sofrer, não é? – disse uma voz conhecida para Kain.
- você novamente – disse o garoto – por que não posso me mover?
- você está em estado de queda-livre – disse o homem – não há nada que possa fazer, apenas cair.
Kain havia se tocado que, para chegar ao chão da floresta, ele teve que cair de mais ou menos trinta metros acima do chão, o que lhe dava a sensação de ânsia e receio pela queda. Logo, ele desejava do fundo da alma que ele tivesse desmaiado no meio da queda.
- por que me trouxe aqui? – perguntou ele ao homem.
- gostaria de avisá-lo que a floresta é muito perigosa, normalmente há criaturas muito terríveis nela – disse o homem com um tom sombrio – tipo, lobisomens.
- LOBI O QUÊ? – perguntou Kain se espantando.
- agora, você deve lidar com o medo Kain – disse o homem – boa sorte e, não morra!
Ele abriu os olhos, e estava realmente caindo. Ele tentou se segurar numa árvore próxima. Ele havia conseguido por uma fração de segundo, mas a velocidade havia puxado ele com mais força, fazendo o galho se partir.
Logo, um tronco havia acertado sua barriga, o fazendo girar no meio do ar e finalmente alcançando o chão, de forma menos fatal, já que a pancada no seu estomago havia absorvido grande parte da velocidade e finalmente, caiu no chão de costas.
Quando ele abriu os olhos de novo, parecia fazer um tempo que ele havia caído. Ele não podia sentir um dos braços, talvez estivesse quebrado, ou pior, e suas pernas haviam sido totalmente machucadas, raladas, e um dos joelhos havia saído do lugar.
Quando ele percebeu todos os danos, a única coisa que ele disse foi: AAAAAAAAAAAAAAAAARGHHHHHHHHHHHHHH!
Sua cara estava completamente suja, com feridas em suas bochechas, seu olho esquerdo não queria abrir, estava doído demais e sua testa estava completamente ferida, fazendo sangue escorrer pela sua cara.
- eu preciso me levantar – disse para si mesmo.
Então, Kain tentou se erguer, quando ele chegou a levantar a sua perna para se apoiar nela, o joelho não agüentou então ele caiu de frente com sua perna por baixo de seu corpo.
Kain grunhiu de dor, era como se seu joelho tivesse quebrado em duas partes.
Ele procurou por sua varinha no chão, ela estava entre alguns galhos de árvore caídos por ali.
- tomara que funcione – disse para si mesmo – Enervate!
Quando ele pronunciou, uma imagem veio a sua cabeça, alguém familiar, então a magia remendou seu joelho, mas não completamente, ainda estava doído e deslocado.
Seu braço esquerdo estava totalmente ferido, ralado pela queda e sua mão quebrada, seu pulso estava imóvel, fazendo sua mão ficar mais maleável possível.
Ele também usou o feitiço nela, a recuperando totalmente.
- acho que agora dá para eu me levantar – falando consigo mesmo.
Então ele se levantara, apoiando sua perna direita no chão, se joelho estava doendo ainda, o jeito que ele arranjou para ir a frente era ir mancando.
Numa distância considerável dali, Evans, Jack e Julia corriam pelos bosques escuros e assustadores da floresta.
- parem – disse Evans.
Os dois pararam de forma tão súbita quanto o pedido do homem.
- o que foi? – perguntou Jack.
- não estamos sozinhos – disse Evans – vamos mais rápidos. E juntos!
Os três voltaram a correr de modo que eles ficassem perto um do outro.
- como vamos achar o Kain? – perguntou Jack.
- com isso – disse Evans mostrando um isqueiro.
- um isqueiro? – disse Julia – temos varinhas para nos guiar na escuridão, pra que precisaríamos de um isqueiro?
- este não é só um isqueiro – disse Evans – em vez de ele acender, ele apaga, por isso que eu estou mantendo suas varinhas apagadas, para que quando Kain acender a dele, o isqueiro identifique e isso nos levará até ele.
Jack e Julia se entreolharam com caras confusas.
- como você conseguiu um desses? – perguntou Julia.
- Hagrid me emprestou – respondeu – era de Dumbledore, eles sabem que eu farei um bom uso dele.
Alguns momentos depois, eles conseguiam ver um pouco da ponte.
- é aqui? – perguntou Evans.
- não, foi bem mais atrás – disse Jack – quase no começo dela.
Evans parou e ficou olhando para a ponte.
- esta ponte é recente – ele disse – no meu tempo, os trens iam direto para Hogsmeade.
- é porque o antigo trilho foi completamente destruído na batalha de Hogwarts, no fim da segunda guerra mágica – disse Jack.
- a que o Harry Potter desapareceu? – ele perguntou.
- exato – concluiu o garoto.
Evans começou a andar rápido, logo os dois foram atrás, entrando numa parte mais densa da floresta.
- sabem – disse Evans – eu creio que nosso herói, não morreu.
- e porque você acha isso? – perguntou Julia.
- porque eu me encontrei com ele – disse Evans.
Kain vinha andando no escuro, ele estava tentado a usar uma magia para acender sua varinha, mas estava meio receoso, pelo fato dele achar que havia mais alguém ali, e parecia que havia.
Alguns barulhos vinham dos arbustos, alguma coisa se movimentando bem rápido, como se fosse um... Lobo.
- droga! – Kain disse a si mesmo.
Ele tentou correr, mas caiu de joelhos no chão, e novamente ele gritou. Olhando para trás ele viu uma sombra se mexer rapidamente.
Ele se levantou e começou a avançar, de forma que lembrava correr, mas não era, era algo parecido.
Kain adentrou mais na floresta, logo, esta era bem mais escura, não deixava nem a luz da lua aparecer para iluminar.
- droga, não tem jeito – ele puxou sua varinha e disse: Lumus!
Logo quando a varinha acendeu, a luz saiu dela, como se tivesse ganhado vida e saiu voando pela floresta.
- mas o que... – disse Kain olhando para a varinha.
Ele viu um tronco com uma abertura nele, como se fosse oco. Ele correu até lá e se escondeu.
Kain estava apavorado, ele não ficara assim desde a batalha contra a Quimera, só que a batalha contra ela foi mais justa, nesta, ele está em território inimigo e fatalmente ferido ou coisa assim.
Então Kain sentiu uma garra passar pelo tronco, ele estava respirando forte, podia se escutar bem as narinas o foucinho dele se contraindo.
“calma Kain, ele vai embora, é só ficar parado!” ele pensou, mas parece que o lobisomem sabia que ele estava perto.
Kain olhou para baixo, havia uma pedra, mas lobos são espertos demais, ao menos que haja um carro no meio da floresta.
“hã? O que um carro está fazendo aqui?”, mas ele esqueceu esse pensamento, pegou a pedra e a jogou no carro.
O carro pareceu reagir sozinho, como se ele tivesse vida. Ele virou em direção ao tronco e parece que havia percebido o lobisomem, então, ele acelerou e foi atrás dele.
Kain se sentiu mais aliviado por dois motivos: o primeiro porque ele sabia que sentia medo e o segundo que por ora estava livre do lobisomem.
Ele saiu rapidamente do tronco e começou a andar mais rápido possível para sair da floresta.
O garoto vinha se perguntando, qual a razão para um carro estar “perdido” na floresta, e como ele criou vida.
Alguns minutos depois, ele se sentou numa pedra. Estava se sentindo cansado, parecia que um martelo havia acertado seu joelho umas cem vezes.
Ele revistou seu uniforme, procurando por alguma coisa comestível nos bolsos, e quando ele se deu conta, lá estava a caixinha de feijãozinho mágico, o mesmo do semestre passado, ele se perguntou se ainda era comestível, então ele procurou algo parecido com data de validade na caixa, mas não havia nada, apenas algumas informações sobre o produto.
- o que não me mata, me fortalece – disse a si mesmo.
Então ele pegou um com uma cor vermelha e comeu. Tinha gosto de presunto apimentado.
- até que esse aqui ta bom! – falou – o que será que vai me dar?
Então de repente, uma mão o levantou pelo pescoço, tinha pelos e garras, era o lobisomem.
- agora finalmente terei uma refeição boa – disse o lobisomem – vamos começar por partes, qual você acha que eu devo começar?
- que tal essa seu pulguento? – disse Kain – Sectumsempra!
Um corte apareceu na mão do lobisomem, decepando seu polegar.
- mas o que você fez seu moleque maldito? – rosnou o lobo.
O garoto estava novamente em estado de descontrole, o mesmo estado que ele teve no ano passado na aula de DCAT.
Então sem pensar, o lobo deu uma patada no garoto que fez acordar e voar alguns metros longe, mas não o cortou.
- AGORA VOCÊ VAI MORRER! – disse o lobo.
- não vai não Greyback! – disse uma voz.
Um raio vermelho acertara o lobisomem o estuporando.
Era Evans com os dois garotos.
- cuidem de Kain – disse Evans – que eu cuido do Greyback.
Evans correu até o lobisomem e tentou chutá-lo no chão, mas ele havia rolado para se esquivar do ataque.
Eles se encararam de forma mortal.
- pensei que você havia ido para Azkaban, Greyback – disse Evans.
- seu cheiro me é familiar, garoto – disse Greyback – já nos vimos antes?
- se nos vimos, não sei – disse Evans – mas essa será a última vez que irá me ver!
- não tenha tanta certeza! – disse o lobisomem.
Então a criatura pulou para cima de Evans. O homem agarrou o lobisomem pela cabeça e o jogou pelas suas costas.
O lobisomem se recuperou no ar, caindo de forma certa e ao cair logo foi para cima de Evans.
Evans se desviou da investida e disse: Obliviate!
O lobisomem caiu de joelhos no chão, olhando besta para as árvores.
- isso pode ser temporário ou não, Greyback – disse Evans – mas é o bastante para você voltar para Azkaban.
Os três se aproximaram de Evans que estava machucado pelas quedas que havia sofrido.
- o que você fez com ele? – perguntou Jack.
- eu apaguei a memória dele – disse o professor – mas não sou muito bom nisso, então deve ser temporário. Vamos sair daqui, nessa altura do campeonato, a seleção das casas já deve estar terminando.
Então Evans apontou sua varinha para o alto e dela saiu uma faísca sinalizadora vermelha.
- ei Evans – disse Kain – valeu, fico te devendo essa.
- espero que sim – disse o homem.
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