; cap. 5





 


 


x Capitulo 5 x
ou The end is near!


 


Narrado por: Dora Tonks.
Escutando:
A porta sendo aberta e uma voz totalmente sedutora (?).
Local:
Redação do jornal da escola.






- Dora, posso falar com você?


Foi o que ele perguntou assim que entrou na sala da edição do jornal. Eu queria responder que ele não poderia falar comigo, por afinal de contas eu estava trabalhando duro naquela noticia sobre o dinheiro sonegado da biblioteca. Mas eu não tive coragem, meu coração acelerou e meu estomago deu um salto. E tenho que deixar claro que tudo isso aconteceu sem nenhum motivo aparente.


- Claro... – respondi controlando a minha voz.


Estava sentada na minha cadeira giratória num dos cubículos espalhados pela sala. Estendi a ele uma cadeira para que se sentasse diante de mim. Assim que ele o fez observei que seus olhos verdes amarelados eram lindos e profundos, mostrando sentimentos e uma alma sincera. Nada do que eu esperava encontrar ao olhar num par de olhos de um garoto popular. O que eu esperava encontrar era só o vazio opaco da frieza que se refletia em sua alma. Isso era o que eu esperava encontrar!


Devo ter corado com a surpresa, ou só pela beleza dela, pois ele deu um sorrisinho sem jeito para mim. Eu queria entender o que estava acontecendo comigo, eu queria recobrar os sentidos do meu corpo, alma e sentimentos... Entretanto com ele ali diante de mim, era praticamente impossível. Arrumei um mecha castanha do meu cabelo.


- Eu não sei como lhe dizer – ele começou. Estava claramente com vergonha, pois esfregava constantemente suas mãos molhadas na calça preta que vestia. – Eu nem sei ao menos como isso foi acontecer. Achava até que fosse impossível, que já havia acontecido. Então me surge você. Com sua genialidade nata, sua beleza um pouco escondida e seu sorriso inebriante.


Meu Deus. Esse garoto não é normal. Pelo menos não para os padrões dos populares. Ele devia usar gíria no meio de cada duas palavras, deveria ter um olho vago e também estaria se afastando de mim. Mas ele lutava contra o estereótipo, dizendo aquelas pelas palavras, seus olhos expressivos e sua aparente atração por mim (essa ultima parte eu provavelmente devo estar enganada).


Meu rosto devia estar igual à de um tomate, por que depois daquelas palavras fui totalmente desarmada. Esqueci até qual era meu nome.


- Eu sei que você vai pensar que não deu tempo... Que eu me precipitei e tudo mais... – A partir daquele ponto ele fixou seu olhar no meu. – Mas deve ter sido paixão a primeira vista. Por que logo de cara eu gostei de você, gostei do seu modo relutante e preconceituoso com a minha popularidade. E isso me encantou, eu simplesmente não consigo parar de pensar em você. Acho que estou apaixonado.


- Nem vem com essa Remus, eu conheço pessoas como você!


E desastrosamente foram essas palavras que eu cuspi logo em seguida a minha primeira declaração de amor. Eu não sei o que deu em mim, devo ter tido um surto psicótico. Mas após alguns segundos eu fiquei com raiva dele. Eu me senti uma idiota por ter acreditado naquelas palavras, pareciam ter sido decoradas e ensaiadas na frente do espelho. Fora por esse motivo que tive aquela reação.


- O quê?


- Pessoas populares como você – respondi rispidamente como se fosse algo óbvio que por alguma razão ele não compreendia.


- Não entendo...


- Você tem algum interesse em estar comigo? Vamos lá pode dizer – disse com raiva de ter por algum instante acreditado naquilo tudo. – Você me parece inteligente, mas pode ser só um teatro. Você está pra bombar em matemática?


- Eu pensei que você...


- Que eu o quê? – Interrompi-o bruscamente.


- Pudesse gostar de mim pelo o que eu sou – E eu vi um brilho naqueles olhos verdes amarelados que me fez acreditar no que ele dizia. Ele não parecia estar gozando com a minha cara ou mentindo por interesse. Só estava dizendo o que sentia. Mas seria a verdade mesmo?


- Pensou errado, por que eu não gosto de pessoas como você! – Respondi continuando na defensiva.


Ele estendeu as mãos e pegou as minhas, suas mãos estavam geladas e trêmulas. Puxou-me com leveza para que ficássemos ainda mais próximos um do outro. Suspirou e disse:


- Mas eu gosto de pessoas como você – Eu não conseguia acreditar, ainda. – Pessoas como você não mente por interesse, só dizem o que pensa. São brilhantes e têm orgulho disso. Não alguém como eu que tenta esconder sua inteligência. Você não arma contra seus amigos só para se sair melhor. Você ajuda quem precisa.


- Quê?


Eu não estava falando para ele e sim para mim mesma. Por que eu estava começando a acreditar naquilo, talvez aquela onda de arrepios que vinha das minhas mãos tenha me acordado e feito com que eu de repente acreditasse nele. Mas ele era do time de futebol, beijava várias garotas, como podia ser tão sincero e estar apaixonado por mim?


- Eu gosto é de você Dora.


Eu estava tão confusa, tão tensa com tudo aquilo. Num momento parecia ser tudo verdade. No outro parecia ser tudo ensaiado. Não sei como seria a forma certa a se reagir a uma declaração de amor como aquela, mas o que eu fiz foi desviar do beijo dele. Levantei-me num salto e fiquei olhando pra ele. Lentamente meu braço se ergueu, tremia de duvida, mas prossegui.


- Por favor, Remus, me deixa sozinha.


Ele olhou para mim sem entender. Mas não se opôs ao que eu pedia, talvez por já esperar isso de mim. Assim que ele saiu da sala eu me joguei na minha cadeira giratória e quase acabei caindo. Eu não sabia o que pensar. Não sabia o que era verdade ou mentira. Só sabia que talvez tinha sido burra. E nem aquilo eu não sabia mais.


 Tirei da bolsa o meu celular. Precisava falar com Marlene. Será que ela ainda estaria na escola?




 


Narrado por: Marlene Mckinnon.
Escutando:
Telefone tocar.
Local:
Banheiro da Farmácia.




Chequei no visor do telefone quem estava me ligando. Era Dora. Ela poderia esperar. Aquilo era mais importante do que qualquer coisa. Haviam se passado alguns dias daquela noite maravilhosa e eu estava realmente preocupada. Minha menstruação não descia desde então, sentia constantes enjôos e mal podia ver comida sem ter que ir vomitar. Eram sintomas de algo que eu não queria pra minha vida naquele momento. Algo de que eu não seria capaz de suportar.


- O que você deseja? – A moça do balcão perguntou sem tirar o olho da revista de fofocas que lia.


- Por favor, onde ficam os testes de gravidez? – Perguntei em resposta. Confesso que estava um pouco tímida, mas ela nem estava me olhando.


- No corredor três do lado esquerdo – ela respondeu sem nem ao menos apontar uma direção.


- E qual é o corredor três? – Estava impaciente e ela não estava me ajudando da maneira que deveria.


- Aquele que tem um 3 bem grande na frente – a moça respondeu sarcasticamente.


A voz dela me irritava e eu não queria perder mais nem um segundo de minha vida com um ser tão inútil como aquele. Prossegui procurando o corredor e o encontrei depois de avistar uma placa bem chamativa com um numero 3. Fiquei com vergonha da minha estupidez. Percorri com os olhos a prateleira da esquerda até a metade dela, onde encontrei os testes.


Peguei um deles e segui em direção ao banheiro. Algum tempo depois saí com ele na mão. Dizia que demoraria três minutos para sair o resultado então aguardei. O tempo pareceu não passar, eu ficava olhando para o teste pedindo aos céus para que o resultado saísse logo. Foi depois de mais algum tempo de espera que o resultado apareceu. E eu entrei em pânico!


Estava diante do balcão e procurava na minha bolsa nova a carteira. Assim que passei os dólares para a moça e mostrei a caixa do teste eu pensei que aquele teste poderia estar errado. Mas na caixa dizia que era 94% de probabilidade de acerto. Então eu deveria estar naqueles 6%.


- Esse teste só pode estar errado, não tem outra explicação! – Comentei pra mim mesma.


A moça me passou o troco, curiosamente ainda lendo aquela revista. Foi só ao ouvir o que eu dizia que ela se postou a abaixar a revista e olhar diretamente para mim.


- Você anda enjoada? – Perguntou.


Com que direito ela pensava ter pra me fazer aquela pergunta?


- Sim, mas...


- Sem mas! O teste não está errado.


Olhei diretamente para ela. Ela parecia ser mais nova que eu. Tinha um senso de moda pior que o meu antigo. Além das varias espinhas espalhadas pelo rosto mal cuidado e o cabelo todo embaraçado. Não me aparentava muito inteligente, só uma garota punk que trabalhava numa farmácia. Entretanto o que ela dizia fazia sentido era eu que não queria acreditar.


Ela voltou a ler sua revista. Guardei meu troco na carteira e a carteira na bolsa. Peguei a caixinha e o teste e sai da farmácia. Tive duas impressões ao cruzar a porta daquela farmácia. Primeira: de ter visto Lily Evans ali. Segunda: De ter guardado o teste num envelope. Mas ao voltar na escola para pegar minhas coisas no armário percebi que estava errada e que o havia deixado cair na porta da farmácia. Ótimo!




 


Narrado por: Lily Evans.
Escutando: Minhas risadas.
Local: Corredores da escola.




Sério, dessa vez não é implicância. Mas eu me surpreendo de como Marlene é idiota. Eu venho seguindo ela nesses dias e nada de interessante veio acontecendo. Exceto até hoje é claro. O que eu sei é que ela foi muito estúpida. E quando eu digo isso eu estou com toda a razão.


Ela saiu da escola toda sorrateira e eu tive que dar o meu jeito de segui-la. Ela acabou entrando numa farmácia não muito distante dali. Eu fiquei observando escondida do lado de fora e tudo mais. Ela pegou um envelope pequeno que eu não sabia o que era e depois entrou no banheiro e logo em seguida saiu. Demorou mais alguns minutos ali e depois saiu e foi embora.


O meu plano era ir até a balconista e suborna-la para saber o que Marlene estivera fazendo ali. Mas o que aconteceu foi inesperado. Na porta da farmácia eu pisei em algo, quando olhei era um caixinha de teste de gravidez, dentro havia um teste usado. Foi então que eu percebi que aquela caixa se assemelhava com aquela que ela segurava, foi fácil então perceber o que ela estava fazendo ali. Ela estava fazendo um teste de gravidez. E o melhor... O teste havia dado positivo!


Meu Deus. Marlene estava grávida!


James passou por mim me ignorando e seguiu até onde Marlene estava. Ele a rodeou e encostou-se ao armário do lado do dela olhando fixamente para seus peitos bem acentuados na blusa decotada que vestia.


- Lene? – Chamou.


- James? – Ela respondeu assustando-se.


- Eu preciso falar com você!


- Pode dizer...


Ele olhou para todos os lados para se certificar que ninguém estava olhando. Ele estava até ligeiramente vermelho, o que me irritou. Eu estava escondida e por isso ele não pôde me ver. Ele respirou fundo e olhando nos olhos dela, não em seus seios, disse:


- Hm... Marlene. Acho que está acontecendo algo entre nós!


O QUÊ? O que ele estava falando para ela? Que estava acontecendo algo entre eles? Ele só podia estar brincando. Não tem nada acontecendo entre eles. Não pode estar! Ele é meu, está apaixonado por mim... Como pode estar acontecendo algo entre eles? Tive que me controlar pra não tossir de surpresa.


Marlene arregalou os olhos e se afastou um passo dele.


- Do que você está falando, James?


- Você não percebeu? – Ele perguntou. Eu estava a ponto de ir até lá e acabar com aquilo tudo, mas me contive. – Eu não consigo deixar de pensar em você. Você é perfeita. É gostosa. – COMO ASSIM? – Eu estou apaixonado por você!


Antes que eu tossisse Marlene se encarregou disso. Mas eu estava mais desesperada do que ela. Como assim o James estava apaixonado por ela? Ela não poderia, por que estava cego de amores por mim. Ele iria se casar comigo um dia. Seriamos o casal do anuário no final do ano. Por que ele estava dizendo aquilo pra ela? Justo pra ela... Era pra ser pra mim.


James avançou para Marlene e a agarrou. Jogou-a contra a parede e quando ela tentou se largar dele ele não permitiu. Para mim ela estava gostando, só estava se fazendo de difícil pra se valorizar. O meu ódio crescia a cada segundo. Por fim, Marlene conseguiu se soltar dele, mas foi jogada contra o armário.


- SEU NOJENTO, VOCÊ ME BEIJOU! – Marlene berrou.


No segundo seguinte a mãe direita dela voou com força na face dele, o estrépito foi enorme e ele se virou com a mão na face. Assim que se ergueu e tirou a mão dali pude ver que havia ficado vermelho instantaneamente.


- Mas eu te amo, Marlene!


- Você bebeu hoje James? – Ela perguntou. Ele deve ter bebido mesmo. – De onde você tirou isso? – Ela fechou o armário com força e virou para ele apontando o dedo na cara dele. – Que você não ouse nunca mais encostar a mão em mim!


Ela saiu apressada. E James saiu na direção oposta.


Eu olhei para a caixa do teste de gravidez que estava na minha mão inconscientemente amassei aquela caixa com todo o ódio que estava dentro de mim naquele momento. Eu precisava fazer alguma coisa e urgente, ou eu perderia de uma vez por todas o amor da minha vida. Eu trabalho bem com o ódio, tanto que naquele momento meu cérebro já estava arquitetando um plano para acabar com a Marlene de uma vez por todas.


Não acredito que ele disse isso a ela! Ele é só meu, mas ele disse a ama... Mas se ele pensa que vai ficar com ela. Ah, ele está muito enganado. Chegou a hora Marlene, de acabar com você!




N/A: To aqui pra pedir desculpas antes de tudo. Por ter demorado a postar... Demorado muito. Foi mal gente, mas tive problemihas. Espero que possam me perdoar. E também espero que gostem do cap, por que eu fiz com muito carinho. Que dedicar esse cap a Neeh, Mari A, Diine e Flor, por serem minhas amigas desde sempre. Amo!

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