Cap 3 -
Capítulo 3
O dia pareceu amanhecer mais ensolarado naquele momento, o Sol, pra variar, irradiava uma iluminação quente e acolhedora por entre as nuvens. Parecia que até mesmo o dia sabia que era sábado. O primeiro sábado desde que começara as aulas. A neblina torturante ainda pairava o ar, mas como sempre, as coisas pareciam impecáveis naquele castelo.
- Bom dia! – Disse Alice alegre ao sentar ao lado de Frank, que estava reunido com os marotos as dez e meia da manha no Salão Principal.
- Bom dia. – Responderam os meninos com menos empolgação, devido ao sono. – Grande a sua animação Alice. – Comentou Sirius bebericando seu café e fazendo uma careta.
- É mesmo, - Ela se virou animada para James e sorriu, ele a olhou confuso mas forçou um sorriso. – Não sei o que você disse pra ela ontem, mas obrigada. Ela dormiu como um anjo.
- Lily? – Perguntou Remus.
- Sim. Não acordou se quer uma vez, estava saindo quando ela acordou, deve estar vindo. Acho que você tem um dom pra coisa James.
- Não exagere Alice, ela só desabafou.
- Primeiros sinaaaais. – Cantou Sirius no ouvido do amigo. Alguns minutos depois, Lily apareceu e andou calmamente até o grupo.
- Bom dia. – Disse ela meigamente com um sorriso.
- Bom dia. – Responderam todos, James com um sorriso maior do que gostaria.
- Sinto o cheiro da vitória. – Disse Sirius alto.
- Que vitória? – Perguntou Pedro.
- Ahn, no... Quadribol, claro. – Disse Sirius bufando. – Falando nisso, já decidiu quem passa ou não Prongs?
- Não. – Admitiu ele colocando café numa xícara para Lily. – Tinham alguns que nem deveriam ter ido até lá, você viu aquele que acertou o amigo?
- E aquele que quase acertou o bastão na minha cara? Quase que fui atrás dele para socá-lo!
James riu e colocou um pedaço de pão na boca, pensando na aula que teria com Lily naquele dia.
- Lily, que horas a gente vai estudar? – Perguntou James.
- Não sei, acho que pode ser depois do café.
- OK. – Sirius se virou para James com as sobrancelhas erguidas e com um enorme sorriso no rosto .
--X--
James observava Lily enquanto ela falava e tentava tirar sua dúvida na matéria, ele se perdera em suas palavras e passou a ignorar a vozinha em sua cabeça que berrava repetidamente: SIRIUS! APOSTA! APOSTA! SIRIUS.
Percebeu que ela parara de falar e que o observava intrigada.
- Como assim? – Perguntou James fingindo que não havia entendido a pergunta de Lily. E lá desatou ela a tentar se explicar, com o menino se esforçando ao máximo para ouvir as palavras que saíam rapidamente da boca da menina.
- Quer saber Lily? – Disse James de supetão. Se levantou da cadeira da biblioteca e se espreguiçou. – Acho que é mais fácil você aprender na prática, está um lindo dia, porque não vem transfigurar algumas árvores ou insetos comigo? – James lhe ofereceu a mão, e sorridente, Lily a aceitou.
Foram em direção aos jardins, onde o sol aquecia levemente a grama verde e bem cuidada. Sentaram debaixo de uma árvore, e Lily abriu o livro na página certa.
- OK, demonstre. – Disse ela para James.
- Bom... Deixe-me ver. – O moreno olhou em volta e achou uma pequena joaninha subindo a árvore. Colocou seu dedo na frente e como previsto, a joaninha subiu.
Começou a explicar ao mesmo tempo em que tirava a varinha do bolso e demonstrava sua explicação. Lily olhava atentamente, os olhos pulando de James para a Joaninha. Após uma tentativa fracassada, Lily conseguiu transformar a joaninha em um lobo em miniatura. Caíram na gargalhada quando o lobo tentava inutilmente subir na árvore, e Lily a transformou de volta numa joaninha.
- James?
- Sim?
- Se eu te perguntasse alguma coisa, você me diria a verdade?
- Escuta Lily, se você quer saber sobre a sexualidade de Sirius, eu teria que mentir pra você, pra manter a reputação dele.
Lily caiu na gargalhada e James também, mas assim que a crise passou eles se olharam, o moreno esperando a pergunta.
- É sobre Remus... – James concordou com um aceno. – Eu... Sei sobre o problema dele.
James ficou paralisado. Não sabia se devia mentir, sabia que não queria, mas era seu amigo, ela disse que sabia. Sinceramente ele não sabia o que fazer.
- Sei a mais tempo do que imagina. Só não tive cara de ir até ele e dizer que sei o que ele é.
Ela continuou ignorando a reação de James, ele sorriu vagamente.
- Qual é exatamente a pergunta?
- A pergunta, que é mais pra uma afirmação, é sobre o que você, Sirius e Pedro fazem sobre isso.
- Acho que entendo o que esta pensando. – Lily esperou. – Sim, somos animagos.
- Ta brincando? – Perguntou Lily. – Mas isso é incrível, é uma magia muito avançada!
- Qualquer coisa pelo lobinho. – Disse James dando de ombros. – Eles fariam a mesma coisa por mim, assim como tenho certeza de que faria a mesma coisa por Alice ou Marlene.
Lily concordou, o sorriso ainda estampado no rosto.
- Tenho que admitir James, eu estava enganada sobre você. Não sei se essa pessoa que eu conheço é realmente quem você é, ou se você sempre foi assim. Só sei que não deve mudar seu jeito.
James sorriu, e mais alto que nunca o Siriusinho em sua cabeça berrava sobre a perda iminente da aposta.
- Acho que você exagera demais. O que é a vida sem amizade afinal?
- Amizade. – Repetiu Lily sorrindo. Deitou-se na grama e suspirou. – Adoro essa sensação.
- Que sensação? – Perguntou James também se deitando, colocando as mãos atrás da cabeça.
- De que tudo esta bem, do jeito que esta.
- Mas e a guerra? – Lily fechou os olhos antes de responder.
- Sei que é estranho, mas quando estou com você, esqueço de coisas que me atormentam.
Com os olhos fechados, Lily não pode perceber o enorme sorriso que se abriu no belo rosto de James. Mas nenhum precisava estar com os olhos abertos para sentir a sensação de alegria que enchia o ar ao redor deles.
--X--
A noite de quinta feira trouxe a oportunidade de James e Lily conversarem mais uma vez sozinhos, a ronda era sempre um escape, ao menos para a garota. Conversar com o maroto era algo que a acalmava e por incrível que parecesse, sempre surgia algum assunto, por mais bobo que fosse. Nada de diferente naquela noite.
- Você tem uma irmã, não? – Perguntou James.
- Tenho. – Disse Lily, ele havia atingido um de seus pontos fracos.
- Por que esse tom? – Ele a olhou curioso. – Algo de errado?
- Não, nada de errado.
- Fala logo Lily. – Como ele sempre sabia que ela escondia algo? Ela nunca saberia.
- Eu não me dou bem com a minha irmã.
- Ué, e porque não?
- Ela é trouxa. – Lily respondeu.
- E o que isso tem demais?
- Tem demais que ela também queria ser bruxa, pelo menos, da última vez que eu me lembro.
- Achei que ela deveria ficar feliz por você. – James opinou estranhando a reação.
- Deveria, mas não é feliz. Me chama de aberração, de anormal, entre outras coisas que realmente me nego a prestar atenção.
Algo no jeito com que Lily falava chamou a atenção dele.
- Que horrível! Quero dizer, não é culpa sua que ela também não seja uma bruxa.
- É, mas isso não importa.
- Como não importa? Claro que importa, ela é sua família, devia te apoiar!
- Isso envolve muitos assuntos James, dos quais eu e nem você estamos dispostos a conversar.
James entendeu que o assunto estava encerrado por enquanto, e continuou a andar calmamente ao lado da ruiva. Até o silêncio entre eles era bom, apenas o som da respiração deles preenchia o ar, ritmados com seus passos lentos. E o resto da noite se passou com outras conversas sem sentidos.
Na manhã seguinte, era mais uma vez fria, o sol já desaparecera. A única coisa que fazia com que os alunos realmente levantassem da cama e fizessem suas tarefas era o alívio por ser sexta feira, e com as entediantes primeiras aulas do dia, que se arrastaram até a hora do almoço.
- Mais que droga, ainda tenho aula de adivinhação agora. – Reclamou Sirius se jogando na cadeira ao lado de James.
- Não sei porque continuou com a matéria então. – Disse Remus.
- É uma boa oportunidade pra dormir. A luz fraca, aquele cheiro bem doce, me sinto como se estivesse na Índia sabe? É realmente intoxicante.
- Acho que você deveria considerar as lições babacas que a professora manda. – Falou James sabiamente. – A professora não é ruim, mas adivinhação é babaquice. Essa história de que o destino que guia você. Não gosto de pensar que a minha vida é armada e eu só tenho um curso a seguir.
- Como eu disse... – Sirius interrompeu entre dentes. – É um bom momento pra dormir, preciso que pare de esfregar na minha cara só porque agora você tem tempo livro e eu não.
- Pense pelo lado positivo Sirius. – James sorriu. – Enquanto você tenta se ajeitar numa cadeira desconfortável, com aquele ar quente abafado e intoxicante, eu estarei na minha cama, debaixo das cobertas, isso se eu não decidir ficar no ar fresco dos jardins.
- Cara! – Interrompeu Sirius pela segunda vez. – O lado positivo dessa parte é seu, não meu.
- Nunca disse que seria pra você.
- Que tal uma ajuda então. Do jeito que meus amigos andam me incentivando, acho melhor ir bater um papo com o Seboso.
Os amigos riram enquanto Sirius fechava a cara, e Marlene e Lily chegaram e se sentaram ao lado dos garotos.
- Cadê a Alice? – Perguntou Remus.
- Frank. – Respondeu Lily simplesmente. – Eles andam bem próximos desde o final do ano. Acho que algo vai rolar entre eles.
- Se dependesse do Frank já teria rolado. – Comentou Sirius. As garotas ergueram as sobrancelhas.
- Ele sempre esteve na praia da Alice. – Disse James. – Desde o quinto ano, na verdade.
- É. – Concordou Sirius como se fosse óbvio. – Vocês nunca perceberam?
As meninas negaram com a cabeça e Sirius riu.
- Lily, - Disse Marlene se virando para a amiga. – você me ama?
- O que você quer?
- Você faria?
- Depende. – Lily respondeu. – O que quer?
- Me ajude a fazer a tarefa de Adivinhação.
- Ah não! – Disse a ruiva alto. – Nem pensar Marlene, ninguém mandou você continuar na matéria.
- Mas é que o ambiente... – Começou Marlene gesticulando com as mãos.
- Me morda Marlene! – Disse Lily rindo. – Não esconda que você só continuou nessa matéria pra poder dormir. – Os meninos se entreolharam sorrindo. – Na minha opinião Adivinhação é uma babaquice.
Sirius começou a tossir, engasgado com a comida. James riu enquanto dava tapas nas costas do amigo.
- Obrigado. – Disse ele quando recuperou o fôlego.
- Você pelo contrário vai ficar mofando enquanto eu estudo a arte de meus sonhos. – Lily riu de Marlene.
- James, - Disse a menina se virando pra ele. – eu queria mesmo falar com você. Tem algum jeito de você me ajudar com Transfiguração antes da aula?
- Você tem horário vago agora, não?
- Sim, por que?
- Eu também tenho. Quer fazer agora?
- Claro. Obrigada. – Lily se levantou assim como James.
- Achei que você ia dormir. – Disse Sirius sorrindo de orelha a orelha.
- Achei um programa melhor. – James sorriu e deixou o aposento com Lily.
- Não queria estudar na biblioteca, a Madame Prince inferniza a minha vida. – Comentou a garota.
- Eu conheço um lugar. – Disse se lembrando da primeira noite no castelo daquele ano. – Vem comigo.
Eles caminharam rapidamente, e James foi subindo e subindo, cada vez mais. Chegaram ao sétimo andar, e o garoto olhou para o chão a procura da tapeçaria que Sirius lembrara de ter visto.
- Você conhece a Sala Precisa? – Lily perguntou.
- Sala o que? – Lily riu.
- Sala Precisa. – Lily disse, pegou na mão de James e foi de um lado pro outro com ele, três vezes, antes de uma porta se materializar diante de seus olhos.
- Hey! – Exclamou James apontando para a porta. – Foi assim que eu e os marotos estudamos animagia.
- Shiu! – Pediu Lily olhando em volta e entrando na sala.
- Agora tudo se encaixa! – James sorriu ao olhar em volta a sala no que se transformara.
As janelas altas iluminavam o ambiente com fechadas de luz, onde havia pufes e poltronas, estantes, enormes estantes com milhões de livros.
- Era aqui que vínhamos! Só que nunca soubemos o local exato dela, ela parecia aparecer quando precisávamos. É fantástico.
- Incrível os milhões de segredos que há no castelo. – Concordou Lily. – Vamos? – Perguntou Lily indicando os livros. James sorriu e mais uma vez começaram a estudar transfiguração.
E como sempre, o assunto não acabou na matéria. Começaram a conversar sobre outros assuntos. E trinta minutos se passaram, sem que encostassem em um livro.
- Lily? – Ela olhou para o garoto encorajando-o a continuar. – Ontem a noite, o que você quis dizer com que aquela coisa da sua irmã envolveria assuntos que eu nem você queríamos escutar?
Lily suspirou, e como James esperava, ela ficou em silêncio por um tempo, encarando a janela e a luz que por lá entrava.
- Isso envolve minha família e Snape. – Disse ela finalmente.
- Snape? O que ele tem haver?
- Isso não é um assunto do qual quero falar James, nenhum deles é, nem minha família, muito menos Snape.
- OK. – James concordou.
- Talvez uma outra hora. – Emendou Lily sorrindo.
- Uma outra hora.
- Mas e os seus pais James? A única coisa que sei sobre eles é que são ricos, todos os conhecem e... – Lily pensou por um momento. – OK, só isso mesmo. – James sorriu.
- Não tenho irmãos. Nem primos, nada. – Meu pai e mãe são filhos únicos, e eles me tiveram meio tarde. Acontece que minha mãe não conseguia engravidar. Acho que isso explica porque era tão mimado.
- Era? Não é mais? – James a encarou perplexo. – Brincadeira James. – Ambos riram.
- Bem, basicamente é isso. Trabalharam a vida inteira. Minha mãe era enfermeira-chefe no St. Mungus. E meu pai era o típico soldado ferido. Bem clichê.
Lily riu.
- Ao menos foi romântico. Meus pais se conheceram na faculdade. Minha mãe trabalhava com o meio ambiente e meu pai era aquele que não estava nem ai. Quando viu minha mãe, foi amor a primeira vista.
- E você acredita? – Perguntou James. – Em amor a primeira vista?
- Acho que para aqueles que afirmam que foi isso, sim. Mas eu jamais me apaixonaria a primeira vista. Quero dizer, como você se apaixona por alguém que nem ao menos conhece. Tem que ser amigo primeiro. Acho que atração sim, mas amor não.
- Concordo. Posso te confessar uma coisa?
- Pode.
- Eu me senti atraído por você quando a vi na volta para o quarto ano.
- É, você também não é tão ruim. – Comentou Lily com cara crítica.
- Obrigado Vossa Beleza.
- Por nada, mero plebeu. – Lily se aconchegava mais na poltrona.
- Lily?
- Sim?
- O que você faria se eu te convidasse pra sair?
E pela segunda vez, Lily permaneceu em silêncio.
- Eu não sei... – Murmurou ela, o suficientemente alto para ele ouvir. – Droga!
- O que foi?
- Estamos atrasados! – Lily se levantou de um pulo e agarrou a mochila e a mão de James.
- Calma!
- Ai! O Slughorn vai me matar. – Reclamou ela ignorando o amigo.
- Ele não faria isso, você é a melhor aluna dele.
- Exatamente! Entende meu ponto?
Não pararam de correr, e mesmo James estando do lado de Lily, suas mãos não se desprenderam, era inconsciente, mas ainda sim estava lá. A ruiva já estava ficando cansada da correria.
- Anda Lily.
- OK. – Disse sem parar de correr. Desceram as últimas escadas até as masmorras.
Sem conseguir parar, os dois se chocaram contra a porta, fazendo mais estardalhaço do que planejavam. Assim que ‘arrombaram’ a porta, todas as cabeças se viraram para eles.
- Parece que decidiram se juntar a nós! – O professor disse, com um sorriso longe de ser severo, observou as mãos dadas deles, assim como muitas pessoas da sala fizeram. E Lily ao perceber se desvencilhou rapidamente, sentindo o rosto corar. James sorriu timidamente e pode ver o brilho nos olhos de Sirius, que se sentara com Marlene. – Que tal se sentarem?
- Com licença. – Disse Lily indo até uma mesa com James, ambos se sentando ainda envergonhados.
- Bom, como eu dizia, a teoria é bem mais simples do que a parte prática, portanto prestem atenção na quantidade certa dos elementos...
--X--
- Eu posso SENTIR o cheiro da vitória! – Disse Sirius. – Eu posso quase alcançar! – Ele esticou a mão para um objeto invisível. Mas puxava a mão de volta para si como se uma força a impedisse de encostar no tal objeto.
- Deixa de ser tapado Black! – Disse Remus passando por Sirius e dando um tapa na cabeça do moreno. – Não acho que James deveria deixar de tentar convidá-la só por causa dessa aposta idiota.
- Não, não, não Remus. – Interrompeu Sirius. – O que você não vê é que quando ele PERDER a aposta, ele a convide pra sair. Se ele convidar antes não tem graça!
James decidiu por ficar quieto, a não ser que desejasse a cara feia de Sirius, ou então seu contentamento totalmente irritante de como ele estava certo. Afinal, ele não estava apaixonado por Lily. Mas a única coisa que se perguntava era por quanto mais tempo conseguiria ficar assim. Nunca havia se sentido assim por ninguém antes. Era novo e diferente. Mas sempre fora assim em relação a Lily Evans. Parecia que quando ele estava com ela, ele não estava consciente de mais nada, a não ser da presença dela e na reviravolta que a vida deles dera. Se tornaram amigos. Um ano atrás quem sonharia com isso?
Bom, talvez James sonhasse, mas nada não passava disso, um sonho. Se bem que naquele momento, todas as memórias do que passara com Lily pareciam mais reais do que nunca.
--X—
O sábado veio com a neve, mas ainda não abalava a notícia alegre dos alunos finalmente poderem ir à Hogsmead. A excitação dos alunos do terceiro ano para a sua primeira ida ao vilarejo era palpável. Pela primeira vez na história, os Marotos não foram sozinhos. Lily, Marlene, Alice e Frank os acompanharam.
- Onde querem ir primeiro? – Perguntou Marlene esfregando as mãos cobertas por luvas.
- Zonko’s! – Exclamou Sirius como uma criança levantando o dedo. Apontou para a loja que estava a vista e saiu correndo, os outros correndo atrás dele.
- Sirius! Espera! – Disse Remus trombando na porta.
A loja ainda não estava cheia, mas estava na metade. Os adolescentes se separaram começaram a se divertir entre os muitos brinquedos e nem repararam quando Frank e Alice sumiram. Lily a Marlene riam das coisas que teimavam em atacar Sirius, enquanto James caçoava do amigo e Remus os olhava com uma cara divertida. Pedro tentava inutilmente ajudar o amigo, e também começou a ser perseguido pelos revoltosos artefatos da loja.
Saíram com duas sacolas carregadas por Sirius e foram para a loja de penas devido a falta de estoque de Lily e Remus, causando o desapontamento de Sirius. Como sempre, Lily se afundou lendo as contra-capas dos livros que achava interessante. Foi correndo a seção de livros trouxas e procurava freqüentemente por determinados livros.
- Quer ajuda Lily? – Perguntou James vendo ela revirar a livraria.
- Não precisa obrigada. – Disse ela sem olhar para o amigo, ainda passando os olhos voando pelas prateleiras.
- O que você esta procurando?
- Uma autora. Barbara Cartland. – Lily respondeu se virando para a prateleira acima de sua altura
- Nunca ouvi falar. – Admitiu ele observando as autoras dos livros que conseguia ver.
- Ela é trouxa. Eu simplesmente amo os livros dela. Ela é uma das maiores escritoras de romance do mundo, e é inglesa. Às vezes os finais são bem previsíveis, mas a trama sempre é boa. É, acho que não tem. Vamos, antes que Sirius tenha um ataque histérico.
James a seguiu em direção do caixa onde saíram da loja e seguiram para o Três Vassouras, onde Sirius e James lutaram para achar uma mesa. Pediram cerveja amanteigada para todas e começaram a conversar.
- Esperem um pouco. – Disse Lily olhando ao redor. – Cadê Alice e Frank?
- Só agora que notou a falta deles Lily? Sumiram faz tempo. – Comentou Sirius dando a última golada no seu copo. – Como eu dizia Marlene, mataria se você saísse comigo?
Lily se desprendeu da conversa sorrindo, e olhou ao redor, passando a observar as pessoas em volta. A mesa deles estava encostada na vidraça do bar e a garota olhava as pessoas passarem agasalhadas, apertando seus casacos contra o corpo tentando se proteger do frio, ou as vezes esfregando as mãos e muitas espirravam constantemente. Até que avistou um grupinho do outro lado da rua.
Formado por seis ou sete pessoas agasalhadas de preto, a palidez deles se sobressaindo em contraste com a roupa. Reconheceu todos eles. Bellatriz, a prima odiada de Sirius, Mulciber e Avery, que se lembrava que andavam colados a Snape, Amico também estava lá, gordo como sempre, um Sirius mais jovem também, só que sem o charme e a vivacidade nos olhos belos do amigo, se não se enganava era Régulus, e finalmente lá estava ele. Os cabelos ensebados como sempre, o nariz grande demais para o rosto, uma palidez mais destacada que a dos outros. Sua cara era deprimente, e a amargura que Lily sentia por ele era grande, mas não o suficiente para deixar de se preocupar com aquele que um dia já chamara de amigo.
O garoto pareceu perceber que o observavam e olhou em volta, capturou o olhar de Lily, mas ela o desviou rapidamente, mas sabia que ele ainda a olhava, decidiu encará-lo de novo, e dessa vez não desviou. Continuou o fitando, olhos negros contra os verdes chamativos de Lily. Por um segundo, a lembrança da primeira conversa que tiveram veio a mente de Lily. E nesse mesmo segundo Snape desviou os olhos para algo que sentava em frente a Lily e depois retornou a menina, um olhar de puro nojo invadiu a escuridão de Snape.
- Lily? – Chamaram os amigos ao mesmo tempo, fazendo com que ela se desprendesse da sintonia que acabara de ter com o sonserino.
- Você esta bem? – Perguntou Marlene que sentava ao seu lado.
- Estou, só me distraí. O que diziam? – Lily percebeu que James, a sua frente olhava para um ponto fixo através da janela, e seguiu seus olhos, Snape imediatamente desviou e caminhou ao lado do grupo na direção do fundo do vilarejo.
Quando finalmente voltaram para o castelo, outra notícia os esperava. Minerva McGonagall havia finalmente liberado as datas dos jogos. Havia uma multidão tentando ler o quadro de avisos, até que Lily e James chegaram e colocaram ordem no Salão Comunal.
- Atenção, por favor. – Pediu Lily fazendo todos se calarem. Retirou a folha do mural e a deu para James ler.
- O primeiro jogo será contra a... Corvinal? – A exclamação de questionamento pairou o recinto. – Mas e a Sonserina? – Lily observou o papel em geral e leu em voz alta a observação da diretora da casa.
- A Sonserina será o último jogo devido à concussão de um de seus jogadores.
- O primeiro jogo será semana que vem. – Complementou James olhando o resto da folha a procura de mais informações. – As oito e meia, logo depois do jantar.
Desceram da cadeira e tentaram abrir caminho entre as pessoas.
- Eles só podem estar tentando matar a gente. Logo depois da janta nosso estômago ta cheio.
- Jantem mais cedo, fale com a Minerva, ela vai entender. Ou faz o seguinte, eu vou no jogo e no momento em que você desmaiar eu te substituo. – James riu.
- Isso seria interessante. Lily Evans jogando Quadribol. Acho que é melhor falar com a Minerva.
- Talvez. – Concordou Lily também rindo. – A não ser que esteja disposto a me ver afundar o time de Quadribol ou a minha ida a um hospital em estado de coma irreversível.
- Talvez se eu SOUBESSE o significado da palavra ‘coma’, mas acho que pela sua expressão é algo um pouco ruim demais.
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N/A: Oooooooi gente, eu queria agradecer a quem lê isso, porque é, afinal, o motivo de eu continuar a escrever. E gostaria de agradecer aqueles que mandam reviews, o que faz com que minha auto-estima ainda não seja classificada como a de um vegetal, thankyouverymuch.
Boom, ta aqui o terceiro capítulo, espero que vocês curtam, e nos próximos capítulos vou tentar por menos diálogos e mais descrições, o que vocês acham?
Boom, muitas peras(?) pra vocês e até o quarto cap.
PS: Beta na mesma situação do cap anterior.
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