Capitulo Dois



Capitulo Dois:

O garoto de cabelos negros e arrepiados esperava pacientemente que seu amigo Rony e os outros Wesleys viessem buscá-los. Aquela seria a última vez que veria aquela casa. A última vez que veria os próprios tios e o primo. Não se sentia mal de fato por partir. Os anos de maus-tratos e intolerância não poderiam ser esquecidos tão facilmente. Harry olhou para sua tia Petúnia e quase pôde jurar que havia tristeza em seus olhos por vê-lo partir. Claro que isso seria impossível. Ele afastou aqueles pensamentos da cabeça e voltou a se concentrar no relógio. Logo os Wesleys chegariam.
Quando o relógio anunciou que eram 19 horas, alguém bateu na porta. Como um raio, Harry correu dos degraus da escada onde estava sentado, para a sala e atendeu. Qual não foi sua surpresa ao ver que era Gina quem estava do outro lado. Atrás dela estavam o Sr. Wesley, Rony, Fred, George, Tonks, Lupin e Kingsley Shacklebolt.
– Gina! – Disse o rapaz surpreso – Eu... Não esperava que você viesse também... Quero dizer... Bem... Rony, Sr. Wesley, pessoal. Há quanto tempo! – ele não conseguia articular direito depois de vê-la. Estava linda, com seus cabelos vermelhos lisos e esvoaçantes. O formato de seu rosto delicado em perfeita harmonia com os lábios rosados e as sardas que se espalhavam desordenadamente pelas maçãs do rosto e nariz. Harry teve vontade de abraçá-la e beijá-la, mas sabia que isso não era o certo a ser feito.
– Alô Harry – falou Tonks com um sorriso radiante no rosto, que para alívio do garoto permitiu que a atenção de todos voltasse para o tema inicial, que era levar Harry em segurança para a Toca.
Kingsey fez um gesto singelo com a cabeça. Lupin sorriu ara o garoto assim como Arthur Wesley. Apenas Rony ficou parado olhando para Harry com uma expressão indefinível no rosto. Sentindo-se exposto diante do olhar do amigo, que apesar de não demonstrar nenhuma emoção, parecia penetrar em seu espírito, Harry rapidamente voltou para dentro da casa a fim de recolher seu malão e ir embora definitivamente da casa dos tios.
Gina olhou triste para Harry. Sabia que ele estava tentando manter-se afastado dela e até certo ponto entendia as razões dele, mas ainda assim as palavras dele e a atitude atrapalhada ao tentar manter certa formalidade magoavam demais.
Em pouco tempo Harry havia voltado. Em uma das mãos ele carregava a gaiola de sua coruja e na outra trazia arrastado o malão.
– Essas são todas as suas coisas? Perguntou o Sr. Wesley com uma expressão bondosa.
Harry apenas afirmou com a cabeça, mal conseguindo olhar para o homem. Imaginava que ele provavelmente sabia que relacionamento que Harry havia desenvolvido com sua filha no ano letivo anterior e estava com vergonha dele. Em sua mente, imagens de torturas dolorosas se desenrolavam de forma initerrupta. Com um aceno de varinha o Sr. Wesley convocou as coisas de Harry e as fez desaparecer.
– Pronto, agora suas coisas estão na Toca – explicou o patriarca ruivo.
– Vamos então – disse Lupin.
Harry adiantou-se e emparelhou com Rony. O mais novo dos garotos Wesley havia crescido ainda mais no verão. Devia estar com 1,90 m de altura ou mais. O próprio Harry também crescera, mas seus olhos ainda estavam na altura do queixo de Rony.
– Hermione vai gostar do seu novo corte de cabelo – sussurrou para o ruivo.
Enrubescendo até se mesclar com os próprios cabelos, Rony deu um safanão nas costas do amigo, rindo envergonhado. Os cabelos de Rony estavam maiores, quase atingindo a altura dos ombros. Depois de todos os acontecimentos anteriores ele não havia arrumando tempo de cortar as madeixas e acabou deixando-as crescer. Gina dizia que seu visual estava muito melhor desse jeito, mas ele não dava muito crédito ao que dizia a mais nova dos Wesleys. Gina não era conhecida por sua seriedade. Ela era na verdade uma versão melhorada de Fred e George. Melhorada no sentido de que as travessuras que a garota aprontava nunca sofriam reprimenda. Afinal quem daria bronca em uma jovem tão bonita e com feições tão angelicais?
Era mais seguro para eles aparatar em um local livre dos olhos dos trouxas, então dois carros do Ministério da Magia estavam estacionados em frente a casa. Quando estavam se preparando pra entrar no carro, veio o ataque. Um raio vermelho surgiu da escuridão e atingiu de forma certeira, Tonks. O feitiço estuporante deixou a auror desacordada na grama bem cuidada.

A Rua dos Alfeneiros parecia um campo de guerra. Comensais da Morte encapuzados e vestidos inteiramente de negro duelavam contra os membros da Ordem das Fênix designados para escoltar Harry até a Toca. Os trouxas corriam desesperados tentando salvar as próprias vidas, sem saber que não eram de forma alguma alvo daquele violento ataque.
Harry duelava com dois Comensais de uma vez. O verão tinha sido frustrante e ele precisava mesmo descarregar a raiva em algum servo de Voldemort. Com um gesto rápido conjurou um feitiço estuporante em um dos Comensais, que caiu desacordado e concentrou-se exclusivamente no que restara. Este último era absolutamente mais talentoso que o outro. Harry estava tendo dificuldades em derrubá-lo.
–Você até que é habilidoso Potter, mas ainda é um garoto – falou com desdém o Comensal – Não vai conseguir me vencer.
Com um sorriso sarcástico Harry respondeu:
– Até onde eu sei, seu mestre foi derrotado por mim quando eu tinha apenas um ano de idade. Então me dê um bom motivo pra acreditar que você vai ter êxito onde ele falhou?
O Comensal pareceu hesitar diante destas palavras, dando ao garoto tempo suficiente para paralisá-lo com um “Petrificus Totalus”. Harry tornou a sorrir. Dois Comensais em menos de dez minutos. Com certeza esse era um bom número. Olhou em volta e viu Rony enfrentando um Comensal perto da casa de seus tios. A luta estava equilibrada, então o menino que sobreviveu achou melhor ajudar o amigo. Estava na metade do caminho quando um grito feminino chamou sua atenção. Ele olhou para trás e viu Gina caída no chão sendo ameaçada por ninguém menos que Belatriz Lestrange, perto de onde estavam sua tia e primo. Harry praguejou em pensamento. Havia se separado da garota justamente para se assegurar que situações como esta não acontecessem, e agora sua amada estava feria e se ele não agisse logo, estaria morta. Imediatamente ele deduziu que ela fora atingida ao tentar defender os parentes dele. Com um urro de raiva, Harry correu até lá. Mas Belatriz já estava preparada. Aparatando ela apareceu ao lado do garoto e segurou seu pulso.
– O mestre ficará com muito orgulho de mim Potter. Pois serei eu quem o levará para ele.
E então falou palavras que o garoto não compreendeu. Incontinenti, o mundo pareceu se comprimir. As cores sumiram e o mundo tornou-se mais escuro. E com um baque surdo Harry caiu de costas no chão. Um chão feito de terra e forrado com grama alta e não de asfalto e concreto. Ele se sentou sobressaltado e olhou em volta. Estava em uma floresta., com árvores frondosas e antigas, provavelmente muito distante da Rua dos Alfeneiros. Harry imaginou que nem mesmo estavam na Inglaterra. Claro que ele sabia ser impossível para um bruxo percorrer tamanha distancia apenas aparatando – Hermione havia lhe explicado isso pelo menos dez vezes e de dez maneiras diferentes – mas pelas palavras que Belatriz dissera, ele pôde supor que um feitiço havia sido formulado para o transporte deles.
– Bom trabalho Bella – disse uma voz arrogante vinda de algum lugar atrás de Harry.
– Obrigada Lucio. Onde está o mestre?
– Perto daqui, esperando por este moleque impertinente. Pegou a varinha dele Bella? – Lucio Malfoy estava parado, coma varinha em punho pronto para usá-la em Harry se fosse necessário. Belatriz respondeu a pergunta do loiro, mostrando a varinha de Harry. – Levante-se Potter, o Lord das Trevas quer vê-lo.

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