CAPÍTULO ONZE



CAPÍTULO ONZE

O caso estava tomando muitos rumos diferentes ao mesmo tempo, decidiu Gina. O melhor a fazer era tomar o caminho mais familiar. Ela foi para as ruas. E foi sozinha. Deixou Hermione com uma pilha de dados para averiguar, ligou para Neville, pedindo uma atualização das pesquisas, mas saiu desacompanhada.
Não queria ficar de papo-furado com ninguém e também não queria ninguém olhando para ela muito de perto. Tivera uma noite ruim e sabia muito bem que dava para perceber isso.
O pesadelo tinha sido o pior de todos os que ela já tivera. Foi como se lhe tivessem apertado a garganta e batido nela até que acordasse, transformando-a em uma massa disforme e suada. Seu único alívio foi que o dia já estava raiando quando o sonho atingiu o ponto máximo. E ela estava sozinha na cama, pois Harry já se levantara e estava tomando banho.
Se ele a tivesse ouvido ou visto naquele estado, Gina jamais teria conseguido se livrar dele. Talvez fosse uma espécie de orgulho bobo, mas ela usou de todas as táticas que conseguiu para evitá-lo, e então deixou-lhe um rápido recado antes de escapar de casa.
Ela também evitara Luna e Leonardo, e estivera com Moody apenas o tempo suficiente para ser agraciada com um dos seus olhares gélidos.
Gina se virara em direção à porta e saíra de casa. Havia uma sensação doentia dentro dela de que, ao sair, estava dando as costas para algo muito maior do que tudo aquilo.
Trabalho era a resposta para o problema, pelo menos foi o que pensou. Trabalho era uma coisa que ela compreendia. Estacionou na porta da Boate Baixaria, no East End, e saiu do carro.
- Oi, você aí, branquela!
- Como é que vão as coisas, Crack?
- Ah, não tem pintado muita sujeira por aqui não! - Ele riu para ela, um gigante negro com o rosto cheio de tatuagens. O peito largo de quem malhava muito estava parcialmente coberto com um casacão revestido de penas que descia abaixo dos joelhos e lhe dava um ar elegante contrastando com a sunga rosa-choque que exibia por baixo. - Hoje vai ser outro daqueles dias quentes pra caramba!
- Está com tempo para entrar comigo, a fim de me refrescar oferecendo-me um drinque?
- Pode ser, só porque é para você, bundinha doce... Resolveu seguir o conselho de Crack, desistiu de trabalhar na polícia e está a fim de balançar a peitaria aqui na Boate Baixaria?
- Enquanto estiver viva, não.
- Sabe, não sei por quê, mas eu gosto de você. - e riu, batendo na barriga brilhante. Entre comigo então, molhe o bico e conte ao Crack tudo o que está rolando.
Ela já estivera em boates piores e se sentiu eternamente grata por já ter visto outras melhores também. O fedor pesado da noite anterior ainda estava no ar: incenso, perfume barato, fumaças de origem duvidosa, corpos sujos e sexo casual.
Ainda era cedo demais, mesmo para o mais assíduo dos freqüentadores. As cadeiras estavam com os pés para cima, colocadas sobre as mesas, e dava para ver que alguém passara um pano molhado, com pouco cuidado, sobre o chão pegajoso. Substâncias que ela não queria nem identificar haviam sido deixadas para trás.
Mesmo assim, as garrafas que ficavam atrás do bar principal brilhavam sob as luzes coloridas. No palco à direita, um dançarino envolvido por uma rede cor-de-rosa ensaiava um número ao som simulado e ensurdecedor de metais eletrônicos.
Ao notarem o sinal que Crack fez com a cabeça imensa, a andróide que servia de empregada e o dançarino foram para outro lugar.
- O que vai querer, branquela?
- Café, bem forte.
Crack foi para trás do bar, movendo-se pesadamente e ainda sorrindo.
- Vou pegar. Que tal uma gotinha ou duas de minha reserva especial no seu café?
- Tudo bem. - Gina levantou o ombro. Quando em Roma, faça como os romanos.
Ela o viu programar o café e a seguir digitar um código para abrir um armário, de onde retirou uma garrafa que parecia saída de um conto das Mil e Uma Noites. Encostando-se no bar enfumaçado e sentindo os aromas, ela relaxou um pouco. Ela sabia por que gostava de Crack, um segurança de casas noturnas que ela mal conhecia, mas compreendia bem. Ele fazia parte de um mundo pelo qual ela vagara por grande parte de sua vida.
- E então, o que está fazendo neste lugar podre, favinho de mel? Dando uma de policial?
- Infelizmente. - Experimentou o café e sugou o ar. - Nossa, que reserva especial!
- Só para as minhas pessoas prediletas! Isso é tão forte que quase fica fora dos limites da legalidade. - e piscou um olho. - Quase. O que o velho Crack pode fazer por você?
- Você conhecia um homem chamado Boomer? Cárter Johannsen era o nome verdadeiro dele. Bandidinho. Sabujo de informações.
- Sei quem é. Virou presunto.
- É... Esse mesmo. Alguém o apagou. Alguma vez fez negócios com ele, Crack?
- Ele andava por aqui, entrava e saía. - Crack preferia tomar a sua reserva sem misturas. Provou e então estalou os lábios tatuados para mostrar que apreciara o sabor. - Às vezes, rolava algum lance, outras vezes, não. Ele gostava de assistir ao show e jogar conversa fora. Não havia muito problema com o velho Boomer não. Soube que a cara dele foi arrancada fora.
- Isso mesmo. Quem faria isso?
- Ele deve ter deixado alguém muito puto, é o que eu acho. Boomer tinha ouvidos aguçados. Depois de beber umas e outras, ficava com a língua comprida também.
- Quando foi que você o viu pela última vez?
- Puxa, é difícil de saber! Deve fazer algumas semanas... Pelo que me lembro, ele apareceu aqui uma noite com o bolso cheio de fichas de crédito. Pediu uma garrafa, pegou uns tabletes para ficar ligado e quis um quarto privativo. Lucille foi para lá com ele. Não, não foi Lucille não, cacete! Foi a Hetta. É que todas vocês, garotas brancas, têm a mesma cara. - e deu uma piscada.
- Ele contou para alguém daqui como foi que tinha conseguido encher os bolsos?
- Deve ter contado para a Hetta, porque ele estava numa boa. Parece até que ela veio pegar mais uns tabletes para levar lá para cima. Ele queria continuar feliz. Ela falou alguma coisa sobre como o velho Boomer estava virando um empresário ou um papo desse tipo. Demos umas boas risadas com tudo aquilo, e então ele saiu do quarto e subiu em cima daquele palco, peladão. A gente riu mais ainda, quase explodimos. O cara tinha o pinto mais ridículo que eu já vi.
- Então ele estava celebrando alguma transação...
- Esse é o meu palpite. Depois daquilo, eu andei muito ocupado. Tive que quebrar algumas cabeças por aqui e expulsar alguns palhaços da boate. Agora me lembro de que estava lá fora. na rua, e ele saiu correndo aqui de dentro. Eu o segurei pelo braço, só de sacanagem. Ele não parecia mais tão feliz, estava quase mijando nas calças de tão apavorado.
- E disse alguma coisa?
- Não, só se soltou e continuou correndo. Pelo que me lembro, foi a última vez em que vi a figura.
- Quem foi que o deixou apavorado? Com quem ele conversou?
- Não tenho idéia, carinha linda.
- Você viu uma destas pessoas aqui, naquela noite? - Gina pegou algumas fotos em sua bolsa e espalhou-as no balcão. Cho, Jerry, Justin, Redford e, por ser necessário, Luna e Leonardo.
- Olha, eu conheço essas aqui. São duas modelos de cara bonita. - Seus dedos gordos acariciaram as imagens de Cho e Jerry. - Essa ruiva aqui aparece de vez em quando, circula em busca de companhia, quando está a fim de ganhar alguém. Estes outros não fazem parte da nossa lista de convidados, por assim dizer. Pelo menos eu não saco nenhum deles.
- Alguma vez você viu a ruiva em companhia de Boomer?
- Não, ele não era o tipo dela não. Ela gostava de homens grandes, burros e jovens. Boomer era só burro.
- O que sabe a respeito de uma nova droga que anda pelas ruas, Crack?
- Não ouvi nada a respeito. - Seu rosto grande ficou sem expressão e ele fechou a cara.
A amizade acabava ali, Gina sabia. Silenciosamente, pegou algumas fichas de crédito e as colocou sobre o bar.
- Será que isso melhora a sua audição?
Ele avaliou os créditos no balcão e olhou de volta para o rosto dela. Familiarizada com a tática de negociações com Crack, ela acrescentou algumas fichas. Os créditos foram arrastados para trás do balcão e desapareceram.
- Talvez eu tenha ouvido alguns bochichos, recentemente, a respeito de uma porcaria nova. É um troço muito poderoso, tem efeito prolongado e abre um rombo no bolso. Ouvi dizer que se chama Immortality. Ninguém aqui apareceu com isso, pelo menos por enquanto. A maioria das pessoas da área não tem bala na agulha para comprar da pura. Vão ter que esperar pela versão sintética, e isso ainda vai levar alguns meses.
- Boomer comentou sobre isso?
- Era nisso que ele estava metido? - Um ar especulativo apareceu nos olhos de Crack. - Ele nunca abriu o jogo comigo a respeito disso não. Como eu falei, tudo o que ouvi de passagem foram uns papos. Já vieram bater no meu ouvido que estão armando muita badalação em torno desse bagulho novo, os doidões já estão todos interessados, mas, que eu saiba, ninguém ainda experimentou. Vai ser um grande negócio. - completou com um sorriso. - Você consegue um produto novo, cria um interesse forte na clientela e a deixa ligada, sedenta. Quando o bagulho aparece na praça, elas pagam na hora. Pagam qualquer preço.
- É... Um grande negócio. - e se inclinou para a frente. - Nem experimente esse troço, Crack. É fatal. - Quando ele começou a balançar a cabeça, ela colocou a mão em seu braço musculoso. - Estou falando sério, literalmente. É veneno, um veneno de ação lenta. Se tem alguém que você goste e que esteja usando, é melhor abrir o jogo sobre o lance, senão você não vai ter essa pessoa por perto durante muito tempo.
- Está me enrolando com esse papo, branquela? Isso não é história de polícia para enganar otário?
- Não, sem enrolação, sem papo de polícia. Um usuário regular leva uns cinco anos, e então o sistema nervoso entra em pane e o sujeito empacota. É sério, Crack. E quem está fabricando a droga sabe de tudo isso.
- Tremendo jeito de ganhar uma grana.
- E como! Agora, onde é que eu encontro a Hetta?
Crack balançou a cabeça, ainda pensando na informação que recebera, e soprou o ar com força, dizendo:
- Ninguém vai acreditar nisso quando eu contar. Pelo menos aqueles que já estão na fissura pelo bagulho. - Olhando de volta para Gina, ele respondeu à pergunta: - Hetta? Ah, caramba, sei lá! Não a vejo há semanas. Essas garotas vêm e vão, trabalham um pouco em um ponto, ficam um tempo em uma boate e depois vão para outro lugar.
- Qual é o sobrenome dela?
- Moppett. Hetta Moppett. Ela tinha alugado um quarto na Nona Avenida, da última vez que eu soube, perto da Rua Cento e Vinte. Se você resolver voltar aqui para assumir o lugar dela, docinho, é só me avisar.

Hetta Moppett não pagava o aluguel há três semanas, nem tinha dado as caras durante todo esse tempo. Isto foi informado pelo síndico do prédio, que também avisou a Gina que a senhorita Moppett tinha quarenta e oito horas para pagar o aluguel atrasado, senão ia ser despejada.
Gina ficou ouvindo essa lengalenga enquanto subia os três andares da escadaria do prédio, que estava caindo aos pedaços. Ela estava com o cartão-mestre do síndico na mão e tinha certeza de que ele também já o usara para entrar no apartamento.
Era apenas um quarto, com cama estreita, uma janela imunda e algumas tentativas de torná-lo um lugar aconchegante, entre elas uma cortina cor-de-rosa cheia de babados e almofadões brilhantes da mesma cor. Gina fez uma busca rápida, abriu uma agenda eletrônica, viu um extrato de conta com mais de três mil dólares depositados, algumas fotos emolduradas e uma carteira de motorista vencida que informava que o endereço de Hetta era em New Jersey.
O closet estava quase cheio e, pela mala surrada que viu na prateleira de cima, Gina chegou à conclusão de que aquilo era tudo o que Hetta possuía. Pesquisou o tele-link, deu uma olhada em todas as chamadas gravadas no disco e então tirou uma cópia da carteira vencida.
Se Hetta saíra em viagem, levara pouco mais com ela, além de algumas fichas de crédito, as roupas que usava e a sua licença de acompanhante autorizada para trabalhar na boate.
Gina não acreditava nisso.
Do tele-link do carro ligou para o necrotério.
- Faça uma pesquisa nos mortos não identificados. - ordenou ela. - Mulher loura, vinte e oito anos, cinqüenta e oito quilos, um metro e sessenta e quatro. Transmitindo a cópia do holograma da carteira de motorista.
Estava a três quarteirões dali, indo para a Central de Polícia, quando a chamada chegou.
- Tenente, temos um corpo aqui que bate com a descrição. Vamos precisar de uma identificação por arcada dentária, DNA ou impressões digitais, para confirmar. Não podemos confirmar pelo holograma.
- Por quê? - perguntou Gina, já sabendo a resposta.
- Não sobrou muita coisa do rosto dela...

As digitais bateram. O funcionário encarregado do setor de corpos não identificados entregou o relatório sobre Hetta a Gina, e saiu sem sequer olhar para trás. Ao chegar em sua sala, Gina analisou as três pastas.
- Trabalho negligente. - murmurou ela. - As impressões de Hetta Moppett estavam cadastradas, por causa de sua licença de acompanhante. A atendente Carmichael já podia tê-la identificado há várias semanas.
- Eu diria que Carmichael não estava muito interessada em um corpo sem nome. - comentou Hermione.
Gina segurou sua raiva e lançou um olhar rápido para Hermione, dizendo:
- Então ela está no trabalho errado, não é? Temos ligações aqui, Hermione. De Hetta para Boomer, de Boomer para Cho. Que probabilidade você obteve no computador quando submeteu esses dados e perguntou se eles foram mortos pela mesma pessoa?
- De 96,1%.
- Certo. - O estômago de Gina se retorceu de alívio. - Vou levar todo este material para o promotor e fazer um número de sapateado para agradá-lo. Pode ser que eu consiga que ele retire as acusações de Luna. Pelo menos até a gente conseguir mais provas. Se eles não... - e olhou fixamente para os olhos de Hermione. - Vou deixar esta informação vazar para Nymphadora Tonks para ela colocar no noticiário. Isso é uma violação do nosso código, e eu estou comunicando o fato a você porque, já que está trabalhando comigo na investigação deste caso, pode ser que leve a culpa também. Vai estar se arriscando a levar uma reprimenda se ficar comigo. Posso colocar você em outro caso, antes de isso ir adiante.
- Se fizesse isso comigo, tenente, aí sim eu consideraria uma reprimenda. Imerecida.
- Obrigada, Mione. - respondeu Gina, após um instante em silêncio.
- Não me chame de Mione. - Hermione fechou a cara.
- Certo. Leve tudo o que temos para a Divisão de Detecção Eletrônica e entregue pessoalmente ao capitão Longbottom. Não quero que estes dados sejam transmitidos pelos canais normais, pelo menos até eu conversar com o promotor, para depois tentar uma investigação por conta própria.
Gina notou o brilho no olhar de Hermione e sorriu. Ela ainda se lembrava de como era ser nova e conseguir a primeira vitória.
- Hermione, vá até a Boate Baixaria, onde Hetta trabalhava, e avise a Crack, ele é um cara grandão. Pode acreditar, você não vai ter dificuldades para achá-lo. Diga a ele que você trabalha comigo e que Hetta virou presunto. Veja o que consegue extrair dele ou de qualquer outra pessoa por lá. Com quem ela se encontrava, o que pode ter dito a respeito de Boomer na última noite e com quem mais ela conversou. Você já conhece o esquema.
- Sim, senhora.
- Ah, mais uma coisa, Hermione. - Gina enfiou as pastas na bolsa e se levantou. - Vá à paisana para não assustar os nativos.

O promotor destruiu as esperanças de Gina em menos de dez minutos. Ela continuou a argumentar com ele por outros vinte, mas era como chover no molhado. Jonathan Heartly concordou que provavelmente havia uma conexão entre os três homicídios. Era um homem razoável. Admirou o trabalho investigativo de Gina, seu poder de dedução e sua organizada apresentação do trabalho. Admirava qualquer policial que realizava bem o seu trabalho e mantinha a taxa de condenações de sua promotoria bem elevada.
Mas ele e o resto da promotoria ainda não estavam preparados para retirar as acusações contra Luna Lovegood. As provas físicas eram muito fortes e o caso, a essa altura, já estava sólido demais para que eles voltassem atrás.
Ele manteria, no entanto, a porta aberta. Quando Gina aparecesse com outro suspeito, se isso acontecesse, ele estaria mais do que disposto a ouvi-la novamente.
- Cara de fuinha! - murmurou Gina ao entrar e bater a porta do Esquilo Azul com toda a força atrás de si. Avistou Tonks na mesma hora, já sentada a uma mesa e fazendo caretas ao olhar para o cardápio.
- Por que, diabos, você tem que vir sempre se encontrar comigo aqui neste lugar, Weasley? - quis saber Tonks no minuto em que Gina se largou sobre a cadeira diante dela.
- Tenho hábitos rígidos. - Mas a boate não era a mesma, ela notou, sem Luna sobre o palco, esgoelando suas letras incompreensíveis e usando a sua mais recente roupa escandalosa. - Café, puro. - ordenou Gina.
- Vou querer o mesmo. Não pode ser tão mau...
- Então espere só para ver! Você continua fumando?
Tonks olhou em torno, pouco à vontade, e disse:
- Esta mesa é para não-fumantes.
- Até parece que alguém vai reclamar de alguma coisa em uma espelunca como esta! Dê-me um dos seus cigarros.
- Você não fuma...
- Espero desenvolver maus hábitos. Vai querer que eu compre?
- Não. - Olhando em volta, só para se certificar de que ninguém que ela conhecia estava por perto, Tonks pegou dois cigarros na bolsa. - Você está com cara de quem precisa de algo mais forte.
- Isso vai servir. - Gina se inclinou para que Tonks pudesse acender o cigarro que pegara e deu uma baforada. - Nossa! Deixe eu tentar mais uma vez. - Tragando profundamente, Gina sentiu a cabeça girar e os pulmões reclamarem. Irritada com isto, ela o apagou na mesma hora. - Isso é nojento! Por que você faz uma coisa dessas?
- É um gosto que a gente desenvolve.
- É o mesmo que comer coco de cachorro. Por falar em coco de cachorro, olha ele aqui! - Gina pegou o café que surgiu na abertura ao lado da mesa e tomou um gole, com valentia. - E então, como você está?
- Bem. Estou melhor. Tenho feito coisas que não fazia há muito tempo. E engraçado como ver a morte de perto faz você compreender que não aproveitar o tempo é desperdiçá-lo. Ouvi dizer que Morse foi considerado mentalmente são para enfrentar o julgamento.
- Ele não é louco. É só um assassino.
- Só um assassino. - Tonks passou um dedo pelo pescoço, junto do lugar onde uma faca, semanas antes, a fizera sangrar. - Para você, o fato de ser assassina não prova que a pessoa é louca.
- Não. Algumas pessoas gostam de matar. Não fique se martirizando com isso, Tonks. Não ajuda em nada.
- Tenho tentado não pensar mais no assunto. Tirei algumas semanas de folga, passei um tempo com a minha família. Isso ajudou. Serviu também para me lembrar de que adoro o meu trabalho. E sou boa nele, mesmo tendo fraquejado quando...
- Você não fraquejou. - interrompeu Gina, com impaciência. - Você foi drogada, estava com uma faca pressionada contra a garganta e ficou apavorada. Esqueça tudo isso.
- Sim, certo. Bem... - e soltou a fumaça que tragara. - Aconteceu alguma novidade com a sua amiga? Eu ainda não tive oportunidade de lhe dizer o quanto sinto por ela estar encrencada.
- Ela vai se sair bem.
- Aposto que você vai providenciar para que isso aconteça.
- Isso mesmo, Tonks, e você vai me ajudar. Trouxe alguns dados e você vai dizer que os conseguiu através de uma fonte da polícia, não identificada. Não, não, sem gravadores, escreva tudo. - ordenou Gina ao ver que Tonks ia pegar um aparelho na bolsa.
- Você é quem manda. - Tonks procurou mais no fundo e achou um bloco e uma caneta. - Pode despejar!
- Temos três homicídios diferentes, e as provas apontam para o mesmo assassino. A primeira vítima, Hetta Moppett, dançarina de boate e acompanhante autorizada, foi surrada até a morte no dia 28 de maio, mais ou menos às duas da manhã. A maior parte dos golpes foi aplicada no rosto, de modo a fazer desaparecer todos os seus traços fisionômicos.
- Ah... - disse Tonks, sem falar mais nada.
- Seu corpo foi descoberto às seis da manhã e cadastrado como cadáver não identificado. No momento da sua morte, Luna Lovegood estava sobre aquele palco bem atrás de você, esgoelando-se diante de mais de cento e cinqüenta testemunhas.
As sobrancelhas de Tonks se levantaram e ela sorriu.
- Ora, ora. Continue falando, tenente.
E foi o que Gina fez.

Aquilo era o melhor que ela podia fazer no momento. Quando a notícia fosse ao ar, haveria poucas dúvidas no departamento sobre a identidade da fonte policial não divulgada. Só que ninguém conseguiria provar nada. E Gina estava disposta a mentir descaradamente se fosse questionada, não por causa de si mesma, mas por Luna.
Ela trabalhou até mais tarde na Central de Polícia, assumiu o encargo horroroso de entrar em contato com o irmão de Hetta, o único parente que conseguiu localizar para informar-lhe que a sua irmã estava morta.
Depois deste intervalo pouco agradável, ela voltou a analisar cada traço e cada prova judicial de tudo o que os técnicos tinham conseguido recolher na cena do assassinato de Hetta.
Não havia dúvida de que ela tinha sido morta no mesmo lugar em que foi encontrada. A morte tinha sido rápida, provocada por um golpe forte. Um cotovelo destroçado foi a sua única ferida defensiva. A arma do crime ainda não havia sido localizada.
No caso de Boomer, a arma do crime também não tinha sido encontrada, refletiu ela. Alguns dedos quebrados, o requinte adicional de um braço quebrado e uma rótula destroçada, tudo isso aplicado antes da morte. Isso, ela era obrigada a supor, tratava-se de tortura. Boomer tinha mais do que apenas informações, ele tinha uma amostra do material, tinha a fórmula também, e a pessoa que o matou queria as duas coisas.
Só que Boomer agüentara tudo com firmeza. A pessoa que o matou, por alguma razão, não tivera tempo ou não quisera correr o risco de ir até o apartamento dele para procurar a substância.
Por que, então, Boomer tinha sido jogado no rio? Para ganhar tempo, especulou ela. Só que a idéia não funcionou e o corpo foi achado e identificado com muita rapidez. Ela e Hermione já estavam na casa dele poucas horas depois da descoberta do corpo e haviam recolhido e registrado as provas.
Então foi a vez de Cho. Ela sabia demais, queria demais, provou ser uma sócia instável, ameaçou conversar com as pessoas erradas. Qualquer uma dessas opções era viável, ponderou Gina, e passou as mãos sobre o rosto.
Houve mais fúria na morte dela, mais luta, mais confusão. Também, ela estava sob o efeito da Immortality. Não era uma dançarina de boate pega de surpresa em um beco, nem um informante patético que sabia mais do que devia. Cho era uma mulher poderosa, com a mente alerta e embebida em ambição. E tinha, lembrou Gina, bíceps bem desenvolvidos.
Três corpos, um assassino e uma ligação entre eles. A ligação era dinheiro.
Ela pesquisou todos os suspeitos, no computador, avaliando cada transação bancária, mesmo as normais. O único que estava perdendo naquela história era Leonardo. Ele estava enterrado em dívidas até o pescoço, e mais um pouco.
Por outro lado, ganância não pesava muito. Acontecia tanto com os ricos quanto com os pobres. Pesquisando um pouco mais fundo, Gina descobriu que Paul Redford andara ocupado, transferindo dinheiro de um lado para outro. Retiradas, depósitos, mais retiradas. Transferências eletrônicas apareciam o tempo todo, pulando de uma ponta para outra do país e para os satélites próximos.
Interessante, pensou ela, e mais interessante ainda quando ela achou uma transferência da conta dele em Nova York para a conta de Jerry Fitzgerald, no valor de cento e vinte e cinco mil dólares.
- Foi há três meses. - murmurou Gina, confirmando a data. - Isso é um bocado de dinheiro para uma amiga. Computador, pesquise toda e qualquer transferência desta conta para qualquer outra conta no nome de Jerry Fitzgerald ou Justin Young nos últimos doze meses.

PESQUISANDO... NÃO HOUVE TRANSFERÊNCIAS.

- Pesquise agora as transferências de qualquer das contas sob o nome de Paul Redford para as contas analisadas previamente.

PESQUISANDO... NÃO HOUVE TRANSFERÊNCIAS.

- Muito bem, certo, vamos tentar outra coisa. Pesquise as transferências de qualquer das contas de Paul Redford para qualquer das contas que esteja sob o nome de Cho.

PESQUISANDO... AS TRANSFERÊNCIAS SÃO AS SEGUINTES:
DEZ MIL DÓLARES DA CONTA DA AGÊNCIA CENTRAL EM NOVA YORK PARA A CONTA DE CHO, TAMBÉM NA AGÊNCIA CENTRAL DE NOVA YORK, DATADA DE 6 DE FEVEREIRODE 2058.
SEIS MIL DÓLARES DA CONTA DE NOVA LOS ANGELES PARA A CONTA DE CHO EM LOS ANGELES, NO BANCO SECURITY, DATADA DE 19 DE MARÇO DE 2058.
DEZ MIL DÓLARES DA CONTA DA AGÊNCIA CENTRAL EM NOVA YORK PARA A CONTA DE CHO NO BANCO SECURITY DE LOS ANGELES, DATADA DE 4 DE MAIO DE 2058.
DOZE MIL DÓLARES DA CONTA DA ESTAÇÃO STARLIGHT PARA A CONTA DE CHO NA ESTAÇÃO STARLIGHT, DATADA DE 12 DE JUNHO DE 2058.
NÃO HÁ REGISTRO DE OUTRAS TRANSFERÊNCIAS.

- Bem, isso aqui deve servir. Ela estava extorquindo dinheiro de você, meu chapa, ou vocês estavam fazendo negócios? - Gina gostaria que Neville estivesse ali, mas resolveu passar para a etapa seguinte por conta própria. - Computador, pesquise todo o ano passado, mesmos dados.
Enquanto o computador trabalhava, ela programou um café e ficou especulando os cenários possíveis.
Duas horas depois, seus olhos estavam ardendo e o pescoço estava duro, mas ela já tinha dados mais do que suficientes para lhe garantir outra entrevista com Paul Redford. Foi obrigada a se contentar com o serviço eletrônico de recados, mas teve o prazer de exigir a sua presença na Central de Polícia às dez horas da manhã seguinte.
Depois de deixar recados também para Hermione e Neville, decidiu dar o expediente por encerrado.
O fato de descobrir que havia uma mensagem de Harry no tele-link do carro não ajudou muito a melhorar o seu humor:
- Você tem sido muito difícil de localizar, tenente. Apareceu um assunto urgente que requer a minha presença. Imagino que já estarei em Chicago no momento em que você receber esta mensagem. Pode ser que eu tenha que passar a noite lá, a não ser que consiga resolver essa pequena confusão bem depressa. Você pode me encontrar no Hotel River Palace, se precisar falar comigo, ou então nos encontramos amanhã. Não fique acordada a noite inteira trabalhando, que eu acabo descobrindo.
Com um gesto irritado no botão do painel, ela desligou o aparelho de recados, perguntando:
- E que diabos eu vou ficar fazendo sozinha? Não consigo dormir quando você não está na cama.
Ela entrou pelos portões e notou, com uma pontada de esperança, que as luzes estavam acesas na casa inteira. Ele cancelou a reunião, resolveu o problema, perdeu o vôo. Seja lá o motivo, o fato é que ele estava em casa. Entrou pela porta com um sorriso de boas-vindas no rosto e seguiu o som da gargalhada de Luna.
Havia quatro pessoas tomando drinques e comendo aperitivos na sala, mas nenhuma delas era Harry. Sensacional poder de observação, tenente, pensou Gina, com mau humor, e aproveitou o momento para analisar a sala antes que sua presença fosse notada.
Luna continuava a rir e vestia o que só mesmo ela poderia considerar uma roupa de ficar em casa. Seu colante vermelho tinha estrelas prateadas salpicadas em toda parte, e, por cima dele, ela usava um manto verde-esmeralda transparente, que estava aberto e solto. Cambaleava sobre sapatos de saltos finos com quinze centímetros de altura e estava agarrada em Leonardo. Ele estava com uma das mãos em torno da cintura dela e a outra segurava um copo cheio de bebida clara e borbulhante.
Uma mulher comia um salgadinho atrás do outro, em uma velocidade comparável à de um robô operário que prega componentes em uma linha de produção. Seus cabelos estavam todos frisados, cada ponta de uma cor diferente, parecendo mil saca-rolhas. Sua orelha esquerda estava cheia de pequenas argolas prateadas que desciam e formavam uma corrente retorcida que lhe circundava o queixo e ia até a outra orelha, onde acabava fixada por um simples pino do tamanho de um polegar. A tatuagem de um botão de rosa surgia ao lado de seu nariz fino e pontudo. Acima dos olhos azuis cintilantes, suas sobrancelhas pareciam um V afunilado pintado de roxo forte.
O que combinava, notou Gina, espantada, com o macacão bem curto preso por suspensórios e que acabava em algemas logo abaixo do umbigo. Os suspensórios estavam estrategicamente colocados sobre os seios nus, e cobriam apenas os mamilos. Os seios eram do tamanho de melões.
Ao lado dela, um homem com o que parecia um mapa tatuado na careca observava a ação através de óculos com lentes cor-de-rosa, e se fartava de algo que Gina deduziu que fosse um dos vinhos brancos da reserva especial de Harry. Sua roupa de festa consistia em um short bem largo que descia até os joelhos magros e uma placa patriótica no peito, colorida de vermelho, branco e azul.
Ela pensou seriamente em sair de fininho, antes que alguém notasse, subir e se trancar em seu escritório.
- Seus convidados - anunciou Moody com um tom de desprezo, por trás dela - estavam à sua espera, senhorita.
- Olhe aqui, meu chapa, eles não são meus...
- Weasley! - guinchou Luna, e veio pulando perigosamente do outro lado da sala, em suas estacas finas, tão na moda. Apertou Gina bem forte, com um abraço que parecia ser dado por um urso bêbado, e quase jogou as duas no chão. - Você demorou tanto! Harry teve que ir a algum lugar, e disse que estava tudo bem para ele se Biff e Trina quisessem dar uma passadinha por aqui. Eles estavam loucos para conhecer você. Leonardo vai preparar um drinque para você. Oh, Moody, as comidinhas estão simplesmente o máximo! Você é um doce!
- Fico satisfeito por saber que a senhorita está apreciando. - e sorriu para ela. Pelo menos não havia outra definição para o ar sonhador e brilhante que surgiu em seu rosto de pedra, pouco antes de ele se virar e sair da sala, voltando para o saguão.
- Vamos lá, Weasley, junte-se a nós!
- Olhe Luna, eu realmente tenho um monte de trabalho. - mas Gina já estava sendo arrastada para o ponto da sala onde eles estavam.
- Posso lhe preparar um drinque, Weasley? - Leonardo exibiu um olhar triste de cão carente. Gina desmontou.
- Tudo bem. Está ótimo. Quero um cálice de vinho.
- Um vinho fantástico, absolutamente extraordinário. Eu sou o Biff. - o homem com o mapa na cabeça esticou a mão, fina e delicada. - É uma honra conhecer a pessoa que está lutando por Luna, tenente Weasley. Você está absolutamente certo, Leonardo. - continuou ele, com os olhos intensos por trás das lentes rosadas.
- Seda bronze é a escolha perfeita para ela.
- Biff é especialista em tecidos. - explicou Luna, com uma voz que continuava a parecer pastosa. - Ele trabalha com Leonardo há séculos. Os dois estão planejando todo o seu enxoval.
- Meu...
- E esta aqui é a Trina. É quem vai preparar o seu cabelo.
- Ela vai? - Gina sentiu o sangue descer da cabeça e ir todo para os pés. - Mas, bem, eu não... - até mesmo mulheres com pouca vaidade são capazes de entrar em pânico diante de uma estilista que usa cabelos encaracolados com as cores do arco-íris. - Eu acho que não vai ser...
- É de graça! - anunciou Trina em um tom de voz que era o equivalente sonoro de metal enferrujado. - Quando você conseguir livrar Luna desse sufoco, vou lhe oferecer consultas, cortes e penteados grátis pelo resto da sua vida. - Agarrando um punhado de cabelos de Gina, ela os testou, passando-os por entre os dedos. - Boa textura. Bom caimento. Corte ruim.
- Aqui está o seu vinho, Weasley.
- Obrigada. - Ela bem que precisava. - Ouça, muito prazer em conhecer vocês, mas eu tenho que fazer uns trabalhos que não posso adiar.
- Ah, mas você não pode fazer isso! - Luna se agarrou ao braço de Gina como um carrapato. - Todo mundo veio aqui hoje só para começar a prepará-la.
- Preparar-me para quê? - Agora parecia que o sangue tinha saído até dos pés.
- Já arrumamos tudo lá em cima também. O espaço para Leonardo trabalhar, o de Biff e o de Trina também. Todos os outros funcionários vão estar aqui bem cedo, zumbindo como abelhinhas e prontos para o trabalho.
- Abelhinhas? - Gina conseguiu dizer. - Zumbindo?
- Para o desfile. - Completamente sóbrio e menos disposto a assumir que seria bem-vindo, Leonardo bateu de leve no braço de Luna para refrear seu entusiasmo. - Minha pombinha, pode ser que Weasley não queira a casa cheia de gente a essa altura. Isto é... - ele não quis falar sobre a investigação -... com o casamento assim tão próximo.
- Mas essa é a única forma de podermos ficar juntos e acabar os modelos para o desfile. - com os olhos quase implorando, Luna se virou novamente para Gina. - Você não se importa, não é? Nós não vamos atrapalhar. É que Leonardo ainda tem tanta coisa para preparar! Alguns dos modelos vão ter que ser modificados agora, porque... porque Jerry Fitzgerald é que vai ser a nova estrela do desfile.
- Ela tem um tom de pele diferente, - explicou Biff - e um biótipo diferente também. Diferente de Cho. - completou ele, pronunciando o nome que todos estavam evitando.
- É... - o sorriso de Luna se abriu e permaneceu fixo. - Por isso é que vai ser preciso muito trabalho extra, e Harry falou que, por ele, estava tudo bem. A casa é tão grande, e tudo. Você não vai nem perceber que o pessoal está todo aqui.
Pessoas, pensou Gina, saracoteando para dentro e para fora. Um pesadelo para o sistema de segurança.
- Tudo bem, não se preocupe com nada. - disse Gina. Ela se preocuparia.
- Eu não falei que ia dar tudo certo? - perguntou Luna, plantando um beijo no queixo de Leonardo. - E prometi ao Harry que não ia deixar você ficar enterrada no trabalho esta noite, Weasley. Você vai sentar aqui e se deixar ser paparicada. Vamos pedir pizza.
- Ah, minha nossa! Luna...
- Está tudo dando certo. - continuou Luna, quase em desespero, com os dedos apertando o braço de Gina. - No Canal 75, eles estavam falando que surgiu uma nova pista e disseram que houve outros assassinatos, parece que há conexão com tráfico de drogas. Eu nem sequer conhecia as outras pessoas que foram mortas. Eu nem as conhecia, Weasley, então vai acabar sendo provado que foi outra pessoa. E então, todos os problemas vão acabar.
- Ainda vai levar algum tempo para isso, Luna. - Gina parou, sentiu o coração apertado diante do ar de pânico nos olhos de Luna e conseguiu dar um sorriso. - Sim, tudo vai ser resolvido. Pizza, é? Bem que eu podia comer um pedaço...
- Ótimo! Demais! Vou procurar Moody e dizer que nós já estamos prontos. Levem Weasley lá para cima e mostrem tudo a ela, certo? - e saiu correndo.
- Ela realmente ficou mais animada agora. - disse Leonardo baixinho - Agora que viu o noticiário. Ela bem que estava precisando de uma injeção de ânimo. O Esquilo Azul a mandou embora.
- Eles a despediram?
- Canalhas! - murmurou Trina, provando um canapé.
- A administração resolveu que não era muito bom para a casa ter uma acusada de assassinato como estrela. Isso a deixou muito abalada. Fui eu que tive a idéia de fazer com que ela pensasse em outra coisa, arrumando tudo isso. Desculpe, eu devia ter consultado você primeiro.
- Não, está tudo bem. - Gina tomou mais um gole de vinho e cruzou os braços. - Vamos lá, então, para vocês me prepararem.



Agradecimento especial:

Bianca:
Eu concordo com você nos seus palpites, o Draco realmente é belo chute, e já adianto que a Hermione vai mesmo se envolver com ele... sexualmente... mas vai... quanto a Gina, sim ela realmente matou o pau dela, mais pra frente ela vai sonhar detalhadamente com o assassinato... e vai se martirizar ainda por cima.... de verdade, um cara que tem a coragem de abusar de uma criança de oito anos e ainda mais nova é um verdadeiro fdp desgraçado e a morte é muito pouco, ainda mais se a criança for a própria filha. Desculpe o pequeno surto, mas eu odeio esse tipo de violência e as vezes não consigo me conter quando ouço algo a respeito. Beijos.

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