Chá com biscoitos ?



Depois da monótona aula de História da Magia, lecionada pelo fantasma Binns, Alvo e Rosa desceram correndo os terrenos do castelo em direção à cabana de Hagrid. Chegaram em cima da hora, afoitos e com os cabelos absolutamente embaraçados.
Alvo bateu na porta com um nó nos dedos, um tanto receoso.
- Ele é um pouco grande, não ? – Perguntou, cochichando
- Relaxa. É muito amigo dos nossos pais.
Naquele momento, a conversa dos dois foi interrompida por um rangido e, logo depois, uma massa grande e corpulenta fez sombra nos dois amigos.
- Hoho! Se não é o pequeno Potter e a pequena Wesley.- Disse, dando tapinhas carinhosos nos dois, que mais pareciam empurrões. – Vamos, entrem, entrem.
Sem hesitar, Alvo e Rosa entraram na cabana do guarda caça. Estava tudo absolutamente bagunçado e, na mesa, fumegavam duas chícaras de chá quente. Ambas lembravam um balde.
- Sirvam-se de bolinhos, podem pegar o quanto quiserem. Mas, vamos, sentem-se, quero ouvir tudo sobre vocês.
Os dois se olharam, um tanto confusos, e se sentaram. Alvo pegou um bolinho, educadamente, e deu uma mordida. Era duro e cheio de bolotas, e o mesmo fez força para não cuspir. Pegou o chá e tomou um belo gole, para ajudar a engoli-lo, mas não ajudou muito, pois o mesmo tinha gosto de água suja quente. Por isso, limitou-se a lançar um olhar preventivo a Rosa, que rapidamente se afastou dos bolinhos.
- Pois bem... Vou começar falando de mim – Disse Hagrid, sentou-se em uma cadeira, que estalou fortemente – Estou muito honrado de ter aqui os filhos dos grandes heróis da nação bruxa. Harry, Rony e Hermione foram grandes amigos meus. E Gina, é claro. E quero dizer que, sempre que quiserem, podem vir a minha humilde cabana para tomar chá.
- Obrigado – Disseram, em uníssono. Mas os dois tinham certeza de que nunca iriam ali com aquele propósito.
- Bem, eu também sou o professor de vocês. De Trato de Criaturas Mágicas. Teremos aula amanhã ! Querem ver algumas criaturas ?
Alvo abriu a boca para uma resposta negativa, mas Rosa rapidamente apoiou sua mão no joelho do garoto e apertou, com força.
- Claaaaro que queremos.
Hagrid abriu um largo sorriso, escondido pela espessa barba, e se levantou.
- Venham então ! Minerva disse para o primeiro dia eu dar sobre vermes, mas gosto de arriscar.
O meio gigante foi andando em direção a porta, desejeitado, e sumiu pelo jardim.
- O que ele quis dizer em ‘gosto de arriscar’ ? – Perguntou Alvo, um tanto receoso.
- Só vamos saber se o seguirmos
Rosa segurou a mão do garoto e a puxou, fazendo-o se levantar com um pulo. Foram caminhando, até encontrarem Hagrid, que estava em um canteiro de abobóras. Segurava uma particularmente grande.
Chegando mais perto, notaram que a mesma estava oca. Dentro dela pulsava um pequeno corpo laranja, disforme, que parecia mastigar alguma coisa.
- Essa espécie foi descoberta recentemente. Costumo chamar de ‘’Lanranjinha’, porque ele é laranja. E é uma gracinha.
Ouvir a palavra ‘gracinha’ vindo de um homem com quase dois metros de altura era um pouco bizarro. Mas eles engoliram a seco aquilo, que era, definitivamente, nojento.
- Parece que vai se desmanchar – Disse Rosa, tocando na abóbora rapidamente.
- Em contato com a água se desmancha. E quando elas crescem, podem destruir plantações inteiras !
- Hm... Hagrid. Que ta você dar algo um pouco mais leve, tipo unicórnios? – Perguntou Alvo, olhando de esguelha para a abóbora
O meio gigante pareceu, por um momento, um tanto decepcionado.
- Mas unicórnios são tão...
- Fascinantes ! – Completou Rosa, imediatamente- São absolutamente fascinantes, todos irão adorar.
- Mas eu... eu queria causar um impacto para a primeira aula.
- Unicórnios serão um baita impacto – Disse Alvo, improvisando
- Vou pensar – Disse, distante, enquanto colocava a abóbora novamente em um canteiro. – Talvez unicórnios agradem mais. Ou será que... Explosivins ?
- NÃO ! – Disse Alvo, sacudindo as mãos negativamente – Explosivins não! Ai... Estou com dor de barriga...
- Ok – Disse Hagrid, assustado – Explosivins não. E quanto a sua dor, quer entrar para tomar um chá, dizem que melhora.
- Pra dizer a verdade, temos aula daqui a meia hora – Disse Rosa, puxando do bolso um pequeno papel amassado, com os horários.
- É, e está escurecendo. Acho melhor irem indo. Bem, até mais – Disse Hagrid, sorrindo – E, Alvo, passe na enfermaria.
O garoto retribuiu o sorriso, e deu um passo para frente, a fim de abraçar o meio gigante. Rosa fez o mesmo.
- Até mais ! – Gritaram, enquanto estavam andando em direção ao castelo.


Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.