Resistência



- Era para mexer a poção só sete vezes Thiago. Porque mexeu quatorze ?
- Não prestei atenção.
- Fala sério, você nunca presta ...
Thiago sorriu, e abraçou a garota pela cintura. Pode sentir o perfume de seus cabelos.
- Júh...
- Fala.
- Quero te falar uma coisa.
- Ai, que medo.
- Por que ?
- Porque você quer falar uma coisa. E vindo de você, eu espero qualquer coisa ...
Thiago riu. Pra dizer a verdade, ele ria de tudo o que ela falava.
- Veja só, o corredor está vazio ...
- Pois é, eu... – Julia parou abruptamente, olhando para os lados – Thiago, estamos no corredor da sala precisa ?
- Estamos.
- No sétimo andar ?
- Uhun.
- E como a gente veio parar aqui ?
- Não seei...
O garoto foi chegando perto. Perto até demais.
- Er... Acho melhor a gente sair daqui. Antes que alguém veja e pense alguma coisa errada.
- Já que estamos aqui, vamos dar motivo pra pensarem.
E dizendo isso, puxou Julia pelo braço, lhe dando um beijo. A garota fechou bem os lábios e não retribuiu, dando um empurrão em Thiago.
- BEBEU PÚS DE BUTÚBERAS? CHEIROU PÓ DE FLU ?
- Ué, o que eu fiz ?
- VOCÊ ME AGARROU, SEU GROSSO !
- Eu não te agarrei. Ah, vai dizer que você não queria. Eu sou bonito, e sou popular !
- Enfia a sua beleza e popularidade no...
- Olha o linguajar.
Julia, morrendo de raiva, apontou a varinha para Thiago e ordenou.
- Densaugeo !
O garoto se dobrou e, logo depois, seus dentes estavam crescendo assustadoramente.
- Beija uma garota assim agora, quero ver bonitão.
E dizendo isso, saiu pelo corredor, deixando Thiago a sós com seus dentes enormes.

* * *



Na enfermaria, Lucas e Gustavo se dobravam de rir. Thiago contara a eles tudo o que tinha acontecido, e de quebra, que não tinha conseguido ficar com Julia.
- Fala tú, pegador... Não acredito, ainda ficou parecendo um coelho na frente da garota... – Disse Lucas, fazendo cara de decepção.
- Fiquei com cara de coelho graças a ela, aquela metida, idiota...
- Fala sério, você gosta dela. Te conheço. – Disse Gustavo, e o ar de ironia sumiu do local
- Gosto. O pior é que gosto. Mas isso não faz ela deixar de ser metida e idiota.
Os três ficaram em silêncio, enquanto Thiago pegou um espelhinho em cima do móvel e começou a apalpar os dentes.
- Estão normais ? – Perguntou, ainda vendo seu reflexo.
- Eu acho que o direito ta um pouquinho maior.
- Vai te catar Guga.

* * *


Julia saiu andando furiosa pelos corredores de Hogwarts, sua capa esvoaçando perto aos tornozelos, a sua raiva transbordando pela pele. ‘’Potter, eu ainda mato você. Ainda mato’’, pensava, enquanto passava direto pela infermaria e ia em direção aos jardins.
Mais adiante, sentiu que alguém a estava seguindo. Tocou na varinha, dentro das vestes, segurou-a firme. ‘’Eu sei que é você, Thiago Potter. Saiu da enfermaria e já quer me atazanar’’ Girou os pés, sacou a varinha.
- Srta Veiga, o que pensa estar fazendo ?
Era a diretora Minerva. A garota corou fortemente, e guardou a varinha nas vestes.
- Perdão diretora, eu só senti que alguém estava me seguindo e....
- Seguiu seus instintos grifinórios. Eu sei.
- É... Foi isso.
- Bom, eu ia mesmo te chamar.
- O que houve?
Minerva pareceu um pouco desconcertada.
- Eu vi o que aconteceu no corredor do sétimo andar. Eu estava saindo da Sala Precisa.
‘’Oh, não.’’- Pensou Julia-‘’ Vou pegar detenção e ainda vai descontar pontos da minha casa !’’
- Diretora Minerva, desculpa, eu só estava me defen...
- Quer participar da Armada Dumbledore ? Estamos recrutando os melhores alunos, e velho reparando em você faz tempo. Parabéns pela azaração de hoje – E então, a diretora se dobrou, e cochichou no ouvido da menina – mas isso fica só entre nós.
Quando a diretora saiu de sua vista, Julia riu. Riu de felicidade, e riu porque sabia, Thiago estava querendo entrar para a Armada desde que ela fora anunciada no salão principal. E quem tinha conseguido, fora ela.

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