Copa Mundial de Quadribol
Amanheceu, e então recolheram suas coisas e recomeçaram a caminhar. Eram seis da manhã, e deduziam que chegariam ao objetivo às nove.
Depois de duas horas de caminhada, chegaram ao pé de uma montanha. No topo dela, estava o artefato que os aparataria até o acampamento. Subiram a trilha que levava até o topo da montanha, que tomou deles meia hora.
- Pois muito bem. Chegamos. – Arthur falou com alegria. – Porém, temos de encontrar o artefato.
- O senhor sabe o que é? – Hermione o indagou.
- Pode ter qualquer forma, mas é uma coisa que não atrairia a atenção de trouxas. Uma bota velha, um copo furado... qualquer coisa.
- Vamos procurar! – Gina se mobilizou.
- Se por um acaso, ao tocarem em algum objeto e sentirem uma grande energia, chamem a todos. Devemos tocar no objeto para sermos aparatados. – Molly informou os garotos.
- OK. – Responderam todos.
Depois de algum tempo procurando, Harry, que desde o acampamento na floresta andava quieto, achou uma pedra malhada que liberava muita energia. Chamou a todos e estes tocaram no objeto.
Foi uma viagem rápida, como foi no quarto ano, na última Copa de Quadribol. Apareciam imagens rápidas de vários ambientes ao redor de todos, e quando perceberam, já haviam chegado. Harry, como da última vez, estava nauseado. Mas finalmente haviam chegado ao acampamento.
Arthur chegou a uma banca que possuía um elfo dentro. Era esse elfo liberto que controlava a entrada e saída de famílias no acampamento. Estava sentado em um banco, quando Arthur chegou. Ele precisava pagar os galeões de sua estadia. Ficaria apenas três dias. Devido ao recomeço de aulas ser mais cedo, teriam que voltar mais cedo, pois havia ainda todo o material dos filhos e de Harry e Mione para comprar.
- Bom dia, em que posso ajudá-lo? – O elfo fora simpático.
- Estamos em seis pessoas, e eu gostaria de saber quanto custa a estadia. – Arthur tirou a carteira do bolso.
- Seis pessoas... deixe-me ver... - olhou a tabela de preços e achou o valor. – Vinte galeões.
- Aqui estão. – Arthur pagou e já ia saindo, quando o elfo lhe chamou de volta.
- Ei!! Esperem, vocês precisam colocar essa fita fluorescente na barraca.
- Pra quê? – Rony perguntou, surpreso. Na última vez que veio, não precisaram disso.
- Para dizer que pagaram. Na última Copa Mundial de Quadribol, houve muitos penetras, muita gente que não pagou assistiu. Portanto, esse ano, precisam da fita.
- Ah... entendi. – Disse Rony. – Obrigado.
- Qualquer informação, não deixem de vir aqui.
Entraram, e o acampamento estava lotado. Havia gente de todos os países que se pudesse imaginar. A maioria das pessoas era da Europa, mas havia muitos latino-americanos. Havia ainda muita gente montando suas barracas. A estimativa era que ainda chegassem o dobro das pessoas que ali já estavam, pois havia pessoas que não acampavam, mas vinham todos os dias, assistiam as partidas do dia e voltavam pra casa.
- Simpático esse elfo, não? – Gina comentou.
- É verdade. Gostei dele – disse Harry. – Mas nunca imaginei que um elfo liberto pudesse ter tanta confiança a ponto de cobrar a estadia das pessoas aqui!
- Não é só porque são elfos, que não são de confiança, Harry! – Hermione ia se inflamando. – Ora! Você como participante do movimento F.A.L.E. nunca daria certo, e seria tratado como traidor, sabia??
- Ah, Hermione, dá um tempo, meu amor! O Harry não participa do F.A.L.E., portanto não o repreenda... estamos num dia tão lindo de sol para se estressar por pouca coisa... – Rony abraçou a namorada por trás, enquanto caminhavam para o lote reservado a eles na fita fluorescente.
- Vocês acham que já existe favorito ao título? – Gina falou.
- Sim!!! Acho que é a Irlanda! – Rony respondeu, com um ar de fanatismo no falar.
- Rony! Deixe o fanatismo de lado! Estou falando sério! – Gina repreendeu o irmão.
- Não sei... acho que esse ano não há. Os times vão cada vez mais se aperfeiçoando, e a competição tende a aumentar. – Harry respondeu sensatamente.
- Concordo com você, Harry. Também acho que não há nenhum favorito. – Hermione assentiu.
- Ora, Mione! Você nem acompanha os times de quadribol! Como você pode concordar com Harry? – Rony olhou para a namorada com uma cara cômica.
- Ora digo eu, Ronald! Eu acompanho sim! Aposto ainda que sei mais do que você!
- Então... quem ganhou a Taça de Quadribol das Américas? – Rony começou a testá-la.
- México. E é a primeira vez que eles ganham. A comemoração foi muito grande e teve repercussão no mundo todo! – Hermione deu ares de muito sabida.
- E quem ganhou a Taça de Quadribol Asiática? – Rony a testou novamente.
- Japão, já é tricampeão. Cho deve ter ficado contente, pois é descendente de japoneses.
- E... – Rony já ia testá-la novamente, mas Gina se irritou.
- CHEGA RONY! Poxa, como você é chato! – Gina deu um tapa no braço do irmão. – Não deu pra perceber ainda que a Hermione saca tudo de quadribol?
- AHHH! Tá bom, tá bom... você venceu, Hermione.
- Finalmente, Rony... pensei que tivesse que dizer quem ganhou o Campeonato Brasileiro de Quadribol! – Hermione deu uma risadinha marota. – Falando em Cho... olha ela ali, Harry!
- Onde? – Harry falou, interessado.
- Ali ó... do lado do nosso lote. Também estão montando as barracas. – Hermione apontou.
- Não vai falar com ela, Harry? – Rony cutucou o amigo.
- Vou... mas depois, agora ela está muito ocupada. – Harry inventou qualquer desculpa.
Há tempos que o romance de Harry com Cho estava esfriando. Cho o amava muito, mas Harry não sentia nem dois terços do amor dela por ele. A bem da verdade, não conseguira esquecer o amor que mais lhe foi difícil de alcançar, que mais enfrentou barras e obstáculos para poder se concretizar, nem que fosse uma semana: Tatyanna. Aquela garota fora muito marcante naquele terceiro ano de escola. Nunca mais se viram desde o expresso de volta de Hogwarts.
Tatyanna fora estudar em Beauxbatons, e Harry nunca mais tivera notícias dela. Não sabia se estava bem, se continuava viva, se realmente Lord Voldemort a havia deixado em paz. E também não sabia se continuava a amá-la, pois para ele, seu romance com Cho ia de mal a pior. Alguma coisa eles precisavam fazer para que aquele namoro esquentasse. Mas o quê? Harry não se achava pronto para ter algo mais com Cho Chang, mas se não restasse outra saída... e se ele fizesse o que pensa, e ao invés de esquentar, esfriasse ainda mais? Cho nunca o perdoaria. Melhor pensar em outra coisa.
*
Enquanto isso, na França...
Tatyanna passeava no parque com seu namorado, Álvaro Mendonza. Ele era português, porém morava na França havia dez anos completos. Estudava em Beauxbatons há quatro, quando conheceu Tatyanna. Aluna nova na escola, do segundo ano, e com feições que costumava ver muito em Portugal quando pequeno. Lá havia muitos brasileiros que queriam estudar em Portugal, construir uma vida naquele país, que era seu sonho mais profundo.
Quando a viu, não resistiu... era como se fosse amor à primeira vista, ou quem sabe, amor à primeira conversa. Ambos foram escolhidos monitores de suas respectivas casas, e precisavam reunir-se periodicamente. Numa dessas reuniões, acabaram por se encontrarem, e agora fazia três anos que namoravam firme.
Tatyanna não vivia o mesmo dilema de Harry: seu namoro sempre fora quente, e em nenhum momento, os dois tiveram dúvidas do que sentiam. Tatyanna amou muito Harry, mas como pensava que não mais o veria, fez menção de esquecê-lo. Não conseguiu muita coisa, mas estava feliz com Álvaro.
Sentaram em um banco, na famosa praça de Paris. Dali conseguiam ver a torre Eiffel, sempre uma paisagem impossível de enjoar. Conversavam sobre ir para Hogwarts.
- Eu já lhe disse que retornarei a Hogwarts, não disse, meu amor? – Tatyanna iniciou a conversa.
- Disse sim... não há como revogar essa decisão? – Álvaro a olhou com seus olhos verde-esmeralda.
- Não, Álvaro... creio que eu mesma queira voltar. Faz quatro anos que não vejo meus melhores amigos. De vez em quando ainda escrevo cartas a Hermione, mas eu queria vê-los novamente.
- Mas e eu? Como eu fico? – Álvaro entristeceu.
- Você vai comigo! Não seja bobo de ficar aqui na França! Em Hogwarts tudo tem mais emoção! O simples fato de almoçar no salão já me traz alegria!
- Eu amo você, mas meus pais querem que eu estude em Beauxbatons até o último ano... não sei o que faço, meu amor...
- Álvaro! Prove para eles que seu futuro não está aqui na França! Você não sonha ser auror? Pois então! Aqui na França é pouco provável seu sucesso, pois não se precisa muito de aurores, os cargos necessários já estão ocupados! Porém, lá na Inglaterra, sempre surgem vagas! Pense no que estou lhe falando, meu amor!
- Entendo... vou tentar convencê-los... não sei o que será de mim sem você, Tatyanna...
- Por favor, Álvaro... não se apoquente antes da hora... eu ainda não parti! Mas é certo que irei...
- Eu não posso deixar-te ir sozinha, irei junto! Nem que eu tenha que trabalhar para ingressar naquela escola... sozinha você não vai... não se preocupe, você não se livrará de mim tão cedo. – Álvaro sorriu.
- Deixe de ser bobo, meu amor... eu amo você, e não quero me ver livre! Sofro por ter que te deixar. Mas você conseguirá ir comigo! Agora me leve de volta pra casa que eu preciso ajudar minha madrinha. Meu primo está de aniversário hoje, e ela só me deixou sair com você porque eu praticamente implorei!
- Tudo bem. Vamos, a gente pega um táxi, afinal de contas, hoje eu não quis passear com você de carro né... fazer o que.
- Vamos, minha madrinha vai me matar que eu ainda não cheguei!
Deram um selinho, e caminharam abraçados pela praça. Tatyanna ficava triste de abandonar Álvaro, que realmente a amava, para estudar em Hogwarts, mas é um sonho que irá se tornar realidade... retornar a Hogwarts... o que sentiria ao reencontrar os amigos...? E Harry? Não sabia, só o momento do encontro diria.
*
Montaram a barraca, e a deixaram aberta. Tudo o que se pudesse imaginar havia ali dentro. Panelas, fogareiro, talheres... ficariam três dias acampados, mas com muito conforto. Harry sentou-se no interior da barraca, sozinho. Precisava pensar em muitas coisas. Em Cho, em Hogwarts... mas principalmente no vulto da noite passada... quem seria? Será que era Voldemort? Será que ele havia retornado? Não havia como saber, mas aquela dor súbita na cicatriz queria dizer algo. Ou era o próprio Voldemort, ou um agregado dele. Não dava pra saber, a não ser que...
- E aí, Harry, o que você tá fazendo? – Rony entrou na barraca também, e interrompeu os pensamentos de Harry.
- Tava pensando, Rony... pensando. – Harry respondeu, olhando para o chão.
- Pensando no quê? – Rony o olhou, intrigado.
- Senta aí. Preciso que você pense nisso que eu estou pensando, junto comigo.
- No que você tá pensando? Fala!
- Naquele vulto de ontem à noite. Quem será que era, Rony? Eu tô preocupado.
- Eu também estou. E ainda por cima, você sentiu a dor na cicatriz, o que só quer dizer uma coisa: ou Você-Sabe-Quem retornou, ou um agregado apareceu.
- Você pensou na mesma coisa que eu! Estou preocupado, porque a Grande Guerra pode estourar se Voldemort retornar...
- Nem me fale, Harry. Não posso nem pensar na tragédia que isso vai ser.
- É horrível, eu sei, mas não é porque é horrível que não se fala, nem se previne disso.
- Não podemos deixar as meninas saberem disso. Na noite passada, elas dormiram como anjinhos e nem desconfiaram de nada. Se eu falar pra Gina ela pode ter um colapso, afinal, já sofreu tanto nas mãos dele...
- Hermione vai querer dar uma de sabida, sem ofensa viu Rony... mas você sabe como ela é. Ninguém pode prever, nem saber o que pode acontecer daqui pra frente... tudo é muito incerto.
- Ah... vamos desencanar um pouco... até agora não aconteceu nada, vamos aproveitar... claro, mas sempre precavidos né Harry. Vamos dar uma volta, você chama a Cho, e eu tento achar a Mione e a Gina.
- Tá bom... vamos, Tenho que aproveitar as minhas férias!
Saíram da barraca, Molly e Arthur estavam sentados em cadeiras de praia, conversando. Avisaram que iam sair, e Harry foi falar com Cho, e Rony foi procurar as outras meninas.
- Cho... meu amor? – Cho estava de costas, conversando com algumas colegas suas, da Corvinal, que foram com ela na Copa.
- Harry!!! Meu amor!! Você veio! Pensei que não viesse mais! – Abraçou-o com força, as amigas dela saíram dali.
- Cheguei hoje de manhã! – Harry se perdia entre os beijos da namorada.
- Eu também! Você não me viu? – Cho o encarou.
- Vi, mas percebi que você estava muito ocupada, e não quis atrapalhar.
- Você, me atrapalhar? Acho que você não me conhece, Harry! Claro que não! – Cho o abraçou de novo. – Não sabe o quanto senti saudade de você!
- Eu também senti, Cho. – Harry estava cansado dos abraços de Cho, mas fazia tempo que não se viam, era de se esperar essa atitude.
- Está estranho, Harry, aconteceu alguma coisa? – Cho o encarou novamente.
- Eu? Estranho? Por quê? Não me aconteceu nada...
- Ah... sei lá, tive esta impressão... vamos dar uma volta? – Cho o convidou.
- É... pode ser.
Rony, depois de muito procurar, encontrou Mione e Gina conversando com Collie e Simas. Até eles estavam ali. Aquele evento reunia todas as pessoas da comunidade bruxa. Poder-se-ia encontrar qualquer pessoa ali. Conversavam animados, quando Rony chegou e entrou na conversa também.
- Simas! Collie!! Tudo bom? – Rony abraçou os colegas de casa, cumprimentando-os.
- Tudo! E contigo? – Collie perguntou.
- Beleza! Legal vocês terem vindo! – Rony sorriu.
- A gente tava falando exatamente nisso! – Hermione comentou.
- Poderíamos nos reunir e assistirmos às partidas todos juntos! – Gina lançou a idéia.
- É! Boa idéia! – Simas assentiu.
- Então, quando avisarem o horário dos jogos pelo extensor, a gente se encontra nos fundos do Campo de Quadribol, nossa barraca está lá perto. – Rony falou, referindo-se à barraca dos pais.
- Pode ser, a gente avisa o Neville também. – Collie falou.
- Neville também tá aí? – Gina perguntou.
- Tá, a barraca dele é próxima à cabine do elfo cobrador.
- Legal! A turma toda se reúne então no lugar combinado! – Rony falou. – Vamos, meninas? A gente precisa comer antes de ir assistir à abertura da Copa.
- Vamos, amor. Gina? – Hermione apoiou-se em Rony.
- Vamos. Ainda quero ver se encontro Draco antes da abertura, mas acho que não vou conseguir.
- Nem esquenta. Que vocês vão se ver, eu sei. – Collie comentou. – Eu o vi de relance por aí.
- Sério Collie? – Gina se interessou.
- Sério! Inclusive, o Draco conversou com o Simas, ele disse pra mim. Parece que perguntou de você.
- Ah é? E o que você respondeu, Simas? – Gina virou para Simas.
- Que não sabia. Ia mentir? – Simas falou, um pouco ríspido.
- Tudo bem, Simas, não tem problema. A gente se vê mais tarde. Tchau!
- Tchau. – Simas e Collie disseram.
Harry e Cho passeavam entre as barracas, quando avistaram Draco próximo à floresta que cercava o acampamento. Como estava sozinho, chamaram-no.
- Ow! Malfoy! – Harry chamou-o.
- Que é, Potter? – Draco ainda não aceitava a idéia de conviver pacificamente com Harry.
- Tenho uma informação preciosa pra você... hehehe. – Harry deu uma risadinha sarcástica.
- Odeio a idéia do garoto cicatriz me chantagear, mas fazer o que. O que quer para me dizer onde está a Gina? – Draco o encarou, e revirou os olhos.
- É fácil, “Draquinho”... – Cho falou. – Precisa apenas conseguir entradas de graça para nove pessoas no camarote. Nada que você não consiga.
- Eu não acredito, Chang... você pensa que é o que para assistir a Copa Mundial de Quadribol no camarote?? Só pode ser uma piada.
- Ora, cale-se Malfoy. Quer saber onde Gina está ou não? – Harry fora categórico.
- Tudo bem então. O que eu não faço pela minha ruiva... mas camarote só pra abertura da Copa. Fechado? – Draco falou. Não estendeu a mão, porque o simples fato de apertar a mão de Potter já era horrível.
- Fechado Malfoy. Consiga as entradas que eu lhe digo onde Gina está. – Harry falou, e já ia saindo, quando Draco apontou a varinha para suas costas.
- Tá pensando que eu sou o quê? Pode falando agora! Não confio na palavra de um Potter!
- Nem eu nem Cho confiamos na palavra de um Malfoy! – Harry se voltou para ele, com a varinha em punho.
- Gente, não briguem! Por favor! Tudo bem, Draco. Eu digo onde está Gina, mas terá que me prometer que trará as entradas do camarote. – Cho separou os dois, Harry a olhou, perplexo.
- Tá OK, Chang. Eu trago. Juro por Merlin. – Draco a olhou, esperançoso por saber onde estava Gina.
- Nós estamos acampados próximo aos fundos do Campo de Quadribol. Só disse porque você jurou por Merlin. – Harry contou.
- OK. Hoje, depois da divulgação de horário, apareço por lá para entregar as entradas. – E saiu, sem ao menos se despedir.
- Esse Malfoy... não sei porque me odeia tanto. – Harry voltou a caminhar por entre as barracas, acompanhado por Cho.
- Eu imagino porque... ele tem inveja da sua fama! – Cho comentou.
- Não sei... mas acho que pode ser mesmo, afinal passou a aturar Mione e Rony, mas eu ele nem pensa em agüentar. Porém não pense que gosto de ser famoso. Pelo contrário, odeio. Não tenho paz, todos que me vêem olham pra minha testa e dizem: “É o Harry Potter!” Isso cansa, não queira saber como.
- Te entendo Harry. Mas que voltemos à barraca, devemos fazer uma refeição reforçada para agüentar a jornada de muitas horas dentro de um Campo de Quadribol! Todos já devem estar lá.
- Beleza a gente ter conseguido ingressos pro camarote, não é? – Harry sorriu. – Aposto que todo mundo vai ficar super feliz em saber!
- Gina não vai gostar nem um pouco que nós chantageamos o namorado dela. – Cho encarou Harry. – Mas dá nada... afinal de contas, o que não se faz pelo conforto de assistir à abertura da Copa no camarote? Hahaha!
- É... se há a oportunidade... não dá pra desperdiçar... hehehe.
Chegaram à barraca, e encontraram todos na mesa tomando café. Havia um lugar vago apenas, mas Cho pegou uma cadeira no seu acampado e trouxe para junto deles. Sentaram e logo vieram as perguntas:
- Viram muitos conhecidos? – Hermione perguntou.
- Vimos a Parvati, a Padma, a Lilá... a Luna com o Edward pra variar... a Sabrina também está aí, mas a Pansy nem sinal. E o Simas, que me avisou que a gente vai ver a Copa juntos. – Harry respondeu.
- Uch! Aquela Sabrina aprontou um monte pra cima de mim! Que ódio! – Gina ficou rubra como um pimentão.
- Calma! Nada pode agora abalar o romance seu com o Draco... nem estressa guria. – Hermione consolou-a.
- Ah! Valeu por lembrar, Hermione. Vimos o Draco também. – Cho lembrou.
- E como ele está? – Gina perguntou, ansiosa. – Falaram com ele?
- Falamos. E pelo jeito ele está ótimo. Tratou o Harry tão mal que deu pra perceber o quanto ele está bem. Mas a gente também tirou proveito da situação né... – Cho falou.
- O que vocês fizeram? Falem! – Gina ia se inflamando.
- Calma nada de mais. Conseguimos com ele entradas para assistir a abertura da Copa pelo camarote! – Cho falou, sorrindo.
- Sério??? Como? – Rony ficou contente.
- Fizemos um acordo. Eu dizia onde Gina estava e ele conseguia os ingressos. – Harry contou.
- Como puderam fazer isso? – Gina ficou brava.
- Não vai dizer que você ficou triste em assistir a abertura da Copa pelo camarote? – Cho perguntou.
- Não... é... não fiquei não. – Gina sorriu.
- Ach! Não vou acreditar até Malfoy trazer os ingressos. Por mais que ele seja meu futuro cunhado, não confio em palavra de Malfoy, de jeito nenhum. – Rony cruzou os braços.
- Ele jurou por Merlin, Rony. – Harry comentou. – Ele é capaz de tudo, mas de jurar em falso acho que não.
- Chega de malhar meu namorado? Oras... que troquemos de assunto! – Gina fechou a cara.
- Tá bom, tá bom. – Hermione falou.
“- Comunidade bruxa dos cinco continentes... aviso-os que hoje, às cinco da tarde, inicia-se a Copa Mundial de Quadribol. Aguardamos a presença de todos vocês. Até”.– Ouviu-se a voz do extensor.
- Gente, preparar flâmulas, chapéus, apitos... lá vamos nós para a Copa Mundial de Quadribol!!! – Rony falou, animado, mas Harry cortou logo seu barato.
- Não pode levar apitos nem flâmulas para o camarote, Rony. Fica pra amanhã. – Harry riu da cara de frustração de Rony. – Não liga, cara, amanhã você pode!
- Tá... tá... – Rony, que havia se levantado da cadeira, empolgado, sentou-se novamente.
- Draco marcou de passar aqui para entregar as entradas, e também pra te ver, Gina. – Cho falou. – E temos de esperar Simas, Neville e Collie.
- Ah! Finalmente eu vou ver meu amor!! – Gina levantou-se, e antes de entrar na barraca para se arrumar, falou: - Estou morrendo de saudades dele.
- A gente sabe, a gente percebe, a gente vê... hehehe. – Hermione riu.
Já eram dez para as cinco, e a movimentação em direção ao Campo ainda era forte. Com certeza o Campo estaria lotado na abertura. Rony, Gina, Mione, Harry e Cho estavam ansiosos. Mas até o momento Draco ainda não havia aparecido.
- Se aquele cara me der um calote ele tá morto! – Harry falou, se inflamando.
- Calma, meu amor... ele não vai lhe dar um calote... pelo menos é o que eu espero. – Cho comentou.
- Se querem falar mal do meu namorado, falem bem longe de mim! – Gina ficou rubra.
- Calma minha irmã! É que está todo mundo nervoso, mas ninguém vai matá-lo não! – Rony riu.
- Credo gente! Chega de briga! Gina, ninguém é obrigado a adorar seu namorado, mas a gente vai fazer um esforço, OK? Gente, chega de falar mal do Malfoy. – Hermione pôs um ponto final naquela história.
- Olhem! Simas, Collie e Neville estão vindo! – Harry falou.
- Olá – Collie cumprimentou.
- Oi, senta aí, estamos ainda esperando o Malfoy. Procura uma cadeira, deve ter alguma lá dentro. Vocês dois, também. – Rony avisou-os.
Cho viu Malfoy se aproximar, mas ele fez sinal para que não avisasse aos outros. Cho obedeceu. Cochichou algo para Harry, que assentiu e falou para Rony, que avisou Hermione. Simas, Neville e Collie ainda procuravam uma cadeira pra sentar dentro da barraca. Draco se aproximou de Gina e lhe tapou os olhos.
- Adivinha quem é... – Draco, com sua voz doce, fez Gina sorrir.
- Draco, meu amor! – Gina virou-se e o encarou.
Estava mais lindo do que jamais estivera... os tempos de distância o fizeram ficar ainda mais lindo para ela. Seus cabelos loiros caíam sobre os olhos acinzentados e o deixavam com um ar sedutor. E toda vida, vestia preto.
Draco perdera a mãe no quarto ano. Morrera ao dar a luz a seu irmão, sofrera complicações durante o parto. Uma hemorragia interna a fez perder grande quantidade de sangue, que não seria mais possível recuperar. Morrera com o sorriso de ver o segundo filho chorar, e trazer um pouco de alegria, mesmo que fosse por alguns segundos, naquela sala do St. Mungus. Logo depois, o nascimento de seu irmão tornara-se um momento fúnebre.
Draco, desde então, estava de luto. Usava apenas preto, ainda não se recuperara totalmente da morte da mãe, mesmo tendo passados três anos de sua morte. Seu irmão possuía a mesma idade, e agora aprendia a andar. Chamava-se Jack, e tinha as mesmas características da mãe. E Draco acreditava que ele seria a própria imagem da mãe, refletida nos lindos olhos verde-esmeralda, naqueles olhos vivos e felizes, por mais que seu pai não gostasse de Jack, por ter indiretamente matado sua esposa, e por mais que tentasse transformá-lo na imagem dele, afinal não conseguira ainda fazer de Draco sua própria imagem.
- Ginny... – Abraçou-a apertado.
- Como está? Tudo bem?? – Gina olhou para os olhos preocupados de Draco.
- Sim, por enquanto. – Draco deu um selinho na namorada. – Oi. – Cumprimentou o resto das pessoas ali presentes, que como platéia, observavam a cena.
- Oi. – Responderam elas, algumas de mau humor, outras indiferentes.
- Trouxe as entradas, Potter. – Draco mostrou as entradas para Harry.
- Ainda bem, Malfoy. Trato é trato. – Harry sorriu com o canto da boca, sarcástico.
- Vamos, já irá começar! – Hermione levantou-se prontamente, puxando consigo Rony. – Pode me entregar a minha entrada? – Aproximou-se de Draco e o indagou.
- Claro. Cada um venha pegar a sua. E não esqueçam de agradecer. – Draco sorriu.
- Ach... vê se eu mereço. – Cho pegou a entrada e saiu de mãos dadas com Harry, que pegou também a sua. – Obrigada “Draquinho”... hahaha...
- Chang... você me paga. – Draco falou, ameaçador, e depois sorriu.
Simas, Neville e Collie pegaram suas entradas, e saíram correndo, para alcançar os outros. Draco e Gina finalmente ficaram sozinhos. E a vontade de se beijarem falou mais alto. Pela sorte, Molly e Arthur já haviam partido para a abertura, precisavam de um lugar bom nas arquibancadas. Cho esquecera de contá-los para o camarote, então teriam de assistir da arquibancada mesmo. Nada que eles não gostassem, porque eles queriam mesmo era festa.
Draco e Gina se entreolharam, e como se um clique os trouxesse de volta à realidade, se beijaram, como há muito não faziam. E depois daquele beijo apaixonante, ficaram alguns minutos abraçados, um curtindo a presença do outro.
- Senti tanto sua falta, meu amor... – Draco a olhou com ternura.
- Eu também... poderíamos ter nos encontrado mais nas férias, se não fosse seu pai. – Gina fora categórica. Estava cansada de Lúcio Malfoy a infernizá-los.
- Sinto muito, Ginny... – Draco ficou sério. – Temos agora um sério problema... dava tudo para não estar a completar dezessete anos.
- Mas um dia você teria de enfrentá-lo, quer queira, quer não. Essa hora chegou, e não há mais como adiar.
- Eu sei... mas tenho medo do que ele possa fazer. Por mais que eu seja corajoso, mas meu pai é muito mais do que eu. – Draco colocou uma mecha dos cabelos flamejantes de Gina para trás de sua orelha.
- Você sabe que eu estarei do seu lado, não sabe? – Gina fez-lhe um carinho na face. – Eu e toda a minha família. Menos o Rony.
- Eu sei que Rony me odeia, e eu também não o suporto, mas o que importa é você estar do meu lado. E isso eu sei que eu tenho.
- O enfrentaremos juntos! – Gina sorriu. – Mas vamos para o Campo! A abertura já deve ter começado!
- É verdade! Em outra oportunidade conversaremos sobre esse assunto. – Draco beijou os cabelos da namorada, e a puxou pela mão, começando a correr. – Não posso perder a abertura dessa Copa por nada nesse mundo!
- Nem eu!! – Gina o acompanhou, correndo também.
*
- Madrinha! Acalme-se! – Tatyanna via a madrinha numa pilha de nervos e tentava acalmá-la, em vão.
- Não devia...ter deixado você... sair com o Álvaro! Você precisava... me ajudar aqui, agora... está tudo de pernas para... o ar! – Caroline enchia os balões para a festa do filho, e conversava com a afilhada.
- Calma... vai dar... tudo... certo! – Tatyanna ajudava a madrinha a encher os balões. – Ainda temos... muito tempo antes... da festa começar.
- Que horas são? – Caroline parou de encher os balões, e procurava um relógio.
- Cinco horas. A festa não será às oito e meia? – Tatyanna também parou de encher os balões e olhou para a madrinha, interrogando-a.
- Sim... mas ainda... há muito o que... se fazer! – Caroline voltou a encher os balões. Não possuía a máquina, havia emprestado para um parente, que ainda não a havia devolvido.
- Onde está Matew? – Caroline falou, referindo-se ao filho mais velho, também primo de Tatyanna.
- Está com o padrinho, pendurando... os balões... já cheios.
- Menos mal. Temos que... ir rápido com isso, pois... ainda não colocamos... os docinhos nas bandejas.
- Eu já terminei minha cota de balões, e já posso começar a colocar os docinhos e também os salgadinhos nas bandejas, se a senhora quiser. – Tatyanna levantou-se do chão, limpando o pó da roupa.
- Faça isso... querida. Ajuda-me imensamente. – Falou, e continuou a encher freneticamente os balões.
Enquanto arrumava os docinhos na bandeja, Tatty imaginava em como seria seu retorno para Hogwarts. Lembrou-se que no último dia de aulas, no seu primeiro ano, Gina, Harry, Rony, Hermione e ela haviam combinado de ver a Copa Mundial de Quadribol. Com a correria que sua vida havia se tornado, não pôde ir. Coincidiu que o aniversário do primo seria no dia da abertura, e que nos dias seguintes, viajaria com os padrinhos e os primos, presente de aniversário de Dalto, filho mais novo. Foi uma pena, mas não havia remédio. Mas o que compensava era que retornaria para Hogwarts, e perder ou não uma Copa Mundial de Quadribol não fazia mais tanta diferença.
“Agora devem estar todos lá, assistindo... deixe-me ver... segundo a programação, a abertura seria às cinco. É. Já começou”.
- Tatyanna!! Querida! – Tatty foi despertada de seu transe.
- O que houve, minha madrinha? – Tatty caminhou até a sala de estar, onde Caroline se encontrava.
- Venha me ajudar!! – Falou, eufórica.
*
Entraram no Campo e subiram todos para o camarote. Arranjaram cada um uma poltrona com uma vista boa, e sentaram-se. Para o desprazer de Gina, Lúcio Malfoy estava presente, e olhou para ela com tremendo desdém. Gina sentiu um enjôo, mas naquele momento, Draco sentou-se ao seu lado e pegou na sua mão. Sentiu-se amparada e esqueceu da presença daquela pessoa vil e sem sentimentos.
Harry, Cho, Hermione e Harry sentaram na primeira fila. Draco, Gina, Neville, Simas e Collie sentaram na última. Depois de todos estarem acomodados, os olhares dirigiram-se apenas a um único local: o Campo de Quadribol.
O locutor chamou a atenção de todos para as apresentações dos times.
- Chamamos agora a equipe austro-húngara!
O time da Hungria entrou, e a escola representante, Drumstrang, vibrou. Entre os jogadores da equipe principal, estava Vitor Krum.
- Ah! Agora entendo o porquê de tanta gente de Drumstrang aqui! Vitor conseguiu um lugar na equipe principal! – Hermione estava eufórica.
- Não sei porque essa felicidade toda, Hermione. E daí? – Rony fora categórico. Estava morrendo de ciúmes da namorada.
- Qual é, Rony! Não vá me dizer que seu maior sonho não é participar da equipe principal da Irlanda? – Hermione o encarou. – Chega de ciúme bobo. – Encerrou o assunto.
- Agora, por favor, apresentando-se: Irlanda!!
Rony vibrou na cadeira, as arquibancadas tremeram: a maior torcida era para a equipe principal da Irlanda. O ruivo gritou alto, as pessoas do camarote o encararam: rubro de vergonha sentou-se, pois havia até se levantado, de tanta emoção.
- Próxima equipe: França!!
A torcida dessa vez era de Beauxbatons, a escola francesa. Fleur Delacour também conseguira um lugar na seleção principal; Harry se espantou, pois não sabia que a descendente de Veela jogava quadribol.
- Cho, lembra-se de Fleur Delacour? – Harry encarou a namorada.
- Peraí... lembro! Claro. – Cho respondeu, depois de pensar um pouco.
- Está vendo aquela garota de cabelos loiríssimos? – Harry apontou. – Aquela, a batedora do time!
- Sei. Não vá me dizer que...
- É ela sim, Cho! Não sabia que ela jogava na equipe principal. Sequer sabia que jogava Quadribol.
- É verdade! Nossa! Eu também não sabia! – Cho sorriu, surpresa.
- Ei, vocês! Viram também? – Harry perguntou para Mione e Rony.
- O quê? – Estavam tão entretidos no beijo que nem se tocaram do que ocorria.
- Meu Deus! Dêem uma trégua, está todo mundo olhando! Eu quero saber se vocês viram a Fleur Delacour! – Harry perguntou, irritado.
- Fleur? Onde? – Rony perguntou, dessa vez interessado.
- No Campo de Quadribol! É a batedora do time da França! – Harry apontou.
- Não acredito! É ela mesma! Nem sabia que jogava quadribol! – Hermione falou.
- Claro que não iam saber! Pelo amor de Deus, se querem ficar juntos, aqui não! – Harry implorou.
- Tá bom, Harry, a gente te perdoa porque até agora você não deu um selinho sequer na sua namorada. Tudo bem, a gente dá uma trégua. – Hermione falou. – Se bem que é muito difícil, mas tudo bem.
- Chamamos agora a equipe polonesa! – O locutor continuou.
Entraram então as diversas equipes que disputariam a taça do mundial, e os garotos observavam atentos. E então se iniciou uma bela apresentação de dança, entrando as Veelas e enriquecendo ainda mais a abertura. As loiras dançavam algo parecido com balé, mas flutuavam, certamente com o feitiço Vingardium Leviosa, com efeito maior.
E depois dessa bela apresentação, iniciou-se o sorteio de como as equipes se enfrentariam, que dia e com quem. Rony continuava atento, para saber quando sua equipe jogaria. Deu que Irlanda jogaria no dia seguinte, então Rony e Hermione retiraram-se do camarote e foram namorar em algum canto escondido dali. Cho e Harry ficaram sozinhos.
- Harry... estou sentindo você meio estranho... aconteceu alguma coisa? Desde que nos encontramos você está alheio a tudo o que te interessou algum dia... o que está acontecendo? – Cho, com seus olhos negros, mirou Harry no fundo dos olhos.
- Não... só estou preocupado com as aulas... vamos para o sétimo ano, esqueceu? É o ano dos N.I.E.Ms! – Harry baixou os olhos.
- É verdade... também me preocupo, mas você está preocupado mais do que a conta! Há outra coisa que o preocupa, mas você não quer me falar.
- Cho! Estou falando a verdade! Não há mais com que se preocupar! – Harry ficou irritadiço.
- Tudo bem, Harry... eu acredito em você. – Cho disse isso, mas sabia que havia algo mais, mas não adiantava repetir a pergunta: Harry não responderia de jeito nenhum.
Harry ficou ali sentado, pensativo. Até quando agüentaria esconder as coisas de Cho? Queria tanto poder se abrir com ela, contar suas maiores aflições... mas não se sentia à vontade, e não sabia porque. Parecia que algo dentro dele o impedia de contar a Cho as coisas que lhe aconteciam. E Harry já percebia que Cho desconfiava dele, mas para que eles não brigassem, ela evitava insistir em saber o que ocorria.
Totalmente revés a Harry, Cho contava tudo o que lhe acontecia ao namorado. Nunca escondeu nada de Harry. Contava sobre as brigas familiares, amizades rompidas e ficantes passados. Não escondia exatamente nada. Enquanto namorou Cedrico, Cho não fora sincera o bastante com ele, não contou o que começava a sentir por Harry. E então Cedrico morreu, e morreu sem saber que sua namorada lhe escondia uma coisa tão séria. E para não repetir o mesmo erro, deixou de omitir qualquer tipo de fato.
- Harry? No que está pensando? – Cho interrompeu os pensamentos de Harry.
- Não estou pensando em nada, Cho... estou apenas olhando a partida. Você viu? Japão vence de 120 a 110 da Hungria! – Harry sorriu.
- Estou vendo que você está é viajando, Harry! – Cho franziu a testa. – Quem está jogando é Japão e França, e o Japão está é perdendo! Mas onde raios está essa sua cabeça, Harry? – Cho irritou-se.
- Ah... – Harry deu um sorriso amarelo. – Calma, Cho... estou preocupado com Hogwarts, apenas isso.
- Ainda está pensando nisso? Ora! Pense nisso quando as aulas começarem, e aproveite assistir a Copa pelo camarote, amanhã teremos que pegar as arquibancadas! – Cho encostou sua cabeça no ombro de Harry. – Relaxa, Harry, aproveita suas férias, meu amor!
- Tudo bem, Cho... desculpe estar tão alheio a você... desculpe mesmo. – Harry fez um carinho nos cabelos negros de Cho.
- Não há com que se preocupar... eu sempre te perdôo, Harry... – Cho deu um sorriso.
Draco e Gina saíram do camarote. Estavam abafados lá dentro e resolveram sair para pegar um ar. E conversar mais reservadamente. Foram em direção à floresta que cercava o Campo de Quadribol e encontraram um tronco caído para se sentar. De mãos dadas, sentaram um de frente para o outro.
- Ah, Gina... não sei como consegui ficar todo esse tempo longe de você. Mas não havia como eu ir lhe ver... eu tentei, juro. Mas meu pai não baixou a guarda...
- O que importa é que estamos juntos agora, meu amor... eu também queria ter podido te ver nas férias, mas não consegui. Muita coisa pra fazer, sabe... sou a única filha mulher da casa...
- Eu te entendo. – Draco olhou para Gina, e suas mãos tremeram ligeiramente.
- Draco? O que houve? – Gina cerrou as sobrancelhas.
- É meu pai... estou ficando com medo... – Draco olhou fundo nos olhos de Gina. – Tenho medo do que ele possa fazer com você...
- Ele não pode fazer nada contra nós... estaremos juntos! E se necessário for, morreremos juntos, e provaremos que para o amor não há barreiras!
- Gina, você não está entendendo! – Draco levantou-se do tronco, perturbado. – Meu pai é muito mais forte do que você pensa, é muito mais forte do que nós e toda a Escola de Hogwarts! Essa comparação é só para você ter noção de quão grande é o poder dele!
- Quando eu falo que morreremos, falo sério! Não me expresso em sentidos figurados. Não tenho medo de Lúcio Malfoy! E nem você tem!
- Não tenho medo dele, tenho medo do que ele pode pensar em fazer, Ginny! – Draco andava de um lado para o outro, deixando Gina agoniada.
- Draco... pelo amor de Deus, se acalma! Senta, relaxa, amor! – Gina fez-lhe um carinho nos cabelos. – Ainda faltam dois meses para seu aniversário, até lá saberemos o que fazer! Por favor... não se amofine à toa!
- Não me amofino! Apenas preocupo-me com você! Perder-te para mim seria o mesmo que morrer...
- Nem fale isso, Draco! Você não vai me perder, estaremos juntos para sempre! – Gina o abraçou forte, e Draco aconchegou Gina em seu peito.
*
Depois de três horas a fio assistindo jogos de Quadribol pelo camarote, Cho e Harry resolveram voltar às suas respectivas barracas. Estavam exaustos. Não haviam saído um minuto sequer da cabine para pegarem um ar. Neville, Simas e Collie há muito já tinham partido, Hermione e Rony, desde a hora que se retiraram estavam sumidos, e Draco e Gina não mais voltaram. Restaram apenas eles, e sendo sinceros, os jogos não estavam agradando.
Saíram, e perceberam que já era noite fechada. Estrelas despontavam no céu relativamente limpo. Cho estava feliz em estar com Harry, mas o percebia aéreo, olhando para o nada, enquanto caminhavam em direção à barraca. Cho resolveu tomar uma atitude. Assim como estava não podia ficar.
- Harry? Amor? – Cho fez-lhe um carinho na face. – O que você acha de darmos uma volta pela floresta? Está uma noite tão linda...
- Ah Cho... estou tão cansado... – Harry ficou arredio. Afastou-se das mãos de Cho, que tentavam lhe fazer um carinho nos cabelos. – Creio que devamos ir para nossas barracas. Amanhã teremos um grande dia!
- Não aceito não como resposta. – Cho insistiu. – Não desperdiçaremos essa noite maravilhosa por nada nesse mundo.
- Cho... – Harry olhou para a garota, que tinha nos olhos negros uma tristeza, que tentava disfarçar ao máximo. – Eu creio que...
- Por favor, Harry... eu queria tanto um tempo com você... – Cho o abraçou, e Harry foi vencido.
- Tudo bem... mas desde que seja uma volta rápida... estou muito, mas muito cansado mesmo. – Harry mudou o rumo e Cho o acompanhou.
Seguiram para a floresta, e caminharam até a clareira aonde Draco passou a tarde com Gina. Sentaram-se no mesmo tronco.
- Harry... o que há com você? – Cho olhou fundo naqueles olhos verdes misteriosos. – Estou muito preocupada... você não me fala nada, estou angustiada, o que é que há?
- Cho... me perdoe... mas eu realmente não posso lhe contar... desculpe... – Harry baixou os olhos.
- Você sabe que além de namorada, eu sou sua amiga, não sabe? – Cho levantou o rosto de Harry, obrigando-o a olhá-la nos olhos.
- Sei sim, Cho... mas...
- Então por que não se abre comigo? Eu te amo tanto Harry... me preocupo tanto com você... – Cho sentiu os olhos negros umedecerem.
- Desculpe... mas eu não quero envolvê-la em meus problemas... por favor Cho, não insista, eu só quero o seu bem. – Harry levantou-se. – Mas agora vamos que já está tarde...
- Tudo bem, Harry... vamos... mas por favor, confia em mim tá? – Cho o abraçou, Harry retribuiu.
- Claro que confio. – Harry deu-lhe um selinho e seguiram na direção de suas barracas.
- Harryyy!!! – Tatyanna era segurada por um braço com vestes negras.
- Tatyannaaaa!!! – Dumbledore segurava Harry, não havia mais o que fazer.
- Não me abandone, não me deixa!!! – A cada minuto, Tatyanna se afastava mais.
- Não vou te deixar, nunca irei te deixar!!! – Harry lutava contra Dumbledore, que não o soltava de jeito nenhum.
- AAHHHHH!!! – O braço arrastou Tatty ainda mais para longe.
- Tatty! Eu amo você!!! – Harry gritou, com lágrimas nos olhos.
- Eu sempre te amei, Harryyy!! Me salvaaaa!!! – Tatty se debatia, mas nada evitava seu afastamento.
- Eu estou indo, eu vou te alcançar!! – Harry se soltou e correu, mas Tatty desapareceu... e apenas seu grito ecoou...
- Harrryyyy!!!! Harrrryyyyyy!!!!!!!
- Harry? Harrrryyy??
- Ann?? O quê?? – Harry acordou assustado.
- O que houve? – Hermione veio a seu socorro.
- Que que você tá fazendo aqui? – Harry a olhou, e não entendeu.
- Belo jeito de recepcionar a amiga preocupada com você. O Rony me contou que você se remexia na cama, e resmungava um nome incompreensível... então vim ver como você estava...
- Ah... tive um pesadelo... nada de mais. – Harry sentou-se no saco de dormir.
- Tem certeza de que está tudo bem? – Hermione perguntou.
- Sim... fique tranqüila. – Harry esfregou os olhos. – Que horas são?
- Dez da manhã... bom de sono você... a Cho cansou de te esperar e já está lá no Campo assistindo aos jogos.
- Ah... puxa, que pena... hoje eu queria passar o dia com ela... – Harry abriu o reco do saco de dormir e levantou-se, se espreguiçando.
- Bem... então fica pra depois do almoço... vocês têm um dia inteiro, não se preocupe. – Hermione seguiu em direção à porta da barraca. – Vou deixar você se trocar. Já ficou tempo demais aqui dentro. Está um dia lindo lá fora!
- Valeu... daqui a pouco apareço OK? – Harry abriu sua mochila, procurando sua roupa.
- OK. – Hermione saiu e fechou a porta da barraca.
“Mas que diabos significa isso?” Harry franziu a testa. Outra pessoa na França pensava a mesma coisa.
Coments da Autora: Gente... eu sei que não tem perdão... mas eu imploro as desculpas dos leitores... por favor desculpem!!! Eu realmente estava sem tempo e sem inspiração também... mas assim como do nada ela desapareceu, do nada ela surgiu... e aqui está o segundo capítulo... gostaria de agradecer os primeiros comentários, e as minhas desculpas especiais são para estas pessoas que me deram o empurrão para continuar a escrever... muito obrigada mesmo!! COOOMMMEENNTTEEMMM!!!! Muito obrigada pelo apoio e não deixem de comentar, dar sugestões... e criticar, mas de forma inteligente, claro. Mil beijos e novamente: COMENTEM!!
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