Confissões, Lembranças...

Confissões, Lembranças...



Was I invading in on your secrets?
(Eu estava invadindo os seus segredos?)
Too Close For Comfort - McFly


***

Rose colocou a mão na testa em sinal de exasperação. Caminhávamos pelo corredor depois do almoço.

– Não acredito que ele fez isso – ela falou em voz alta. – Ele realmente acordou você às quatro horas da manhã?

– Alvo tem seus princípios – eu comentei.

Ela pareceu frustrada.

– Alvo só está repetindo tudo o que meu pai diria a você. Ele nunca fica preocupado de verdade com essas coisas, nem mesmo quando Lily está ficando com alguém.

– Mas você acha que seu pai é capaz de me matar como Alvo garantiu se caso eu magoar você?

Rose olhou para mim, pensativa. Paramos de andar.

– Bem, não duvido. Sinceramente.

Afrouxei o nó da minha gravata. Rose segurou meu rosto com as duas mãos, rindo. Ela ficou na ponta dos pés e encostou brevemente seus lábios nos meus.

– Não se preocupe, não vou deixar que ele faça isso. Mas caso você me magoar eu mesmo vou acabar com você, Malfoy.

Levantei as sobrancelhas, e percebendo que ela ia se afastar eu segurei sua cintura e a puxei para mais perto.

– E é bom que você sinta medo da minha ameaça, entendeu? – ela disse, embora eu percebia o tom ironicamente sério de sua voz. – Posso parecer boazinha, mas nem chego perto disso. E é bom, também, que você saiba, já que agora é meu namorado.

Rose me olhava aparentemente irritada pela incapacidade que tinha de competir com a força que eu a prendia em meus braços. Conhecia tão bem aquela expressão em seu rosto; ela estava adorando a sensação que invadia-lhe o cérebro. E quando a beijei ternamente, seu corpo relaxou e ela correspondeu. Ela sempre correspondia.

– Impressão minha ou todo mundo está me ameaçando hoje? – perguntei quando paramos, ainda abraçados.

Mas Rose não prestou atenção na minha pergunta. Eu estava com uma mão em seu rosto enquanto ela me observava. Enviei-lhe um sorriso cauteloso.

– Nem acredito que estamos juntos – ela confessou depois de um tempo em silêncio. – Dessa maneira.

– Dessa maneira como?

– Agora meus dias só começam quando você está por perto, não há mais como mudar isso – Rose respondeu.

– É porque eu me recuso a ficar longe de você – eu disse com a voz baixa, pronto para beijá-la novamente. Mas o sinal anunciando que a aula ia recomeçar soou em nossos ouvidos e Rose saiu apressada de meus braços.

– Aula de Transfiguração. Vamos!

Ela pegou minha mão e saiu correndo comigo até a sala.

Eram dias que se seguiam calmamente àqueles que Rose e eu agíamos feito namorados. Andávamos pela escola de mãos dadas, às vezes ficávamos apenas no jardim, sentados, Rose sempre aconchegada em meus braços, ora num silêncio tranqüilo, ora falando sobre coisas, apenas compartilhando interesses. Ocorriam dias que eu acompanhava Rose até a sala comunal da Sonserina e ela da Grifinória. Ocorriam dias em que nos beijávamos, inconscientes do tempo. Ocorriam dias que Alvo Severo me olhava duvidoso, observando - mas não só ele como quase todo mundo. E ocorreu uma vez, quando ouvi Rose conversando com sua prima, atrás de um pilar.

Eu estava caminhando em direção ao campo de Quadribol, preparado para ter meu primeiro dia como novo capitão do time. Quando ouvi Lily Potter proferindo meu nome em meio à conversa.

Eu não queria, não devia, de maneira alguma, fazer aquilo, continuar escutando. Mas fiz, ato que Rose nunca soube e que me condeno hoje por escutar suas confissões.

Lily perguntava:

– Você ama ele, Rose?

Um silêncio, e Rose respondeu:

– Mais do que poderia imaginar. Não penso que cometi um grande erro, pois não foi proposital. Olho para ele, e parece que me afogo incondicionalmente no seu encanto, no seu misterioso veneno. O veneno do amor, da paixão, que queima de uma forma invisível cada parte do meu sangue, que para ele um dia foi traidor. Eu não sei como explicar; tudo o que ele diz para mim faz sentido, ele sabe explicar esse amor, ele sabe usar as palavras, torná-las verdadeiras. Agora eu, eu só não digo mais apaixonadamente pois temo que Scorpius duvide de mim, das minhas palavras e do meu amor.

Nunca! Eu não duvidava do amor dela. Como podia pensar naquilo? Enquanto ouvia, com o coração aberto, meus pensamentos mergulhavam na pergunta:

Devo atrapalhar ou devo ouvir mais?

– Às vezes acho que Scorpius espera palavras minhas, quando não há explicação plausível. Eu nunca passei por isso, eu nunca me senti assim, é tudo tão novo.

– Acho que não devia se preocupar com isso. Apenas aproveitar.

– Eu sei, mas temo não conseguir dizer a ele tudo o que ele é para mim. O garoto Malfoy que tanto me desprezou a princípio, agora se transformou num homem que não tem medo de dizer o que sente, não tem medo de amar o inimigo. Ele me pegou de surpresa quando me beijou pela primeira vez. Até então sempre achei que ele me odiava, enquanto eu, ingênua e boba, me deslumbrava cegamente com o olhar dele. Você sabe o quanto Scorpius é bonito, Lily, o quanto aquele sorriso dele pode deixar qualquer garota fora de si. Eu sempre fui apaixonada por ele, mas nunca permiti que esse pensamento avançasse em minha mente até ter absoluta certeza de que ele sentia alguma coisa.

Ela suspirou e falou baixinho:

– Antes, quando meu coração disparava, eu achava ridículo,e desnecessário. Porém agora, eu necessito dessa falha cardíaca, assim eu sei quando aquele é o meu Scorpius, aquele é o homem que arranca todo o meu fôlego. Mas nunca pareceram indícios de que existiria amor entre nós dois. Apenas sangue e veneno. Ele já me ofendeu muitas vezes... Agora diz coisas totalmente diferentes.

– Antigamente Scorpius era mentiroso, vamos combinar – disse Lily. Eu a admirei por reconhecer isso. – Agora que está resolvendo dizer a verdade. Rose, eu conheço casais quando estão apaixonados. Mas, vocês... sinceramente... isso é fora do comum. Ardem numa paixão tão silenciosa que dá até ânsia.

– Eu só sei que foi do ódio entre nossas famílias que esse amor nasceu. A culpa não é minha, meu pai terá que entender. Como poderia me apaixonar tanto justamente pelo filho do homem que minha família tanto odiava? Se não fosse assim, não seria assim.

– Que filosofia, hein? – exclamou Lily, levantando-se.

– Ah! Você entendeu, Lily...

Eu me afastei, para que elas não percebessem minha presença.

Eu deveria ter escutado todas aquelas palavras? Rose deveria dizer aquelas coisas para mim, mas por que não o fizera? Talvez nunca tivéssemos entrado naquele assunto. Eu nunca perguntei se ela me amava, como Lily fizera. Eu nunca perguntei a ela desde quando ela era apaixonada por mim.

Eu não precisava de palavras, apenas gestos e ações vindo da parte de Rose. Era o suficiente. Quem precisava das palavras eram aqueles que queriam entender, aqueles que não podiam sentir na própria pele, apenas observar com os próprios olhos.

De qualquer maneira, eu não me orgulhava de ter presenciado a confissão de Rose sem ela saber. Mas fora inevitável, e nunca mais repeti tal ato na minha vida.


***


Os treinos de Quadribol começaram. Não precisava de muita técnica para ser capitão, apenas voz o suficiente para gritar com os jogadores. Raramente eu fazia isso, mas ficava satisfeito quando conseguia.

Ainda era tempo para os testes. Três alunos do primeiro ano, rabugentos, estavam com suas vassouras nas mãos, esperando o momento para poder mostrar suas habilidades em campo. Mas quando não havia nenhum que interessava, eu os dispensava. Eram baixinhos e queriam se mostrar.

– Mas por quê? – reclamou um garoto quando eu falei a verdade para eles. – Por que não podemos entrar para o time?

– Vocês morreriam no primeiro jogo – eu respondi, displicente. – Tem alguma idéia do peso de um balaço, ou de uma gole? Se acertarem suas cabeças ocas...

– Scorpius – pigarreou David, o artilheiro do time. – Vamos ver o que eles podem fazer. É para isso que os capitães servem, eu acho...

– Aposto que nem sabem montar a vassoura – eu murmurei. Os meninos me olharam com desprezo. – Tudo bem. Tudo bem. Se for o que desejam, vão em frente. Mostrem-me o que sabem.

– Você já passou por isso, é a razão de estar agindo assim – riu David, quando os três garotos se adiantaram para o centro do campo. – Lembro quando tentou entrar para o time, parecia aquele moleque – ele apontou o dedo para o garoto moreno que estava tentando montar a vassoura, sem sucesso. Caíra duas vezes. – Mas quem conseguiu o seu lugar foi o Alvo.

– Não me lembre daquilo que me condena. – Sentamos para assisti-los. – E ninguém roubou meu lugar, eu jamais tive algum.

– Mas agora você tem, é o capitão. A única coisa com a qual deve se concentrar é nos seus jogadores. Como Alvo fazia, ele observava todos os movimentos, e se tinha algo para melhorar na habilidade, Alvo colocava no time. Foi o que fez quando passou você para o time ano passado.

– Ainda acho que você deveria ser o capitão. Eu não consigo ver nada de espetacular nesses três patetas, por exemplo.

David se levantou.

– Antes você se preocupava com você, agora terá que se preocupar com os jogadores que colocar no time. A escolha que fizer será sua responsabilidade. Entendeu? Não espere ver jogadores perfeitos aqui, é você que os tornará assim.

Naquele momento quando o garoto começou a voar pelo campo, eu estava olhando para David, tentando compreender o que ele dissera. Depois que voltei os olhos para o garoto, ele estava caído no chão, gemendo de dor. Seus amigos caçoavam ao em vez de socorrê-lo.

– E é sua responsabilidade ajudar os que se machucam, também – disse David, antes de se afastar, deixando-me sozinho com aquelas crianças.

Ajudei o garoto que caiu – e que se chamava Gerard – a se levantar.

– Terrível – murmurou Gerard para si mesmo enquanto eu examinava o braço dele, que estava ileso. – Nunca vou entrar no time.

– Você tem apenas onze anos, é cedo demais para desistir – eu disse a ele. – E ficar se lamentando não é o que um sonserino faria.

Não sei como, mas os olhos daquele garoto encheram de esperança. Ele se virou para seus dois amigos.

– Eu fiz o que duvidaram que eu fizesse, agora terão que dar uma volta pelo campo também!

Um recuou; porém o outro, de cabelo cumprido, ficou indiferente, pegou a vassoura e montou nela. Mas antes que pegasse vôo eu o impedi.

– Olha, não vou ter paciência para acudir você caso se machucar. Podem sair, a Grifinória vai usar o campo agora.

Sem mais palavras, eles sumiram. Eu avistei os meus adversários, já com trajes do uniforme e vassouras nas mãos, aproximando-se de mim. O capitão do time, Stuart McLaggen, tirou o balaço da caixa que estava no chão. Depois jogou em minha direção com muita força que quase cambaleei para trás.

– Como está o seu time? – ele perguntou, enquanto seus jogadores se espalhavam pelo campo. – Completo?

– Falta um batedor. E o seu?

– Preparado para ganhar a taça. Fiquei realmente surpreso quando soube que seria o novo capitão da Sonserina, Malfoy.

– Mas sei que está aliviado com isso.

Ele negou com a cabeça.

– Não estou. Esse ano será um ano muito interessante. – Ele dizia aquilo olhando para Rose, que se aproximou com os livros presos em seus braços.

Joguei o balaço para McLaggen, que só não deixou cair pois tinha um reflexo extraordinário. O rapaz ficou olhando para Rose depois disso até lhe dizer:

– Oi...

– Oi, McLaggen.

Eu espreitei em direção a eles. Por que aquele cara olhava assim para Rose, com pena de si próprio? E por que Rose estava corada, embaraçada, sem saber para onde olhar? Meu sangue começou a ferver.

– Você vai assistir o treino? – perguntou ele, interessado e curioso.

– Não – eu respondi por ela, de uma forma calma para ocultar a minha raiva. – Hoje não.

Rose ainda olhava para trás quando saímos do campo. Ela mantinha a testa franzida e não me encarou quando eu a encarei.

– O que a incomoda? – perguntei, encostando-a na parede do corredor. – Pois não interessa o que me incomoda, ciúmes é o limite do meu orgulho já ferido. Ninguém merece ouvir minhas reclamações, nem você.

– Scorp-

– Sinceramente, Rose, não estou condenando-a por isso. McLaggen lhe concedeu o primeiro beijo, sei pois eu vi, lembra-se naquela festa no quarto ano? Uma lembrança que faço questão de descartar da minha mente.

Rose finalmente virou seu rosto para me encarar. Seu olhar dizia que ela não estava acreditando.

– Você acha que eu ainda sinto alguma coisa por ele?

– Nunca achei que sentisse. Mas posso afirmar que o próprio McLaggen ainda sente.

Ela negou com a cabeça.


– Ele não foi uma alegria para mim, e nem eu fui para ele – disse Rose com uma voz baixa. – A primeira vez que você encostou suas mãos em mim – naquele Natal, lembra-se? – para tentar me obrigar a tomar cerveja amanteigada ao seu lado, teve mais importância do que a lembrança daquele beijo estúpido.

– Estúpido? – eu levantei minhas sobrancelhas.

– Que razão levaria McLaggen a beijar uma Sabe-Tudo ruiva e chata? – ela parecia irritada. – Estava apostando com os amigos que me pegaria, era a sensação do momento apostar garotas em festas. Eu nunca mais consegui olhar McLaggen da mesma maneira.

– E você gostava dele pelo menos para aceitar o beijo?

Eu sabia que não, mas não resisti ao perguntar.

– McLaggen se aproximou de mim, dizendo o quanto eu era interessante. Que eu lhe chamava atenção, era bonita... Como acha que uma garota reagiria a tantos elogios? Mas que besteira, ele só aceitou a aposta porque na época eu tinha a fama de “a filha da Hermione Granger”; “sobrinha do poderoso Harry Potter”. McLaggen queria ser conhecido como “O Cara que Pegou A Filha De Hermione”. Muitas amizades que construí foram traiçoeiras, só queriam se aproveitar da fama do meu sangue.

Ela estava tão entretida nas lembranças que nem reparava que eu estava acariciando seu rosto com um dedo, distraidamente. Eu perguntei:

– Como reagiu depois de saber toda essa verdade?

Rose soltou uma breve risada, como se risse das próprias bobagens.

– Eu tentei esquecer porque sabia que aquele beijo não faria diferença na minha vida. Não foi verdadeiro, não significou nada e aposto que McLaggen deve ter odiado. Eu não tinha experiência alguma.

– Rose – eu ri, achando toda a preocupação dela algo desnecessário, mas ela quis terminar.

– Mas caramba, Scorpius... aquele foi meu primeiro beijo. Eu sonhava que o momento fosse perfeito assim que chegasse, que eu sentisse meu coração saltar pela boca quando acontecesse. Mas tudo que eu senti foi o estomago embrulhar de arrependimento logo depois. Era com você que eu sonhava vivenciar o primeiro beijo – ela me apontou zangada. – Eu queria que você parasse de ser tão irresistível para aquelas garotas, e começasse a olhar para mim.

Apenas esperei que ela descansasse as palavras e olhasse de novo para mim.

– Não sabia que também se preocupava com isso – eu lhe disse.

– Também? Como assim também? Duvido que sabia da minha existência.

Eu estava achando aquilo engraçado. Rose realmente não fazia idéia de quase nada. Acho que porque não encontrávamos isso em livros ou podíamos explicar em palavras. Mas eu tentei.

– Fomos feitos um para o outro desde o dia em que nascemos – falei. – Eu pensava em você, Rose, todas as vezes que olhava para um livro, mesmo lutando para não pensar. Era inevitável. Desprezava aqueles que tentavam alguma coisa com você, achava que eu estava perdendo e não queria perder. Você não faz idéia de como lutei contra minha razão, o meu orgulho, o meu sangue e o meu sobrenome para admitir que todo esse sentimento era desejo.

– Caminhamos na mesma direção para admitir, pelo visto – ela comentou. Eu concordei.

Beijei por alguns segundos seus lábios e depois nos despedimos. Eu precisava tomar banho para jantar, e ela se encontrar com Anna para começarem o trabalho de Poções.

Os dias passavam. Os treinos continuavam. Eram semanas de estudos, preocupações, mas sem infelicidade. O time da Sonserina estava completo, agora com a entrada do novo batedor Jamie Olivier, do quinto ano. Alvo fez questão de assistir o último treino antes do primeiro jogo contra a Corvinal, ele pareceu extremamente satisfeito e não tão preocupado como antes estava.

– Fiz ou não fiz um bom trabalho? – sorri para ele. Alvo apertou a minha mão.

– Valeu, cara.

Rose estava olhando para nós dois, com os olhinhos brilhando naquele instante.

– Meu namorado e meu primo finalmente se entendem, hoje o dia está favorecendo a todos! – disse mais para si mesma do que para alguém. Ela abraçou Alvo, depois agarrou meu rosto com as duas mãos e me beijou orgulhosamente.

– É maluca – comentou Alvo depois que Rose se afastou com suas amigas, mais animada do que o normal.


***

N/A:


Espero ter conseguido mostrar o que Rose também sente por Scorpius nesse capítulo, por meio das palavras delas dirigidas a Lily e por ter contado a Scorpius sobre sua primeira desilusão amorosa. Pois já que conhecemos os pensamentos dele, é hora de conhecer um pouco os da Rose *-*


Só pra esclarecer: Nunca sigam o exemplo do Scorpius viw? Escutar conversas alheias u_u, é uma coisa muito feia que nem ele sentiu-se orgulhoso por isso. Mas escrevi essa cena para mostrar o que Rose não disse a Scorpius, mas que mesmo assim não era novidade para ele,


Bjjuuuuus e obrigada!


P.s: não se esqueçam dos comentários, é muito importante receber opiniões para poder ter forças e inspiração :D

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Comentários (2)

  • Mariana Berlese Rodrigues

    SIMPLISMENTE P-E-R-F-E-I-T-O ESSE CAP. A-M-E-I *.* #MORRI  A-M-E-I <3 <3 <3  MUITOOOOOOOOOO LINDAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA *.* CHOREI AQUI :)O AMOR NÃO É LINDOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO <3 <3 <3  

    2013-02-06
  • Lana Silva

    Ameiiiiiiiiiiii *-------------* awww *-* Lindo a declaração da Rose pro Scorpius. Poxa demaiiis *-*

    2012-02-16
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