Fantasiando com Harry Potter
N/a: Fic não betada.
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Desse jeito vão saber de nos dois
E será uma maldade veloz
Malignas línguas
Nossos corpos não conseguem ter paz
Nossos olhos são dengosos demais
Que não se consolam quão fulgazes
Olhos que se entregam, olhos ilegais
Ilegais (Vanessa da Mata)
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-- Fantasiando com Harry Potter --
-Hermione, pelo amor de Merlim! Eu não queria invadir sua privacidade quando li sua mente, eu só queria saber se havia algo de errado que não pretendia me contar. Quantas vezes eu precisarei me desculpar?
Estava no apartamento dela, cansado de deixá-la se acalmar. O desencontro deles – que Harry tinha certeza que era uma artimanha dela – acabando finalmente.
A mulher continuava apenas fitando-o, sem emoção. Ela recusava-se a lhe falar desde o dia da “memória falsa” – porque ele sequer a encontrara - e aquilo causava exasperação no moreno.
-Você está me obrigando a tomar atitudes drásticas – ameaçou, ela sequer se moveu, apenas piscou.
[Flash-back]
A memória "falsa"
Hermione riu suavemente observando a boca dele se mover. Não é que ela achasse particularmente engraçado o que dizia, porque ela sequer o ouvia... Ela só queria se livrar das imagens bem vivazes que estavam surgindo sucessivamente em sua mente.
–Você está bem?
A morena o encarou alheia. – Perdão?
Harry ergueu a sobrancelha. – Você está particularmente distraída, Mione. Está tudo bem?
-Bem?
Oh Deus, estava com problemas sérios, não havia outra explicação. De repente, todas as palavras na boca de Harry ficavam... libertinas e sensuais, despudoradas. E ela já não podia se concentrar quando ele falava, a não ser no som das palavras quando saia de seus lábios.
De fato, sempre achara a voz do amigo “gostosa”, no sentido de que lhe dava prazer de ouvir. Porém, desde que tivera a impressão de que se os lábios dele estivessem ao seu ouvido tudo ficaria decididamente mais inteligível... Sonhava acordada, divagava com o pensamento de tê-lo falando bem ao pé do ouvido. E – Oh-meu-Merlim - Se arrepiava só de pensar naquela voz máscula sussurrando-lhe palavras!
Ela tentava se concentrar, absorver as palavras dele, assimilar as frases, mas apenas podia discernir seu tom de voz. E pensar no quão rouco e másculo poderia ser.
Gemendo com frustração, Hermione tocou a testa com a ponta dos dedos e suspirou fundo. – Podemos dar uma pausa?
-Sem problema. Você está bem? – repetiu a indagação.
-Só um pouco... distraída - ela ruborizou visivelmente sob a atenção de Harry e o misto de incredulidade e surpresa que perpassou por seu rosto.
Não era de se espantar, Hermione Granger se “distraindo”? Acaso era o fim do mundo?
Harry estreitou a vista. E ela soube muito antes de ele o fazer: ele ia ler sua mente. Passada, ela fechou todas as portas de seu cérebro. Bloqueando os pensamentos, pondo sua mente em branco quase que imediatamente.
A força de Harry a atingindo em cheio, ao instante. Especulando, buscando. E ela sentiu como se uma espécie de bruma a estivesse engolfando, por mais que lutasse contra isso.
Imagens, memórias, turvas já sendo transpassadas para ele, nada comprometedor, mas era questão de tempo.
-Pare agora, Harry – ela ordenou ofegante, tentando concentrar-se em afastá-lo das memórias que ele queria; sabendo que não tinha chance contra os anos de experiência com Harry, sem contar é claro, que ele aprendera a arte da legimância com uma das mentes mais hábeis no assunto.
-No que estava pensando? – ele perguntou suavemente, ignorando de propósito o comando dela.
E, sem sua permissão, as imagens tornaram a sua mente (a de Hermione), com força total:
A respiração dele, regulada e indiferente às suas reações, a atormentava; o hálito dele a arrepiava, o toque ocasional dos lábios dele em sua orelha distraia a ela, o tom dele a comocionava...
Ele aproximou os lábios de seu ouvido outra vez e, paciente, num sussurro um tanto áspero, começou a lhe explicar, detalhadamente, sobre o andamento do projeto de lei contra os maus-tratos aos elfos domésticos, que estava sendo avaliado a mais de um ano, e seu parecer favorável.
Depois, murmurou o quanto se orgulhava dela por sua determinação, ao nunca desistir dos elfos. Mas então ele estava afastando... O cumprimento já havia acabado; percebeu que desejava mais, ouvir mais, ter novamente aquela voz penetrante, rouca e deliciosa ligando e desligando vários e vários pontos em seu corpo... instintivamente, uma de suas mãos deslizou ao encontro da nuca dele. E ele riu ao seu ouvido, sussurrou seu nome e um arrepio perpassou por toda ela.
Os corpos deles estavam muito próximos e tranqüilamente ele inspirou o apimentado perfume que ela exalava do pescoço.
Ela o fuzilou com o olhar, suas bochechas ainda tingidas de vermelho, quando Harry se afastou lentamente do pensamento com imagens ilustrativas.
-Oh – o homem murmurou apenas.
-Gosto da sua voz – disse silenciosamente. – Eu a acho... sensual – então ergueu o queixo com dignidade. – Satisfeito por invadir meus pensamentos?
Harry a fitou com os olhos brilhantes e entrecerrados, quase como um felino. – Definitivamente – contrapôs roucamente.
A morena mordeu o lábio inferior ao ouvi-lo, estremecendo enquanto sua vista, como se tomando vida própria, se dirigiu para a boca dele.
-Hermione...
-Pare com isso! – exclamou desviando o olhar para os olhos dele, olhando de relance seus lábios, os quais Harry entreabriu. Ela expirou, sentindo-se salivar, enquanto ele movia a boca, mas nenhum som saiu de lá.
“Tem certeza que é apenas minha voz que a perturba?” Harry ‘perguntou’.
A morena ofegou.
[Fim do Flash-back]
Ele se moveu para trás da poltrona onde a mulher estava sentada. – Foi você quem pediu, Hermione – ele observou ela se tensar, ao percebê-lo atrás de si. – Oh, parece que se deu conta – comentou. – E está certa, como sempre – ele murmurou, encostando o queixo em seu ombro, olhando para frente como ela o fazia. – Fale comigo, Hermione.
A morena expirou, mas nada disse.
-Orgulhosa – disse baixinho, ainda sem se mover. – Já pedi desculpas. Eu não queria fazer isso, Mione. Não queria mesmo – ele disse em falso pesar, dando uma espiada em sua face procurando alguma reação. – Mas como dizem: “no amor e na guerra, tudo é válido”. Você é minha melhor amiga, e eu te amo.
A morena virou o rosto, como se com o gesto quisesse ofendê-lo. Como se não levasse em conta o que falava.
-Está bem – ele suspirou e então deslizou seu rosto para a curva de seu pescoço, deixando um rastro de arrepio na pele dela; o lugar que estava ainda mais exposto por ela ter virado a cabeça. – Você deve estar achando que foi uma má idéia, não é? – o hálito dele sobre o seu ombro. – Ter tentado me contrariar, olhando para o outro lado, me dando plena liberdade – Harry inalou profundamente o cheiro dela. - Fale comigo...
-O que você gostaria que eu dissesse? – tornou a perguntar, deslizando o nariz para cima, até chegar à orelha da morena e retornar ao senti-la estremecer. – Que eu posso ficar aqui, assim, toda noite? Eu posso. E pretendo. Mas se você cooperar... pode ser mais divertido. Pra nós dois.
Mas ela não disse nada, nem mesmo o observava.
-Onde você aprendeu a ser tão teimosa? – indagou algo frustrado, enterrando o rosto na curva do pescoço dela. E ouviu um esgar, como se Hermione tivesse engasgado. Ergueu a vista de imediato, o riso dela desaparecendo rápido.
-Eu penso que posso ser mais persuasivo que cócegas – o enrijecer dela tanto poderia dizer “vá em frente” ou “você vai me pagar caro”, Harry não se importava o mais mínimo com qualquer dos dois, contanto que a morena lhe dirigisse a palavra.
-Mione – ele lhe disse ao ouvido. – Eu sinto muito. Nunca teria sequer chegado perto da memória se soubesse que era tão pessoal – Harry suspirou. Na verdade ele teria, ambos sabiam disso, em principal se isto a estivesse afetando. – Só queria ter certeza de que estava tudo bem – ele tocou com os lábios a orelha dela – Por favor – foi como se uma revolução estivesse se operando nela.
Mas ela continuou sem dizer nada.
-Eu odeio a forma como pode ser tão obcecada, odeio que possa ser tão orgulhosa, odeio sentir falta de seus sermões, eu odeio a necessidade de ouvi-la... Eu adoro a forma como ri, e como consegue se concentrar, exceto quando eu falo – ele riu suavemente. – E eu adoro conversar com você. Eu sinto falta disso, muita falta.
Ele contornou a poltrona, quedando-se de fronte para ela, com uma das mãos segurou o queixo dela, para que ela o fitasse.
-E eu gosto de saber que está me olhando nos olhos, prestando atenção em mim. Gosto da sua cara de enfezada... Fala comigo, Herms.
-E se eu a beijasse? Você não protestaria? – ele se aproximou, o suficiente para seus narizes se tocarem. - Fale comigo – e ele esperou o que pareceu uma eternidade.
-Senti saudades – ela murmurou quando a boca dele ia atingir a sua, por milímetros.
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(continua)
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N/a²: Depois de séculos sem postar nada... Cá estou eu.
Ela, essa fic (essa parte), estava há séculos comigo, intocável, eu a achei ao fuçar em algumas coisas minhas. Ainda assim, espero que tenham curtido.
PS: Eu não desisti de nenhuma fic, só estou com um "pequeno" problema de Hiatus criativo...
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