Prólogo



Prólogo
Sexta-feira 1
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Era sexta-feira e a Hermione ia passar o dia na minha casa. Nós duas estávamos no carro, batendo um papo com o Pedro, meu primo quando a minha mãe de repente perguntou se ele estava com o cinto de segurança posto.

- Pedro, você está de cinto de segurança?

Pressentindo o perigo e malignidade da situação, eu e a Hermione nos entreolhamos e lentamente colocamos a mão atrás da cabeça, procurando o cinto. Começamos a rir.

- Que foi? – perguntou minha mãe curiosa.

- Naaaada – falamos ao mesmo tempo, com uma voz que sugeria que era uma coisa que tinha a ver com vacas.

Passamos o resto da viagem toda batendo um papo amigável com todos no carro e quando chegamos em casa, fizemos carinho no cachorro e fomos direto pro quarto.

A Hermione estava testando minha paciência gritando e berrando: ‘MUAHAHAHAAHHA’ no meu ouvido o tempo todo, enquanto eu comia um sanduíche e olhava pra ela com cara de peixe morto. E o telefone não parava de tocar.

Passada a qüinquagésima vez que eu atendia ao telefone naquele dia, me levantei e fui até a mesinha, com meu cachorro pulando feito um retardado ao meu pé, querendo atacar meu sanduíche. Mas que droga! Será que a ração de atum com jiló que eu dei hoje de manhã não foi o suficiente pra uma vida?

Passei pela sala ignorando os chamados do MSN no computador e fui até o pátio. A tigela do cachorro parecia intacta, como se ele nem tivesse olhado pra ela quando eu despejei aquela montoeira de ração. Acho que o saco todo. Eu revirei os olhos, engolindo o resto do sanduíche. Lancei um olhar malvado para o cachorro e voltei para o computador, onde a Hermione estava vendo alguma coisa.

- Oi – cumprimentou ela alegremente, sacudindo uma das mãos na minha direção.

- Ooi. – A Hermione me mostrou algumas coisas no computador, rindo ao mesmo tempo dos nomes que eu tinha colocado em alguns arquivos e de repente ela pareceu se tocar de alguma coisa.

- Ei, deixa eu ver tua mão esquerda? – perguntou ela me encarando curiosa. Eu estendi e ela examinou algumas linhas da minha mão. Antes que ela pudesse abrir a boca, eu insinuei sarcasticamente.

- Eu vou ter um filho, tu já me disseste isso. – Então eu comecei a rir e a Hermione também. Ela me deu língua.

- Hum. – ela deu um suspiro entediado. – Que tem pra gente fazer hoje?

Eu dei de ombros.

- Sei lá. Eu que te pergunto.

- A casa é tua.

Eu refleti por um instante.

- É, tem razão.

A Hermione revirou os olhos.

- Que tal bater um papo cabeça com uma das árvores
do parquinho? – sugeri falsamente ansiosa.

Hermione me encarou como se eu fosse uma coisa esquisita que tivesse aterrissado na janela dela no domingo a tarde.

- OOOU – ela falou querendo fazer suspense – a gente pode ir chamar a Deborah!

- Tá bom – concordei, achando que essa foi a melhor idéia do dia até ali. Ainda eram duas da tarde.

Fomos até o meu quarto, e eu acabei pegando um desodorante pra mostrar o cheiro pra Hermione. Passamos pelo cachorro, que ainda pulava feito retardado apesar de não estarmos levando nenhum sanduíche e pegamos a bicicleta.

- Quer andar? – perguntou a Hermione distraidamente.

- Não, pode ir – respondi dando de ombros.

Hermione subiu na bicicleta e nos duas fomos na direção da casa da Deborah.

- Ei, tu viu aquele episódio de Phineas e Ferb? – perguntei de repente, animada com a lembrança. Eu e a Luna adorávamos a musiquinha: “ELE É UM MAMÍFERO AQUÁTICO E TAMBÉM BOTA OVOS! PEEEEEEEEERRYYYY!”

- Qual? – perguntou Hermione, virando rapidamente o rosto pra mim.

- Aquele em que o Phineas e o Ferb montam a montanha russa e...

E fomos falando animadas sobre o desenho, apesar de a Hermione não ser tão fã do desenho quanto eu. E chegamos na casa da Deborah. Batemos palmas freneticamente (ou a Hermione bateu palmas freneticamente, por que eu estava segurando o desodorante, cujo cheiro eu ainda não tinha mostrado para a Mione) e esperamos.

Apareceu uma mulher idosa, segurando um sabonete e um cachorro, com cara de mau. A Hermione ficou de repente estranha, eu sabia que ela tava querendo rir.

- A Deborah ta aí? – perguntou ela educadamente.

- Tá dormindo – anunciou a senhora. O cachorro na mão dela quase caiu no chão, mas ela o agarrou bem a tempo.

Então surgiu uma idéia na minha mente. Uma idéia que tinha a ver com o desodorante. Fiz uma cara de maníaca e estendi o desodorante deixando bem a vista da senhora lavadora de cachorros.

- Quer que a gente acorde ela? – perguntei, espirrando manicacamente o desodorante no ar.

A Hermione fez um barulho estranho, entre uma tossida e uma gargalhada.

- Não, brigada – agradeceu a mulher, encarando a gente como se fossemos as pessoas maníacas que somos.

- Ok – disse a Mione alegremente – a gente volta mais tarde. Brigada.

Quando nos distanciamos parcialmente da casa da Deborah, a Hermione finalmente começou a rir e eu a acompanhei.

- Cara, tu devia ter visto a tua cara – ela parou a bicicleta e me imitou usando um desodorante invisível. – “QUER QUE A GENTE ACORDE ELA?”

E riu de novo. Eu ri também, imaginando como deveria ter sido. Eu possivelmente estava parecendo que tinha fugido de um manicômio.

- Mas puxa vida, dormindo às duas da tarde? – comentei como se isso fosse um absurdo da natureza. – Eu não dormiria às duas da tarde, ficaria muito claro. O sol no meu rosto, quero dizer.

- Hum – grunhiu Hermione pensativamente. Naquele momento ela ficou parecendo um daqueles retardados que a gente vê naquele livro “O diário de um banana”. Que ela nunca fique sabendo desse meu pensamento. – Se eu estivesse muito cansada, acho que dormiria.

Ficamos conversando até mais ou menos umas quatro da tarde, subindo em arvores e indo até uma arvore em que tínhamos escrito “MI E GI, AS RAINHAS DA COCADA PRETA” ano passado, quando resolvemos ir até a casa da Deborah de novo, concluindo inteligentemente que ela deveria estar acordada.

Batemos palmas de novo (eu tinha mostrado o desodorante pra Mione e ela tinha colocado no bolso do short jeans dela) e esperamos. Dessa vez foi uma mulher de roupa azul que atendeu a gente. Ela não tinha cachorros ou sabonetes na mão, o que tranqüilizou.

- A Deborah ta aí? – perguntei pela segunda vez ao dia.

- Ta dormindo – disse ela, meio carrancuda por duas
meninas estranhas forem encher sua paciência numa bela tarde de sexta feira.

A Hermione devia estar meio possuída por uma vaca
quando tirou o desodorante do bolso do seu jeans e espirrou com a mesma cara de maníaca que a gente tinha feito.

- Quer que a gente acorde ela?

A mulher encarou a gente como se fossemos retardadas,
reação muito comum à gente numa situação dessas.

- Não, brigada.

Fomos embora, andando pelo condomínio, enquanto chovia.

A Hermione tinha de uma maneira muito esquizofrênica tinha arranjado uma garrafa d’água. Só que quando estávamos entrando, passamos pelo portão e a Hermione tacou a bunda dela naquele negocio que a gente põe cadeado e soltou um berro .

- AAAAAI, MINHA BUUNDA! – berrou ela, massageando... bem, o traseiro dela.

- Quem manda ter uma bunda enorme? – eu falei como se ela tivesse cometido um crime.

Eu comecei a rir dela, no caminho para a porta de entrada da casa, e parei de prestar atenção nela, porque o cachorro de novo tinha começado a pular esquizofrenicamente em cima da gente.

- Que sorte que a garrafa d’água ta gelada... – comentou Hermione.

Quando olhei de novo pra Hermione pra comentar sobre a maniaquicidade da situação, ela estava com a garrafa d’água enfiada no short dela.

Eu arregalei os olhos, ao mesmo tempo em que a Hermione me encarava sombriamente.

- Quer água? – perguntou ela com cara de maníaca.

Eu comecei a gargalhar da situação. A cara dela foi impagável! Falando sério!


N/EstranhaMisteriosa: OIGEENTE. Esse aí, como vocês puderam perceber é o prólogo. As coisas ainda não aconteceram muito, mas é só sossegar a franga que depois o que tiver de acontecer acontece. Esperamos que vocês gostem da fic, porque sinceramente, tudo o que a gente escreveu são fatos reais.

Valeu.
Estranha Misteriosa.

N/Desconhecida: Isso que vocês acabaram de ler é uma historinha que nós resolvemos criar quando estávamos sem nada para fazer.. mas acabamos nos empolgando e escrevendo... foi feito com muito amor para todos aqueles que tiverem paciência pra ler. Nossas habilidades como comediantes estão estampadas aí.  os capítulos serão postados logo, e vocês tem o direito de reclamar para o (muito incomum) caso de nós esquecermos. Bejos! Desconhecida.

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