A Thing About You
Título: A Thing About You
Autor: Mari Gallagher
Contato: [email protected] e [email protected]
Shipper: Harry e Hermione
Spoilers: Livros 1 a 5
Gênero: Romance
Status: Concluída
Sinopse: Songfic da música do Roxette, "A Thing About You". Harry e Hermione trabalham juntos no ministério e depois de muitos anos de amizade, ele finalmente descobriu que estava apaixonado pela amiga, só não pensava que seria tão difícil dizer isso a ela.
A Thing About You
Harry James Potter adentrou cautelosamente eu seu apartamento. Era uma tarde ensolarada de sábado, mais um dia de verão. Ele havia preferido trabalhar naquela manhã, simplesmente para passar o tempo, ele vinha fazendo muito isso ultimamente. Dificilmente ele saía nas noites de sexta-feira e como também quase nunca tinha algo especial para fazer no fim de semana o começo do sábado no Ministério amenizava o tédio. Mas Harry era bem consciente que seu problema não era exatamente o tédio, mas sim do que ele era conseqüência. Estava entediado, sem dúvida, mas ficara assim por estar triste. Precisava dar um basta naquela solidão, mas não sabia como, ou melhor, sabia sim, só que isso não dependia apenas dele. Passou anos sufocando aquela coisa que tomara conta dele, adiando o que poderia ter sido fácil e ignorando a possibilidade de que as pessoas podem não estar disponível para sempre. E agora, estava sozinho.
I pick up the phone
Eu pego o telefone
I'm dialing your number
Estou discando seu número
while I pray you're at home,
Enquanto rezo pra você estar em casa
at home and alone
em casa e sozinha
'cause I can't function on my own
Porque não consigo funcionar sozinho
And I'll never stop believing
E eu nunca vou deixar de acreditar
Ele andou nervosamente de um lado para outro da sala, observando tudo em volta. Quem ali entrasse jamais pensaria se tratar de uma habitação bruxa, pois ele definitivamente não tinha se desapegado de vários objetos trouxas como TV, rádio, telefone e eletrodomésticos. Voltou a se jogar na poltrona resignado a fazer algo, e sabia bem o quê. Não podia simplesmente esvair aquela agonia, mas nada o impedia de pelo menos tentar ouvir a voz dela... Haveria, é verdade, uma pequena chance dela estar em casa em pleno sábado, e caso estivesse a probabilidade de estar sozinha era menor ainda. Harry podia pelo menos torcer e arriscar. Com isso em mente ele tomou nas mãos o aparelho telefônico e começou a discar lentamente o número já tão familiar aos seus dedos. Aquela simples atitude já fazia seu corpo tremer inteiro, e antes que pudesse ouvir algum sinal de resposta no fone o terror já havia feito com que ele recolocasse desesperadamente o aparelho no gancho.
- Covarde... – murmurou para si mesmo.
Isso era realmente irônico. Harry Potter, que havia enfrentado dragões, esfinges, comensais, o próprio Lord das Trevas, e o que era agravante, tinha saído vitorioso de tudo isso, logo ele, se acovardando com uma simples ligação telefônica? Não era mais novidade nenhuma, visto a quantidade de vezes que a cena vinha se repetindo. E como sempre, depois de ser vencido pelo medo, ele começou a se questionar que mal poderia haver em um simples telefonema para uma amiga? O mal da amiga perceber porque ele estaria ligando, talvez, mas ele realmente julgava essa hipótese improvável já que ele fazia de tudo para esconder suas reais intenções. Era difícil, sem dúvida, principalmente por ter que encontrar com ela diariamente pelos corredores do Ministério. Faziam parte do mesmo departamento, mas em funções diferentes, ele no quartel-general dos aurores e ela no controle de uso indevido da magia. É, apesar de se travar ele realmente achava uma grande façanha nunca ter deixado transparecer algo relacionado a seus sentimentos.
Ele escorregou no sofá se deitando completamente para fazer o que mais ocupava seu tempo desde que ele podia se lembrar: pensar nela. O que pensaria hoje? Sua mente já respondia isso quando ele se viu analisando desde quando estava apaixonado por Hermione. Na verdade ele nem tinha a resposta para essa pergunta. A primeira coisa que lhe ocorria é que havia sido desde sempre. Só havia demorado mais do que o normal para tomar consciência disso, o que foi um grande erro. Não tomar consciência, mas sim ter demorado tanto. Penetrou na embriagante dimensão que havia criado para estar com Hermione e acabou adormecendo.
The reapwork is done
O ceifar está feito
You are the one
Você é a única
The radio is on but sound is all gone
O rádio está ligado, mas o som se foi.
And I wanna walk out in the sun
E eu queria ir lá fora andar no sol
But lately that's been very hard to do
Mas ultimamente isso tem sido muito difícil de se fazer
Já estava anoitecendo quando Harry acordou. Ele se lamentou por ter acordado, seu tempo passava mais rápido se estivesse dormindo e melhor, sonhando. Agora se deparava com a dura realidade de estar acordado, não tinha escapatória, ela era a única em seus pensamentos. Ele já havia tentado estar com várias mulheres, de todos os tipos, mas no fim das contas ele sempre voltava para o ponto de partida. O que estava pretendo com isso afinal? Nem se enganar estava conseguindo mais, no máximo ele enganava as mulheres com quem saía, que eram muitas. Havia gostado de poucas e conseguido passar um certo tempo com algumas.Resumindo, só conseguia complicar ainda mais a sua vida e fazer com que se sentisse um crápula.
Hermione ao contrário não saía com muitos, era pior, estava num relacionamento sério com Bruce Bonham que para azar de Harry era seu colega no quartel-general. A situação era insustentável e torturante, pois a cada dia eles pareciam estar mais em paz. Nem quando ela estava com Rony, Harry havia se sentido tão descartado. Precisava se distrair de alguma forma, então ainda deitado ligou o aparelho de som. Passou longos minutos deitado absorvendo o momento, curiosamente todas as músicas pareciam ter alguma mensagem que lembravam sua trágica situação. Para piorar seu estado, se é que isso era possível a música que acabara de começar simplesmente era a que mais trazia a imagem de Hermione a sua mente. Apesar dos pesares era uma lembrança boa, de meses atrás...
Harry estava na varanda do lindo castelo que o Ministério havia reservado e dava aquela festa para comemorar a nomeação de seu grande amigo e ex-professor Remus Lupin para Ministro da Magia. Era uma decisão bombástica, levando-se em conta o enorme preconceito contra mestiços do tipo de Lupin, mas Harry é claro estava felicíssimo. Até Rony havia conseguido uma folga do trabalho para estar lá. A parceria com os gêmeos realmente havia sido um sucesso, o ruivo administrava a rede de lojas de logros na Europa Central. Harry a essa altura do campeonato já estava consciente da paixão por Hermione, mas não conseguia juntar forças para dizer a ela, tinha medo de ser rejeitado. Observava a noite e sentia a brisa fria tocar-lhe a face quando alguém se aproximou tocando o seu ombro.
- O que faz aqui sozinho? – indagou Hermione docemente, Harry sorriu e tocou a mão dela.
- Nada... – respondeu imediatamente.
Ela se colocou ao lado dele e ficou em silêncio por alguns minutos, Harry notou que ela o estava olhando e se sentiu cada vez mais nervoso.
- No que está pensando? – perguntou Hermione depois de algum tempo, Harry pareceu refletir.
- Em você – respondeu se arrependendo imediatamente ao notar a expressão de surpresa de Hermione.
- Em mim? Mas... O quê? – perguntou confusa.
- Que não está aproveitando a festa ficando aqui comigo... – disse tentando consertar.
-Já aproveitei bastante... Além do mais estava preocupada porque você sumiu... – retrucou calmamente, Harry sorriu.
- Vamos voltar. – disse ele a conduzindo pela mão.
Quando já estavam de volta ao imenso salão, uma música lenta e agradável começou a tocar.
- Eu adoro essa música! – disse Hermione alegremente, então Harry teve aquela idéia boba.
- Vamos dançar. – falou decididamente já a tomando nos braços.
Hermione o acompanhou majestosamente. Naquele momento Harry sequer se lembrou de que não sabia dançar e isso não o incomodou nem um pouco. Estava absorto demais no efeito inebriante que o contato com ela causava.
- Hermione... – murmurou ele ao ouvido dela.
- Hum?
- Tem tanta coisa que você não sabe...
- Então... Porque você não me diz?
- Eu direi um dia...
- Você promete? – perguntou Hermione agora olhando profundamente para ele.
- Eu prometo.
O dia em que ele falaria tudo a ela ainda não havia chegado, mas Harry não poderia esquecer daquela noite. Pois naquele momento ele havia prometido dizer tudo a ela, um dia. Se soubesse que pouco tempo depois Hermione estaria com alguém, teria aproveitado melhor aquele momento. Teria falado tudo sobre aquela coisa... Como a amava desde sempre e como precisava dela para tudo. A cada instante que passava ele tentava reunir mais forças para colocar tudo isso para fora, tinha prometido, não podia esquecer desse detalhe.
E naquela amargura o sábado e o domingo passaram. Lentamente, é verdade, mas lá estava ele sentado confortavelmente diante de sua mesa, e já era sexta-feira. Isso não o alegrava, pois mais um fim de semana sem objetivo chegava para ele. Harry respirou fundo e resolveu ir a copa e pegar um café. Ao passar pelo corredor do uso impróprio da magia, não resistiu e acabou batendo na porta de Hermione.
I've got a thing about you
Há alguma coisa sobre você
And I don't really know what you do
E eu realmente não sei o que fazer
'cause I've got a thing about you
Porque tem alguma coisa sobre você
Hey you...
Ei, você...
- Quem é? – perguntou ela.
- Harry...
- Pode entrar.
Harry irrompeu alegremente na sala, mas seu sorriso se desfez aos poucos ao notar que Bruce Bonham caminhava na direção da janela. Hermione parecia um tanto quanto contrariada e o clima parecia ligeiramente tenso.
- Estou interrompendo alguma coisa? – disse Harry antes que alguém falasse.
- De jeito nenhum Harry... – retrucou Hermione com o seu habitual tom de cortesia, que não convenceu Harry.
- Eu já estava de saída... – Bruce falou tomando rumo da porta e por ultimo dirigindo-se a Hermione. – Conversamos depois.
Ela assentiu com a cabeça antes de dar a volta em sua mesa.
- Oi Harry! – disse ela dando um abraço no amigo, que Harry notou como sendo urgente e um pouco desesperado.
- Olá... Estava indo pegar um café e passei, pra de dar...Oi. – Harry falou ainda abraçado com ela.
- Fez muito bem. – disse Hermione sorrindo e já solta dos braços dele. – Eu acabei de trazer café, porque não toma comigo?
- Claro... Ehr... Mione tem certeza que eu não interrompi nada?
- Harry você é realmente um doce. Mas eu tenho certeza sim. – concluiu passando uma xícara para ele.
- Fico mais aliviado. – disse Harry ligeiramente corado.
- Soube que o Rony está por aqui, com a Luna.
- É, ele me ligou.
- Então já está sabendo da festa semana que vem?
- Oh sim. Eu irei.
- Vamos. – corrigiu ela empolgada. – Vai ser ótimo relembrar aqueles tempos... Hogwarts...
- Vai sim... Ele me disse que durante essa semana vai tentar localizar todo o pessoal daquela época.
- Bons tempos... – refletiu Hermione. – Foi a época mais apaixonante da minha vida... – concluiu num suspiro sem alegria.
- Pode haver melhores, só depende de nós.
- Literalmente. – disse muito baixo, Harry não teve certeza se havia ouvido.
- Como?
- Eu disse, “Realmente”. – respondeu Hermione sorrindo, Harry consentiu com um aceno positivo. – Só depende de nós.
...
Era novamente tarde de sábado, e assim como na semana passada Harry jazia no sofá ainda na mesma situação, sem progresso algum, mas pelo menos não havia piorado. “Talvez não haja como ficar pior do que isso” pensou. Não adiantava mais se punir por ter deixado a coisa chegar naquele ponto, afinal, isso estava longe de virar uma solução. Ele respirou fundo resignado procurando manter seu estado emocional equilibrado e talvez até frio o suficiente para fazer aquilo. Estava pronto.
I pick up the phone
Eu pego o telefone
I'm dailing that number and
Estou discando aquele número e
my heart like a stone
meu coração como pedra
waits for the tone
espera pelo toque do telefone
Oh I can't make it on my own
Oh eu não consigo fazer isso sozinho
And I'll never stop believing
E eu nunca vou deixar de acreditar
Decididamente e numa sucessão de movimentos nada inédita ele tomou o aparelho telefônico nas mãos e discou agora rapidamente aquele número, o de sempre. Antes que pudesse refletir já estava com o fone no ouvido e pode ouvir claramente o tom da chamada. Uma voz irritante em sua mente começou a gritar, “Não consigo, não consigo fazer isso”, mas antes que ele fosse vencido mais uma vez pelo medo a voz de Hermione soou naturalmente do outro lado da linha.
- Alô?
Harry se sentiu tentado a desligar imediatamente e se esconder sob suas cobertas, mas o súbito desejo que lhe ocorreu de não se acovardar fez com eu ele respondesse e matasse aquele monstro da insegurança.
- Hermione? – disse Harry, a voz trêmula.
- Sim... Harry é você? – indagou Hermione.
- Como você sabe?
- Eu não sei, eu só pensei por um instante que talvez pudesse ser você. – respondeu sorrindo.
- Eu liguei pra... Saber como você está e... Pra conversar, um pouco, você está ocupada?
- Não... Não estava fazendo nada...
- Ok... E... Como você está?
- Estou bem... E você?
- Eu... Não sei... – respondeu como escape para não dizer como realmente estava.
- Aconteceu alguma coisa? – perguntou ela e agora soava preocupada.
- Não... Nada, não se preocupe... Só tem algumas coisas impedindo que eu diga com todas as letras que estou bem... Acho que eu preciso dizer algumas coisas a... Eu não sei... Desculpe estar te incomodando com essas besteiras. – concluiu sorrindo desanimado.
- Você não está me incomodando seu bobo! Eu adoro quando você me liga, e odeio quando você não faz isso. – brigou – Escuta Harry, se eu puder te ajudar de alguma forma... Se você quiser, eu posso ir agora aí na sua casa pra nós conversarmos pessoalmente...
- Não acho que seria uma boa idéia... Você não vai gostar nada da situação do meu apartamento... – disse Harry sinceramente ao analisar o total caos de sua casa.
- Ah Harry eu não acredito que você se descuidou denovo?
- Eu não chamaria isso de descuido, por isso é melhor que você nem veja...
- Tudo bem... Mas eu realmente quero te ajudar.
- Você não quer sair pra algum lugar? Olha só... Eu estava pensando em ver o pôr do sol no cais, porque você não vai comigo? – sugeriu agora bem mais solto.
- Oh Harry... Eu sinto muito... Marquei de ir jantar com o Bruce mais tarde. Eu... Sinto muito mesmo. – lamentou Hermione, Harry sentiu uma pontada no peito.
- Ah ok... – disse ele tentando disfarçar a decepção. – Eu vou sozinho, aproveito para pensar um pouco.
- Desculpe... – ela deu uma pequena pausa em que Harry pode ouvir um suspiro. - Eu queria muito mesmo ir com você.
- Não tem problema... Eu... Vou ficar bem... – falou nada convencido.
- Tem certeza?
- Não... – respondeu sorrindo sem graça. – Mas eu vou tentar.
- Você promete?
- Eu prometo. – concordou Harry.
- Eu espero que você cumpra... Fique bem, por favor.
- Ficarei... Então... Te vejo depois...
- Até mais Harry... Um beijo.
- Outro pra você... Tchau.
I know what is right and this is so wrong
Eu sei o que é certo e isso é muito errado
Alone in my bed, better off on my own
Sozinho em minha cama, melhor ficando na minha
The TV is on but the colours are gone
A Tv está ligada, mas as cores se foram
And lately you’ve been painting my world blue
E ultimamente você tem pintado meu mundo com cores tristes
Harry esperou o sinal de que ela havia desligado para colocar seu aparelho no gancho. “Boa tentativa”, pensou desanimado. Recolheu-se para suas cobertas e arriscou ver um pouco de TV, mas aquilo não o distraiu nem um pouco... Ainda tinha a conversa com Hermione na cabeça. Havia ousado chamá-la pra sair e definitivamente aquilo fora muito errado, pois só serviu para lembrá-lo de quem realmente tinha esse direito, Bruce.
Lembrou que havia prometido para ela que ficaria bem. Como isso era possível se nos últimos tempos tudo em sua volta se tornava insuportavelmente triste e sem graça? E parece que nada do que havia dito para ela era possível de realizar, pois ele não sentiu nenhuma vontade de sair, muito pelo contrário, achou que o melhor para o estado em que se encontrava era ficar exatamente onde estava. Embaixo de seus lençóis, só assim não contaminaria ninguém com o seu baixo-astral.
Vendo por essa perspectiva ele viu que estava superando todas as expectativas conseguindo não fazer nada do que dizia pra ela. Que espécie de homem era ele? Sem palavra? “Não mesmo”, refletiu. Imediatamente se colocou de pé.
I've got a thing about you-ou-ou-ou
Alguma coisa sobre você
Lately you've been painting my world blue
Ultimamente você tem pintado meu mundo com cores tristes
Ele tomou um refrescante banho e fez pelo menos uma das coisas que havia dito para Hermione, dirigiu lentamente seu carro para a orla do cais. Chegou bem a tempo de ver o pôr do sol e teve a leve sensação de que seria bem difícil ficar bem ao notar a quantidade de casais que enchiam o local. Harry procurou o local mais reservado para observar o mar, se sentou então em uma das extremidades da ponte que adentrava no oceano. O sol já começava a se recolher quando ele respirou fundo e fechou os olhos sentindo a maresia bater em sua face e esvoaçar seus cabelos. “Queria tanto que estivesse aqui...”, pensou ainda sem abrir os olhos.
- Melhor lugar... – disse a voz de Hermione ao seu lado.
Harry sorriu virando a cabeça para observá-la. Hermione realmente estava ali?
- Hermione?! – indagou desacreditado – Você veio...
- Pode ter certeza que eu não sou sua imaginação, eu vim mesmo. – disse brincalhona.
- Mas e o jantar?
- Eu cancelei. – respondeu prontamente.
- Cancelou?? – disse Harry perplexo, ela assentiu. – Hermione... Não precisava desfazer o seu encontro... Eu estou bem...
- Não Harry... Eu precisava te ver, não adianta dizer que está bem porque eu sei que não...
- Mesmo assim, agora não vou ficar confortável sabendo que você adiou seu jantar.
- Harry eu não adiei. Eu cancelei... – esclareceu. – Eu cancelei várias coisas hoje. Não se culpe. – advertiu. – Eu já deveria ter feito isso há muito tempo, cancelado essas coisas.
- Essas coisas? Tipo o quê?
- Tipo o meu namoro com o Bruce. – respondeu sem rodeios, Harry deixou o queixo cair.
- Então... Vocês...
- É... Terminamos... Já não estávamos bem há algum tempo, mas, não vim aqui pra falar de mim... Eu vim porque estava preocupada com você, me fale o que está acontecendo.
Harry sorriu ainda aturdido, seria aquela a brecha que ele estava esperando? Ele se pôs de pé ao lado dela, não ia desperdiçar a oportunidade denovo.
- Você... Quer mesmo saber? – perguntou levantando a sobrancelha.
- Claro Harry... Se você quiser falar...
- Bem... Realmente está acontecendo uma coisa, e eu até quero te dizer, porque... Na verdade, essa coisa, é sobre você. – disse Harry quase num murmúrio, Hermione o olhou interrogativa.
I've got a thing about you
Há alguma coisa sobre você
And I don't really know what to do
E eu realmente não sei o que fazer
I've got a thing about you
Há alguma coisa sobre você
Hoping this story cuts through
Esperando que essa história chegue a algum lugar
Yea, I've got a thing about you
Sim, há alguma coisa sobre você
- Sobre... mim?
- É... Sobre você... – disse Harry tentando disfarçar o constrangimento que o olhar confuso de Hermione o trazia.
- E o que é afinal?
- Você se lembra, de quando estávamos na festa do Lupin no início do ano?
- Sim, claro.
- Mas você se lembra do que exatamente eu te falei naquela noite? – ponderou Harry, embora estivesse quase certo de que ela não lembraria.
- Eu te procurei na varanda, depois nós dançamos e você disse que tinha muita coisa que eu não sabia, eu pedi que você contasse, então você me prometeu que um dia me contaria. É... – concluiu – Acho que eu lembro sim.
- Uau... – Harry falou sorrindo espantado.
- Eu nunca esqueci isso. - Afirmou com um sorriso sem graça. – Mas não me diga que você resolveu enfim me contar.
- É... Eu acho que sim, mesmo não tendo noção de como você vá reagir, é uma boa idéia, porque eu sinceramente não agüento mais. Eu preciso dar um rumo na minha vida, só que pra isso eu tenho que primeiro ver se essa história vai chegar a algum lugar...
- Harry... Fale logo... Você já está me deixando nervosa! – disse Hermione ansiosa.
Ele respirou fundo e observou Hermione atentamente mais uma vez. Estavam agora frente a frente e ela realmente parecia apreensiva.
- Antes tire só uma dúvida minha, eu sei que você veio falar de mim, mas é que essa pergunta não quer calar...
- Tudo bem, o que é?
- Hermione, você... Ehr... Esse seu término com o Bruce... É definitivo?
- Oh... É... Sem dúvida. – respondeu Hermione naturalmente.
- Você deve estar mal então...
- É, eu deveria estar, mas não, eu estou ok.
- Você... O ama? – ponderou Harry sem deixar de encará-la.
- Ah Harry... – começou Hermione sem jeito. – Por que você está me perguntando isso?
- Eu queria saber, é tão difícil dizer?
- É que... Amor é um pouco forte... Ehr... Eu gostava do Bruce, mas, estaria mentindo se dissesse que o amava.
- E, você já amou alguém? – tentou.
- Já... - Respondeu imediatamente. – Acho que eu já entendi porque você está me fazendo essas perguntas... Você deve estar apaixonado não é?
Harry sorriu.
- Quem você amou? – perguntou ele ignorando totalmente o que ela havia dito.
- Bem... – começou ela visivelmente abalada com a pergunta. – Eu... Não vou dizer Harry... Não importa.
- Diga quem você ama e eu digo quem eu amo. – jogou Harry.
- Você primeiro.
- Você. – disse ele subitamente.
- Não, a idéia foi sua então nada melhor do que você responder primeiro. – alegou Hermione. Harry sorriu ao ver que ela não havia percebido o que ele realmente tinha falado.
- Você não entendeu... Aquela foi a minha resposta. – disse ele mansamente.
Por um instante Harry pensou que Hermione tinha parado de respirar, pois ela estava estática e pela primeira vez ele presenciava um momento em que Hermione parecia não ter palavras para pronunciar. Só então Harry tomou consciência de que o motivo do choque era porque ele finalmente havia dito que a amava. Aquele se tornava no momento mais tenso da sua vida até então e ele chegou à conclusão que podia ter feito uma besteira muito grande.
- Oh Meu Deus... – disse ele muito rápido com as mãos na cabeça. – Eu não devia ter dito isso. Hermione me desculpe, o que eu falei realmente é verdade, mas, por favor, eu não quero que você mude comigo porque está sabendo disso e nem que a nossa amizade acabe, eu não sobreviveria a isso porque eu realmente preciso de vo...
Harry não pode terminar, pois sua boca tinha acabado de ser coberta pela de Hermione. Ela tinha puxado com as mãos o rosto de Harry para junto do seu e agora o beijava com carinho, mas em movimentos ardentes e prolongados. Harry viu aquele momento que até então havia sido tenso ao extremo se tornar o mais prazeroso de sua vida. Ter aquele contato tão íntimo com a mulher que amava fazia explodir fogos de artifício em seu estômago e o seu coração saltitar de forma dilacerante. Lentamente eles afastaram o rosto encerrando o primeiro beijo, antes de qualquer outra coisa, Hermione abraçou Harry o apertando ao máximo agarrando um pedaço do tecido da camisa dele na mão fechada, como se tomasse posse e a partir dali aquilo pertencesse a ela. Naquele instante ele esteve mais certo do que nunca do que realmente ele queria na vida, apenas amá-la. Hermione agora o olhava com um charmoso sorriso nos lábios o que deixava Harry bem mais atordoado e com uma tremenda dificuldade de assimilar o significado do que acabara de acontecer. Ele tinha que falar embora não estivesse certo se conseguiria.
- Eu... Ehr... Eu... - balbuciou – Eu não acredito que isso aconteceu.
- Não acredita? – ela disse fingindo-se ofendida. Harry tocou a face de Hermione com carinho e a olhou no fundo dos olhos.
- Eu tenho medo de só estar sonhando, porque, sabe, isso costuma acontecer muito... Nos meus sonhos. – Hermione sorriu.
- Nos meus também. – ela admitiu. Harry a olhou confuso.
- Como... Assim?
- Sabe o que é Harry... Eu também tenho uma coisa sobre você... – ela disse mansamente. Harry sentiu explosões cada vez mais intensas no seu estômago e peito ao ouvir aquelas palavras.
- Que coisa? – ele perguntou quase sem voz. Hermione aproximou os lábios do ouvido dele.
- Eu te amo. – ela sussurrou contornando em seguida a orelha dele com a língua.
Harry suspirou arrepiado pelo carinho e em êxtase pelo que acabara de ouvir.
- Você... Me ama? – ele perguntou ainda desacreditado.
- E muito...
- Por que você não me disse antes? – ele perguntou parecendo indignado.
- E por que você não me disse? – Hermione retrucou.
- Porque eu sou mesmo um imbecil, sabe...
- Você não é, não é mesmo. – ela disse com voz brava. - É por isso que eu te amo tanto.
- Diz denovo. – ele pediu após um suspiro.
- Não. – Hermione respondeu fazendo um bico.
- Deixa de ser perversa... Eu esperei tanto pra ouvir isso!
- O problema é que pra quem esperou tanto você está querendo ouvir e falar demais, não acha? – ela disse desafiadora.
Harry mudou radicalmente de expressão e entendendo bem o que ela havia dito a puxou pelo pescoço unindo apaixonadamente seus lábios nos dela. Lentamente eles se acariciaram, explorando com carícias quentes, arrepiantes a boca um do outro, num gesto ardente que encerrava toda a frustração e espera de anos dando início a uma nova época, de realizações, de desejos, de aliança e doce perdição, que se tornaria, sem dúvida, a época mais apaixonante de suas vidas.
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N/A: Fic melosinha eu sei, mas a gente merece às vezes... heheheh
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