Girlfriend
Título: Girlfriend
Autor: Mari Gallagher
Contato: [email protected] e [email protected]
Shipper: Harry e Hermione
Spoilers: Livros 1 a 5
Gênero: Romance
Status: Concluída
Sinopse: Songfic da música da Alicia Keys, "Girlfriend". Harry está no sexto ano e conseguiu após certa resistência começar um namoro com Cho Chang, o que ele não sabia é que teria que aturar um irritante ciúme que a namorada alimenta, adivinha por quem?
Girlfriend
Maybe silly for me to feel this way about you and her
Pode ser bobeira eu me sentir assim sobre você e ela
Cuz I know she's been such a good friend
Porque eu sei que ela tem sido uma amiga tão boa
I know she has helped you through
Eu sei que ela tem te ajudado
- Harry... Posso falar com você um minutinho?
Hermione... Lá vinha ela denovo, procurar Harry. “Justamente no momento que estamos juntos?? Só pode ser implicância! De propósito!”. Sempre era do mesmo jeito, ela vinha com uma desculpa qualquer e Harry simplesmente virava as costas para Cho e seguia a amiga. Será que ela não podia esperar só um pouquinho? E Harry, será que não poderia dizer “não” uma vez? Ou pelo menos um “daqui a pouco?” “È claro que podia”, pensou ao ver Harry sair com Hermione. “Mas não queria!”.
Cho e Harry estavam namorando há três meses. Finalmente haviam conseguido se acertar no começo no sexto ano, e tudo estava indo às mil maravilhas, até um certo ponto. O ponto que Hermione Granger aparecia, o que acontecia todos os dias, quase o dia inteiro. No café da manhã, ela tinha que estar na mesa; quando ele saía das aulas, claro ela estava junto; no almoço nada mais natural que ela estar ao lado de Harry, idem ao jantar; Fim do dia, olha só eles estão indo para a sala comunal, e adivinha? Hermione Granger está com ele! Francamente, isso já era abuso. Tudo bem que eles se conheciam há milênios, Harry gosta dela, é uma boa amiga... “Mas eu também posso ser uma ótima amiga!”. Será que ele não podia enxergar isso? “Se acalme... Ele já deve estar voltando...”, pensou respirando fundo três vezes.
- Demorei? – indagou Harry voltando a sentar no jardim com a namorada.
- Não... – respondeu docemente. – Foi super rápido! O que ela queria?
- Ah... Você não iria entender amor... – respondeu Harry desconversando.
- E por que não? – perguntou interessada.
- Bem... É que tem algumas coisas que... – começou o garoto delicadamente, mas Cho nunca o deixaria terminar.
- Ah claro... Coisas que só sua querida Hermione pode entender, mas eu não! – retorquiu ferozmente com voz trêmula.
- Cho... São coisas que eu não quero que você se preocupe... – justificou-se tentando sorrir.
- Você não quer? Por quê? A única pessoa que pode se preocupar com você também é a Hermione?? Por que você s-simplesmente não sai logo correndo pros braços dela? Já que ela é a única que te entende...
- Cho... Pare...
- Parar? Harry eu já estou cansada de ter que te dividir em todos os lugares com essa garota! Ela obviamente faz de tudo pra se meter entre nós!
- Olha só... – começou Harry aumentando o tom de voz. – Eu que já estou CANSADO desse seu ciúme sem motivo!
- Sem motivo?? – indagou perplexa.
- Totalmente SEM MOTIVO! – completou se levantando – Por que você não tenta crescer um pouquinho hein? – concluiu se virando e saindo.
Era a gota d’água. Havia brigado mais uma vez com Cho por uma bobagem... A terceira vez só naquela semana. Simplesmente inacreditável! Será que ela não iria parar nunca com essa mania de implicar com Hermione? Havia andado uma dúzia de passos quando sentiu um puxão em seu braço.
- Pare... Precisamos terminar essa conversa... – pediu a moça firmemente, Harry se virou para ela.
- Termine... – disse cansado, notando no mesmo momento que Hermione estava a alguns metros deles sentada e lendo atenciosamente um grosso livro.
- Você tem que tentar entender o meu lado... – disse agora mais calma. – Não é fácil ter que te ver com outra garota todo o tempo, mesmo sabendo que ela é sua amiga... Você pode se apegar e...
- Será que você não pode simplesmente confiar em mim? – interrompeu.
- Desculpe... – murmurou. – Vou tentar me controlar...
- Ótimo... – retrucou secamente.
- Te vejo depois... – disse tristemente antes de sair por entre as pessoas.
Talkin late on the phone
Conversando tarde ao telefone
Every night you've been callin'
Toda noite você tem ligado
Private moments alone
Momentos de privacidade sozinho
And your heart soon be fallin
E seu coração logo irá se apegar
And I know she's a friend
E eu sei que ela é uma amiga
But I can't shake the feeling
Mas não consigo tirar esse sentimento
That I could be losing your heart
De que eu posso estar perdendo seu coração
Harry na verdade já estava mais do que cansado daquela ladainha. Gostava de Cho, mas não sabia se iria continuar por muito tempo se ela insistisse em tornar as coisas mais insuportáveis para ele. Ele sacudiu lentamente a cabeça suspirando e caminhou até Hermione sentando ao lado dela.
- O que foi? – perguntou Hermione antes que ele dissesse qualquer coisa.
- Nada... – respondeu imediatamente. – O que te faz pensar que aconteceu alguma coisa?
- Eu te conheço Harry James... – disse sem tirar os olhos do livro.
- É verdade... Eu só... Tive uma pequena chateação e nem sei se devo te falar sobre isso...
- Como quiser... – afirmou concentrada.
- Sabe o que acho totalmente irritante em você Hermione? – disse subitamente, mas Hermione não pareceu notar o tom ofensivo que ele tentou usar.
- O quê? – indagou distraída com a página a sua frente. Harry puxou bruscamente o livro da mão da garota antes de continuar. Ela teve um sobressalto.
- Quando você não olha pra mim quando estou falando! Isso me irrita! – retrucou se levantando, Hermione gargalhou.
- Ah Harry... Se toca! – respondeu, Harry também riu. – Devolve o livro, por favor.
- E por que diabos eu faria isso? – zombou.
- Porque eu estou mandando... Aliás, eu estou pedindo! – disse Hermione também de pé. Harry se afastou mais. Ele analisou com atenção o formato do livro.
- Não. – concluiu num lamento.
- Ok... Você que sabe... – falou Hermione sacando sua varinha num piscar de olhos. – Accio liv...
- Protego! – exclamou imediatamente com ar vencedor, varinha em punho, Hermione expirou cansada.
- Tá bom... Não quero brincar ou pior te machucar, então, quer fazer o favor de me devolver o livro?
- Já disse que não... Você nem me deixou falar sobre o meu problema! – disse emburrado.
- Você disse que não queria falar. – retrucou confusa cruzando os braços.
- E você sequer insistiu! Você é uma amiga extremamente relapsa... – falou Harry severo ainda segurando o livro.
- Eu relapsa? Mas que calúnia! Eu apenas respeitei sua vontade...
- Não deu a mínima isso sim...
- Ah Harry, porque não pára logo de choramingar e conta de uma vez o que ela fez? – indagou impaciente se sentando.
- Como você sabe que foi ela? – disse o menino sentando-se ao lado dela.
- Porque sempre que você chega assim atormentado é por causa dela...
- É mesmo? Eu começo a achar que isto não é nada saudável. – falou concentrado.
- Mas o que foi dessa vez? – perguntou Hermione, Harry sorriu desanimado.
- Ela se chateou, brigou e esperneou novamente porque ficou enciumada... – respondeu meio sem graça.
- Ah! Harry eu nem sei o que dizer... Acho que você poderia ter um pouco mais de paciência com ela.
- Mais?? Você só pode estar brincando! – retrucou Harry, incrédulo. – Eu já sou paciente Hermione, mas ela simplesmente não entende!
- Harry... – começou a menina com voz maternal, Harry também detestava quando ela falava assim. – É totalmente compreensível que ela se sinta assim... Coloque-se no lugar dela, é sem dúvida, muito incômodo ter que agüentar tranqüilamente que o namorado esteja sempre na companhia de uma garota... Enquanto você não der um jeito para que ela perca essa insegurança, as coisas não vão mudar. Ela sempre vai ter a mesma reação quando te ver comigo, você tem que cuidar pra que ela não tenha mais que fazer essas cenas. É isso que ela deseja.
- Que ótimo... E o que eu vou ter que fazer? Deixar de ser seu amigo e virar as costas quando você vier falar comigo? – perguntou irônico, Hermione refletiu por um segundo.
- Talvez seja exatamente essa a atitude que ela espera de você... – respondeu calmamente, Harry gargalhou.
- Pois é melhor ela esperar numa posição bem confortável, porque não vou fazer isso! Eu não vou renegar meus amigos para que ela se sinta “segura”, as coisas não podem ser assim!
- Fico feliz... – disse aliviada. - Bem, nesse caso, eu diria que um bom diálogo poderia resolver...
- Eu diria que isto é muito otimismo da sua parte! – zombou.
- Ah Harry cala a boca... – brincou Hermione. – E agora me dá o livro!
- Tsc tsc... – retrucou Harry sacudindo negativamente a cabeça.
Hermione bufou falsamente irritada levantando uma sobrancelha, ela caminhou até ele decidida e os dois iniciaram uma divertida batalha pelo livro.
I think I'm jealous of your girlfriend
Eu acho que estou com ciúmes da sua amiga
Although she's just a girl that is your friend
Embora ela seja apenas uma garota que é sua amiga
I think I'm jealous of your girlfriend
Eu acho que estou com ciúmes da sua amiga
She shares a special part of you
Ela compartilha uma parte especial de você
Cho caminhou pelos corredores ainda abalada e decepcionada com si mesma por ter tido mais uma crise de ciúmes. Tinha jurado que iria se controlar e tentar entender também a posição de Harry. O problema é que toda vez que ela tentava fazer isso a situação parecia piorar. Só de pensar que Hermione conhecia Harry há muito mais tempo e que tinha compartilhado de momentos que Cho nem de longe saberia quais eram ela ficava mais desesperada, totalmente em desvantagem. E a posição dela se agravaria caso ela continuasse atormentando Harry com o mesmo assunto. Estava com um peso na consciência, afinal, as coisas não tinham ficado esclarecidas e Harry ainda poderia estar chateado. Com isso em mente resolveu voltar e dizer a ele tudo que havia pensado e pedir desculpas novamente.
Correu de volta ao local que havia deixado o namorado o coração saltitando de empolgação e ansiedade. Exatamente como tinha imaginado, ele ainda estava lá, parecia animado sentado conversando com alguém no banquinho do pátio. Ela, porém ainda não tinha visto a pessoa que fazia companhia ao namorado. Estava há alguns metros quando a imagem de Hermione Granger se distinguiu por detrás da coluna. Cho sentiu um aperto no peito, ao notar o quão à vontade eles riam, falavam e brincavam. Pareciam simplesmente felizes e irritantemente entrosados num clima que nem durante todo o namoro Cho havia conseguido criar. Toda vontade que ela havia reunido para estar ali e conversar com o namorado tinha se esvaído e dado lugar para um irremediável ciúme.
O maldito ciúme que não lhe abandonava, que enchia seu coração de insegurança e raiva daquela garota. A amiga. A garota que sempre estaria ao lado dele, incondicionalmente, exatamente daquele modo, o fazendo rir, se divertir, tomando parte nas aventuras, ouvindo e aconselhando. A garota perfeita, que independentemente de quem fosse a namorada, ela nunca deixaria de ter uma parte especial de Harry consigo, e Cho começava a achar que ela ficaria com a melhor parte. “Droga! Droga! Droga!”.
Ela deu meia volta já com as faces banhadas em lágrimas. Não precisava permanecer ali para ter certeza que Harry nem notaria sua presença e que tampouco ficaria preocupado caso ela resolvesse falar com ele como havia planejado ou não. Estava ocupado demais com a querida Hermione... Estava correndo e esbarrando nas pessoas pelo corredor realmente desequilibrada, quando quase caiu ao colidir com um rapaz ruivo que também andava apressadamente.
- Cho...? – disse Rony no que parecia mais ser um resmungo de dor. – Aonde vai com tanta pressa.
- L-lugar nenhum.
- Você sabe onde está o Harry e a Hermione?
Ao ouvir aquele nome Cho bufou de angústia.
- Estão no pátio, juntos, pra variar... – respondeu aborrecida antes de desaparecer entre as pessoas.
Rony suspirou sorrindo do desespero da garota e seguiu para o pátio, onde constatou o motivo do histerismo de Cho. Harry e Hermione conversavam naturalmente, como faziam há seis anos, mas aquilo para Cho já era motivo para um desastre ecológico.
- Aqui estão vocês... – bradou o ruivo sorridente.
- Ah! Que bom que você chegou... Ron pode fazer o favor de levar esse garoto daqui, porque eu quero muito terminar de ler esse livro e com certeza não vou conseguir se ele continuar me azucrinando! – reclamou Hermione, Harry sorriu.
- Dá pra acreditar nisso? – Harry falou com falso tom de indignação. – Isso que é amizade hoje em dia?
- Seria muito pior se eu não dissesse na sua frente... – comentou sorrindo, Harry sacudiu a cabeça. - Ron... Vai dar um passeio com o Harry...
- Acho que o Harry vai ter que dar um passeio sozinho. – afirmou o ruivo brincalhão.
- Por quê? – perguntou desentendido.
- Porque uma certa chinesinha estava aos prantos no corredor, talvez ela tenha presenciado alguma cena suspeita do namorado com a melhor amiga... – zombou o ruivo, Harry revirou os olhos entediado, Hermione gargalhou.
- Ninguém merece! – bradou a menina ainda sorrindo. – Tchau Harry... Até logo!
- Vejo vocês depois. – disse Harry tristemente antes de se levantar para procurar Cho.
“E eu mereço?”.
You said thats she's one who helped you see
Você disse que ela foi quem te ajudou a ver
How deep your in love with me
O quanto você estava apaixonado por mim
And intentions were not to get in between
E as intenções não eram para se envolver
But I see possibilities
Mas eu vejo possibilidades
Ele rodou incessantemente por todo o castelo à procura da namorada. Ela parecia ter sido engolida pela terra. Já estava desistindo quando conseguiu uma pista de que ela havia passado para a Torre da Astronomia, e pra lá ele foi. Felizmente (ou não) ela estava lá, num estado deplorável, um derramamento de lágrimas fulminante. Ele teve até vontade de voltar para se poupar do que estava por vir, mas se havia chegado lá mesmo alguma coisa tinha que ser feita. Harry se aproximou da garota que estava encolhida em um canto com cautela.
- Cho... – chamou quase num murmúrio, mas foi o suficiente para que a garota se contorcesse desconfortavelmente e fizesse rolar mais lágrimas.
- O q-que... Você quer? – disse soluçando. Harry engoliu seco, isso o irritava mais do que o tom maternal de Hermione.
- Quero saber o que houve... Por que você está chorando assim? – perguntou delicadamente.
- O QUE HOUVE? – gritou já descontrolada, Harry teve um sobressalto. – O que houve Harry foi que eu mais uma vez me deparei com a triste realidade de que eu não consigo suportar a perfeita relação entre meu namorado e sua melhor amiga! É IN-SUS-TEN-TÁ-VEL!
- Cho... Será possível que você não consegue ter consciência que não há interesse meu na Hermione e que nós som...
- Essa não é a questão Harry! Até porque não é você que representa ameaça, mas sim ELA! – retrucou a garota ferozmente. – Eu acredito no que você me diz, mas ela? Pode ter certeza que há sim algum interesse MUITO FORTE da parte dela!
- Claro que não! – negou Harry sorrindo. – Meu Deus Cho... Não há interesse nenhum da parte dela... Se ela foi a principal pessoa que me incentivou a tentar ficar com você, até a entender o que eu sentia. Se não fosse por ela talvez nós nem estaríamos namorando!
- Ah claro... Ela é mesmo maravilhosa não é? È o cúmulo da perfeição! Até o cupido ela resolveu bancar! – retorquiu novamente entre lágrimas, Harry a olhou incrédulo.
- Mas será que você não ouviu nada do que eu acabei de falar? Raciocine: Porque ela me ajudaria com você se tivesse algum interesse em mim? – perguntou ligeiramente estressado.
- Pra sempre ter você por perto! É óbvio... – bradou decidida, Harry suspirou cansado. - Hermione Granger não é burra... Eu percebi a jogada dela desde o nosso encontro em Hogsmead Harry, quando ela arrumou um jeito de desencadear a nossa primeira briga! E o plano dela está sendo indefectível, desde então ela conseguiu provocar todas essas brigas e ainda posar de santa pra você!
- Você tem a imaginação muito fértil sabe... – disse Harry com um sorriso irônico.
- É mesmo? Então me diga se é IMPOSSÍVEL que você tenha algum envolvimento com ela, ou melhor, que você NUNCA se interessaria pela Hermione?
- Cho... Eu não posso dizer que nunca aconteceria... – respondeu sinceramente, ela soluçou ainda mais.- Entenda, eu não posso prever o futuro...
- V-você... Acabou de admitir que é uma possibilidade!
- Exatamente... Uma possibilidade... Como é que você sofre desse jeito? Por possibilidades!? Não é com ela que eu namoro, mas sim com você! Isto não é uma suposição, é um fato!
- E tudo o que eu acabei de falar também é um fato Harry! Será que você não percebe que a Hermione é a causadora de todas os nossos desentendimentos?
- Eu percebo que você transforma isso em desentendimentos, não ela!
- Agora a culpa é minha! – berrou inconsolável.
- Não foi o que eu quis dizer Cho... – consertou.
- Ponha-se no meu lugar Harry... O que você faria se eu tivesse um amigo tão íntimo?
- Eu... – começou o garoto raciocinando. – Poderia tentar ser amigo dele também?
- VOCÊ ESTÁ SUGERINDO QUE EU ME TORNE AMIGA DA QUERIDA HERMIONE? – gritou descontrolada, Harry sentiu um zumbido no ouvido.
- Por que não? – respondeu com um sorriso inocente.
- Agora você REALMENTE passou dos limites!
- O que você sugere então? – perguntou calmamente. Cho se sentiu no íntimo ofendida. “Será que ele não está vendo a gravidade da situação?”.
- Eu sugiro que você tome uma decisão Harry... – respondeu resignada.
- Se importaria de me dizer que decisão?
- Muito simples... Escolha: Ou eu, ou ela. – propôs Cho secamente.
Harry deixou o queixo cair. Será que ela tinha dito o que ele pensou ter ouvido? “Escolha?”. Era a coisa mais estúpida que ele havia ouvido de Cho, só perdia para a defesa que ela havia elaborado para Marietta Edgecombe. “Ela é uma pessoa adorável, de verdade. Ela só cometeu um engano...” Absurdo! Harry só havia relevado isso após muito conversar com Hermione e se convencer que quem havia cometido um engano fora Cho. Ele respirou fundo ainda sob o olhar áspero de namorada.
- O que você disse mesmo? – indagou fazendo-se de desentendido.
- Você ouviu muito bem.
- Foi o que eu pensei! Mas na verdade eu ainda tinha uma esperança de que estivesse ouvindo algum basilisco ou algo do tipo falando por aí, sabe.
- Não tem graça.
- Na verdade, nem era uma piada. – disse Harry agora realmente sério. – Mas, voltando ao nosso assunto... Não sei se será bem uma resposta, ou o que você pretendia ouvir, mas acho que já está mais do que na hora de colocar um ponto final nessa história. Você não suporta a minha amiga e eu não suporto o seu ciúme, isso leva a um irremediável fim de namoro! – bradou decididamente caminhando de costas. – Adeus Cho!
Ele se virou e saiu torre afora bem mais aliviado antes que a garota pudesse fazer qualquer outra coisa. (além de chorar)
And you say that you feel
E você diz que sente
I'm the best thing in your life
Que eu sou a melhor coisa na sua vida
And I know it's real I see it in your eyes
E eu sei que é verdade, eu vejo nos seus olhos
There's no reason for me, to even feel this way
Não existem razões para eu nem mesmo sentir isso
I know you just enjoy her company
Eu sei que você simplesmente gosta da companhia dela
Ela ficou realmente arrasada ao ouvir aquelas palavras de Harry. Ele havia terminado? Simplesmente tinha decidido TERMINAR? Era muito difícil aceitar aquilo e mesmo soluçando mais do que pensava ser capaz ela uniu forças e o seguiu.
- H-har... H-harry – gritou trêmula alcançando o garoto. – Espere...
Ele se virou cansado.
- O que é?
- “O que é?” Temos que conversar!
- Sobre o quê? – indagou desentendido, Cho gargalhou sem emoção.
- Não se faça de bobo! Você não pode ter FALADO SÉRIO sobre essa história de terminar!
- Mas eu falei sim, muito sério! – Harry falou sem sorrir, Cho abriu a boca para retorquir e pareceu desistir encolhendo os olhos para ele. Harry pensou que ela fosse esbofeteá-lo ou mesmo explodir a qualquer momento.
- Você a escolheu. – disse a menina friamente, Harry revirou os olhos e ela continuou. – Mas é claro... Como eu p-pude ser tão t-tola de achar que você preferiria ficar comigo? Você escolheu ficar com ela!
- Cho... – começou com o tom de voz alterado - Eu escolhi não ter que fazer essa escolha! Nossa história acabou, entenda isso.
- Não é verdade! – teimou. – Harry... Eu lembro de tudo que você me disse... De como estava apaixonado e que a melhor coisa que lhe aconteceu foi me conhecer... Eu sei que isso é verdade! Ou você mentiu pra mim?
- Claro que não menti... – retrucou impaciente. – Mas acontece que você se esforçou bastante pra fazer com que tudo isso não valesse NADA! Com todo esse ciúme imbecil, essa paranóia, você TORNOU TUDO INSUPORTAVEL PARA MIM!
- Porque eu sei o quanto ela é PERIGOSA! – disse tragicamente, Harry riu. – EU SABIA QUE ELA IA ACABAR TE CONQUISTANDO SEM QUE VOCÊ PERCEBESSE! E eu estava certa... Nem mesmo o poderoso Harry Potter poderia resistir a uma garota maquiavélica que banca uma de “perfeita” pra cima dele!
- Você está pirada!
- Não se faça de ingênuo Harry... Acho que eu já entendi qual é a sua! Você só pode realmente gostar de tudo isso! De ter as duas ao seu dispor não é mesmo?
- Olha... Eu não quero discutir com você, e também não quero mais namorar você... É só isso.
- N-não... Vo...Você gosta de mim! – completou voltando a soluçar muito.
- PARE DE CHORAR! Eu, não suporto mais ISSO! – concluiu voltando a andar.
- Vai... Corre pra sua garota perfeita, é ela que você quer! – gritou Cho quando Harry já virava o corredor.
Ele não voltou e nem respondeu. Cho soluçou incontrolavelmente. Tinha perdido para a melhor amiga? Conseguiu chegar a esse ponto?
I think I'm jealous of your girlfriend
Eu acho que estou com ciúmes da sua amiga
Although she's just a girl that is your friend
Embora ela seja apenas uma garota que é sua amiga
I think I'm jealous of your girlfriend
Eu acho que estou com ciúmes da sua amiga
She shares a special part of you
Ela compartilha uma parte especial de você
Harry foi se deitar naquele dia ainda com a briga que tivera com Cho na cabeça. Não estava arrependido, muito pelo contrário, tinha certeza que havia feito a melhor coisa para ele, e acima de tudo estava aliviado. O problema é que estava sem dúvida há um bom tempo deitado e não conseguia dormir. Um eco dos gritos de Cho soava na sua cabeça e ele se deu conta de como aquilo o havia incomodado nos tempos de namoro, e pelo visto nem depois de terminar ela iria parar de importunar.
Desistindo de lutar contra a insônia Harry se levantou e resolveu descer para a sala comunal e ver o fogo crepitar na lareira. Olhou para o relógio quando descia as escadas. Faltavam quinze minutos para as duas, estava deitado há quase três horas. Havia uma meia luz na sala comunal e ele pensou imediatamente que estivesse vazia. Alegrou-se ao notar que Hermione estava sentada na poltrona distraída com um enorme livro. Pelo menos não ficaria sozinho. Ele se jogou no estofado de frente para a amiga, e esperou alguma manifestação da parte dela, mas, Hermione apenas suspirou concentrada em sua leitura.
- Não consegue dormir? – indagou Harry para chamar a atenção dela.
- Na verdade... Eu nem tentei. – respondeu.
- Você quer dizer que ficou até agora acordada depois de um dia inteiro de aula sem nem cochilar? – perguntou incrédulo.
- Exatamente. – disse Hermione virando uma página.
- E ficou fazendo o quê a noite inteira?
- Você não consegue adivinhar? – respondeu irônica olhando com mais atenção para o livro. Harry sorriu amarelo.
- Claro... Mas o que custava você simplesmente responder delicadamente e sem ironias? – tentou animadamente, Hermione revirou os olhos e tomando nas mãos uma garrafa de cerveja amanteigada, Harry a olhou intrigado.
- Quer uma? – perguntou Hermione. – Apreendi hoje à tarde de uns alunos do segundo ano. – completou com ar natural. Harry acenou afirmativamente e Hermione lhe passou uma garrafa.
Um silêncio invadiu o lugar por alguns minutos em que Harry não achou assunto para comentar. Na verdade tinha bastante assunto, mas detestava contar algo quando Hermione parecia tão indiferente à própria presença dele.
- E porque você não conseguiu dormir? – perguntou ela quebrando o silêncio e ainda sem fitar Harry. “Até que enfim!”, pensou o garoto.
- Eu só estava... Pensando... Aí não consegui pegar no sono...
- Aconteceu alguma coisa? – indagou passando uma página do livro. Harry abriu a boca para responder, mas desistiu e olhou para a amiga com uma expressão aborrecida.
- Você tem prazer em me irritar? – disse curiosamente mirando o livro nas mãos dela. Hermione franziu a testa confusa até que finalmente parecendo ter um sobressalto ela fechou o livro delicadamente e o pousou sobre as pernas fitando Harry com um sorriso sem graça.
- Claro que não... Mas... Você ia me dizer o que aconteceu.
- É... Não foi nada demais... – respondeu passando as mãos por entre os cabelos, uma mania semelhante a do seu pai que sem perceber ele havia adquirido.
- Cho brigou com você. – afirmou.
- Brigou mesmo, por isso que eu terminei com ela. – respondeu entre um gole de cerveja amanteigada. Hermione o olhou curiosa.
- Terminou? – disse a menina, Harry assentiu. – E por isso não consegue dormir.
- Não... Não consigo dormir porque ainda a ouço gritando no meu ouvido. – respondeu naturalmente, Hermione sorriu. – Eu acho que ela sim sente prazer em me irritar e fazer da minha vida um inferno... Quando eu conseguir me livrar desse eco dos gritos dela com certeza vou dormir como um anjo.
- Ela gritou muito então?
- Mais do que nunca.
- Mas porque você resolveu terminar?
- A mesma ladainha de sempre... Você sabe que o passatempo preferido dela é ter ciúmes de você, mas hoje excepcionalmente conseguiu superar todas as minhas expectativas! – disse Harry eloqüentemente, Hermione fez menção que ele prosseguisse. – Você acredita que ela simplesmente chegou e disse: “Olha só Harry, chegou a hora de você tomar uma decisão. Escolha: Ou eu ou ela.” – concluiu numa imitação perfeita, Hermione misturou um sorriso com uma expressão de desgosto o que fez Harry rir de verdade.
- Ah Harry... Você sabe que irei te apoiar seja qual for a decisão que você tome sobre isso... Mas será que você não estaria se precipitando? Afinal você gosta mesmo dela... – disse entediada, Harry balançava a cabeça negativamente tomando mais um gole da bebida. – Talvez uma boa conversa pudesse resolver, se você quiser, eu mesma posso falar com ela e deixar bem claro...
- É brincadeira né? Será que você não tem amor à vida? Falar com ela... É impossível dialogar com ela Mione! Principalmente você... Ela te odeia com todas as forças! E eu não fui precipitado, já me decidi e não vou voltar atrás.
- Tudo bem... Foi só uma tentativa. Na verdade eu acho que você fez a coisa certa. – admitiu voltando a abrir o livro. Harry olhou desgostoso para a amiga, ela estava novamente ocupada para perceber.
- Será que não dá pra você soltar esse livro em consideração a mim? – pediu resignado. Hermione expirou desagradada.
- Qual o problema Harry? – perguntou apertando o livro contra o peito, Harry finalmente conseguiu ler o título.
- Eu mudo meu pedido, faça isso em consideração a você! Hermione pelo amor de Deus é “Hogwarts, uma História”, quantas vezes você já leu isso? Duzentas? – disse Harry abismado.
- Na verdade, essa é a oitava vez. – respondeu com dignidade, Harry riu.
- Será que você não tem nada melhor pra fazer?
- Procure você algo melhor pra fazer! – retrucou sorrindo. Harry sabia que Hermione era especialista em tornar as conversas deles bem mais emocionantes.
- Essa sua gentileza não me comove. Sabe... Eu sou masoquista... – afirmou divertidamente enquanto Hermione voltava a analisar as páginas. - mas posso me tornar muito perigoso se você continuar desafiando a minha paciência...
- Ah que medo. – Hermione falou provocativa.
You say you're jealous but you can't tell me why
Você diz que tem ciúmes, mas não sabe me dizer porquê.
It's enough to make a nigga go crazy
É bastante para fazer alguém enlouquecer
Harry levantou a sobrancelha direita e num ímpeto pulou da poltrona caminhando até a amiga que cresceu os olhos com o movimento. Antes que pudesse pensar ou dizer algo Harry já estava ao seu lado tentando arrematar o livro.
- Se você não pára por bem... – começou o garoto entre dentes. – Vai por mal!
- Não! – resistiu Hermione. – Nem pense!
Ela tentava se desviar enquanto Harry insistia em tomar-lhe o que tinha nas mãos. Ele estava decidido já contorcido na poltrona, mas ela era muito hábil e conseguiu escapulir caindo de joelhos no chão. Já começava a engatinhar quando Harry a seguiu e agarrou no seu pulso direito e a empurrou no chão. Por sorte a cabeça dela tombou exatamente sobre uma pequena almofada vermelha amortecendo a queda. Facilmente ele tomou o livro da outra mão de Hermione e prendeu as duas sobre as suas.
- Ahá! – comemorou jogando o livro para o lado e imobilizando o outro braço dela.
- Is-so é covardia! – reclamou, Harry riu satisfeito.
Ela tentou inutilmente livrar os pulsos do poder do garoto e tinha muita força, mas a dele se sobressaía e quando ela tentou mover as pernas reparou desesperadamente que estavam presas sob o peso das de Harry. Ele estava cansado da luta, mas o contentamento por vencê-la compensava.
- Harry James Potter você não queira estar perto quando eu me apossar da minha varinha! – berrou Hermione ofegante querendo parecer aborrecida, mas um sorriso que insistia em aparecer a contrariava.
- Ainda bem que você avisou... – brincou de volta sorrindo enquanto ela ainda lutava colocando muita força nos pulsos.
- Grr... Se o seu ego já estiver satisfeito o suficiente, será que poderia me soltar?? – pediu com voz alterada, Harry pareceu refletir.
- Humm... Deixe-me consultá-lo... Na verdade falta um pouco para ele se satisfazer... Que ego exigente eu fui arrumar, não?
- Muito engraçado Potter! – bradou sorrindo. – Que tal me soltar agora?
- Eu vou te soltar, mas antes você vai repetir umas palavrinhas que eu vou dizer...
- Ah não! Não seja bobo Harry...
-... E as palavrinhas não são essas... – completou a imobilizando mais ainda, o que o deixava praticamente em cima dela.
- Tá!! Tá bom! Qualquer coisa... – concordou a contragosto.
- Pode dizer: “Harry Potter é o garoto mãos lindo, interessante e atraente que eu conheço!” – propôs animadamente, Hermione cresceu os olhos indignada.
- Harry Potter... – começou hesitante, Harry a olhou interessado. – É... O garoto mais lindo... interessante, atraente e CONVENCIDO que eu conheço! – terminou agora sorrindo Harry retribuiu.
- Faltou o realista! – acrescentou.
- E o pretensioso também... – sugeriu, Harry gargalhou.
Hermione se contorceu mais uma vez trazendo uma boa quantidade de cabelos para cima de sua face o que tornou tudo mais divertido e também a levou as risadas. Harry observou a amiga por um momento e analisou a garota na sua frente que segundo Cho era perigosa, maquiavélica e ameaçadora. Ele procurou de todas as formas que eram possíveis naquela posição quaisquer resquícios de que ela fosse assim. Não se surpreendeu nem um pouco ao notar que não via nada disso em Hermione.
Ah, Cho também havia mencionado que aquela garota era perfeita. Isso ele não se sentiu em condições de contestar ou afirmar, estava confuso demais pra tomar esse tipo de decisão, ou seria a proximidade que o deixava inabilitado e incapaz de pensar em outra coisa que não fosse os olhos dela? Ele sorriu sem graça quando tentou tirar a idéia fixa dos olhos de Hermione na cabeça e se deparou com algo que realmente se tornou uma ameaça: os lábios dela. Dessa vez o sorriso que lhe abateu foi de entusiasmo, estava pensando em coisas totalmente inusitadas, o que não lhe incomodava nem um pouco, muito pelo contrário, lhe despertava uma agradável curiosidade, um desejo audacioso de saber o que afinal poderia ser tão perigoso para Cho. O que quer que fosse deveria no mínimo ser bom. O olhar charmoso que Hermione lhe dirigiu foi o suficiente para que ele tivesse absoluta certeza do que queria fazer.
“E por que não?”.
Ele respirou fundo ainda com Hermione sob seu domínio, tinha que fazer aquilo antes que ela voltasse a falar como uma matraca. Com isso em mente abaixou lentamente o rosto, e agüentando mais uma tentativa desesperada que ela fez de soltar os braços ele fechou os olhos e pressionou gentilmente os lábios nos dela. Ele percebeu um longo suspiro de Hermione quando começou a beijá-la delicadamente e ainda com certo receio. Seu cérebro pareceu estar mergulhado em água e ele teve certeza que tudo em volta estava girando ao ser envolvido pelo perfume da pele dela e o calor que emanava daqueles lábios provocantes. O relaxamento súbito dos braços de Hermione que indicavam rendimento na luta da parte dela foi o sinal verde que Harry esperava para aprofundar o beijo.
Ele soltou os pulsos da garota e desceu sua mão esquerda percorrendo o corpo dela parando na cintura que com a movimentação estava desnuda, e sem adiar invadiu a boca de Hermione com a língua iniciando uma carícia ardente e peculiar que ela retribuiu com grande sucesso. Subitamente agarrou pescoço de Harry com a mão enterrando os dedos por entre seus cabelos e o acariciando carinhosamente, ele retribuiu amaciando docemente a cintura e provocando um abafado gemido em Hermione. Ele pode sentir cada pedaço do seu corpo crepitar em chamas de satisfação à medida que explorava a boca daquela garota que retribuía o toque numa sincronia perfeita que apenas o deixava exageradamente sedento, cada vez mais incapacitado de parar, desejando ir adiante até o ponto que nunca havia chegado com qualquer outra garota, e com uma sensação totalmente nova que acelerava seu coração num ponto quase dilacerante. Deleitou-se com o sabor dela, que tinha um misto de álcool com a doçura de sua essência, não pôde controlar a sua ânsia e tornou as carícias mais ávidas e descontroladas, o que já o deixava assustado. Por estar com medo de si próprio e do que Hermione poderia pensar. Ele afastou seu rosto com dificuldade e interrompeu o beijo. Hermione respirando ofegante imediatamente se sentou, Harry fez o mesmo. Ela então se levantou e começou a caminhar de um lado para outro da sala alisando nervosamente as têmporas, até que parou e olhou finalmente para o garoto que havia apoiado a testa na palma das mãos.
- Isso... – começou Hermione confusa. -... Que aconteceu aqui...
- Um beijo. – interrompeu Harry pondo-se de pé num pulo e caminhando para perto de Hermione. – Um longo beijo... Um longo e ardente beijo... Um longo e arde...
- Eu sei perfeitamente o que foi Harry... – retrucou Hermione.
- É claro que sabe. Eu só quis caracterizar bem o momento, mas se bem que nem é necessário não é? Afinal você estava nele, também... – completou rindo, Hermione tentou fazer o mesmo.
- É... Você anda bem engraçadinho ultimamente, eu juro que em momentos como este eu quase não te reconheço. – disse Hermione um pouco séria. Harry coçou a cabeça preocupado.
- Ehr... Hermione... Se você espera que eu peça desculpas ou algo assim por ter te beijado, sinto muito, mas eu não vou fazer isso... – Harry falou naturalmente, Hermione o olhou interessada. – Quer dizer, você me conhece e sabe que eu sou sincero com você, então eu não vou me desculpar se não estou nem um pouco arrependido. Muito pelo contrário... – terminou quase num sussurro.
- Tudo bem... Na verdade eu não esperava desculpas. – Hermione falou quase num murmúrio. Harry sorriu e levou as mãos nervosamente aos cabelos tentando amenizar a violenta vontade que tinha de pular até ela.
- É... Foi isso, eu fiz isso porque eu queria... isso, e eu vou entender perfeitamente se você não quiser isso nunca mais... – arriscou marotamente enfatizando bem cada “isso”.
- Ah você vai entender? – perguntou Hermione sorrindo cruzando os braços.
- Se você não tiver gostado... Eu vou ter que entender...
- É que isso foi bem... Estranho...
- “Estranho” não é bem a palavra que eu definiria isso...
- Eu vou dormir. – afirmou Hermione pegando o livro de um canto no chão.
- Vai dormir? – perguntou descrente.
- E você também vai. – completou agora puxando Harry pelo braço.
- Eu definitivamente não vou conseguir. – disse em resistência.
- É claro que vai.
- Espera... – Harry falou a detendo, Hermione parou na sua frente. – Você vai ficar assim?
- Assim como?
- Assim... Fingindo que isso não aconteceu... – choramingou fazendo um bico.
Ela fez uma expressão de piedade extremamente encantadora antes de puxar o rosto de Harry e o beijar apaixonadamente. Ele a envolveu em seus braços apertando seus corpos e se rendeu a mais um longo beijo, do qual ele não queria se soltar, agora ele não tinha mais nem um resquício de medo ou relutância do beijo anterior, e o choque desesperado de seus lábios misturado às carícias envolventes e minuciosas de sua língua na dela tornou aquele toque ainda mais delicioso que o anterior. Sem um pingo de sua habitual timidez, Harry prolongou o contato percorrendo a face e o pescoço de Hermione com seus lábios, enchendo o local com beijos e sentindo a pele dela se arrepiar, uma iniciativa que ele não se lembrava de ter tomado antes, nem nos meses de namoro com Cho. Para sua surpresa Hermione repetiu o seu gesto partindo do lóbulo da orelha percorrendo o alvo pescoço, lentamente, Harry sentiu um prazeroso arrepio tomar todo o lado esquerdo de seu corpo. Ele já tentava voltar a beijá-la, faminto, quando Hermione os separou com um sorriso malandro nos lábios.
- Não, eu definitivamente não vou fingir que isso não aconteceu. Agora vamos... – respondeu voltando puxá-lo. Harry a deteve novamente.
- Hey... Você ainda não me disse... Se... Gostou? – arriscou.
- Mas será que você não consegue deduzir a resposta?? – perguntou incrédula.
- Eu até poderia... Se fizéssemos isso mais algumas vezes... Então eu saberia... – disse maroto.
- Algumas vezes? – perguntou a garota sorrindo, Harry pareceu se concentrar e a puxou pelo pescoço trazendo o rosto de Hermione próximo o suficiente para sentir sua respiração se juntar a dela.
- Algumas várias muitas vezes, na verdade... – sugeriu, Hermione sorriu novamente e o beijou de leve encostando os lábios no ouvido dele em seguida.
- É... Ótima idéia Harry... – sussurrou antes de desaparecer pelas escadas do dormitório feminino.
Harry ainda ficou paralisado por alguns minutos depois da saída daquela garota. Então era sobre isso que Cho Chang falara? Ele finalmente pode entender perfeitamente o motivo dos ciúmes da ex-namorada. Era realmente um ameaçador, perigoso e perfeito motivo que se ele tivesse conhecimento antes já teria desfrutado. Não havia mais ciúmes, mas sim, havia um grande e inesquecível outro motivo para tirar-lhe o sono. Um motivo chamado... Hermione Granger.
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N/A: Adorei escrever essa fic! Espero que gostem! A Próxima publico amaná se der... B-Jos!
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