Parte II
PARTE II
“Você está saindo com alguém?”
“Meio de saindo.”
“Como você meio que sai com alguém?”
Hermione deu de ombros e puxou um livro da prateleira. Pulando direto para o sumário, ela escaneou a lista brevemente antes de suspirar e colocá-lo de volta.
“Nós saímos para jantar às vezes, nós fazemos sexo às vezes, nós conversamos pelo Flú às vezes, nós até mesmo conversamos pelo telefone à vezes. Mas não sempre.”
“Mione, isso soa como um namoro.” Ron olhou para os livros a sua volta. “Porque nós estamos nessa seção, afinal? É chata.”
“Estou procurando uma coisa.” Ela murmurou distraidamente enquanto ela já procurava por outro volume. “E não é namoro. É casual.”
“Como Malfoy foi casual?”
“Malfoy não foi casual, ele foi uma casualidade. Isso é diferente.”
Ron se encontra contra a estante, olhando para ela com expectativa. Sentindo o seu olhar sobre ela, Hermione de virou.
“Quê?”
“Você não me contou quem ele é.”
“Eu não tenho que contar.”
“Eu conto a você com quem estou saindo,”
“Ron, você sai com uma garota diferente todo mês. Desculpe-me se eu não presto muita atenção.”
“Sim, mas você não. Então.” Ele cruza os braços, uma sombra de riso se espalhando. “Quem é o às vezes namorado? Eu conheço ele?”
“Provavelmente.”
“Então...?”
Hermione rolou os olhos.
“Porque você acha que é da sua conta saber meus assuntos?”
“Por que você é minha amiga e Harry é chato. Tudo o que fala é sobre bebês.”
“Ele está tentando engravidar Gina outra vez?”
“Você conhece Harry. Se ele quisesse ter parado em um ele não teria se casado com uma Weasley.”
“Então, se eu tivesse me casado com você, eu teria sete filhos agora?”
“É provável,” Ron disse erguendo as sobrancelhas. “Você não conseguiria ficar muito longe.”
“Hmm”, ela disse, ignorando o comentário e alcançando outro livro.
“O que você está procurando, afinal?” ele perguntou, pegando o livro de suas mãos. “Reflexões Sociais Através dos Modos Mágicos e Trouxas? Hermione, isso é chato.”
“Não, não é. Mas não é o que estou procurando também.” Ela disse, tomando o livro das mãos dele e o retornando à prateleira.
“O que você está procurando?”, ele perguntou outra vez.
Hermione olhou acima dela na prateleira mais de cima. “Um artigo” ela respondeu, se esticando para alcançar o livro fora de seu alcance. “É sobre literatura, e mágica, e...”
“Olha, só peça ajuda, porque não pede?” Ron facilmente puxou o livro para baixo e o entregou a ela. “Você me trouxe junto com você para me fazer de escada?”
“Para a sua informação, foi você quem decidiu me seguir até a biblioteca em primeiro lugar. E esse artigo é importante para mim. Eu tenho procurado por ele desde que estávamos na escola.”
“Sério? E você ainda não achou ele?”
Ela suspirou.
“É tão estranho. Eu procuro por ele, e definitivamente ele está em algum lugar, mas eu só não consigo por minhas mãos nele. Eu li sobre ele em uma nota de rodapé em um texto, e tenho procuro por ele desde então. Percepções de Algo Rico e Estranho: Pensamentos Mágicas e Fantasmagóricas Relatadas Através da Literatura Trouxa. Eu só não consigo encontrá-lo. É frustrante.”
“Soa chato.”
“Ele soa fascinante, Ronald, você saberia se já tivesse alguma vez pego num livro.”
Ele tira um livro da prateleira e segura em frente a ela.
“Vê? Peguei um. Ainda soa chato.”
Hermione tomou o livro das mãos dele e o encarou com os olhos faiscando.
“Se você vai só fazer graça, porque está aqui?”
“Eu queria conversar de você.”
“Comigo, Ron, não de mim.”
“Então quem é o cara?”
“Que?”
“O cara. Você disse que eu provavelmente conhecia.”
Hermione seguiu até o próximo corredor, Ron atrás.
“Terry Boot.”
“O Corvinal?”
“Nós ainda temo que pensar em casas?”
Ron riu.
“Claro que sim. Sou um Grifinório para a vida, e você também.”
“Ron, sobre o que você queria conversar?” Hermione perguntou, sua paciência alcançando o fim.
“Ah. Bem, olha...” A cor sumindo de sua voz. “Você não vai gostar disso.”
Hermione virou o olhou para ele, surpresa pela mudança no sem tom de voz.
“Gostar de quê? Oh Ron, você não vai se casar também, vai? Você não pode me deixar como a única solteira!”
“Você não é solteira. Você está namorando Boot.”
“Terry, e estamos apenas meio que saindo. Não mude de assunto.”
Ron arrastou o chão com seu sapato.
“Eu consegui uma nova missão.”
“Certo,” Hermione disse, esperando.
“É realmente uma boa missão. Uma oportunidade ótima.”
“Isso é bom, Ron.”
“É, só que, olha...” Ele olhou para longe dela. “É meio que na Austrália.”
Hermione olhou para ele.
“Austrália,” ela repetiu.
“É.”
“Meio que na Austrália? Como é só meio que na Austrália?”
“Como você só está meio que namorando?”
“Ron...”
“Certo. É completamente na Austrália, na saída de Melbourne.”
“Por quanto tempo Ron?”
“Bem...”
“Ron. Quanto tempo?” Um sentimento de desespero começa a crescer em seu estômago.
“Três anos.”
Houve silêncio e ela o encarou. Ele sorriu sem graça.
“Três anos?”
“Três anos.”
A busca de Hermione pelo livro foi esquecida enquanto ela tentava envolver sua mente em torno disso.
“Mas isso é... isso é tanto tempo.”
“Não é tão ruim assim, Mione. Eu ainda visitarei nos feriados, e eu sempre posso voltar rápido para emergências e essas coisas, eu apenas não vou ter tempo para, você sabe, sairmos.”
“Porque você estará na Austrália.”
“Hermione, essa é uma grande oportunidade para mim.”
Hermione engoliu em seco.
“Bom, então, eu estou feliz por você.”
Ron soltou o ar.
“Bom. Eu pensei que você ficaria com raiva.”
Ela balançou a cabeça, mordendo o lábio inferior.
“Porque eu ficaria com raiva? Quer dizer, você disse que é uma oportunidade maravilhosa, então... quer dizer, sim, é claro que estou feliz por você. Só vai ser... estranho, é isso.”
“Eu vou escrever.”
“Você nunca escreve.”
“Eu vou escrever dessa vez.”
Hermione virou e começou a andar devagar através do corredor outra vez.
“Quando você parte?” Ela perguntou sua voz calma.
“Essa é a boa notícia. Eu ainda não vou por outro mês, então eu tenho tempo de pôr as coisas em ordem.”
“Bom.” Hermione pensou na luminosidade em seus braços.
“Você vai me visitar, certo?”
Tinha tanta preocupação em sua voz que Hermione teve que se virar e sorrir para ele.
“É claro que vou, Ron. É claro que vou.”
**********
A primeira vez que eles fizeram sexo (fizeram amor, ela pensa, mas recua porque é uma frase tão sentimental), nenhum dos dois era virgem. No ínterim entre ela beijá-lo durante a Batalha Final e quando ele a beijou do lado de fora d’A Toca dez meses depois, ela se encheu e esperar. Enquanto ela deixou Seamus seduzi-la uma noite (porque ela nunca tinha feito a sedução ela mesma), ela pensa em Ron, imagina se ele descobrirá sobre isso, imagina se ele se importará. É doloroso e estranho, e quando Ron descobre sobre isso, ele esmurra uma parede. Isso é o que Harry conta a ela, Ron nunca mencionou isso.
Ele perdeu a dele com Lilá em seus sexto ano, e quando Hermione descobre sobre aquilo, ela declara que todos os homens são porcos e não conversa com Ron por uma semana, apesar dele não saber o motivo.
Então, quando eles começam, quando Ron e Hermione finalmente, finalmente se tornam RonaldHermione, ela lamenta o fato de que nenhum dos dois tem aquele presente para dar ao outro. Ela sempre imaginou a primeira vez deles juntos como A primeira vez, os dois apertando um ao outro na trilha do descobrimento, suados e sem fôlego e apavorados.
Depois que eles finalmente fizeram sexo, eles deitaram, ainda abraçando um ao outro, suados e sem fôlego e hilariantes. O único pensamento que passou pela mente quase branca de Hermione é que ela deveria mandar um cartão de agradecimento a Lilá.
**********
Hermione se sentiu distraída durante todo o jantar de despedida de Ron. Ela tentou se concentrar, mas encontrou-se incapaz.
“É bom você me visitar a porra do tempo todo,” um Harry bêbado disse enquanto ele passava um braço sobre o ombro de Ron. “Você está me deixando com todas as mulheres!”
“Eu acho que você pode agüentar isso,” um ligeiramente mais sóbrio Ron respondeu. Ele sorriu para Hermione. “Você é mulherzinha o suficiente, cara.”
“E você é um panaca.” Harry tentou beber no seu copo, apenas para ficar surpreso ao ver que ele estava vazio. “Alguém bebeu toda a minha margarita,” ele resmungou, saindo para a cozinha para reabastecer.
Gina suspirou e se levantou.
“Eu deveria provavelmente ir atrás dele para ter certeza que ele não morra acidentalmente no caminho até lá.” Ela se apressou para alcançar seu marido desconcertado.
Ron olhou para Hermione, uma pequena ruga crescendo em sua testa.
“Você tá bem?”
Ela olhou para cima surpresa.
“Quê? Oh, sim, só estou... só coisas em minha mente. Trabalho, essas coisas.”
“Sei.” O olhar que ele deu a ela dizia que ele não tinha caído nessa. “Como está Boot?”
Hermione hesitou.
“Eu não sei, nós paramos de nos ver algumas semanas atrás.”
“Pararam de meio que se ver?”
“Sim, Ron. Nós paramos de meio que nos ver.” Hermione respirou fundo e levantou. “Olha, eu realmente devia provavelmente voltar ao escritório, eu tenho que terminar uma coisa para amanhã.”
“Oh, certo,” Ron disse, começando a se levantar. “Tem certeza que está bem?”
Hermione começou a formar uma resposta, mas não conseguiu.
“Eu...” Ela assentiu. “Eu vou ficar bem. Nós ainda vamos nos encontrar e ver você partir pela manhã, certo?”
“Bem, se Harry não apagar.”
Ela sorriu.
“Tenho certeza que ele ficará bem.” Ela se apoiou para beijar Ron na bochecha. “Vejo você de manhã.” Enquanto ela saída, Ron ainda olhava para ela.
Merda, ela pensou, e aparatou na farmácia vinte e quatro horas mais próxima.
**********
“Você quer morar junto?”
Hermione tirou os olhos de seu trabalho.
“Quê?” Ela pergunta.
Ron senta de frente a ela.
“Morar junto. Você e eu.” Com o silêncio dela, ele continua. “Quer dizer, faz sentido. Agora Harry e Gina estão casados, nenhum de nós divide o apartamento, então seria fácil, e nós poderíamos morar no seu apartamento, por que ele é melhor, ou no meu, se você quiser, quer dizer, do jeito que você quiser, e além do mais.” O ruivo corou. “Eu quero morar com você.”
Hermione o encara, não sabendo o que dizer.
“Então, um, o que você acha? Você não tem que responder agora se você não quiser, sem pressão, de qualquer forma, é só... eu pensei que seria bom.”
Ela olha para o homem que ela ama, ainda corando furiosamente, obviamente nervoso e ela se apaixona ainda mais um pouco.
“Certo.” Ela diz finalmente.
“Certo?”
“Certo.”
Eles sorriem um para o outro.
**********
Houve uma batida na porta de seu escritório.
“Que,” Hermione disse, não levantando sua cabeça de suas mãos.
“Eu me esqueci de te dar uma coisa.”
Com a voz de Ron, ela olhou para cima. Vendo os olhos dela vermelhos e inchados, ele começou a se aproximar.
“Certo, você não pode mais me dizer que não há nada de errado.” Ron chegou ao lado da mesa dela, ajoelhou-se ao lado da cadeira, e colocou uma mão grande sobre o seu ombro. “Hermione.”
Ela balançou a cabeça, tentando não chorar.
“Hermione, são apenas alguns anos. Vai ter acabado antes que você perceba.”
“Não, não é isso,” ela balbuciou. “Quer dizer, é, é uma parte disso, mas não é por que eu estou chateada.”
“O que é?” Ron cavou em seu bolso e puxou para fora um lenço enrugado, que ele usou cuidadosamente para secar suas lágrimas. “Mione, você sabe que pode me contar qualquer coisa.”
“Eu não estou grávida.”
“Quê?”
Hermione riu um pouco com a confusão dele.
“Eu pensei que talvez estivesse grávida, isso é o porquê eu estava tão desligada essa noite, já que eu descobri agora que poderia estar grávida, mas eu acabei de fazer o teste e eu não estou, eu não estou grávida.” Ela começou a chorar à sério.
“Eu...” Ron engoliu em seco. “Eu não entendo. Você queria estar?”
Ela balançou a cabeça veementemente.
“Não! Eu não queria estar e não estou e não sei por que estou chorando!” Ela se virou para ele e soluçou em seus ombros. O ruivo a segurou de forma gentil.
“Certo.” Ele disse, claramente ainda inseguro. “Você vai ficar bem?”
Ela assentiu em seu ombro.
“Porque eu posso adiantar minha partida, se você precisar que eu fique.”
Hermione recuou, fungando.
“Não, não, vou ficar bem, só estou sendo tola, é isso.”
“Você não está sendo tola.”
Ela riu.
“Sim, eu estou. Estou sendo tola.”
“Certo, talvez um pouco.” Ele sorriu gentilmente. “Você vai ficar bem.”
Hermione respirou fundo.
“É, eu sei, eu sei.” Ela sentou-se ereta e piscou, tentando clarear sua mente. “Porque você disse que tinha vindo mesmo?”
“Oh, eu me esqueci de te dar uma coisa.” Ele mostrou um largo envelope que El anão tinha notado antes. “Só uma coisinha. Nada demais.”
“Ele o pegou dele, sorrindo.”
“Se importa se eu olhar isso amanhã? Estou um pouco estranha agora, caso ainda não tenha notado.”
“Claro, do jeito que quiser.”
Hermione colocou o envelope em uma das gavetas de sua escrivaninha e tornou a se virar para ele.
“Obrigada por aparecer.”
“Sem problemas.” Ron acariciou sua bochecha levemente com uma mão. Hermione ficou agudamente ciente que ele ainda tinha um braço envolto nela.
“Ron,” ela começou, mas o dedo dele desceu para parar seus lábios.
“Hermione,” a voz dele estava baixa. O coração dela subiu a sua garganta enquanto ele começou a se inclinar para frente. Apenas quando a boca dele estava prestes a encontrar a dela, ela recuou.
“O que você está fazendo?” ela perguntou em uma voz que era muito oscilante para ser a dela.
“Mione, você tem que saber.”
“Saber o que?” ela empurrou sua cadeira e atravessou para o outro lado da sala, suas costas viradas para ele. Sua respiração ficou curta e ela começou a ouvi-lo atrás dela.
“Não tem como você não saber.” Sua voz estava esticada, quase implorando.
“Ron...”
“Todos esses anos, eu ainda, eu sempre...”
“Não, Ron, não...”
“Eu fiquei tão louco quando você estava com Malfoy, quando você estava com Boot. Você não percebeu?”
Hermione estivou uma mão para segurar uma das estantes. Ela se recusou a virar.
“Você estava saindo com outras pessoas, você sempre estava saindo com outras pessoas.”
“Eu estava tentando, Mione! Você partiu meu coração, eu estava tentando te superar!”
Ela balançou a cabeça, tentando controlar as reviravoltas em seu peito.
“Isso não pode estar acontecendo, isso não pode estar acontecendo...”
“Hermione, eu estou apaixonado por você, eu sempre fui apaixonado por você, eu não posso... eu não posso fingir mais que não estou, porque toda vez que eu vejo você... alguma coisa pára dentro de mim, Mione, alguma coisa pára, e só existe você e eu não posso... olha pra mim Hermione. Olha pra mim!”
Relutantemente ela virou para encarar seu melhor amigo. Tinha alguma coisa em seus olhos que ela nunca tinha visto antes. Nenhuma vez em todos os anos de sua amizade, nenhuma vez em seu relacionamento todo em tinha olhado para ela do jeito que ele a olhava agora.
“Hermione,” ele começou, e tinha tanta dor em sua voz que ela tinha vontade de chorar outra vez. “Diz uma palavra e eu fico, eu não vou embora amanhã. Uma palavra. Mione. Você tem que me amar também, você sabe que sim, você tem que amar.”
“Eu...” ela soltou o ar tremendo. “Ron, você... você sabe que eu te amo, mas...”
Ron parecia como se ela o tivesse estapeado. Ele deu um passo atrás.
“Mas,” ele finalmente cuspiu fora.
“Eu não estou apaixonada por você, Ron,” ela sussurrou, e o coração dela se quebrou quando ela viu o rosto dele virar pedra.
“Tudo bem,” ele finalmente disse, com sua voz em branco. “Eu só queria que você soubesse antes de partir.” Ele pareceu hesitar brevemente, quase começando a andar na direção dela, mas ao invés disso, ele virou-se e deixou-a sozinha no escritório escuro.
Hermione afundou ao chão perto das estantes de livros, lágrimas quentes correndo soltas em seu rosto.
**********
“Eu sou louco por você, sabia,” Ron diz enquanto ele borra uma linha de tinta em sua bochecha abaixo.
“Ron, isso supostamente é para ir às paredes, não em meu rosto,” ela ri enquanto tenta ficar fora de seu alcance.
“Eu sei. É que você fica linda assim. É como pintura de guerra.”
“Pintura de guerra, é?” ela agacha sobre o latão de tinta, tirando uma mão toda coberta de branco casca de ovo. “Então você quer guerra, não é?” Ela se joga nele, tentando espalhar a tinta no rosto dele, mas ele pega seu braço antes que ela o alcance. Uma curta batalha se segue, acabando com ela de costas no chão, ele sobre ela, tinta espalhada em volta deles.
Ela levanta a cabeça para beijá-lo e rapidamente volta,
“Você tem tinta na sua boca.”
Ele passa um dedo nos lábios dela em um gesto que sempre faz ela se arrepiar.
“Agora você também.”
A outra mão dele está subindo em seu lado, debaixo da camisa dela, e Hermione deita outra vez, fechando seus olhos.
Pintura que se dane, ela pensa, e treme sob o toque de Ron.
**********
Hermione apertou mais seu casaco em volta dela quando um vento particularmente frio passou pelo monte Stoat’s Head. Ela olhou pra baixo para a pequena, dentada lata de sardinha jogada perto de seu pé – a primeira de muitas chaves de portal que levariam Ron para a Austrália.
“Ele está atrasado,” ela diz finalmente, sua voz quase perdida no vento.
“Não grita,” Harry resmungou de onde estava sentado, agarrando sua cabeça em seus braços. Ginny bufou.
“Eu tenho tanta sorte de ser casada com o-garoto-que-não-aguenta-sua-bebida.” Ela trocou o bebê James de lado do quadril. “Você vai reclamar o dia todo?”
Um pequeno gemido foi toda a resposta que ela recebeu. A bruxa riu e se virou para Hermione.
“Você parece quase tão mal quando ele, Hermione. Eu não pensei que tivesse bebido tanto ontem à noite.”
“Eu não bebi,” a outra mulher respondeu rapidamente. “Tive problemas para dormir.”
“Eu também,” Ginny admitiu, sentando-se ao lado de seu marido, que apreciativamente se escorou nela. James riu e começou a puxar os cabelos de seu pai. “Vai ser estranho sem Ron, Carlinhos meio que sempre esteve fora, e mesmo Fred... Ron é o irmão que sempre esteve por perto.” Ela olhou para a morena acima. “Vai ser pior pra você, aposto. Você e Ron estão juntos o tempo todo.”
“Hmm,” Hermione murmurou incerta e desviou seu olhar na direção d’A Toca. Porque estava tão frio lá fora?
“Lá vêm eles,” Ginny disse um momento depois, ficando de pé. “Vamos, seu grande bebê, levanta.” Ela cutucou Harry. “Estou falando de você.”
Relutantemente, Harry deixou sua mulher puxá-lo para cima. Piscando seus olhos escuros, ele bocejou.
“Da próxima vez que Ron sair do país, ele vai fazer numa hora razoável.”
“São 10 da manhã.”
“Exatamente.”
Hermione abraçou-se fortemente quando três ruivos entraram em seu campo de visão. Ela achou-se olhando para Molly e Arthur com apurada atenção, mais que ela tinha prestado nela em anos, tudo para evitar olhar para o jovem e alto homem caminhando com eles.
Eles tinham chegado atrasados, então tinha pouco tempo para despedidas. Ron abraçou seus pais chorosos, beijou sua irmã no rosto, socou Harry no braço antes do mais baixo puxá-lo em um abraço apertado, e balançou o pequeno James no ar até que ele gritasse com deleite. O coração de Hermione deu um pulo.
Finalmente, ele virou-se para ela, e ela pôde ver a tensão no rosto dele enquanto eles se moviam em um abraço obrigatório. Pareceu forçado, e Hermione imaginou se os outros não chegaram a notar que havia algo errado. O ar entre eles estava praticamente estático.
Ele recuou, olhou vagamente para o rosto dela e assentiu. Ela tentou sorrir em resposta, mas seu rosto estava duro demais.
“Em apenas um minuto, Ron,” Arthur disse atrás deles. Ron andou em direção à lata de sardinha, levantando a mão em um adeus se preparando para se curvar ao chão para tocar a lata. Hermione, de repente, descobriu que não conseguiria agüentar aquilo mais.
“Espera,” ela disse, e correu à frente e se jogou nos braços de Ron, enterrando seu rosto no peito dele. Os braços dele fecharam-se em volta dela automaticamente.
“Eu amo você mesmo, sabe,” ela disse, sussurrou contra ele.
O abraço dele ficou mais forte.
“Eu sei.” Ron beijou o topo da cabeça dela e a soltou. Era só o frio, ou os olhos dele estavam enevoados?
“Ron,” o pai dele disse em aviso, e o jovem homem teve que alcançar rapidamente a chave de portal brilhante. Numa compressão pequena de ar, ele tinha ido.
Todos começaram a descer o monte, mas Hermione ficou onde estava, segurando seu casaco mais apertado em volta de si.
**********
“Sabe quando eu me apaixonei por você?”
Hermione preguiçosamente arrastava seu dedo pelo peito nu de Ron. Isso era o motivo de Domingos serem seus dias favoritos – isso, bem ali. Ficando na cama até tarde, o tom de voz abobalhado que Ron tinha quando ele, sonolento, declarava sua afeição.
“Quando?”
“Quarto ano, depois da primeira tarefa de Harry? Você ficou toda louca e nos abraçou e fugiu chorando.”
“Quando você e Harry fizeram as pazes, é.”
“É.” A mão dele fazendo pequenos círculos na parte de baixo de suas costas. “Eu pensei que você estava completamente louca.”
“E você se apaixonou por mim?”
“Eu me apaixonei por você, bem ali. Não sei por quê.”
“Olha, eu amava você há algum tempo antes disso.”
Ele se levantou apoiado em um ombro.
“Mesmo?”
Ela assente, um vermelho começando a alcançar suas bochechas.
“A Casa dos Gritos.”
“Seja específica.”
“Seu rosto quando você viu Rabicho.”
“Foi quando se apaixonou por mim?”
Ela assente e afunda no peito dele.
“Isso é meio confuso.”
“Não, era tão certo no momento. Você só parecia tão machucado, e eu pensei, eu não quero nunca que ele pareça assim outra vez, porque eu amo ele.”
“Você pensou isso.”
“Estranho, eu sei. Mas apenas apareceu em minha mente. O resto da noite, voltando no tempo, quase sendo mortos, parte de mim estava só pensando, Alô, eu estou apaixonada por Ron Weasley.”
Ele vira o rosto dela em direção ao dele e captura os lábios dela em um beijo devagar e molhado.
“Eu estava certo, sabe,” ele sussurra quando eles finalmente se separam. “Você é absolutamente louca.”
--- FIM DA PARTE 2 ---
A fic é dividida em três partes, então a próxima parte é a última... espero que estejam gostando!
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