Meu amor
Último capítulo
- Harry!
Harry abriu os olhos e a primeira coisa que viu foram os olhos castanhos de Gina o encarando insistentemente. Piscou algumas vezes para a claridade e sentou-se, onde ele percebeu ser o chão da Torre de Astronomia.
- Gina? – falou com sono. – O que aconteceu?
Gina deu uma risada sem graça.
- O que aconteceu? Aconteceu que a gente dormiu aqui. – respondeu ela, se levantando e alisando o vestido amassado.
- Quê? - perguntou Harry também se levantando.
- Isso mesmo que você ouviu. Nós dormimos aqui e todo o castelo deve estar procurando por nós nesse exato momento.
Gina passou as mãos pelos cabelos e suspirou. Harry percebeu que estava nervosa. Porque, ele não sabia.
- Vamos, temos que voltar para a sala comunal. – disse ela, o puxando para a porta.
- Calma, Gina. Não deve ser tão tarde. Além do mais, todo mundo ainda deve estar dormindo por causa do baile de ontem.
- Eu estou calma. – retrucou ela. Harry não fez comentários. Ela estava realmente agindo estranhamente.
Os corredores, como Harry previra, estavam vazios. Os dois andaram em silêncio, atentos a qualquer barulho que pudesse indicar que alguém podia vê-los. Felizmente, chegaram ao retrato da Mulher Gorda sem nenhuma interferência. Gina disse a senha e eles entraram.
A sala estava vazia, sendo ocupada apenas por Rony e Hermione. Rony andava de um lado para o outro da sala, aparentemente nervoso. Hermione estava sentada em uma poltrona, observando os passos dele em silêncio.
- Vai abrir um buraco no chão, Rony. – disse Gina tranquilamente e atraindo a atenção dos dois.
Para surpresa de Harry, Rony se adiantou e abraçou Gina, como se não a visse há muito tempo e estivesse muito aliviado por vê-la agora.
- Ai, Rony. Você está me estrangulando. – resmungou ela. – O que aconteceu?
- Onde vocês estavam? – perguntou Hermione. – Nós ficamos preocupados, achamos que alguma coisa tivesse acontecido.
- Não aconteceu nada. – disse Harry. – Estávamos apenas conversando lá na Torre de Astronomia e acabamos dormindo lá.
- Dormindo lá? Os dois? Sozinhos? – perguntou Rony, enciumado.
- Ah, cala a boca, Rony. – disse Gina. – Não aconteceu nada, a gente só dormiu, ok? E porque ficou tão preocupado? O que podia ter acontecido com a gente?
- Bem, eu não sei se você percebeu, mas você atraiu bastante confusão durante ano. – respondeu Rony. – Visitou a Ala hospitalar mais vezes do que um aluno do sétimo ano.
- Não é como se eu gostasse disso. – resmungou Gina, cruzando os braços emburrada.
- É melhor vocês subirem e tomarem um banho. – disse Hermione. – Daqui a pouco todo mundo vai acordar e vocês não vão querer ser vistos ainda com as roupas do baile em que vocês nem apareceram, não é?
- É, é melhor. – disse Gina subindo as escadas para o seu dormitório.
Quando ela desapareceu, Harry olhou para os amigos, que o encaravam.
- Que foi? – perguntou.
- E então? Você conseguiu falar com ela? – perguntou Hermione, sorrindo.
- Er... consegui.
- E?
- O quê?
- Estão juntos ou não? – perguntou Rony, revirando os olhos.
- Er... acho que sim.
- Como assim você acha que sim? – perguntou Hermione, franzindo a testa. – Não estão namorando ou alguma coisa parecida?
- Acho que estamos tendo alguma coisa parecida. – disse Harry confuso.
- Como assim? – perguntou Rony.
- Você não perguntou a ela.
Harry ficou em dúvida se Hermione havia perguntado ou afirmado a última frase.
- Não perguntei o quê?
- Harry, às vezes eu acho que você é mais tapado do que o Rony. – disse Hermione com um olhar de pena.
- Ei! – exclamaram os dois.
Hermione os ignorou.
- Você passou a noite inteira com ela e não teve coragem nem de perguntar se ela queria namorar com você?
Harry não respondeu. Hermione tomou seu silêncio como uma afirmação.
- Harry, sem querer ofender, mas isso foi burrice.
- Ei, eu esqueci, tá? – disse se defendendo. – Estou confuso. Precisa pedir?
- É claro que precisa, Harry, que pergunta. – disse Hermione dando uma risada. – Se você está confuso, imagine a Gina. Ela deve estar totalmente perdida.
- Tudo bem. – disse Harry. – Eu vou tomar banho, terminar de arrumar minha mala, que eu acabei revirando quando estava procurando o mapa do maroto pra achar a Gina e depois volto a pensar nisso.
- Mas você tem que falar com ela hoje, Harry. – insistiu Hermione. – Hoje é o último dia no castelo, ela vai voltar pra Toca, e você pra casa dos seus tios. Você não vai esperar dois meses até o dia de voltar pra escola, não é?
- Não, não vou. Eu faço isso hoje, pode deixar. – disse subindo as escadas para o dormitório masculino.
Enquanto subia, ainda pôde ouvir Rony dizer:
- Eu fui menos tapado do que ele.
E a risada de Hermione.
***
Harry sentou na sua cama, ao terminar de arrumar completamente a sua mala e suspirou. Rony e Hermione tinham razão. Ele devia ter falado com Gina. Tinha dito tudo que queria, ela também, tinham passado a noite inteira juntos, mas agora, parando pra pensar, não tinha feito exatamente nada. Não tinham nada um com o outro. E ele iria mudar isso.
- Harry, já terminou? – perguntou Rony, entrando no quarto.
- Quê? – perguntou distraído. – Ah, sim. Terminei.
Rony o observou por um tempo.
- Relaxa, Harry. – disse. – Eu tenho certeza que Gina vai aceitar. Ela te ama, sempre amou.
- É... – disse Harry, desanimado. – Mas como eu vou perguntar?
- Com a boca. – respondeu Rony, revirando os olhos e sorrindo.
Harry ignorou isso.
- Como você perguntou pra Hermione?
Rony ficou vermelho.
- Ora, com a boca também.
- Rony, eu estou falando sério.
- Eu também. – disse ele sorrindo. Harry continuou olhando pra ele. – Olha, Harry, pode parecer difícil, mas não é assim tão, tão, tão...
- Não está ajudando, Rony. – resmungou, fazendo o amigo rir.
- Ok. Na verdade eu nem lembro realmente, mal percebi como foi que eu perguntei pra Hermione. Eu só lembro que as palavras saíram da minha boca sem eu perceber e ela simplesmente aceitou. Não foi nada do outro mundo.
- Você quer dizer o quê? Que não foi importante?
- Eu não disse isso! – Rony se defendeu. – O que eu quero dizer é que eu estava tão nervoso que nem ao menos percebi o que falei. Foi importante, é claro que foi. Hermione me mataria se não fosse.
Harry deu um fraco sorriso.
- Você só tem que perguntar pra ela, Harry. Quando estivermos no trem, você pergunta. Hermione me disse que vai deixar vocês dois sozinhos justamente pra você fazer isso. Ela não quer que você enrole a Gina. Nem eu quero isso, ela é minha irmã.
- Eu não quero enrolar a Gina. – disse Harry, se defendendo. – Eu só não sei como fazer isso. Nunca fiz.
- Eu também nunca tinha feito e deu tudo certo.
- É, Harry. – disse Hermione entrando no quarto e os assustando. - Você está fazendo parecer que é o fim do mundo. Gina sempre te amou, isso é um ponto positivo ao seu favor.
- O que está fazendo aqui? – perguntou Rony a ela. – Isso é um quarto de garotos.
- Eu sempre entrei aqui e você nunca falou nada. – replicou Hermione, sentando na cama ao lado de Harry.
- Mas agora você é minha namorada. – disse ele, corando logo em seguida.
- E que diferença isso faz? Eu não estou vendo nenhum homem sem roupa aqui. Só estão você e o Harry e, de qualquer forma, estão vestidos. – disse ela.
Rony sentou na própria cama, emburrado.
- Qual é, Rony? – perguntou Hermione, indo se sentar ao lado dele. – Eu sempre entrei aqui. Eu prometo que não entro quando os outros garotos estiverem aqui. Só você e Harry.
- Bem melhor. – disse Rony, sorrindo e a beijando. Harry pigarreou para lembrá-los que ele estava no quarto também. Os dois se separaram e coraram, fazendo Harry rir.
- Mas então, Harry. – disse Hermione, voltando a sua cor normal. - Do que você está com medo? De ela recusar?
- Não sei.
- Porque recusaria? – perguntou Hermione, incrédula. – Pra todo mundo está bem claro que a Gina te ama. Vocês passaram o ano inteiro juntos, parecendo que realmente sempre estiveram juntos. Eu não vejo porque a Gina recusar ser sua namorada. Deixa de besteira.
- É, você tem razão... – disse Harry, sorrindo para a amiga.
- Claro que ela tem razão. Ela é Hermione Granger, a bruxa mais inteligente de toda a escola. – disse Rony, orgulhoso. Hermione deu um tapa no ombro dele. – Ei, que foi? Eu te elogio e você me bate? É pra fazer o quê? Criticar?
- Cala a boca, Rony. – disse Hermione rindo. – É melhor a gente ir. Não iríamos querer perder o trem, né?
- É, e agora não temos mais nenhum carro voador pra nos levar pra casa, não é, Harry? – perguntou Rony rindo.
***
- Er... nós vamos dar uma volta por aí. – disse Hermione, se levantando e puxando Rony junto. Gina olhou para os dois e franziu a testa.
- Não vão se agarrar em nenhuma cabine vazia, né?
Harry prendeu o riso ao ver os dois amigos saírem da cabine vermelhos. Sabia que eles só haviam saído pra ele poder falar com Gina. Agora estava sozinho com Gina na cabine e precisava falar com ela. Era incrível que quando pensava que tudo estava bem, sempre tinha alguma coisa que podia desanimá-lo. Quando os amigos estavam suficientemente longe, Harry resolveu agir.
- Eu preciso falar com você. – disse ele.
Gina olhou para ele.
- Eu também preciso. – disse ela mais séria do que Harry jamais a vira. Harry se perguntou se ela queria falar da mesma coisa que ele. – Mas pode falar primeiro.
Harry respirou fundo e se ajeitou no banco ficando de frente para ela, que estava sentada ao seu lado.
- Olha, sobre ontem, eu sei que ficou tudo muito confuso. – começou nervoso. Gina franziu a testa. – Tudo que aconteceu. Acabamos dormindo lá na Torre e eu não tive oportunidade de falar com você. Na verdade tive, Hermione até me disse que eu fui meio tapado e... – ele suspirou.
- Harry, se acalma. – pediu Gina. – Eu não estou entendendo mais nada. Por favor, vá direto ao assunto.
- Ok, eu tenho que te perguntar uma coisa.
- Então pergunte.
- Vocêquernamorarcomigo? – disparou de uma vez.
Gina riu.
- Desculpe, mas eu não entendi. – disse ela. – Pode repetir, mas dessa vez um pouco mais devagar?
Harry respirou fundo mais uma vez tentando se acalmar.
- Você quer... namorar... comigo? – perguntou devagar?
Gina se mostrou sinceramente surpresa.
- Ah! – disse ela, franzindo a testa logo em seguida. – Isso...
- Não era isso que queria falar comigo? – perguntou ele. Gina balançou a cabeça negativamente.
- Não, não era. Na verdade, eu não tinha pensado nisso. Eu não achei tão confuso quanto você disse. Eu pensei até que era óbvio.
- Então você aceita?
- Claro que sim. Acha que depois de tudo que eu passei ontem e o ano inteiro, eu iria recusar? Parece que você ainda não me conhece, Sr. Potter. – disse ela sorrindo e lhe dando um selinho.
Harry suspirou aliviado.
- Eu tinha que perguntar. Hermione me deixou realmente apavorado quando disse que precisava. Disse até que eu era mais tapado do que o Rony por ter ficado a noite inteira com você e não ter te perguntado isso.
- Aí ela exagerou. – disse Gina rindo. – Ninguém é mais tapado do que o Rony. Isso é impossível.
- Então o que queria falar comigo? – perguntou a abraçando pelos ombros. Agora se sentia livre pra fazer isso.
- Bem... é que... – ela mais uma vez parecia nervosa. – Olha, primeiro eu quero pedir desculpas.
- Você pede desculpas demais, Gina. – disse Harry sorrindo. – E na maioria das vezes, eu nem sei o motivo.
- Mas agora eu estou pedindo desculpas por hoje de manhã. – disse ela. – Eu mal falei com você, acho que foi por isso que você ficou achando que eu estava confusa e se sentiu obrigado a me perguntar isso.
- Mas se não era isso, porque estava daquele jeito hoje de manhã? Estava parecendo nervosa. Qual o problema?
- Seria muito mais fácil se existisse apenas um. – disse ela, em voz baixa.
Harry a observou por um tempo.
- Você não está com medo do que os outros vão achar, não é? – perguntou, por fim.
Gina olhou para ele e franziu a testa.
- Os outros que se explodam. – falou ela. Harry sorriu. – É que... Acho que só estou um pouco nervosa por causa dessas tais aulas que eu vou ter no próximo ano. Cada dia que se passa, fica mais perto e acho que estou apenas com medo de não conseguir ter nenhum progresso nisso tudo.
- Não pensa nisso agora, Gina. – disse Harry. - E eu tenho certeza que você vai se sair muito bem.
- Tem, é? Pois eu não tenho. – disse ela, olhando pela janela do trem.
- Ontem você não parecia muito preocupada com isso. O que aconteceu? Porque está tão preocupada agora?
- Porque ontem eu tinha outras preocupações. – respondeu ela, levantando e sentando no banco à sua frente. – É justamente isso que eu estou tentando te dizer. Seria mais fácil se existisse apenas um problema. Mas não. É tudo de uma só vez. É muita coisa pra mim, eu tenho a sensação que vou explodir a qualquer momento.
Harry sentou do lado dela e a abraçou. Ela não fez nada para impedi-lo, muito pelo contrário, também o abraçou. Ficaram em silêncio por um longo tempo.
- Eu tive um pesadelo. – admitiu ela, quebrando o silêncio. Harry a abraçou mais forte. – Hoje. Quando eu acordei você, eu tinha acabado de acordar.
- Era com Voldemort?
- Não necessariamente. – respondeu ela. – Quer dizer, eu não o vi nenhuma vez. Era mais sobre essa coisa dos meus poderes.
- E o que acontecia?
Ela demorou um pouco a responder.
- Eu não conseguia. – disse. – Eu não sabia controlar meus poderes, não sabia como usá-los. Você precisava de mim, mas eu simplesmente não consegui. Eu falhei e você...
- Está tudo bem, Gin... – disse Harry. – Foi só um sonho. Nada disso vai acontecer.
- Como você pode saber?
- Não posso, mas eu confio em você.
- Eu não sei se eu sou digna de alguma confiança, principalmente a sua.
Harry a afastou para olhar em seus olhos.
- Gina! – disse a repreendendo. – Você é digna de toda a minha confiança e devia saber disso. Eu nunca soube porque você confiava em mim, mas mesmo assim nunca questionei. Eu confio em você e sei que você vai conseguir. Você é poderosa, Gina. Vai conseguir.
- Tudo bem. – falou Gina, com um suspiro. – Eu estou fazendo papel de idiota, não é? Ok, passou. Chama o Rony e a Hermione, eles já devem ter feito um filho por aí.
Harry gargalhou gostosamente. Era incrível como aquela ruiva tinha a capacidade de mudar de humor tão facilmente, ou de animar qualquer um e a si própria.
- Você é louca, Gina. – disse ele, rindo.
- Sou. – disse ela lhe dando mais um selinho. – Mas você me ama assim.
- Amo mesmo. – disse Harry, a beijando.
Ouviram alguém pigarrear e se separaram rapidamente.
- Ah, é só você, Rony. – disse Gina, deitando no banco e colocando a cabeça no colo de Harry.
- Como assim só eu? – perguntou Rony sentando-se no banco da frente junto com Hermione. – Eu sou seu irmão.
- E daí?
- E daí que eu não gosto muito de ver a minha irmãzinha e o meu melhor amigo se engolindo.
- Então é só não olhar. – retrucou Gina bocejando.
- Já se acertaram? – perguntou Hermione, sorrindo.
- Nunca estivemos desacertados, Mione. – falou Gina preguiçosamente, fechando os olhos.
- Eu vou querer ser a madrinha do casamento.
Harry corou. Rony riu. Gina simplesmente sorriu.
- E eu vou querer ser a madrinha do filho de vocês.
Harry explodiu em risadas ao ver Rony e Hermione tão vermelhos.
- Gina! – disse Hermione, tentando voltar a sua cor normal.
- Quê? Vocês que estavam em alguma cabine vazia, fazendo um filho. Ah, e Harry quer ser o padrinho, não é, Harry?
- Claro.
- Harry! – disse Hermione, virando-se para ele. – Vocês tiraram o dia pra pegar no nosso pé hoje?
- Desculpa, Hermione. – disse Gina. E depois acrescentou. – Espera até mamãe saber.
- Porque? – perguntou Hermione, parecendo preocupada. – Acha que ela não vai gostar?
- Não, muito pelo contrário. – Gina abriu os olhos e encarou Hermione séria. – Já estou até ouvindo ela falando: - e imitou a voz da mãe. - “Hermione, minha norinha querida. Fico tão feliz que você seja a mãe dos meus futuros netinhos.”
Harry riu mais uma vez, dessa vez sendo acompanhado não só por Gina, mas até mesmo por Rony e Hermione, mesmo que os últimos estivessem bastante sem graças.
- Gina, eu não sei o que você tem hoje. – disse Rony, balançando a cabeça. – Mas está muito pior do que os outros dias.
- Sono, meu caro. Apenas isso. – respondeu Gina, bocejando novamente. – Parece que o sono me deixa meio...
-... louca. – completou Rony.
- Eu ia dizer brincalhona, mas isso também serve. – disse ela fechando os olhos novamente.
Em poucos minutos, ela estava dormindo. Harry ficou a observando, escutando apenas com metade de sua atenção tudo que Rony e Hermione falavam. Não acreditava que iria passar dois meses longe dela. Dessa vez, seria mais difícil passar as férias com os Dursley do que as outras vezes. Seria quase impossível...
***
- Gina... – chamou ele baixinho, para não assustá-la. – Gina, acorda...
Ela simplesmente resmungou alguma coisa inaudível.
- Gina. – tentou um pouco mais alto.
- Quê? – resmungou ela, abrindo os olhos. Harry sorriu para ela.
- Já chegamos. Rony e Hermione já desceram, só falta nós dois.
- Tudo bem. – disse ela levantando e se espreguiçando. – Vamos lá.
Os dois desceram do trem, carregando seus malões e atravessaram a barreira da plataforma nove e meia. Há apenas alguns metros, avistaram a Sra. Weasley abraçando Rony e Hermione, que estavam muito vermelhos. Os gêmeos estavam do lado deles prendendo o riso. Com um enorme desânimo, Harry também avistou tio Valter, que estava mais afastado como se tivesse medo de se aproximar.
- Harry! Gina! – exclamou a Sra. Weasley andando até eles e os abraçando de uma só vez. – Eu fiquei tão feliz por vocês dois. Quando Rony e Hermione me contaram, eu mal acreditei.
- Ah, eles contaram, foi? – disse Gina, olhando para os dois, que sorriram.
- Sim. Eu fiquei tão feliz. Agora Harry realmente faz parte da família.
- Obrigado, Sra. Weasley. – disse Harry, encabulado, sem saber realmente o que dizer.
A Sra. Weasley sorriu e o abraçou novamente. Ele viu Gina balançar a cabeça negativamente, sorrindo. Seu olhar parou no tio Valter por um momento e ela fez uma careta de desagrado.
- Andem logo, temos que ir. – disse a Sra. Weasley sorrindo para todos. Ela também olhou para o tio Valter e fez uma careta muito parecida com a de Gina.Voltou-se para Harry.
- Tudo bem, Sra. Weasley. – disse Harry, sorrindo para ela.
Ela deu um sorriso triste e deixou escapar um suspiro.
- Tchau, Harry. – disse Hermione o abraçando.
- Tchau, cara. – disse Rony.
- Tchau. – disse Harry tristemente.
- Harry, vem cá. – disse Gina, o puxando pela mão para um canto mais afastado.
Harry a seguiu. Ela parou na sua frente e olhou para ele.
- Olha, - começou ela. – eu realmente não queria que você tivesse que passar por isso, ficar com esses seus tios que nem gostam de você e...
- Gina... – chamou Harry a interrompendo. – Eu sei disso. Eu vou sobreviver.
Gina suspirou. Harry sorriu e a abraçou.
- Vai ser difícil, mas eu vou sobreviver. – disse ele. Gina se afastou um pouco e olhou em seus olhos.
- Mamãe vai escrever pro Dumbledore pra pedir pra você passar o resto das férias lá na Toca. – disse ela. – Se ele não deixar, eu mesmo escrevo pra ele. Mando um berrador, se for necessário.
Harry riu.
- Não tem graça. – disse ela desanimada.
- Eu sei, me desculpe. – disse Harry a beijando de leve.
De muito longe, eu ouviu um resmungo do tio, mas preferiu não dar atenção.
- Olha pelo lado bom... – disse Harry e Gina franziu a testa. Ele completou mentalmente. – Podemos nos comunicar a qualquer hora.
Gina riu.
- É, isso faz até parecer um pouco melhor.
- Anda logo, garoto. Eu não tenho o dia todo! – rosnou tio Valter.
- Ora, mas... – disse Gina, com raiva, ameaçando ir até ele. Harry não duvidava que ela fizesse qualquer coisa
- Calma, Gin... – disse Harry a segurando. Ela suspirou.
- Se esses trouxas fizerem qualquer coisa, quero que me diga, está bem? Eu não vou ter nenhum problema em acabar com eles. – disse ela cruzando os braços emburrada.
- Pode deixar. – disse ele, sorrindo.
- É melhor você ir. – disse Gina.
- Tchau. – disse Harry a beijando novamente.
- Vamos, Gina. – chamou a Sra. Weasley, os olhando com pena.
- Até logo. – disse Gina, se despedindo com um último beijo e caminhando até a mãe.
Harry, se sentindo mais infeliz do que jamais se sentira na vida, caminhou até seu tio que o olhou com uma cara de poucos amigos. Se pelo menos Dumbledore autorizasse que ele fosse passar as férias na casa dos Weasley... De repente, a curiosidade o atingiu ao lembrar de uma coisa...
- Gina, espera! – disse se virando. Gina, que já caminhava ao lado da Sra. Weasley e dos outros, olhou para ele, junto com todos os outros. Tio Valter resmungou alguma coisa inaudível. Harry o ignorou.
- O que foi? – perguntou ela, confusa.
- Eu preciso te perguntar uma coisa. – disse andando até ela. Gina fez o mesmo.
- O quê?
Harry decidiu que não era uma boa idéia perguntar aquilo em voz alta, onde qualquer um poderia ouvir e fazer perguntas depois.
- Quando saímos da sala do Dumbledore uma vez... – começou mentalmente. – Ele te fez uma pergunta...
Gina franziu a testa tentando lembrar.
- Ele falou sobre uma pergunta que tinha feito pra você há três anos. Perguntou se sua resposta era a mesma e você disse que sim e que duvidava que algum dia ela mudasse. – acrescentou.
Gina fez cara de quem tinha lembrado. Ela sorriu.
- Ah, aquilo... – disse.
- O que era? Pode me dizer?
- Claro. – respondeu sorrindo. – Ele me fez essa pergunta ainda no meu primeiro ano depois de tudo aquilo na Câmara.. Ele me perguntou se eu seria realmente capaz de me sacrificar por uma pessoa que eu amava, de morrer por ela, entende?
Harry assentiu.
- E o que você disse?
- Bem, eu já tinha feito isso, não? – disse ela. – Eu tinha resolvido me sacrificar por você naquele dia.
Harry ficou olhando pra ela, um pouco atordoado.
- Mas não era necessariamente isso que Dumbledore queria saber. – continuou diante do silêncio de Harry.
- Não?
- Dumbledore não faz perguntas idiotas, Harry. – disse ela sorrindo. – Ele já sabia que eu tinha feito isso. Que eu tinha me sacrificado por uma pessoa que eu amava. E também sabia que eu faria de novo sem parar pra pensar duas vezes. E quando ele me perguntou, eu entendi perfeitamente. Ele queria saber, não realmente o que perguntou, mas ele perguntou isso como se perguntasse o que eu faria por uma pessoa que eu amo, entende?
- Hum... não. – disse ele, completamente confuso. Gina riu.
- Ele queria saber o que eu seria capaz de fazer. – explicou pacientemente. - Até que ponto eu iria pra salvar uma pessoa que eu amo. Entendeu?
- Ah! – disse ele lentamente. – Acho que sim... mas o que você respondeu?
Gina ficou alguns segundos em silêncio, como se estivesse escolhendo cuidadosamente as palavras que diria.
- Olha... – começou lentamente. – eu não sei realmente se isso é bom ou ruim, se Dumbledore acreditou em mim ou não, ou até mesmo se essa era a resposta que ele queria ouvir...
- E? Qual foi?
Gina o encarou decidida.
- Eu respondi que... só não seria capaz de morrer por essa pessoa, como também seria capaz de matar.
Harry a encarou completamente incrédulo. Também não sabia se isso era bom ou ruim. Chegou até mesmo a pensar que talvez seria melhor se não tivesse perguntado. Gina o encarava nervosa, como se receasse que ele ficasse com medo dela e se afastasse correndo. Ele nunca faria isso. Sorriu para tranquilizá-la.
- Tudo bem. – disse ele. – Agora é melhor eu ir.
- Como assim? – perguntou Rony.
Os dois olharam para ele.
- Quê? – perguntou Gina.
- Harry disse que queria te fazer uma pergunta. – disse Rony.
- Ora, e ele não fez? – disse Gina, revirando os olhos.
- Não fez, não. – disseram os gêmeos juntos.
- É, vocês ficaram aí se olhando por quase meia hora sem falar nada e agora simplesmente dizer “é melhor eu ir”.
- Ah! – disse Gina, percebendo seu erro. – Er...
- Eu desisti de fazer a pergunta. – disse Harry depressa.
- Mas então porque ficaram parados aí, se olhando por tanto tempo sem dizer nada? – perguntou Hermione encarando os dois com desconfiança.
- Er... nós... – gaguejou Harry sem saber o que dizer.
- Não é nada. – disse Gina. – Só estávamos nos despedindo. Eu sei, Rony. – acrescentou ela, quando Rony ameaçou abrir a boca. – Eu sei que não estávamos realmente nos despedindo, mas estávamos, ok?
- Tudo bem, deixem eles em paz. – disse a Sra. Weasley. – Precisamos ir, vamos.
Harry e Gina deixaram escapar um suspiro de alívio.
- Tenho que tomar mais cuidado com isso. – disse Gina, balançando a cabeça. – Mas pra mim parece tão natural que eu nem percebo quando estou falando ou não.
Harry riu. Acontecia exatamente a mesma coisa com ele.
- Anda logo, moleque. – rosnou o tio Válter. – Do que você está rindo? Vamos embora!
- Agora eu realmente tenho que ir. Tchau, Gina.
Ela sorriu tristemente e o beijou mais uma vez. Harry sentiu que a saudade já estava começando a apertar.
- Tchau.... – sussurrou ela, de olhos fechados, o abraçando.
Ela se afastou, acenou com a cabeça e recomeçou a andar com os outros. Harry se voltou para o tio, que o esperava impaciente, e o seguiu até o carro. Ao entrar no carro, Harry soube que agora tinha mais um motivo pra voltar para seu lugar, no mundo bruxo.
- Eu te amo, não esqueça... – a voz de Gina ecoou em sua cabeça.
Ele fechou os olhos e sorriu.
- Eu também te amo... Não vou esquecer. – disse ele. – Você é a pessoa mais importante na minha vida agora. E eu sempre vou estar com você.
- A última vez que me disse isso, era porque eu era sua amiga.
Harry riu fracamente, fazendo tio Válter o olhar estranho, mas Harry não olhe deu atenção.
- Mas agora é diferente... – disse Harry.
- É? Porquê?
Harry sorriu novamente, antes de responder.
- Porque agora você é a garota que eu amo... O meu amor.
***
N/A: Oi, gente. :D Eu sei que eu demorei, já é quase meia-noite, mas ainda é domingo :x E eu entreguei o capítulo no prazo (palmas pra mim :D)
Tá, me ignorem ¬¬’ Falando sério agora...
Eu estou tão triste. Acabou, e agora? O que eu vou fazer sem meu bebê? Minha filhinha, meu amor, minha paixão! Nem um pouco dramática, né? Mas é realmente muito triste, era minha primeira fic. E agora acabou. Mas não faz mal, outras virão! :D
Ah, e eu odeio dar fim às histórias. A professora na minha escola (faz muito tempo, acho que foi na 2° série) disse que não se deve colocar fim nas histórias que se escreve. De qualquer forma, eu não deixo de colocar o fim apenas porque ela disse isso, é porque eu não gosto mesmo :D E, se não me falha minha frágil memória, parece que ela disse isso com redações. Vai saber...
Eu nunca soube fazer uma redação. O que é realmente estranho. Sou boa em escrever, sou boa com as palavras, mas quando me mandam fazer uma redação, eu travo. Mas é tipo assim, eu gosto de fazer as coisas por mim mesmo, entendem? Eu vou lá e faço porque eu quero. Se alguém manda, aí já é outra história.
Quando minha mãe pede pra mim varrer a casa, ou lavar a louça, eu odeio. Mas se eu estou parada, de repente me dar aquela coragem, aí eu faço rapidinho e ainda me sinto bem. Acho que eu só não gosto que mandem em mim. Eu sei o que fazer, não precisa ninguém mandar.
É por isso que eu gosto tanto de escrever fics. Ninguém manda. A idéia simplesmente surge na minha cabeça e eu escrevo. Não tem ninguém me obrigando a escrever, eu escrevo porque gosto e me sinto bem. E parece que é a única coisa em que eu sou boa, onde ninguém pode me dizer que está errado ou reclamar de mim.
Acabei falando demais. Minha mãe quer me matar porque eu ainda não desliguei o computador. Eu vou demorar um pouco pra postar a continuação “Meu amor, minha vida” porque tenho que planejar tudo direitinho. Mas prometo que vai valer a pena. Então apenas aguardem.
Beijos!
Amo vocês!
Até mais!
PS: Qualquer erro é culpa da minha irmã que ficou me apressando aqui. ¬¬’
Amo vocês! ²
PS 2: Só agora eu descobri que isso muda de cor, que legal! *o*
Amo vocês! ³
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!