.: Capítulo 3 :.
Formatura
Praticamente foram arrasados no “jogo amistoso” daquela noite. Além de Harry não estar cem por cento, concentrado, a falta de Rony, fora crucial para a derrota de seu time. Ainda não acreditava que o ruivo abandonara o jogo, por conta do que ocorrera mais cedo em relação à irmã. Tomara ele as dores de Gina, mas sabia que faria o mesmo por Hermione, contudo não poderia e nem queria julgar ao amigo.
Mas fizera o que achara melhor, tanto para ele quanto para a própria Gina.
Cansados, os jovens restantes acomodaram-se na área social da mansão Malfoy. As mesinhas de ferro torcido faziam jogo com as cadeiras de igual elegância e primor. Suados e sujos, almejavam um refresco, tanto para a garganta, quanto para o corpo. E mal acabaram de pensar tal coisa, o pequeno elfo doméstico aparecera carregando uma enorme bandeja de prata repleta de “mimos”.
Cortesia da Sra. Malfoy.
Hermione sentou-se ao lado de Harry, assim como Elle ao lado do namorado. Draco exibia um sorriso triunfante nos lábios. Apreciava vencer Harry, e desta vez o fizera com consagração. Pegara o pomo muito antes do moreno, acabando assim com o jogo e com a humilhação maior dos antigos grifinórios.
O moreno suspirou exausto, após acomodar-se mais, Hermione pegara um copo de suco de abóbora gelado e estendera a ele, que de bom grado aceitou, provando-o rapidamente.
- Provem de meu banquete da vitória, perdedores! – caçoou o loiro, levando um cutucão da namorada.
- Draco, pare com isso. – disse a moça de cabelos negros e olhos claros.
- O deixe, Elle... Draco é um mal ganhador, não estou nem aí para suas gabações, seu loiro azedo. – replicou Hermione, mostrando-lhe a língua. Ele riu. – Não estávamos em nossa total força. E Rony não estava aqui também.
- Pare de arrumar desculpas, Hermione. Perderam, isso é fato! – apontou arrogante.
Harry revirou os olhos, o amigo ficaria a noite toda se vangloriando disso. Respirou fundo, depositando o copo de volta na mesa. Encarou o Malfoy, e sorriu.
- Ainda tem volta Draco. No próximo, eu acabo com você!
- Esse sim, é o Harry que eu conheço! Bem vindo de volta para nosso meio, amigo... – brincou.
- Obrigado, eu acho. Mas fique avisado Malfoy, da próxima vez seu time não terá chance alguma!
- Veremos...
Continuaram os dois com a conversar, enquanto Hermione e Elle começaram sua própria conversa paralela. Os dois rapazes discutiam alheios a qualquer outra coisa, então seria muito fácil conversarem.
Como melhores amigas, as duas não guardavam muitos segredos. Sempre foram presentes na vida uma da outra, mas isso somente se intensificara, apenas quando Elle começara a namorar o ex-sonserino.
Brincaram e conversaram por mais uns muitos minutos, antes que Harry decidisse que queria ir embora. Hermione nem discutira, afinal ele não estava tão bem quanto queria aparentar, e ambos estavam cansados. Tudo que queriam era um bom e gelado banho.
Despediram-se dos amigos e aparataram em casa.
A “velha” casa em Godric’s Hollow, mergulhava assim como em um infinito silêncio, numa parcial escuridão. Apenas as luzes de fora estavam acesas. Harry e Hermione seguiram juntos, até a cozinha, onde a morena achara um bilhete destinado a eles grudado da geladeira.
Despregou o pedaço de papel, e reconhecera a letra bonita e bem feita de Lílian. A moça sorriu, enquanto lia, deixando Harry curioso. O moreno deixou o copo de água que tinha nas mãos, pousado sobre o balcão, e juntou-se a Hermione. Parou ao seu lado, e tentou enxergar de que assunto tratava-se.
Ela captou sua objetividade, e desvencilhou o papel do alcance dos olhos verdes do bruxo. O rapaz bufou, e ela limitou-se a sorrir marota.
- Vai me dizer ou não, o que tem aí? – perguntou irritado, dando a volta, onde pode sentar-se na pedra fria do balcão.
- Não é romântico? Papai levou a mamãe pra jantar fora! – respondeu ela. Seu sorriso iluminado fizera com que Harry esquecesse-se de sua breve irritação.
- Romântico sim, mas e agente, vamos morrer de fome aqui? – indagou rindo.
- Ai, Harry! – brigou ela, em meio a um risinho. – Você comeu na casa do Draco, o que tem nesse estômago? Um buraco negro?
- Bem, é quase isso... – coçou a nuca, num gesto acanhado.
- Certo, então se você se comportar, e for tomar um banho, eu preparo algo para você comer.
- Você? – perguntou erguendo levemente a sobrancelha.
- Sim, qual o problema?
- Nenhum, se está ciente de que se colocar fogo na casa comigo dentro, vai ser o pior crime cometido na história do mundo...
Para Hermione, aquela semana passara-se muito rápida. Parecera a ela que fora bruscos borrões; e agora via-se diante do espelho, vestida para a formatura de Harry. Era uma noite especial para ele, e esperava estar à altura de tal solenidade, visto que seus olhos ainda não se acostumaram com o que via. O vestido vinho escuro tomava ainda mais, seu belo corpo nesta noite, vestindo-o com precisão. Agora a par de todos os ajustes feitos, ele lhe assimilava com perfeição. Os cabelos soltos eram brilhantes. Os cachos caíam-lhe, sobre os ombros, delicadamente. Formando uma bela e coesa combinação.
Ansiosa, era assim que se sentia. Talvez mais envergonhada, do que ansiosa. Mas tudo isso se devia exclusivamente a Harry. Recordar-se dos olhares dele, tão intensos, era como um misto de encanto e receio.
Geralmente as mudanças a assustavam, mas aquela em especial significava apenas uma evolução, um total desenvolvimento. Os sentimentos para com Harry, evoluíram de forma silenciosa, e só agora é que entendia tal fato.
Entendia que o amava.
Muito mais do que poderia imaginar. Mas este amor ultrapassava tudo aquilo que julgava ser o limite, a amizade, por exemplo?
Talvez fosse uma confusão que fazia. Seu coração fora tomado quando ele lhe olhou cobiçoso, quando usara esse mesmo vestido de agora. Tinha que ser por isso. Ela riu-se demasiada sarcástica.
Era uma novidade estar usando de tal vestimenta, por isso o vislumbre.
Apagou qualquer vestígio deste pensamento, tentou fixar-se apenas em algo que a fizesse desprender-se dessa sensação. Estava há horas assim, sem se mover, somente lhe mirando. Não chegava a estar propriamente se admirando, e sim, arranjando certa coragem de descer. Encarar os olhos de Harry seria um mistério.
Bom, ou ruim?
Só saberia quando enfim o encarasse.
Leves batidas na porta dispersaram seus pensamentos. Suspirou, imaginando ser essa a hora em que deixaria seu esconderijo. Uma última olhada em seu reflexo, e finalmente pudera caminhar. Aproveitaria a noite, e deixaria suas dúvidas para o amanhecer.
Deparou-se com Lílian sorridente do outro lado. Sorriu a ela também, e juntas caminharam corredor a fora.
- Porque as mulheres demoram tanto?! Estamos atrasados! – reclamou Harry mais uma vez, após o pai consultar o relógio de pulso, e informar-lhe as horas.
O moreno já dera imensas voltas pela sala, enquanto Tiago permanecia sentado, procedendo a uma calma inexistente. As órbitas verdes dos olhos de Harry se reviravam a cada minuto. E a flor em sua lapela já estava despedaçada e murcha. Assim como seus cabelos negros, despenteados.
Impaciência era um mal que o acometia sempre. E por mais velho que ficasse a calma nunca lhe trouxera maiores resultados. Então a paciência, era um benefício que lhe fora denegado desde o nascimento.
Bufou, sentando-se, para em seguida levantar-se outra vez e recomeçar toda a sua andança.
- Por Deus, Harry! – brigou o auror mais velho. Tiago encarou o filho, um ar severo habitou seus olhos. – Pare de andar feito uma barata tonta, já está me dando dor de cabeça, e me deixando mais nervoso que a demora de sua mãe, e Hermione!
- Desculpe! – retrucou, irritado. Perguntava-se, em qual formatura elas pretendiam ir com tamanha demora. A sua, ou a de seus netos. Pensamento o qual fora concluído com extrema ironia.
Seu olhar parou no topo da escada, onde avistara as duas mulheres. Toda a sua agonia desaparecera prontamente, quando seus olhos pousaram sobre Hermione. Não desfazendo da beleza de sua mãe, - a qual belissimamente trajava um vestido longo de cetim, avivando mais seus cabelos vermelhos, presos num penteado elegante, - mas, todavia seria impossível não reter-se diante de tamanha formosura.
Na ocasião em que à vira com o vestido, não imaginara ser possível Hermione ficar ainda mais bonita. Não conteve o suspiro quando ela e a mãe desciam as escadas. Seu coração palpitava num ritmo desconcertante. E mais desconcertante era si próprio, e sua incapacidade gestual.
O sorriso tímido que a morena trazia nos lábios rosados, era um chamativo tênue. Estava em dúvida sobre o que mais lhe chamava a atenção em sua figura. Se os olhos brilhantes, o embaraço de seu sorriso, ou tudo isso preso num mesmo conjunto.
Ele próprio sorrira imensamente.
Hermione mordera o lábio, quando enfim terminara ao lado de Lílian o lance de escadas. Seu peito zunia num farfalhar nervoso, assim como ficara frente a frente com o moreno. Igualmente como ele, prendera-se ali, admirando-o.
Nunca pensou que um smoking cairia tão graciosamente a ele. E que este traje fosse aumentar o charme de Harry. Aumentando de maneira sutil sua essência atrativa. Tão tentador como água em um deserto escaldante. E a Hermione, faltaram palavras, devido à secura de sua garganta.
“Por Deus, o que está acontecendo comigo?”, pensou ligeiramente sem fôlego.
- Minha nossa, vocês estão deslumbrantes! – exclamou Tiago, se adiantando para beijar ternamente a mão da esposa, que sorrira.
- Obrigada, querido. – agradeceu a ruiva, despejando seu olhar para o filho abobalhado. Em seguida mirou a moça, enrubescida.
- Você está linda, Mione... – murmurou Harry, estendendo-lhe a mão, e prontamente a morena pousou a sua sobre a dele.
Aquele simples gesto desprendera na morena uma espécie de descarga elétrica, que possivelmente arrepiou-a por inteiro. Ainda mais trêmula ficara, quando se pusera a olhá-lo dentro dos olhos. Pareciam estar se estudando, analisando suas estranhas, porém normais, reações.
- Obrigada... Você também não está nada mal, vestido assim. – elogiou e fora Harry quem corara desta vez, sorriu em agradecimento.
- Então é melhor nos apresarmos, como Harry dissera várias vezes, estamos muito atrasados. – falou Tiago, pegando no braço da esposa.
Em seguida os dois aparataram, deixando o casal mais jovem para trás. Hermione sentiu um frio na barriga, quando sozinha com ele.
- Senhorita? - indagou galante, conduzindo-a até que ela ficasse a sua frente.
- Que gentil... – brincou rindo, logo ele fizera o mesmo. – Estamos tão formais hoje, senhor auror, acho que deve ser pelas roupas que usamos.
- Se quiser eu posso me desfazer das minhas vestes... – insinuou, erguendo sua sobrancelha de modo apreciativo.
- Oh, não! Tem que estar com ela para receber seu diploma. Mas se bem que seria uma notícia e tanto para que eu publicasse no jornal. O mulheril iria adorar! – exclamou, beijando-o no rosto, em seguida limpou a marquinha que deixara com a ponta dos dedos.
- Esse corpinho aqui, não é pra ser mostrado assim! – reclamou ele, fazendo-se de irritado. – Como eu já disse: fechado para visitas.
Ela rira gostosamente, esquecendo-se de tudo que a aborrecia. Das sensações que tinha, e principalmente de tudo que primordialmente precisava tirar da cabeça; as tantas dúvidas que a assolavam.
O local escolhido para a formatura dos alunos do curso de Aurores, fora eleito a dedo. Um lugar altamente luxuoso, e requintado. Exalava todo refinamento que exigia; uma noite bonita, merecia um local que o representasse muito bem. E ali, naquele casarão que se assemelhava a um pequeno castelo, seria comemorado o sonho de vários jovens. Concretizar-se-ia os anseios deles.
As luzes refletiam-se do chão para o topo da mansão, e dava-lhe assim, uma visão perfeita de seus detalhes, encobertos pela noite. O jardim de entrada, bem cuidado, era ornado por elementos mágicos e brilhantes. Para entrar, tinha-se que atravessar uma pequena ponte de pedra, - parcamente curvada, - onde por debaixo, um laguinho exibia suas águas límpidas e correntes.
Dois bruxos controlavam o acesso dos convidados, checando os convites. Missão deles: barrar aos penetras. A imprensa toda também fora controlada, e apenas alguns poucos profissionais cobriam o evento.
Lílian e Tiago, ainda esperavam por seus “filhos” do lado de fora. A bruxa ajeitava a gravata borboleta do homem, que resmungava tanto ou mais que uma criança. Ajustando ele próprio, seus óculos.
Logo, os dois morenos aparataram ali, e caminharam sorridentes até eles. Passaram pelos bruxos responsáveis, e entraram no grande salão. Este era semelhante ao salão principal de Hogwarts, - seu teto também era encantado, e exibia o céu repleto de estrelas, - contudo, este salão ganhava em espaço. Suas paredes eram pintadas e representavam pelo que Hermione julgara o jardim lá fora. Cobertas de florais, as paredes tinham detalhes em dourado.
Algo realmente encantador e esplêndido.
As velas que ajudavam na iluminação, suspensas no ar, foram colocadas em pequenos cristais que incidiam suas luzes coloridas para quem quer que erga seu olhar para fitá-las.
A morena perscrutou por todas as extremidades da grande sala, seus olhos minuciosamente captaram todos os pormenores. Virou-se para Harry, que a mantinha atada à seu braço, e sorriu bobamente. Parecia uma criança dentro de uma história.
- Puxa, esse lugar é formidável! Tão lindo! – exclamou ela, dobrando o olhar para observar a escadaria imponente que se situava no meio do salão, e que provavelmente daria para outros cômodos. Tão grandes, quanto aquele, cujo estavam agora.
- Me disseram que há um labirinto lá fora. – comentou Harry. – Era usado para guardar uma fonte mágica.
- Fonte mágica, por acaso é a da juventude? Porque se for, eu vou me embrenhar nesse labirinto agora mesmo! – brincou Hermione apoiando a cabeça em seu braço, e ele rira.
- Não é esta, mas podemos ir lá para ver, o que acha?
- Se eu não for sujar meu vestido...
- Prometo que se houver alguma coisa que possa sujar seu precioso vestido, eu a levo em meus braços. – respondeu ele, fitando-a com certa provocação.
- Certo, prometo não comer muito! – terminou e Harry revirou os olhos. Ela sempre tinha que ter a palavra final.
Havia mesas dispostas por toda às extremidades, mas também estas deixavam um grande espaço para uma provável pista de dança quase no centro. Avistaram os Weasley, e de certa forma Harry quis se misturar no salão. Dissera aos pais que procuraria os amigos, e saíra puxando Hermione.
Misturaram-se entre os convidados, e o moreno desejara passar a festa toda sem ter que encarar Gina. Não era covardia, era algo que não sabia explicar. Talvez medo de que ela ofendesse Hermione, e pudesse fazer um escândalo a envolvendo. E isso se pudesse não permitiria.
- Harry?! Harry...? – chamava a bruxa, tentando acompanhar os passos largos do rapaz.
Ele parou, e a encarou, mas seus olhos estavam atentos para qualquer manifestação de alguma cabeleira ruiva.
- Que foi? – perguntou.
- Está andando tão depressa, acho que vou ficar sem minhas pernas, ou quem sabe sem meus sapatos... – comentou sarcástica, sorrindo de igual modo. Ele não pudera controlar-se e começara a rir.
- Desculpe, até parece que estou fugindo de alguém, não é? – brincou o moreno.
- Ah, não se preocupe, nunca vi tantos aurores na minha vida. Você está a salvo aqui, fique tranqüilo... Não vai receber o beijo do dementador...
- Venha, vamos achar Draco e os outros. – falou ele, e não parecera uma sugestão.
Ela assentiu, e agora caminhavam mais moderadamente. Mais à frente, encontraram os Malfoy. Lucio como sempre se trajava e portava-se imperativo. Narcisa ostentava-se um pouco mais chamativa, e a cor uva de seu vestido, acentuava-lhe os olhos e a pele clara. Ao lado do casal, Draco mantinha um sorriso em seus lábios finos. Os cabelos loiros platinados, precisamente penteados e arrematados com gel, deixavam-no mais sério.
Mais escondido, estava Blaise. Elegantemente vestido, embora não fosse um dos formandos. O rapaz optara pelo Quadribol assim que terminara o colégio. O que dera a ele, mais fama e mais garotas. Tudo que sempre sonhou.
- Oi, pessoal. – cumprimentou Harry, e todos desviaram sua atenção para os recém chegados. – Sr. Malfoy?
- Como vai, Harry? – perguntou o homem.
- Muito bem! – respondeu, tentando ignorar os olhares que Hermione recebia de Blaise.
- Oh, Hermione querida, você está tão linda! – disse Narcisa, aproximando-se da moça. Pegou um dos cachos soltos, carinhosamente. – Realmente, Lílian fizera um bom trabalho com o vestido, muito que ele não seria belo em outra.
- Obrigada, Sra. Malfoy. – agradeceu acanhada, segurando com mais firmeza a mão de Harry.
- Meu bem, vamos conversar com os Lovegood, Xenofílio me deve algumas explicações daquela matéria que publicou no Pasquim. – rosnou Lucio, e ambos saíram atrás dos Lovegood.
- Pelas calças de Merlim, Hermione, você está maravilhosa! – enalteceu Blaise, e a morena sorrira sem jeito.
- Hei, pode ir tirando suas mãozinhas! – resmungou Harry, quando o amigo beijara a mão da bruxa num gesto cortês, mas cheio de segundas e terceiras intenções.
Draco dera um meio sorriso. E fitou com divertimento o semblante nervoso de Harry.
- Onde está Elle, Draco? – perguntou Hermione, dando as costas a Harry e Blaise que se batiam num duelo falado.
- Acho que fora ao toalete, e já faz um bom tempo. – contou o loiro.
- Obrigada, eu vou procurá-la. Se Harry se atentar de minha ausência, diga a ele onde estou.
- Sim senhora, eu vou dizer...
Hermione rira se afastando. Ainda não se acostumara com os olhares dos rapazes. E embora fosse estranho, sentia-se com o ego nas alturas. Não imaginava que ser o centro das atenções fosse ser tão gratificante. Congratulava-a depois de horas arrumando-se.
Sorriu, e encaminhou-se até o banheiro feminino, antes passara e trocara umas palavras com Lílian e Minerva. Seguiu até onde a ruiva lhe informara ser o toalete. Subira lentamente as escadarias; aquelas sandálias malditas a estavam deixando maluca. Ansiava tanto por tirá-las, que já perdera a conta de quantas vezes isso lhe passara pela cabeça.
Desviou-se de muitas pessoas, e finalmente conseguira entrar no toalete feminino. Ali como era de se condizer, mantinha o mesmo padrão elegante de todo o resto da mansão. Esperou paciente até que umas senhoras passassem por ela, para que pudesse entrar. No entanto, quando elas o fizeram, Hermione parou ao escutar a voz de Gina.
- A Granger? Humpf! Uma idiota num vestido bonito. Se ela acha que atrairá os homens com um decote mal preenchido apenas, está muito enganada! – exclamou a ruiva.
- Mas convenhamos, o vestido dela é um arraso. – disse a outra jovem, a qual, Hermione notara ser Lilá Brown.
- Já disse, aquele vestido nunca será capaz de ocultar o verdadeiro “eu”, de Hermione Granger... Todo aquele glamour, não esconde a machona que ela é! – replicou venenosa, para em seguida salpicar o ambiente com sua gargalhada estridente.
A morena encolheu-se, e olhou para si mesma, recuando uns passos até voltar-se porta a fora. Refletia, em sua mente, as palavras de Gina. Elas ecoavam fortes, latentes, captara todo o tom escarnecido que ela quisera transpor, e isso a magoava. Em outra situação não hesitaria em entrar lá, e azarar aquela garota encrenqueira. Mas hoje era um dia em que tinha que manter a calma e a compostura. Afinal não queria nada que pudesse envergonhar a Harry.
E talvez ela tivesse razão em parte. Não se sentia à vontade daquele jeito. Inspirava tão pouca familiaridade, tão pouco apuro feminino. Era uma estranha, “uma idiota num vestido bonito”.
Mordeu o lábio, segurando a vontade de chorar. Talvez estivesse emotiva por alguma razão. Nunca se abalara com o que a ruiva comentara maldosamente, mas algo agora estava diferente. Era tão importante já, para Hermione, certas opiniões sobre sua aparência.
Outra das muitas mudanças?
Olhou para todas aquelas moças dispostas no salão. E pareceu-lhe ser uma estranha no ninho. Já nem se lembrara para qual propósito havia subido as escadas e ido de encontro àquelas insinuações. De fato as palavras de Gina não lhe fizeram nenhum acrescimento. Apenas murchara seu ânimo, despedaçando seu humor de forma drástica. Caminhou para longe das pessoas, suas vozes alegres ficavam distantes à medida que adentrava mais nos corredores vazios da habitação. Somente eram ecos, quando a morena colocou os pés num grande cômodo, e seus olhos se admiraram.
Ante a ela, um aglomerado de livros se exibiam primorosos. Fechou a porta atrás de si, e agora sorria. Até mesmo quando não queria suas pernas a levavam até uma biblioteca. E esta era digna de suas exclamações. Era enorme. Sua contingência de informações, ainda maior. Imaginou o quão maravilhoso seria ser dono de tudo aquilo. Ter tamanho acervo em mãos, só se poderia ter este sentimento como resultado. Mas claro, a um amante da leitura.
Andou devagar, passando os olhos pelo local. Era tudo muito tranqüilo, como uma biblioteca deveria ser. Reclamava paz. De caso, trouxera tal sentimento a ela. Passou por uma grande mesa brilhante de mogno escuro, adornada de curvas. Observou os abajures combinados com as cortinas de veludo verde, eram tão formosos. Fora até uma das estantes, e correu os dedos pelos exemplares. Um a um. Misturados, obras trouxas e bruxas em perfeita harmonia. Uma preciosidade.
Lamentava-se somente por não ter descoberto aquele lugar antes, e perguntava-se, se era permitida a entrada de visitantes; pois ficaria encerrada, ali um dia inteiro sem se cansar. Alisou um livro de capa clara, não sabia bem o porquê, mas aquele título lhe lembrava alguma coisa. Era um livro de antiguidades. Tão seu conteúdo era antigo, quanto a sua aparência gasta.
Ficou ali por um tempo, a retirar e apreciar os volumes, claro, recolocava-os no mesmo lugar após sua vistoria entusiasmada.
Parou no ato, quando o barulho da porta fez-se alto. Com um livro nas mãos, virou-se para a porta, assustada. Preparava-se para uma explicação, quando seus olhos pousaram sobre a figura de um rapaz alto. Sua expressão se relaxou rapidamente, era apenas Harry. Suspirou aliviada, não queria realmente ser pega por alguém.
Ele assim como fizera, fechou a porta quando passou por ela.
- Hermione? - chamou o moreno, analisando o cômodo a sua volta.
A moça guardou o livro, em silêncio, e saíra de detrás da estante. Pensara que não fosse agüentar as batidas de seu coração, quando ficou frente a frente com ele. Já estava assustando-a intensidade com que ele batia. Sorriu, meio sem jeito. Aquele sorriso encantava a Harry, como os muitos outros de Hermione. Cada um tinha sua forma especial de fazê-la mais admirável, doce.
- Como soube que estava aqui? Duvido que tenha procurado em todos os cômodos... - falou ela, aproximando-se dele.
- Não sabe como sou persistente? - indagou risonho.
- Eu sei que é... Mas não perderia seu tempo atrás de mim. - disse e parecera a ele que soara mais triste do que Hermione pretendia.
- Não mesmo? Oras, Hermione... Parece que não me conhece tão bem. - ralhou Harry. - Foi fácil te encontrar aqui, eu soube dessa biblioteca agora a pouco, e perguntei a uns rapazes se tinham visto uma morena num vestido vinho... Não vai querer saber o que falaram, mas me responderam pelo menos. - terminou e riu.
Algo em suas palavras, fez com que ela apresentasse gradações diferentes em seus olhos, não importava o quanto escuro ali estivesse, ele podia enxergar tal coisa. Hermione virou-se de costas, e rumou até a estante que minutos atrás estava a observar. Ele a seguiu intrigado. Nada de brincadeiras, nada de sorrisos. Estranhou realmente o que se passava com a moça.
- Essa biblioteca é fantástica... Você acha...?
- Hermione, o que há com você? - perguntou direto, sem rodeios. Notou que ela se enrijeceu, e parou a mão que se levantava para tocar a um livro.
- Não há nada...
- Eu sei que sim, então não me esconda. - insistiu. Conhecendo-a como o fazia, era óbvio que algo a incomodava. E não eram somente as sandálias.
- Odeio quando me pressiona a dizer algo que não quero. - reclamou, voltando-se para ele, que sorria travesso. Aprendera com ela mesma essa façanha. - Harry, você acha que estou esquisita nesse vestido? Seja sincero, por favor...
Novamente ele se pôs a estudá-la naquele traje. Poderia fazer isto várias vezes, mas em todas elas, somente conseguia ver o quanto ela estava bonita. No quanto ele não conseguia parar de fita-la. E imaginou que se o fizesse somente conseguiria visualizar sua imagem na mente.
Ele adiantou-se um passo, ficando mais próximo a ela.
- Porque pergunta isso?
- Porque ouvi alguém dizer que sou apenas uma mulher sem atrativos num vestido belo. - explicou triste. Não precisava que ninguém piorasse sua estima, já tinha a ela própria.
- Gina! - exclamou o moreno, bravo. Ela assentiu fracamente. - Quantas vezes terei que dizer que você está linda?! Viu o Blaise? Ele só faltou comer você com os olhos... Assim o fizeram vários rapazes. Porque insiste em dizer que não é bonita. - emendou ele, tocando levemente o rosto de Hermione. - Pra mim, você é a garota mais encantadora da festa... Única.
Hermione começara a estremecer. Tinha as costas presa a estante, e não podia retroceder mais, nem queria fazê-lo. Harry colocou um braço sobre sua cabeça e aproximou seu corpo ao dela, até deixá-los unidos. Então, baixou a cabeça e se aproximou de sua boca.
A morena fechou os olhos sem pressa. A presença de Harry, estranhamente inundava todos os seus sentidos. Rodeava-a de uma forma extremamente instigante, misteriosa, espantosa.
Por uma vez, ele manteve as mãos quietas e se limitou a tocá-la tão somente com os lábios. A repórter suspirou desejável e em consentimento. Então ele aprofundou o beijo, explorando sua boca com a língua, bem devagar. A bruxa sentia os batimentos do coração, firmes e fortes, enquanto ele se aproximava ainda mais e seus músculos a envolviam. Seus ombros despidos foram tocados pelas mãos, antes inertes, que agora se moviam experimentando a maciez de sua pele. E um frio contrastante lhe percorreu, contrariando o afogueado de seus lábios tomados por Harry.
O rapaz nunca sentira tamanho desejo, e precisava acabar com aquilo antes que este tal anseio pudesse tomar mais conta de seus atos. A beijava duramente, sentindo-a estremecer mais e entregar-se inteiramente, tamanha também era sua vontade. Cingiu-a pela cintura quando seus corpos fizeram menção de separar-se.
Beirava ao insano, mas tudo que queriam era afogar-se um nos lábios do outro. E que se danasse o mundo fora de suas convicções.
N/A: Como devem já estar cientes, o capítulo não foi betado, então relevem qualquer errinho básico e não básico.
Espero realmente que eu não tenha que fazer chantagem por capítulo, não custa nada vocês comentarem poxa! Além de eu achar que a fic e uma droga, penso também, no porque de continuar a escrever, pois os comentários são meu meio que meu cachê kkk. Deve ser a tal da crise, que atingiu os comentários (Fazendo piada da própria desgraça, só eu mesmo kkkk). Mas eu bem que imaginei, vocês leitores precisam de um empurrãozinho, se bem que como eu disse eu não quero mais fazer chantagem, vocês estão passando muito bem com essa fic, postei três capítulos em menos de um mês. Não se acostumem hein...
Mas acho que os setenta coments valeram a pena não? Clima de total romance para esses dois... *-* (e fiquei sabendo que no próximo também tem muito romance) Esse Harry é perfeito, to me esforçando nele, para que tudo, eu digo TUDO nele saia perfeito. Não tem como a Hermione resistir.
E já tem gente adivinhando coisas... Sim o Tiago não vai aceitar muito bem, *minhas idéias malignas começam a surgir*, em contrapartida a Lílian vai ficar de boa. Afinal o que mais ela queria (inconscientemente) senão juntar os dois “filhos”. E May talvez eu escreva um capitulo bônus com o que aconteceu a Mione, ou talvez venha em forma de flash back, ainda vou decidir. Mas vocês terão uma explicação justa do que aconteceu. E fortes emoções viram nos próximos capítulos, vocês nem tem noção das idéias MARA que tive! *-* (claro com uma ajuda enorme da Betina e do Tom Cruise que a inspirou kkkk)
Bem é isso, agora só agradeço a todos que comentaram. Meus olhinhos chegam brilharam hoje quando eu vi a minha chantagem todinha ali em forma de comentários. Agradeço de coração a todos. *-* Amo todos vocês, leitores amados, lindos! (puxa saco...).
Aguardo muito mais, e já vou avisando, não vou mais fazer chantagem, e a atualização só vem com muitos comentários. Então mudinhos de plantão coloquem a boca no mundo kkkk (não no sentido literal). Ah... Também não terá mais prévias, vou ser malvadona com vocês...
Beijos, e até a próxima atualização!
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