Prólogo
Embora as enormes janelas do castelo estivessem fechadas, um ventinho frio tomava conta de toda a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.
Aquela era uma das madrugadas mais frias do ano. O inverno se aproximava, e o que todos os alunos da escola queriam era permanecer em suas salas comunais.
Apesar de já ser mais de meia-noite, muitos alunos ainda estavam acordados, aproveitando o calorzinho gostoso que saía das lareiras. Além disso, a festa do Dia das Bruxas tinha acabado há algumas horas, e a excitação da festa ainda corria nas veias dos jovens estudantes, entusiasmados demais para irem dormir.
Todos pareciam querer se esconder do frio o mais que pudessem. Ou quase todos.
Nos corredores frios e escuros do castelo, alguém caminhava em passos apressados. Não contava com a ajuda de nenhum tipo de iluminação. Ser vista por alguém era o que essa pessoa menos desejava naquele momento.
Apesar da baixa temperatura, ela não sentia frio. Seu corpo estava trêmulo, os olhos lacrimejantes, as mãos frias, mas nenhum desses sintomas era decorrente do frio, e sim do medo que ela sentia, que era demasiado grande, capaz de fazer seus joelhos e todo o seu corpo bambearem.
Os passos ecoavam pelos corredores. A lua cheia brilhava com grande intensidade no céu. Era o momento perfeito.
Quando chegou ao local premeditado, sua respiração estava ofegante. Tirou as mãos frias dos bolsos, se preparando para pegar o objeto que tanto almejava.
Depois de alguns segundos, conseguiu alcança-lo.
Era de bronze, com uma figura assustadora no centro.
O crânio. O símbolo que amedrontou, amedronta e amedrontará sempre os bruxos de todos os cantos do planeta, de norte a sul do mundo.
A Marca Negra de Lord Voldemort.
A pessoa ajeitou a capa que vestia e segurou o amuleto na mão. Não precisou esperar mais do que poucos segundos.
Naquele instante, uma nuvem negra tomou conta de todo o local em que a pessoa estava. Ela sentiu o corpo estremecer ainda mais. Olhou bem para o amuleto e viu as duas luzes vermelhas que saíam dos olhos do crânio.
Nem teve tempo de expressar emoção alguma. Sentiu a alma ser sugada para dentro daquele pequeno objeto. Depois, só viu a escuridão.
O corpo continuava em pé. Mas não tinha mais a mesma alma.
A nuvem negra pairava sobre aquele corpo, que agora tinha a alma tão obscura quanto àquela nuvem.
As sobrancelhas estavam franzidas. Os olhos só transpareciam maldade. Fechou os punhos violentamente.
Michael Evans estava à solta em Hogwarts.
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