Capitulo Dois - Penas

Após a longa viagem, a chegada de Hogsmeade foi seguida por uma forte chuva, o desembarque foi tranqüilo, mas as carruagens foram extremamente concorridas, a entrada no saguão foi novamente tumultuada e pior com os ataques de bombas de mau cheiro do pirraça, sendo expulso pela profª. McGonagall.
- Volte para o quarto andar Pirraça, agora, não atrapalhe a entrada dos alunos. Ou então falarei com Dumbledore. – O Poltergeist jogou mais cinco bombas nos alunos e desapareceu, só se via meninas gritando estridentes e os meninos xingando o Pirraça.
Após os problemas típicos, a seleção de novos alunos e o banquete, Lily estava se sentido mal e foi para o salão comunal antes de suas amigas.
Estava cansada das férias e exausta da viagem, por algum motivo já estava cansada só de pensar na maratona que seria seus estudos com a proximidade dos NIEM’S, tudo, de uma só vez, resolveu se trocar e deitar, a chuva era agora apenas um pequeno ruído, singelo e prazeroso, deitou e enfiou-se nos cobertores, esse outono seria bem mais frio do que os últimos.
Amanheceu o sol mal despontava diante do lago, o maroto procurou os óculos no criado mudo ao seu lado, abriu os olhos e se espreguiçou, trocou os pijamas pelas vestes da escola, e pegou sua varinha e a apontou para cada um dos garotos deitados nas camas vizinhas,
- Aguamenti... - ele segurou o riso.
-PRONGS – Sirius levantou debatendo como um peixe fora d’água – Ficou louco!
- Não, vocês que esqueceram as aulas e que as férias se foram, andem.
- Terá volta, Prongs! – Peter passou ao seu lado murmurando palavrões
- Voltas, - Remus lhe jogou seu travesseiro molhado na cara de James.
- Dá próxima, deixarei que sejam suspensos ou receber detenções. – James exibia uma careta e jogou o travesseiro de volta a Lupin que agora se trocava. – Estarei lá embaixo, e não demorem, estou com fome. – Ele saiu do dormitório em direção ao salão comunal.
E lá estava um belo e flamejante cabelo, levemente balançado pelo vento.
- Bom dia Evans. – Ela virou para verificar quem era, e olhou-me nos olhos, seu verde, intenso e vivo verde.
- Bom dia Potter. - Ela retornava a posição inicial e se aconchegou melhor na poltrona, fui andando até a poltrona do lado.
- Primeiro dia como Monitor Chefe e você está ansiosa Senhora Monitora Chefe? – Eu evitei o olhar dela, desviei para a janela e olhar os chuviscos que caiam do lado de fora.
- Estou normal, sem ansiedade. Na verdade um pouco cansada.
- Não está se sentido bem? Quer ir a enfermaria – Era inevitável não olhar, suas incríveis orbes verdes vivos, era linda.
- Calma, nada demais... Apenas a rotina, que está aos poucos retornando é passageiro. Eu lhe asseguro. – Ela estava com um sorriso divertido no rosto – Pare de me encarar com essa expressão de pânico, me deixa nervoso e me sentindo um monstro.
- Ah! Desculpa, é que, enfim, não tem como não se preocupar com você.
- Que lindo! Essa é a parte em que me chama para sair de novo?
- Agora não mais. Você estragou o momento.
- Sinto por você Potter, agora tenho que ir, primeira aula é porções e o Professor Slughorn, me pediu que chegasse mais cedo, quer conversar comigo.
- Hei minha primeira aula também é porções. Também tenho que ir, minha cavalaria chegou.
- Como vão meninos? – A garota dirigia sua atenção aos três marotos que rumavam ao buraco do retrato
- Bom dia querida Evans, estou bem e acho que isso serve para todos, bom agora se me der licença estamos famintos. Prongs! Não estava nos apressando para ficar ai parado não é? – Sirius se aproximava com um tom que lembrava sua própria mãe.
- Sim, sim... Vamos. Adeus Evans, nos vemos em Porções.
- Adeus Potter... E olá garotas, demoraram... – As meninas desciam a escada do dormitório feminino.
- Ou você que resolveu madrugar! – Mary tinha uma expressão de sono misturado com indignação. – E ainda nos acorda você é demais Lily.
- Obrigada, sempre soube do meu potencial. - Lily se erguia numa pose de gala zombeteira.
- Parem, vamos descer de uma vez ou perdemos a primeira aula. – Alice já estava parada no buraco da entrada com os resmungos da Mulher Gorda de ficarem com o retrato aberto escancaradamente pondo-a fronte a parede.
Estavam atrasadas para a primeira aula, Mary foi para DCAT com Alice, e Lily prosseguiu para a aula de porções, e seu temor era a carteira que estava disponível.
Correu o máximo que pode, e o medo concretizou. Só havia dois lugares disponíveis e era logo o de Potter ou do Sev. Não falava com Severus há quase um ano e meio, iria simplesmente ir se sentar ao lado de Potter e evitar o quanto puder para não cruzar com Sev. Mas ele se virou e a olhou, com uma expressão tão triste que era digno de pena e depois abaixou a cabeça e chegou um pouco para o lado. Será que estava querendo que ela se sentasse ali?Sentiu um esbarrão, e algo que se assemelhava “sai da frente sangue-ruim”, era Mulciber, não ligava mais para o que lhe chamavam, passava por alto. Idiota Snape, não mudaria nunca, nunca mudou. Foi pela parede tentando se esquivar dos olhares curiosos e se sentou.
- Atrapalho Potter? – Lily se virava para pendurar a mochila.
- Evans! Maravilhosa surpresa, não, não atrapalha, estava apenas... Bom enfim – ele tampou o pergaminho e sussurrou algo – “mal-feito feito”
- O quê é isso? – Por que tanta pressa para jogá-lo na mesa de Sirius.
- Isso... Há aquele pergaminho com Padfoot? Apenas um mapa de toda Hogwarts incluindo as passagens secretas.
- Humm... Sei, e Prof. Slughorn onde está?
- Não sei, deve estar... - James foi interrompido pela chegada do próprio professor.
- Bom dia, a todos, espero que estejam prontos para esse que será o último ano, lembramos que no final haverá os NIEM’S então as brincadeiras deverão ser substituídos por melhores notas e mais atenção no preparo de porções e hoje começaremos pelas propriedades da vagem soporífera e sua utilização em porções fortes como a do morto - vivo e a sua aplicação em certos antídotos. Podem começar pela página 45, capítulo 2.- O professor se virou para o quadro negro as suas costas e começou a escrever.
- O que há de errado Evans? – James olhava para ela revirando sua mochila.
- Não encontro minhas penas nem o tinteiro ‘Accio penas’. É devo ter esquecido
- Usa a minha, não vou usar tão cedo mesmo.
- Obrigada Potter.
- Estão de muito papinho, não? – Sirius metia a cabeça entre os dois, fingindo voz de ciúme. – Estão se entendendo nos termos românticos, certo?
- Errado, Potter só está sendo gentil e amigável. Não é Potter? – Lily virou a cabeça e ergueu umas das sobrancelhas quando reparou o olhar congelado dele sobre ela. – Não é?
- Hãm? Ah, ah sim, sim, PADFOOT, tome conta de sua vida. Foi apenas um gesto de amizade.
- Vindo de você? – Sirius soltou uma gargalhada alta, que lembrava um latido – Uma dica Lily querida, tudo que vem de Potter é alvo de desconfiança. TUDO! – Ele parou e observou a sala – Quase tudo. Ele honesto em alguns casos.
- Obrigada pelo aviso Black, vou prestar mais atenção, mas por enquanto só quero prestar atenção mesmo é na aula. – Ela ergueu a pena na direção dele – entendidos?
- Claro... – ele murchou na cadeira e James as gargalhadas – Do que está rindo?Trasgo!
- Da sua cara de cachorro abandonado – Ele aumentou a risada, fazendo Peter rir também.
- Até a Evans está rindo – Peter apontou para a garota a sua frente.
- É claro Pettigrew! Nunca fiz Black ficar assim – Lily parou de rir e procurou alguém pela sala. – Falando nisso onde está Lupin? – Ela começou a se preocupar com o amigo
- Esta na Ala Hospitalar, estava com mal-estar e resolveu não vir.
- Entendo. O que ele tem? Algo muito sério? – Estranhou a troca de olhares.
- Nada, nada não, é apenas a rotineira vida de um monitor... – James olhou para Sirius
- Voltamos à escola ontem... O que poderia ser rotineiro? – Lily cruzou os braços e os encarou
- Na verdade, foram aquelas abóboras recheadas com creme de batata e nozes. Eu disse a ela para não repetir, mas coitadinho comeu cinco vezes direto. – Sirius disse exibindo uma cara de pena e expressão divertida, tudo incrivelmente ao mesmo tempo.
- Hum, bem que achei essas abóboras bem estranhas, porém não me convenceram. Deixa pra lá. – Ela abriu o livro e o pergaminho começando a escrever o que estava no quadro e no livro. – Pergunto a ele mais tarde.
- Boa Sorte – Sirius fez o mesmo que ela – Não sei se terá sucesso.
- Obrigado Sirius, agora, deixe Evans em paz. – James virou com falsa raiva.
- Atrapalho a conversa? – Slughorn se aproximou do grupo falante – Lily! Oras não há vi no trem. Como está indo minha grande aluna? – Lily se voltou para ele com um grande sorriso – Olá professor! Vou bem, não apareci no trem por que não estava disposta, ontem foi um dia bem estranho... – Prof. Slughorn a olhava com uma cara doce e bondosa de quem avalia.
- Entendo haverão outras! Uma delas será no sábado, não deixe de ir, sua presença é unânime e indispensável... Isso serve para vocês Potter e Black, aprecio a sua presença na reunião. Bom, agora, prestem à atenção na aula, e por falar em aula onde está o Sr. Lupin?
- Ala Hospitalar – os quatro responderam ao mesmo tempo.
- Humm... Então, continuem, ah – uma sineta aguda que lembrava uma sirene de bombeiro antiga tocou – a aula já acabou. – Ele aumentou a voz – Para a próxima aula um relatório completo sobre os efeitos da pedra da lua e um efeito da vagem de soporífera em porções de antídoto. Podem ir. – ele se voltou ao grupo que agora arrumava suas coisas – e espero vê-los no Clube do Slugue, até lá.

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