Se as nossas moitas gemessem
Capitulo V: Se as nossas moitas gemessem...
-- Mas o que foi resolvido com o Malfoy?
- Não se preocupe com isso. Não faz bem para o meu afilhado.
- Mas e se ele...
- Ele não vai fazer nada.
- Como você sabe?
- Eu o conheço, simplesmente.
- Você não o esqueceu mesmo.
- Claro que sim.
- Não parece. Estás apenas camuflando o que sentes... É pior! Você aprendeu a viver longe dele, mas como ficam as coisas com ele tão perto?
- Não ficam. Ou ele sai daqui ou saio eu.
- Sempre extremista. – disse uma voz arrastada atrás de si.
- Deu pra ficar escutando a conversa dos outros, Malfoy? – Gina disparou assim que o homem terminou de falar. “Será que ele ouviu tudo?” Pensou.
- Apenas o que é de meu interesse. Mas, diga-me Lovegood, quais os seus planos?
- Por que o interesse Malfoy? – Luna pronunciou-se. – Não acho que você se importa com as coisas que se relacionam a mim.
- Ora, se vou guardar o seu segredo preciso de estar precavido pra o que possa acontecer. – Respondeu indiferente enquanto se aproximava da grávida e lhe estendia a mão para que essa o acompanhasse até a cozinha.
Apesar de ter achado a atitude do rapaz estranha, resolveu não contrariar, de uma forma ou de outra, a continuidade de seu segredo dependia, exclusivamente, dele. Portanto,era melhor ao menos tentar ser agradável. E se sua memória não falhara, ele não era tão estúpido e arrogante quanto aparentava, pelo menos esse sempre fora o argumento que Blaise usava para defendê-lo.
“Droga! Sai da minha mente seu feio!” Pensou Luna. Enquanto aceitava a mão de Draco e o seguia. “Feio? Não. O termo também é muito forte... Insensível! É isso!” Forçou um sorriso.
Gina observou a cena atentamente. Não poderia dizer que estava surpresa com a atitude dele, afinal se realmente não fosse contar pro melhor amigo um fato tão grave quanto esse, ele deveria se assegurar que os motivos de Luna eram convincentes. Ou ainda, gostaria de descobrir, com certeza, quem era o pai do filho da mulher.
Estava inclinada a acreditar em sua última suposição.
********************* Londres ***********************
Literalmente eu sou demais. Pra que a modéstia se tudo se resume não só ao que eu penso mais também ao que todos acham. Mesmo que você me odeie, ao menos pra manter as aparências, no seu interior sou admirado.
Em primeiro lugar sou uma figura marcante... Se você já me viu por aí aposto que nunca esquecerá. Se trocarmos olhares, ainda que sem querer, saiba que pela noite farei parte de seus sonhos. Se nos esbarrarmos você se apaixonará pelo meu sorriso. Se já nos conhecemos, provavelmente você já esteve afim de mim ou ainda nutre algum tipo de desejo. O que posso fazer? Os genes de papai e mamãe me favoreceram!
E por esse motivo tenho que ser grato aos meus pais, afinal Narciso, o homem mais belo que se teve notícias, perdeu o posto semana passada para mim. Ah papai... O senhor estava inspirado no dia em que me fez! Mamãe... A senhora foi sempre muito boa cuidando da minha pele. Parabéns dona Cegonha!
O que vocês provavelmente não sabem é que além de lindo, sou rico, muito rico. Sorte? Destino? Acaso? Claro que não. Sou assim porque tinha que ser. Sou estonteante e inteligente como já era previsto para alguém do meu calibre. Tenho as mulheres que quero e a hora que quero. Elas se rastejam aos meus pés. Se isso me incomoda? Às vezes. Mas isso não é assunto para agora.
Por enquanto o que basta você saber é que não estou muito feliz. E adivinhe, meu amigo, o que me consome?
- Au! Au! Au! – Latiu o pastor siberiano de pelagem negra com aproximadamente sete meses de idade.
A casa ainda era a mesma. As coisas dela ainda se encontravam intocáveis. Era como se ele a aguardasse. Mas como isso poderia acontecer se ele mesmo havia a mandado embora?
A única coisa que ainda lhe confortava naquele lugar era a presença de Zorro. A propósito, o cachorro dela! E como ele enchia o saco. Primeiro ele era grudento, segundo parecia que realmente gostava dele, terceiro ele o fazia não esquecê-la e quarto ele era a coisa mais fofa que já vira não que admitisse isso.
Merlin! Estou conversando com você de novo! E pior, estou achando que só você me entende. Luna, o que você fez comigo? Blaise jogou-se de costas na espaçosa cama de casal existente em seu quarto. Desapertou o nó da gravata, abriu os braços percorrendo toda a extensão do lençol. Bateu levemente a mão esquerda sobre o colchão. O suficiente para que Zorro subisse na cama e deitasse ao lado do dono.
O que você acha que eu faço? Perguntou enquanto acariciava a cabeça do animal.
- Au!Au!
Você acha isso mesmo? Eu tenho que procurar o Draco. Ele é meu amigo, eu estou sozinho. Ele pode me ajudar a achá-la.
- Au! Au! Au!
Você tem razão. Não posso abandonar a empresa sem um bom motivo. Papai me mata.
- Au! Au! Au! Au!
Como você é inteligente Zorro. Se Draco está viajando a negócios, eu também posso fazer o mesmo. Além do mais, pra ele comprar aquela casa ele vai precisar adiantar os papéis da compra.
- Au!
E eu, como bom amigo, vou ajudá-lo. Irei atrás do atual dono da casa. E pessoalmente entrego os papéis ao meu “querido” maninho.
- Au! Au! Au!
Eu sei que ele já deve ter visto tudo isso. Mas eu estou muito sozinho. Além do mais, estou precisando de distração. Mulheres bonitas fora da Inglaterra. De preferência morenas de olhos verdes.
- Au! – Rosnou o cachorro retirando-se da cama.
Sem ofensas parceiro. Sua dona me deixou. Ei, você tem que ficar do meu lado. Eu que estou te criando...
O cachorro estava retirando-se do quarto.
Eu te levo junto. Blaise sorriu.
Imediatamente Zorro correu ao seu encontro.
Depois dizem que vocês não nos entendem. Idiotas!
*****************Ilha Madeira***********************
Ao adentrar no interior da cozinha Luna encontrava-se apreensiva, Draco por outro lado mantinha-se calmo.
- Lovegood, estou com fome.
- Você me chamou aqui pra falar que está com fome? – Perguntou em dúvida.
- Também. Obviamente a Weasley se cozinhar vai tentar me envenenar. Você, ao contrário, tem uma dívida eterna comigo, já que guardo o segredo sobre seu filho. Se ele for ruivo não me interessa. Mas se for parecido com o Zabine, é minha obrigação avisá-lo.
- Então essa é a questão. Você quer se assegurar se meu filho é ou não do “seu” amigo.
- Lógico. Ou você acha que faço isso pela Weasley.
- Você quer realmente que eu lhe dê uma resposta?!Mas, deixando essa passar, eu já te aviso que o meu filho será...
- Ruivo como a tia. – Gina intrometeu-se antes que Luna pudesse terminar a frase. – Afinal o sangue Weasley é muito forte.
- Coitada da criança. – Comentou Draco sarcástico. – Você perdeu uma chance muito grande de seu filho nascer normal. Não sei se te avisaram, mas todos os bebês Weasley precisam ser vacinados contra a raiva, de vez em quando eles mordem.
- Antes raivosos do que com a Síndrome da Estupidez dos Malfoy, que é um mal eterno.
- Nossa, tanto carinho vai me fazer vomitar. – Disparou a loura enquanto procurava incessantemente por mantimentos alimentícios nos armários de mármore da cozinha. – Se vocês continuarem dessa forma, a minha taxa de glicose vai explodir de tão alta.
Por alguns minutos nenhum outro comentário foi feito e o silêncio reinou absoluto. Assim, Luna apoiou-se na bancada central da cozinha perto de onde Draco estava sentado, em um dos cinco banquinhos de cor branca, e começou a devanear sobre as opções viáveis para um bom desjejum.
Draco, por sua vez, pensava se acreditava ou não na palavra da ruiva. Afinal ela podia muito bem estar mentindo sobre a paternidade do filho da outra, apenas para acobertá-la. O certo seria avisar Blaise sendo que o próprio estava louco a procura da esposa. Entretanto, agora havia outras coisas em jogo. A Weasley apareceu e essa era a oportunidade que esperava a mais de cinco anos. Dessa vez seus planos não falhariam. E Zabine teria que entender.
Gina ainda sentia seu coração pulsar aceleradamente. A presença desse homem a fazia perder o controle sobre suas ações. Ela tinha vontade apenas de gritar com ele. Fazê-lo entender que não era mais aquela idiota de antes. Que mudara; e não graças a ele e sim a um homem de verdade, a uma pessoa que sempre a entendeu e esteve ao seu lado, a pessoa que sempre desejou secretamente que fosse Draco Malfoy.
- Bem, acho que não tem nada mesmo. – Luna sentou-se ao lado de Draco. – Teremos que fazer compras agora.
- Podemos almoçar fora. – Gina dialogou. – Você não se alimentou direito ontem a noite.
- Você também podia cair fora daqui Weasley. – O louro alfinetou.
- Você podia parar de se intrometer na conversa alheia. – A mulher revirou os olhos.
- Sabem de uma coisa... Existe muita, mais muita tensão sexual reprimida ao redor de vocês. Por que vocês simplesmente não vão ao mercado e no caminho encontram uma moita e liberam tudo isso? Apesar de que não creio que seja suficiente apenas uma moita. – a mulher fez uma pausa. – Essa casa tem muitos quartos, com exceção do que eu vou ocupar. Não se sintam tímidos. Quem sabe assim não melhoram esse humor infernal. – A grávida estava quase se retirando da cozinha quando completou: – não se esqueçam de comprar limão, azeite, mel, doce de leite e algumas folhas de alface. Também tenho desejos. – Completou com um enorme sorriso antes de sair.
- Vamos logo! – Falou o homem.
- Pra onde?
- Pra moita e depois pra todos os quartos. – Ironizou. – Pro mercado, obviamente.
Ambos riram ao mesmo tempo, recordando-se de algo, a menção da “moita” levou-os em pensamentos ao momento em que começaram a se conhecer melhor. A nostalgia foi inevitável.
Flash Back:
A guerra contra o Lord Voldemort era a única coisa que passava na mente dos estudantes de Hogwarts, naquele ano. Todos tinham um lado, porém ninguém arriscava o palpite de quem sairia vencedor daquilo tudo. Numa guerra todos perdem. Em qualquer batalha o gosto será sempre amargo, vidas serão desperdiçadas, famílias serão destruídas e o conceito do “bem” e do “mal” torna-se relativo, como em todas as escolhas que são feitas na vida.
Na época, Virgínia pensava que sua decisão em tomar partido por Harry Potter fosse, sem sombras de dúvidas, o mais certo, afinal toda a família Weasley (até mesmo Percy, que passara em definitivo para o lado da Ordem próximo da guerra explodir) acreditava nisso e por conseqüência, passara a juventude crendo que era o que deveria fazer. Não se arrependia desse fato, apenas achava que não tinha sido justa com ele e com as coisas que passou por ser criado da forma que foi. Ao analisar, anos depois, descobriu que eram mais compatíveis do que aparentavam ser. A diferença sempre foi à ideologia de seus pais, não a deles. Foram bitolados pelo meio em que sofreram influência, como podia julgar que ele estava errado? Simplesmente, ela nunca o fez, ficou apenas do seu lado e de mais ninguém.
Cada momento, uma escolha.
Encontraram-se em um momento de crise. Não por causa da Guerra que os cercava. Essa crise era psicológica e individual. Tanto da parte dela como da dele. Ela precisava de algo que mostrasse a realidade do mundo, ele de alguém que lhe mostrasse que tinha opções.
Dessa forma, a pequena Weasley foi à opção e ele sua realidade, ou seja, aquilo pelo qual valeria a pena lutar, acordar no outro dia, simplesmente para poder estar a seu lado e finalmente para descobrir que o único intuito de todos os conflitos é a paz. Não a paz entre os povos, a princípio, mas sim a interna, que é ainda mais difícil de ser alcançada, é o amar o próximo sem esperar nada em troca, o querer bem um inimigo, porque se sabe que não há sentido em guerrear por algo tão subjetivo como o poder.
A gente escolhe acordar.
Começar a enxergar o mundo, não mais como um conto de fadas, mas sim como um campo de batalhas, fez com que todos amadurecessem de forma precoce. Aprenderam a lidar com as perdas e a reergue-se das sombras, cientes de que o presente é o que importa, há o que se pode fazer hoje, o amanha fica para os indecisos. E foi dessa maneira que começaram a achar os contos de fadas sem graça porque sempre terminam da mesma forma e admirar o momento que é feito diariamente e nós mesmos controlamos o seu desfecho.
O tão desejado “felizes para sempre” não tinha significado para Draco e Gina. Só o que importava era o agora, o depois se existisse era bem-vindo, se não a lembrança do que ontem tiveram seria guardada como uma boa recordação de uma vida a parte, de algo único e só deles.
E como em toda estória há um começo e com eles não seria diferente, esse casal resistiu a tempos difíceis, cada um cresceu de forma majestosa, não como personagens secundários na vida, mas como protagonistas de sua própria existência.
O amadurecimento, às vezes, só recai sobre certos aspectos, em outros seremos sempre eternas crianças, que nessa vida vão sempre aprender, de uma forma ou de outra, ou pelo amor ou pela dor:
Escolhe viver.
O dia em que tudo começou não importa substancialmente. Mas há de se convir que inimigos de longa data podem ter mais coisas em comum do que imaginam, desde gostos semelhantes, gênios parecidos e uma maldita renite alérgica, que os persegue a anos e que por vezes se manifesta em lugares e entre pessoas inoportunas.
Para a Weasley mais nova, tudo o que fazia sentido em sua vida foi por água a baixo, pelos seguintes motivos:
1°. Harry tinha terminado seu namoro com ela, por motivos... Digamos apenas de “força maior”! O que ela podia esperar dele? Ele é um herói e queria lhe proteger, pelo menos foi o que imaginou a principio. Doce Ilusão para não machucar tanto o ego.
2°Ficou internada o final de semana na Ala Hospitalar, por causa de problemas respiratórios, já citados anteriormente. Todos na Escola pensaram que estava tentando cometer suicídio! Pode? É certo que gostava do Potter, mas não se mataria por ele. Pelo menos não por algo tão idiota... Por conseqüência disso virou alvo de todos os comentários por quase um mês, as pessoas tinham pena, e ela, por sua vez, tinha vontade de mandá-las para lugares não muito agradáveis.
3°E para piorar tudo, a sua “amada” Renite não a deixava em paz... Era realmente horrível, não podia se aproximar de pessoas que usavam perfumes fortes...
4°E adivinhem de quem se aproximou? E pior, espirrou sucessivamente na cara? Pois é... Ganhou detenções do morcegão até no mínimo sua sétima geração!
5°Se você acha que isso é ruim, espere até saber os reais motivos do termino do seu namoro com o menino que sobreviveu! Ou deveria dizer o menino que enfeitou bonito a sua testa?
Escolhe a quem nos aproximar.
“- Eu não quero que pensem que eu tenho mania de perseguir os outros, de forma alguma, eu só acho estranho pra uma pessoa que acabou de terminar um namoro COMIGO se sinta tão feliz, como se tivesse feito a melhor coisa do mundo, melhor ainda do que ter derrotado Voldemort!!Então hei de concordar que eu tenho motivos suficientes para estar escondida atrás de uma moita observando minuciosamente os passos de Harry Potter... Afinal quem sai no meio da madrugada, com um perfume pra lá de enjoativo, que por sinal me fez espirrar por três minutos seguidos, e PENTEIA os cabelos? Não. O Harry não fazia isso nem pra mim. E olha que eu sou muita areia pra vassourinha dele!” Pensava indignada.
A noite estava fria, do jeito que ele gostava. As folhas das árvores faziam sombras divertidas quando em contato com a luz da lua, os ruídos provindos do Lago Negro demonstravam que a Lula Gigante estava em seu trigésimo quarto sono, tudo parecia bem tranqüilo. A ronda daquela noite poderia ser ignorada e ninguém saberia suas reais intenções.
A gente escolhe aproveitar.
Alguns minutos depois...
- Pois é, eu ainda estou aqui atrás da moita, que por sinal não é o lugar mais confortável que freqüentei, mas não posso desprezá-la também, pelo menos ela não me faz espirrar por três minutos seguidos. – Sussurrou indignada pra si mesma. Estava de costas para o castelo, e ajoelhada na grama macia atrás de seu “esconderijo”.
Ninguém havia aparecido para o encontro com Harry e, internamente, Gina achava aquilo maravilhoso. O sorriso já beirava em seus lábios quando sentiu algo em sua perna.
Medo. Foi o primeiro sentimento, a vontade de gritar foi ainda maior, calafrios passavam por seu corpo e estremecia à medida que “aquela” coisa percorria sua panturrilha. Estava escuro justamente ali, já que não queria ser pega fora do castelo naquele horário e para piorar ainda mais sua situação, só pode comprovar que era uma mão o que subia pelas suas pernas quando sentiu um beliscão.
A reação foi imediata, virou o corpo de supetão, puxou mais pra si quem quer que fosse aquele engraçadinho ou engraçadinha que estava tentando lhe assustar... E espirrou!
- Athim! “Agora provavelmente o engraçadinho se assustou, parabéns Virginia Weasley você se superou!” Pensou de forma irônica.
- Athim! Ele respondeu com outro espirro. “ Nossa agora estou compartilhando germes com desconhecidos, parabéns Draco Malfoy” O outro pensou por sua vez.
- Athim! Quem é você? – A menina perguntou, tentando tatear o rosto de seu malfeitor.
- Athim! Não espirre na minha cara. Procure outro lugar. – Sentiu a mão gelada de alguém contra a sua pele.
- Athim! Seu perfume vai me matar! Vá você pra outro lugar.
- Athim! Athim! Athim! – Espirrou propositalmente em cima da menina.
- Athim! Você quer assim é? – Segurou seu rosto com força. – Athim! Athim! E pare de espirrar em mim!
- Tudo bem então. Athim! – Mais uma vez acertou o rosto. Desviou o olhar para a entrada do castelo, de onde seu alvo já havia desaparecido. Não que ele admitisse que estivesse se sujeitando em perseguir uma menina, estava apenas assegurando-se de que não era passado para trás por ela.
Humilhante, definia perfeitamente sua posição nesse momento, saíra das masmorras para a sua ronda, mas não controlou a curiosidade e escondeu-se entre as árvores só para descobrir o porquê de sua fã número um deixar-lhe a ver moscas na noite passada. Ajoelhara-se, quando não encontrou mais nenhum esconderijo seguro e começou a engatinhar sorrateiramente pelas moitas até tatear algo estranho.
- Droga, você me fez perdê-la. – Exaltou-se.
- Você que me fez perdê-lo. – Procurava incessantemente Harry, que antes estava encostado na árvore perto do Lago Negro. – Athim! De quem você está falando?
- De quem você está falando?
- Não é da sua conta.
- Pois também não é da sua.
Silêncio.
- Você ouviu isso?
- Não! Não estou ouvindo nada a não ser sua voz irritante. Como você é chatinha, certeza que é uma tarada perseguidora. – Disse em tom maroto, que não passou despercebido por ela.
- Ora! Seu delinqüente, o tarado é você que fica apertando as pernas de mocinhas como eu. E pra sua informação não sou tarada, estou apenas tirando a limpo certas coisas que por sinal não são do seu interesse. – Corou violentamente, mas isso não pôde ser visto por ele.
- Eu vou embora, não vou perder meu tempo aqui discutindo com você. Essa moita é pequena demais pra nós dois.
- Concordo. Pode ir. – Disse, empurrando o rapaz que também estava de joelhos ao seu lado.
- Não empurra sua louca. Eu vou cair.
- Mas essa é a intenção.
- Ah, garota você nem sabe com quem está mexendo!
- Como você é inteligente. – A penumbra era total. – E adivinhe: Você também não sabe com quem tá mexendo!
Empurrou- o mais uma vez, mas ele nem saiu do lugar.
- Sai! – Gritou por fim.
- Os incomodados que se retirem.
- Mas você disse que ia embora.
- Não estou mais afim.
A gente escolhe aproveitar.
Paciência é uma virtude para poucos, mas especialmente para eles, com certeza, isso não fazia sentido algum.
Gina levantou-se bruscamente, devido à dor que já começara a se espalhar pela sua perna, passara mais de meia hora naquela posição e a câimbra não a perdoara. Nesse movimento, ficou visível ao outro descobrir quem era sua parceira de moita.
Observou, atentamente, o corpo esguio da menina, as longas pernas, o vestidinho simples e rosa que ia até mais ou menos acima do joelho, a pequena cintura delineada pelo fato da roupa ser justa. E por fim os longos cabelos ruivos que iam quase até os quadris.
“Deve estar morrendo de frio”. Foi seu primeiro pensamento. Balançou a cabeça negativamente e reparou que na face da menina, iluminada pela luz da lua havia uma expressão de dor. Não pensou duas vezes e também se levantou.
- O que foi Weasley? Tá com fome? Por essa sua cara feia, só pode ser isso.
Ela virou-se pra ele. Cabelos louros, quase brancos, olhos azuis cinzentos, branco feito leite... Aquele era Draco Malfoy, com certeza. Trajava seu uniforme da Sonserina com o Distintivo de Monitor sobre a capa preta que usava.
“Brilhante! Além de perseguidora, você é burra e vai morrer congelada. Porque se depender dele, você vai parar ainda no fundo do Lago Negro. Devaneava, enquanto o rapaz falava coisas que ela nem prestava atenção.
- Só podia ser você mesmo, pra ser tão chata. Está atrás do Pottinho ou veio fazer outra tentativa de suicídio? Você deve gostar da dor porque hipotermia não é a coisa mais agradável.
Uma lágrima escorreu pelo rosto da ruiva. Não pôde evitar. Estava doendo muito. Tinha vontade de gritar, mas não queria dar esse gostinho pro Malfoy. Definitivamente, não era muito resistente a dor. Outra lágrima. Os olhos começaram a adquirir um tom avermelhado e graciosamente um biquinho de choro era contido. E o Malfoy continuava a falar:
- Eu não acredito Weasley, vai ter vida própria... Quer ser à sombra do Potter assim como seu irmão?! Francamente! – Estava achando estranho ela não responder às suas provocações, ninguém da família dela evitava um conflito com algum Malfoy. E finalmente reparou que ela tinha o rosto cheio de lágrimas. – Ah, fala serio! Não acredito que você vai chorar por causa do que eu falei.
- Ai! – Deixou escapar um gemido. E esticou a perna esquerda pra tentar aliviar a dor. Mas, pelo visto, não tinha obtido um bom resultado. A dor aumentara. E o choro veio à tona.
- Não! CONTROLE-SE MULHER! – Exclamou exasperado. – Ninguém merece mulher chorona. Deve ser por isso que o Potter te deixou. – Não sabia o que fazer ou dizer, geralmente quando alguém chorava perto de si era porque ele a tinha feito chorar, mas não esperava que ela fosse reagir dessa forma. – WEASLEY!
- Que é Malfoy...? – Soluçou. – Eu não estou chorando pelo o que você falou... Muito menos pelo Harry. Estou com câimbra.
Ela sabia que tinha dado armas ao inimigo, e fechou os olhos esperando que ele risse de sua situação e depois a deixasse sozinha. Entretanto, nada do que havia pensado chegou perto do que ele fez.
- Estou apenas fazendo o meu dever como monitor-chefe. – Disparou antes de erguê-la em seus braços. “E me aproveitando da situação, mas só um pouquinho! Ah, ela é uma menina bem bonitinha!” Completou em pensamento.
Ela apenas consentiu com a cabeça.
Escolhe conhecer.
Draco a depositou em um banquinho, ainda localizado perto do Lago Negro, a menina ainda chorava compulsivamente.
Então se abaixou e tocou a perna dolorida dela. Massageou desde a panturrilha até a coxa, utilizando-se de movimentos circulares na tentativa de aliviar as dores da ruiva. O que não esperava é que fosse gostar de tocar na pele macia da Weasley, e pior sentir-se melhor ao vê-la tirar a cara de choro e o olhar profundamente.
Na visão dela aquilo era surreal porque primeiro nunca esperaria uma atitude dessas de Draco Malfoy, depois gostar do contato de sua mão fria em suas pernas. Quem olhasse a cena acharia aquilo, no mínimo bizarro, já que jamais um Malfoy estaria ajoelhado aos pés de uma Weasley massageando-lhe as pernas. Encarou-o tentando entender o porquê de tudo aquilo. Deixou hipnotizar-se quando ele também a encarou nos olhos, seu coração disparou. Como nunca tinha reparado que ele tinha olhos tão lindos?
A dor tinha sumido há algum tempo, mas não ousava falar algo que o pudesse fazer parar. Ainda se encaravam. Vez ou outra um deles desviava o olhar com um sorriso nos lábios.
- Você é estranha. – Interrompeu o clima. Sentou-se ao seu lado no banco.
- Obrigada. – Corou.
- Pelo quê? Por ter chamado você de estranha ou por ter te ajudado?
- Só por hoje, vou aceitar sem retrucar o fato de você ter me chamado de estranha.
- Está com frio? – Perguntou tirando o casaco e colocando nos ombros da ruiva.
- Bom... Se eu responder que não, você não vai retirar o casaco, certo?! Então digamos que estou sim. Por que você está me ajudando? Athim! – O cheiro de hortelã que provinha do casaco causou o espirro.
- Porque eu sou monitor-chefe. – Riu. – Você precisa cuidar dessa gripe.
- Não é gripe, é algo bem pior: renite.
- Eu sei.
- Sabe o quê?
- Que isso é bem pior do que gripe. Foi por isso que espirrei em você.
- Ora, ora, ora. Algo em comum entre Weasleys e Malfoys... Quem diria?!
- Podemos deixar isso só entre a gente.
- Você está tentando me matar? Está sendo simpático comigo pra depois aliviar o peso na consciência?
- É por isso que eu disse que você é estranha. Uma hora agradece minha ajuda, na próxima faz interpretações infundadas.
- Quem pode me culpar? Você nunca falou comigo direito. E sempre aprontou com meu irmão. Além do mais você é um filho de comensal... – Falara demais. – Desculpe!
- Você está certa. Eu sou um filho de comensal e provavelmente sou quem tem as maiores chances de se tornar um. – Disse seco e levantou-se. – Boa noite Weasley! – Deu as costas, afastando-se
- Boa noite Malfoy.
Escolhe se divertir.
Não dera nem três passos quando ouviu barulhos de pessoas gargalhando. A ruiva também ouvira e se levantara do banco. Ele virou o corpo para deparar-se com a garota ao seu lado. Ela era um pouco menor do que ele, que pôde sentir, mais uma vez, o doce perfume dela.
- Athim! – Foi a vez dele de espirrar.
Entreolharam-se por alguns instantes e seguiram no rumo do Lago Negro, local da onde provinham as risadas. E qual não foi a surpresa quando avistaram roupas espalhadas pelo gramado, à medida em que iam se aproximando das águas.
Um sorriso sarcástico se formou nos lábios no louro ao perceber que a blusa da mulher jogada era exatamente a mesma que Pansy usava quando deixara as masmorras, mais cedo.
Ao longe, avistaram ainda, o menino-que-sobreviveu aos beijos e abraços com uma morena. Gina assustara-se, mas sua mente maquiavélica alertara-a de que era mais proveitoso não fazer escândalos.
Enquanto o Malfoy ficara parado estático, olhando o distraído casal, ela não perdeu tempo e foi pegando as roupas espalhadas.
- O que você tá fazendo, Weasley? Está tão necessitada assim?
Revirou os olhos.
- Ao invés de fazer perguntas idiotas, você poderia me ajudar.
Juntaram todas as roupas, mas analisaram minuciosamente as três peças que continuavam no chão, respectivamente uma calcinha e sutiã preto e uma cueca de bolinhas amarelas.
- Eu não acredito que o Potter usa isso! – Fez uma cara de nojo.
- Credo. Nem eu. – A menina tirou a varinha do bolso. – “Leviattus”
- Nossa! Quanto ressentimento Weasley Fêmea. – Ironizou enquanto escondia-se atrás de outra moita
- Não é questão de ressentimento Malfoyzinho, e sim de diversão. Não teria graça e seria muito fácil pra eles. Você adora ficar numa moita comigo? Admita! – o seguiu.
E podemos escolher ir longe.
- Sabe menina, se você não fosse uma Weasley e tivesse coragem e lealdade, daria uma bela Sonserina. – Ao invés de ajoelhar-se, sentou-se com as pernas cruzadas, esperando ansiosamente pelos gritos dos dois babacas que sairiam loucos atrás de suas roupas.
- É. Pode ser. Você também não é tão ruim. Se não fosse um Malfoy, juro que te dava um beijo. – Brincou, sentando-se da mesma forma que ele, mas com maiores cuidados por causa de seu vestido.
- Sinto-me “quase” lisonjeado.
- Ah é, e por que “quase”? Acha que não sou bonita pra você? – Arqueou uma sobrancelha. “Será que eu sou feia?” Pensou.
- Você é linda. Mas não faz meu tipo.
- “Você é linda. Mas não faz meu tipo.” – Imitou-o irritada. “Mas quem aquela doninha achava que era?A última bolacha do pacote?” Nem reparava muito no elogio feito por ele. O sangue Weasley ferveu.
- É.
- E qual o seu tipo? – Perguntou aproximando-se dele. – Mulheres louras, altas e de profundos olhos azuis?
- Praticamente isso.
- Para mim, só faltam os cabelos louros.
- Está interessada em mim, Gina?
- E se eu estiver Draco? – Provocou. Mais próxima ainda dele, quase que em cima dele. – Se bem, que você também gosta de morenas, a Parkinson é uma amostra disso.
A mulher o estava desafiando, isso era óbvio, sua intenção era fazê-lo desistir de qualquer aproximação com ela. Mas se aquilo era um jogo, era bom que soubesse que seu adversário só entrava para ganhar.
- E você, qual o seu tipo? – Tocaram os lábios levemente. A menina, no mesmo instante, afastou-se, como se uma corrente elétrica tivesse passado por seu corpo. Draco nunca admitiria, mas sentira-se do mesmo jeito.
A gente escolhe seguir em frente.
Gritos. Gritos. Mais gritos. Harry Potter e Pansy Parkinson correndo de um lado para o outro atrás de suas roupas, que cena impagável.
O casal atrás da moita ria e se contorcia de tão cômica que era a cena. A ocasião passada, em que estavam constrangidos por causa do selinho, parecia que nem tinha ocorrido.
- Harry tem uma bunda bonitinha! – Gina disparou.
- Ah Weasley, você fala como se nunca tivesse visto.
- Nunca vi mesmo.
- Deve ser por isso que ele te deixou.
- Ah, ele não é assim.
- Sério mesmo? O que você acha que ele quer com a Pansy? Ou ainda, o que você acha que ele estava fazendo ali com ela?
- Credo. Você me cegou com essa imagem.
- Eu acho que você é a nova corna da Escola.
- Você também.
- Negativo. Pansy só era conveniente para as minhas necessidades.
- Draco Malfoy, o novo corno sensação de Hogwarts, acho que pode fazer sucesso!
-Weasley Fêmea: além de doida e chifruda, ainda foi trocada por um buldogue... O que você acha dessa notícia amanhã?
- Aiiiiiiii! – Gritou histérica.
- Shiii! – Tentou calá-la.
- Vocês homens são todos iguais. – Levantou-se indignada.
A gente escolhe não olhar para trás.
- Aiiiiiiii! – Uma mulher gemeu.
- Shiii! – O homem pediu.
- Você ouviu isso Pan? – Harry perguntou.
A morena assentiu com a cabeça e caminhou na direção daqueles ruídos suspeitos. O outro a acompanhou.
Escolhe ser feliz.
Harry não acreditou quando viu Gina sair de trás daquele lugar, ela havia descoberto tudo entre ele e Pansy. Não teria mais coragem de olhá-la. Fora infiel com ela. Não merecia seu amor. Sim, porque ela nunca escondeu seus sentimentos e sempre fora uma boa namorada.
- Gina. Espera ai. – Draco também se levantou e seguiu a menina que já entrava no Castelo.
Estava vendo coisas, nunca em seu pior pesadelo imaginou uma Weasley e um Malfoy fazendo coisas ilícitas atrás de uma moita. Aquilo só podia ser um sonho.
A gente escolhe viver o presente.
- Pára! – Mandou, segurando-a pelo pulso.
- Me solta! Eu te odeio Malfoy! – Disse livrando-se dele e recomeçando a caminhada.
- Eu também não gosto muito de você Weasley. – Ele gritou. Não sabia bem o porquê de ter se descontrolado dessa forma. Poderia muito bem atrair a atenção de Filch, mas sinceramente não estava se importando com isso. Queria apenas que ela lhe desse atenção. E conseguiu.
- Você é louco! – A menina deu a volta transtornada. – Você quer que o Filch nos pegue?
A gente escolhe pela solidão.
- Você está com o meu casaco! – Foi a primeira coisa que veio a sua cabeça.
- Não seja por isso, tome! – Retirou-o e estendeu ao dono.
- Você não acha que eu mereço muito mais do que isso?
- Você realmente quer que eu dê o que você merece? – Quebrou a distância entre os corpos e puxou-o pela nuca, até que as testas se encontrassem.
- Ah Weasley isso não é mais um jogo! – Não sabia mais o que dizia. O perfume, que até algumas horas atrás lhe dava alergias, agora lhe enfeitiçava.
- E quem disse que eu estou jogando? – Sussurrou com uma voz rouca e quase falha em seu ouvido.
Estava atraída por ele. Estava encantada por aquele Malfoy que conhecera. Ele era diferente, engraçado, intrometido, prestativo... Era o que ela estava esperando. O que importa o Mundo se não se vive intensamente? Além do mais o que significava apenas um beijo?
Não pensou em mais nada. Apenas o beijou.
O tempo parou. As borboletas remexeram-se. Os pássaros cantaram. E todas essas coisas românticas aconteceram. Não havia mais o Mundo, o certo ou o errado, a guerra ou as famílias deles. O que se passava ali era o encontro entre dois amantes de longa data, era a angustiante saudade sendo saciada, o desejo de toques negados há milênios. Porque não importa os anos, nem a idade, almas gêmeas estão onde menos se espera e causam a mesma sensação incrível de quando se ama de verdade, o sentir-se completo com apenas um beijo, não igual aos outros, mas sim, um Beijo de Fogo.
Ainda ouviram alguém tentar gesticular com eles, mas não mexeram um músculo. A cada minuto os corpos se encontravam mais e mais, deixando quem passasse por aquele corredor, no mínimo com vergonha. Eram beijos e abraços de pessoas já intimas há muito tempo. A sincronia perfeita!
Ou escolhe mesmo pela vida agitada.
- Gina, o que você acha que está fazendo?! Eu sei que o que fiz com você foi errado, mas não precisa ficar se agarrando desse jeito com o Malfoy. Se você quer me machucar, acredite, isso não irá só me atingir. Pense na irresponsabilidade de seus atos e no que isso pode ocasionar. – Harry estava a menos de um metro do casal que se “agarrava” no corredor.
- Harry, ela não tá nem ai para o que você tá dizendo. Pára de atrapalhar. Esses dois não vão te ouvir nunca... O máximo que vão fazer é voltar para a moita em que estavam antes... Vamos embora. – Disse Pansy, arrastando o moreno pelo braço.
O casal finalmente se soltou. Ambos ofegantes, mas com os olhares brilhando, como se pedindo para que pudessem ter mais daquilo.
- Draco, você ouviu algo?
- Acho que o Cicatriz falou algo sobre irresponsabilidade e tudo mais.
- Eu só ouvi a parte da moita. – Riu sem graça.
- Até que não é uma má idéia. Vem comigo.
Escolhemos acreditar nos outros.
Fim de Flash Back
Assim como a sensação de nostalgia apareceu ela sumiu, deixando apenas dois conhecidos a evitar comentar os turbilhões de emoções envoltos nessa lembrança:
- Você pode muito bem ir sozinho.
- Não vim de carro. Aparatei aqui. Você quer que eu faça o mesmo no mercado?
- Vá andando. A prática de exercícios faz bem para a saúde.
- Mas eu faço exercícios com freqüência. – Sorriu malicioso.
- Aproveite e admire a paisagem.
- Sempre que tenho oportunidade, eu assim o faço. – Disse se aproximando. – Nesse momento, eu tenho uma visão privilegiada. – Parou em frente à mulher a uma distância mínima de seu rosto.
- Ah Malfoy. Que pena que não posso lhe retribuir o galanteio.
- Mesmo? – Disse com a voz rouca.
- É... Não posso! – Manteve-se firme.
- Não pode o que? – Segurou a mão da mulher e levou à sua face pálida e máscula. Aproximou-a de sua boca e distribuiu alguns beijos pela delicada palma feminina.
- Eu... Eu não posso... Me... – Lutava contra os arrepios que esse gesto lhe causava.
- Diga! Diga que você ainda me quer! Diga Virgínia, e eu esquecerei tudo.
- Eu... Eu... Não posso esquecer tudo. – Ela tirou bruscamente sua mão. Afastou-se o mais que pode e disse: – Te espero no carro.
Dessa vez não seria tão fácil convencer Virgínia Stone com gestos sensuais e galanteios baratos. Aquela menininha que se apaixonara cegamente por ele está muito bem enterrada. Pelo menos por agora. As lembranças do passado feliz ainda assolaram sua mente durante anos, mas mesmo assim, resistiu a todas com um bom sorriso no rosto e uma disposição infalível pra seguir em frente. Por que agora seria diferente? Simples. Porque a partir desse momento ela está dividindo sua vida com Draco Malfoy e o pior, na casa em que eles juraram amor eterno.
**************** Draco e Gina********************
No andar de cima da casa, Luna, que adentrara o segundo quarto do corredor, bem distante dos aposentos em que antes o Malfoy se encontrava, arrumava suas roupas em um armário. Trouxera bastante coisas para o bebê que vinha nascer, agora era uma boa hora para arrumar um cantinho sossegado para dar a luz.
Sentou-se confortavelmente na cama, retirou o celular da bolsa e viu as inúmeras chamadas perdidas em seu celular:
- Você tem 154 mensagens, deseja ouvi-las agora?
- Acho que não. – Entristeceu-se. Constatou que 151 das mensagens eram de Blaise. As três últimas, no entanto, chamaram sua atenção. – Harry Potter atrás de mim? Estou vendo que talvez nem precise ser ruiva. Riu.
- Oi Luna tudo bem? Aqui é o Harry. Eu só liguei pra saber se está tudo bem com você... Eu sei que a Gina tá contigo e por isso nem me preocupo muito, mas de qualquer forma mande notícias... Beijos! Ah, Luna, por favor, volte pra casa... O Rony não me deixa em paz... Nem mesmo o Zabine. Você me deixou no meio desses dois. Tenho que te avisar que, assim... Talvez eu tenha deixado escapar alguma coisa, mas não se alarme você não pode ficar assim, no estado em que está.
Ela levantou o cenho.
- Segunda mensagem: Oi Lu aqui é o Olívio Wood, quanto tempo?! Eu estava querendo saber se você vai estar ocupada no próximo final de semana, eu quero saber se você já terminou o nosso combinado? Beijos. E sinto muito por seu casamento.
- Terceira mensagem: Luna Lovegood, não faça essa cara de deboche, que eu sei que você está fazendo agora.
A menina que há poucos segundos tinha revirado os olhos ao ouvir as palavras de Rony, sorriu com o comentário.
- Eu já sei o que você tem e onde você está. Por que você não me falou sobre o meu filho???? Eu tinha o direito de saber... Foi por isso, não foi, que você se casou com o Zabine? Pra se esconder de mim... Eu sei que não fui um exemplo de caráter e tudo mais, mas eu tinha o direito de estar com você.
A mulher assustou-se.
- Luna, o Harry já me contou tudo. E eu estou indo aí. E se você fugir de novo, acredite: EU VOU TE ENCONTRAR!
- Merlin! O que o Harry disse?
Fim do capitulo 5:
n/a:
Muito obrigada a todas que acompanham a fic,tanto aos que leem quanto aos que deixam reviews (Milla e Amanda Prado, voces me fazem tentar postar o mais rápido possivel) vocês me deixam MT felizes /o/!
O nome do texto que eu retirei os versos do flash back , chama-se “Escolhas” e eu tirei do blog do Aerton Guimarães. A parte do flashback foi baseada num livro: A arte da Guerra do Sun Tzu.
N/B: aimeudeus Juh... O que você fez o Harry fazer... sério... primeiro vc faz ele trair a Gina...e agora faz ele falar merda pro Rony... aimeumerlin... eu vou laaah bater nele... pode? Vc deixa?? Anyway... amaaaaaaaaaay o capítulo... a parte em q vc mostra o nome da fic eh PERFEITA... enton naum reclama... e vc sb q qnd precisar... precisar mesmo de ajuda... eh soooh berrar q eu vou responder... pode ser que demore um pouquinho... e tals... mas eu respondo... e manda looogo o próximo capítulo... /bjumetelefonemandescrapnoorkuteumamensagemnotwittersohnaumligueacobrar
N/a: é bom saber que conto com seu apoio, querida! Não precisa usar de violência com o pobre do Harry... É como naquele ditado: Tem males que vem para o bem. Esse pode ser um interessante caso baseado nisso!
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