capítulo IX

Paraíso Proibido

Capítulo IX

 

 

 Seis anos depois...

 

- Querido, você viu meu sapato?

 

- Qual deles? Você tem milhares.

 

- O vermelho, James. Eu não sei onde ele está. Me ajude!

 

- Querida, nós vamos nos atrasar para o jantar.

 

- Mas eu preciso do sapato!

 

- Você tem 300 pares parecidos com aquele.

 

- Mas ele é o único que não machuca o pé.

 

- Amor, você está tão acostumada. Passa o dia todo com o salto, tanto fora quanto dentro das passarelas.

 

- Ai, tá legal! – Giselle pegou um outro sapato vermelho de salto agulha no closet. – Está bom?

 

- Está perfeita, amor. – James respondeu.

 

James, agora, era formado em Comércio Exterior. E numa de suas várias viagens para o exterior, conheceu Giselle, uma modelo suíça, com uma carreira promissora nos Estados Unidos. E há um ano, James e Giselle estavam casados. James a convenceu a morar no Brasil. James saiu da casa dos pais e ele e Giselle compraram uma casa em um condomínio chique da cidade. Todo ano, nas férias iam para a Suíça visitar a família de Giselle.

 

James era feliz. Tinha a vida que sempre quisera ter. O que mais poderia pedir? Tinha uma casa enorme e confortável, um carro, uma modelo linda e companheira como esposa, e um trabalho prazeroso. Não faltava nada, ou faltava?

 

- - -

 

- Bom dia, srta. Evans.

 

- Bom dia, Dr. Júlio.

 

- Sente-se e fique à vontade. – ele lhe indicou a cadeira e Lily sentou agradecendo. – Bom, como deve saber, sua tia Geórgia não tinha nenhum parente. Nenhum marido vivo, sem filhos... Eu sempre fui o advogado dela, e quando sua tia descobriu a doença que tinha, a primeira coisa que fez, foi vir até mim. Estou aqui com o testamento dela.

 

- Sim?

 

- Bom, meus parabéns, Lílian Evans, você é a herdeira da fortuna de sua tia.

 

- O QUÊ? – Lily gritou assustada.

 

- Exatamente isso que ouviu. A casa, o dinheiro, a empresa... é tudo seu agora.

 

- Oh Meu Deus! O senhor tem certeza disso, Dr. Julio?

 

- Certeza absoluta, Srta. Evans.

 

Lílian ainda estava pasma quando saiu do escritório do advogado da sua falecida tia. Como poderia cuidar de uma empresa sendo formada em Letras?

 

E mais, como se daria tendo uma fortuna em suas mãos? Ela não estava acostumada com isso. Sabia que o Dr. Julio ajudaria com toda a papelada e a burocracia, mas ele não ajudaria ajudar no comando de uma empresa de exportação que esteve na família de sua tia durante todas as gerações. Vender seria uma traição?

 

Não queria pensar em nada isso agora. Sentiu vontade de voltar ao Brasil. Como seria encarar toda a família que há tempos não via e nem falava?

 

Sentia imensa falta de seu pai, sua irmã e sua mãe, apesar da traição; sentia falta dos amigos. Lene, Sirius... James. Amigos que, apesar de nunca a procurarem depois de ir embora, faziam imensa falta na vida da garota.

 

Não pensou muito. Chegou à casa, agora sua, e comprou a passagem pro Brasil. Somente a de ida, por enquanto.

 

 

- - -

 

A campainha tocou. E Lily pôde ouvir uma voz conhecida gritar ‘Deixe que eu atendo!’, e logo depois o rosto, também conhecido, ficar pasmo.

 

- Lílian?

 

- Oi, mãe.

 

- Ah, meu Deus! Eu não acredito, Lily. HEITOR! – Tereza gritou para o marido. – Heitor, Lílian voltou!

 

O marido chegou correndo à sala. Sorriu ao ver que era verdade, sua filha estava ali. Correu até a menina e lhe deu um abraço apertado. Como quis fazer durante seis anos.

 

- Oh, minha filha querida! Não sabe o quanto senti sua falta.

 

- Eu também senti a sua falta, pai.

 

- Me perdoe por ter permitido isso. Por nunca ter ido de buscar, te trazer de volta. Me deixa explicar.

 

- Sh, nada disso é sua culpa.

 

- Mas...

 

- Será que podemos conversar mais tarde, pai? Eu quero fazer algumas coisas agora...

 

- - -

Lílian seguiu pela rua lembrando do dia que fez isso pela ultima fez. Perdeu o fôlego por alguns instantes apenas em pensar que veria James. Porém, ficou surpresa quando viu uma placa de vende-se em frente à casa que era de James e a casa já parecia estar vazia.

 

Decidiu então ir até a casa de Lene. Voltou até a casa de seus pais, pegou o carro e foi até a casa da amiga.

 

Era exatamente como lembrava. Do mesmo jeito. Mas, parecia vazia também. Tocou a campanhia algumas vezes e esperou. A irmã mais nova de Lene atendeu. Agora já grande e diferente do que Lílian se lembrava há 7 anos atrás.

 

- Lílian? – a menina disse assustada.

 

- É, sou eu. Como vai, Marcela?

 

- Assustada, na verdade. É quase como ver um fantasma. – disse fazendo Lily rir. – Desculpa a indelicadeza, mas... você desapareceu, Lily.

 

- Eu sei, eu sei. Mas não foi por vontade minha. Não tenho tempo de explicar agora. Eu queria ver a Lene.

 

- Ela deve estar na casa dela agora.

 

- Ela se casou?

 

- Sim, e você nem imagina com quem.

 

- Com quem?

 

- Sirius. – Marcela disse rindo. – Eu achei que ela ia matar ele em uma semana de casada. Me enganei, estão há 5 anos juntos.

 

- Uau, parece que eu perdi muita coisa. Sabe, acho que é melhor eu saber das novidades, antes de procurá-los. O que mais eu perdi?

 

- Se está se referindo ao James... ele está casado também, Lily. Sinto muito.

 

- Wow.

 

- Não sei se tinha esperanças de encontrá-lo solteiro ainda, mas... você foi embora, Lily. Ele não poderia esperar a vida toda. Você não nos deu um sinal de vida em 7 anos. Sei que não éramos amigas, mas você e minha irmã são amigas desde pequenas.

 

- Eu sei. Eu cometi um grande erro, eu sei disso. Mas acredite em mim quando eu digo que não fui por vontade própria. Eu fui praticamente jogada em um avião...

 

- E não fez nada para tentar voltar, fez?

 

- Não. Simplesmente...

 

- aceitou. – continuou a menina. – Desculpa, Lily. – pediu quando viu a menina, agora mulher, chorar.

 

- Não, sem problemas. Eu mereço ouvir tudo isso. Será que você pode me levar à casa da Lene. Eu quero tanto revê-los.

 

- Claro, claro. Você está de carro? – Lily confirmou. – Tudo bem, vou só trocar de roupa.

 

- - -

- É aqui.

 

Lílian sorriu quando viu a casa da amiga. Era como sempre Lene sonhara. Uma casa grande, com dois andares, amarela e com coqueiros na frente. Saiu do carro, rindo consigo mesma.

 

Marcela tocou o interfone e Lily pôde ouvir a voz de Sirius.

 

- Quem?

 

- Sou eu Marcela.

 

- Ah, cunhadinha. Pode entrar.

 

Marcela empurrou o portão, deixando Lily passar primeiro. A casa era enorme, um jardim imenso, uma piscina também imensa.

 

- Achei que não ia aparecer hoje... OW, DEAR GOD! – Lily pôde ouvir a voz de Lene.

 

Lily olhou em direção da porta e pôde ver a face estática da amiga que não via há anos. Estava exatamente igual.

 

- Meu Deus! Eu só posso estar sonhando! Eu estou sonhando, certo? – Lene virou o rosto para a irmã.

 

- Não, irmãzinha. Você não está sonhando.

 

- AAAAAAH! – Lene gritou e correu em direção a Lily. Abraçando-a fortemente. – Sua vaca! Por que não deu noticias? Eu quase morri quando você foi embora! Ah, eu te odeio, Lílian Elizabeth Evans! Mentira, eu não te odeio. Eu te amo, sua vaca!

 

Lily não sabia se ria, ou chorava. Estava feliz de poder abraçar a amiga novamente depois de tantos anos.

 

- O que está fazendo aqui, Lily? Passou tanto tempo... – Sirius começou.

 

- Eu sei, gente. É uma longa e confusa história. Para resumir: eu me formei em Design e História da Arte em Roma; minha tia, com quem eu morava lá na Itália, faleceu há pouco tempo; eu herdei sua herança e então decidi voltar.

 

- Uau! Sinto muito pela sua tia. Mas e ai, a herança é boa? – Sirius perguntou e logo depois recebeu um tapa de Lene. – Que foi? É só curiosidade.

 

- Digamos que é bem razoável. – Lily riu. – Mas eu não quero herança nenhuma. Parte dela eu doei para um Museu Romano, o restante ficará guardado caso eu necessite num futuro próximo.

 

A tarde se passou lentamente, exatamente como Lily e os amigos queriam. Passaram a tarde no jardim, molhando os pés na beira da piscina e rindo como se o tempo não tivesse passado tanto assim. Pediram pizzas e voltaram à adolescência brincando com um baralho de UNO. Há tempos Lílian não se sentia tão feliz assim.

 

- Lene, onde é o banheiro? – perguntou Lily.

 

- Primeira porta à esquerda depois da sala de estar.

 

- Obrigada, volto logo.

 

Lílian olhou-se no espelho e se surpreendeu. Seu sorriso estava diferente. Parecia maior, ia de orelha a orelha e chegava também aos seus olhos. Nada poderia estragar tal felicidade que a preenchia no momento.

 

Lílian ia saindo do banheiro quando a campanhinha tocou.

 

- Lily, pode abrir para nós? Deve ser a pizza. A chave está na mesinha ao lado da porta.

 

- Okay! – gritou ela. Pegou a chave e foi até o portão. Abriu o portão e encontrou uma loira sorridente e estonteante.

 

- Ah, olá. – disse a moça. – Acho que nunca te vi por aqui.

 

- Sou Lílian Evans. Amiga de Sirius e Marlene.

 

- Ah, sou Giselle Potter. Muito prazer, Lílian. – disse a loira ainda sorridente.

 

Giselle Potter. POTTER. POTTER. James não tinha nenhuma irmã. Então aquilo só significava uma coisa. À sua frente estava a esposa de James Potter.

 

- O-o prazer é me-meu. – respondeu a ruiva.

 

- Sirius e Lene estão em casa?

 

- Estão no jardim. – ela sussurrou. A loira seguiu para lá, deixando uma Lily chocada no portão.

 

Mais chocada ainda ficou quando ouviu o barulho do alarme de um carro e segundos depois um moreno aparecer na sua frente.

 

James Potter. Em corpo e alma. Ali na sua frente.

 

O choque foi para ambos. James estava de cabeça baixa, mas quando levantou os olhos para o rosto de sua recepcionista seus próprios olhos não conseguiram esconder tal surpresa de vê-la ali.

 

- Li-lily?

 

- Oi, James.

 

 
n/a: 500 ANOS DEPOIS! POSTEI GALERA !!!!! \o/ como é bom estar de férias. estou com uma vontade de escrever que vocês nem imaginam. maaas... tempo ainda vai me faltar por enquanto. passei pra segunda fase da unesp, gente ! agora tenho que pegar firme pra conseguir passar pela segunda né? e colocar meus pezinhos na faculdade *-* mas gente, janeiro é férias total! ai sim ! pretende retomar minhas fics e to cheia de ideias novas (: espero que gostem ! tenho ideias MA-RA para essa fic ! beeeijo gente :) [ nao me abandonaram ainda, né? ]

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