Playing Along.
Os dias se passaram sem que eu e Patrick trocássemos uma palavra. Robert e Alex chegaram e eu e Patrick não estávamos conversando.
- Diga-me o que aconteceu. – Robert perguntava.
- Pergunte a ele. – Eu respondia.
- É exatamente o que ele diz. Vocês deveriam se acertar, você não fica bem sem ele...
Que fosse, eu tinha um namorado agora. E eu amava meu namorado. Não do jeito “amor incondicional” que eu amava Pat. Mas amor juvenil, de uma garota de 15 anos.
A verdade é que, querendo ou não, Patrick era o que muitos chamam de alma-gêmea. Robert nunca seria isso, mas ele podia ser o cara que eu me contentaria, porque ele era bom o suficiente para mim.
Eu evitei ir ao dormitório dos meninos com a desculpa de o que poderiam dizer de mim agora que eu namorava Robert. Mas o real motivo era que não havia nada mais estranho que estar lá e não estar sentada na cama de Pat.
Nós não estávamos conversando, mas os olhares diziam claramente o que o orgulho teimava em esconder. Eram olhares de saudade, de remorso e principalmente de desejo. E quando ficávamos inevitavelmente a sós, forçados por Alex a resolver o que quer que fosse, eu me perguntava se eu realmente queria desistir dele. E eu não queria, era simplesmente mais fácil...
Por mais calma que eu sentisse com Robert... Eu não queria calma! Eu queria aquele turbilhão de sentimentos que eu sentia quando minha pele encostava-se à dele.
Respire, expire Sofia.
Eu poderia continuar levando assim. Poderia, até que um belo dia recebi uma carta de minha mãe, me lembrando que após o Natal e o Ano Novo eu iria para a França.
O Natal era em duas semanas.
Eu peguei a carta e fui para o dormitório masculino. Bati à porta. Alex abriu.
- Patrick está aí? – Eu perguntei calma.
- Sim. – Alex respondeu.
- Eu preciso falar com ele, agora. – Fui firme no “Agora”.
- Pat! – Alex o gritou.
Pat foi ao meu encontro. Ele estava assustado por me ver chamando por ele. Eu levantei o envelope.
- Eu tenho duas semanas. – Eu disse engolindo meu orgulho. – Vamos resolver isso.
Eu virei às costas e saí, felizmente ele me seguiu. Segui para a Sala Precisa, o único lugar onde não seríamos incomodados.
Entramos.
- Ela te mandou uma carta com contagem regressiva? – Ele perguntou como se nada tivesse acontecido, como se nós não houvéssemos brigado.
- Praticamente. Depois do Ano Novo eu estarei na França e longe. Você não me verá todo dia mais. – Eu disse.
- Termine com ele. – Ele me disse rapidamente.
- O que? – Eu perguntei perplexa. – Não posso. Não posso, esse não foi o combinado.
- Termine com ele e fique comigo. – Patrick disse me segurando delicadamente pelos braços.
- Pat... Eu não posso. – Abracei-o. Como eu sentia falta daquilo.
- Eu sei. Ele não merece... – Ele me disse ainda me abraçando.
- O que a gente faz? – Eu perguntei.
- Eu não sei. – Ele me disse. – É difícil porque eu quero te beijar e eu não posso, porque você é a namorada de um dos meus melhores amigos.
- É, eu sei. – Eu disse saindo do abraço dele. – Nós vamos para casa em dez dias, certo?
- Certo. – Ele me disse.
- Em nove eu estarei solteira. – Eu disse e ele sorriu para mim. – Isso significa que eu posso escalar aquela escada e entrar pela janela do seu quarto sem peso na consciência.
- É, entre outras coisas... – Ele me provocou.
- Sério. Pare. – Eu disse me afastando. – Vamos fingir ser apenas amigos ok?
- Sabe a pior parte? É que é difícil isso. – Ele disse. – Só ser seu amigo é pior que nada. É... Como ver um pote de biscoitos e não poder comer.
- Suas analogias são péssimas. – Eu disse rindo e fazendo-o rir também. – Mas eu... Eu também acho difícil. Mas eu vou tentar me concentrar no fato de que será por poucos dias. E que quando acabar a contagem regressiva... Nós temos um bom motivo para nos torturarmos.
- Você tem razão. – Ele disse me puxando para um abraço. – Só fique aqui mais um pouco, eu senti falta do seu abraço, do seu cheiro.
Eu também sentia falta de tudo nele, e quem seria eu para negar estar no melhor lugar do mundo?
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Nota da Autora:
Pronto! Atualizado! Comentem e visitem minhas outras fics!
Beijos queridos leitores.
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